Isso é o que se chama de futebol. Coluna Mário Marinho

Isso é o que se chama de futebol

Coluna Mário Marinho

Uma das poucas verdades históricas que um jogo chamado futebol admite é esta: “Em clássicos não há favorito”.

Essa verdade foi, mais uma vez, reafirmada na vitória do Corinthians sobre o Palmeiras, 1 a 0.

Com um elenco rico, recheado de nomes importantes, reforços recém contratados e a base de campeão brasileiro mantida, o Palmeiras entrou na noite desta quarta-feira, em Itaquera, como o favorito para o jogo, ressalvada aquela verdade histórica.

Entretanto, foi surpreendido por um Corinthians bravo, lutador, aguerrido, que não lhe permitiu o menor espaço. Jogadores clássicos, como Dudu, por exemplo, ao receber a bola já tinha em seus calcanhares o combativo Romero e, na sobra, o competente Fagner. Faltavam-lhe espaço e tempo.

Embalado pela torcida que reconhece a fraqueza de seu time, mas ama a dedicação, a raça e a entrega, o Corinthians foi o senhor das ações no primeiro tempo.

Até que veio o erro crasso do juiz que expulsou erroneamente o volante Gabriel, um dos mais aguerridos em campo, dando-lhe o cartão amarelo por uma jogada da qual ele não participou e da qual estava alguns metros de distância.

Absurda falta de atenção do juiz que é muito prestigiado pela Federação Paulista de Futebol. Pior, sua arrogância ao não ouvir atentamente seus auxiliares.

Foi visível a afirmação do quarto árbitro no sistema de comunicação entre os árbitros: “Não foi o Gabriel”, disse ele quase que soletrando as sílabas, o que permitiu a leitura labial até de quem não é especialista.

O Corinthians voltou para o segundo tempo com 10 jogadores que se desdobraram para segurar o ímpeto e a maior força técnica do Verdão.

Quando o jogo parecia que terminaria empatado, com o Timão resistindo heroicamente à pressão do Verdão, eis que o atacante Jô, tão hostilizado pela torcida, entra em campo para substituir o valente Kazim. Em sua primeira jogada, Jô marcou o gol da vitória numa bela jogada que nasceu de um contra ataque e de uma jogada de muita raça de Maicon.

A vitória que parecia impossível mesmo se o Corinthians tivesse em campo 12 jogadores, veio com o suor de apenas 10 guerreiros.

O centenário clássico, disputado pela primeira vez em 17 de maio de 1917, mostrou mais uma vez que continua emocionantemente imprevisível.

Veja os melhores momentos:

https://youtu.be/YLIBmQ7CzD0

O Maior
Artilheiro do Timão

artilheiro

Titular absoluto do Corinthians de 1945 a 1957, Cláudio Christovam de Pinho marcou 305 gols em 549 jogos. É o maior artilheiro da história do Corinthians.

Foi revelado pelo Santos, chegou a jogar no Palmeiras, voltou para o Santos e dali saiu para ser um dos maiores ídolos da Fiel.

Era um líder nato, respeitado como um técnico dentro de campo. Por essas qualidades, recebeu o apelido de “Gerente”.

Nasceu em Santos no dia 18 de agosto de 1922. Foi lá também que morreu, em 1º de maio de 2000.

Era um ponta direita veloz e tinha nos cruzamentos sua arma mais fatal, pois a bola sempre encontrava a cabeça de Baltazar e, dali,para o gol adversário.

Em 549 jogos com a camisa corintiana, venceu 352; empatou 105 e perdeu 92.

O Maior
Artilheiro do Verdão

artilheiro 2

 

Heitor Marcelino Domingues nasceu em São Paulo, no dia 10 de dezembro de 1898. Foi também em São Paulo que morreu em 21 de setembro de 1972.

Durante os 15 anos (1916 a 1931) em que defendeu o Palestra Itália era confundido com o próprio time.

Os italianos, maioria dos torcedores do Palmeiras daquela época, o chamavam de Ettore (o correspondente a Heitor em italiano) e quando sabiam que ele não iria jogar, diziam “Non sei Il Palestra”.

Heitor disputou 330 jogos com a camisa verde: venceu 225, empatou 54 e perdeu 51.

Marcou 248 gols e até hoje é o maior artilheiro da história do Palestra Itália/Palmeiras.

Foi um atleta completo e até participou da equipe de basquete do Palmeiras, campeã em 1928.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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