Vitória chorada e derrota comemorada. Coluna Mário Marinho

Vitória chorada e derrota comemorada

COLUNA MÁRIO MARINHO

Foi assim a noite de quarta-feira em Porto Alegre, quando os palmeirenses festejaram sua derrota para o Internacional, 2 a 1, e os colorados choraram a insuficiente vitória.

E por mais paradoxal que possa parecer, festas e lágrimas foram absolutamente justas pelos que os dois times mostraram em campo.

O Palmeiras não jogou o suficiente para vencer, mas mereceu a classificação; o Inter jogou o suficiente para vencer, mas, não para se classificar.

Nos minutos iniciais, o Colorado aplicou sobre o Verdão o que, em física, costuma-se chamar de pressão dinâmica, que é a pressão de um líquido em movimento sobre uma superfície estática.

O Inter foi o líquido que pressionou os 10 primeiros minutos sem parar; pressionou intensamente. Do outro lado, o Palmeiras não só se mostrou uma superfície estática, como também se atrapalhou quando conseguiu se movimentar.

O resultado disso foi o primeiro gol, D’Alessandro, aos 8 minutos de jogo. Um gol com a clássica e eficiente esquerdinha do argentino.

Não há remédio infalível contra a pressão exercida pelo Inter. Obviamente, todos sabiam que isso aconteceria e deve ter sido motivo de várias conversas do técnico Cuca com os jogadores.

Uma vez a bola rolando, o problema passa a ser exclusivamente dos jogadores. Mas, o que fazer se determinadas peças importantes passam a não funcionar, como no caso de Edu Dracena, ótimo e experiente zagueiro? Ou de Jean? Ou de Tchê-Tchê?

Como era de se esperar, o Inter não manteve o ritmo diastólico da pressão após seu primeiro gol.

Com isso, deu tempo para o Palmeiras buscar fôlego e respirar.

Recuperada a respiração, o Palmeiras até chegou a marcar, mas o bandeirinha assinalou impedimento. É daqueles lances de ver e rever diversas vezes. Fico com a opinião do comentarista Paulo César Oliveira que viu impedimento milimétrico, daqueles que só as câmeras de televisão conseguem flagrar.

Novamente o Palmeiras chegou à área adversária e dessa vez o juiz errou ao não marcar um pênalti cometido pelo zagueiro Leo Ortiz que cortou com o braço um lançamento dentro de sua área. Pênalti claríssimo.

O segundo tempo foi um pouco mais equilibrado, mas foi o Inter que marcou o gol que garantiria a sua classificação, já que havia perdido o primeiro jogo por 1 a 0. E o gol veio logo aos 10 minutos com Nico Lopez escorando o cruzamento de William.

Deu o desespero no Palmeiras e até no técnico Cuca que mandou o zagueiro-artilheiro Mina jogar de centroavante, aproveitando-se do exagerado recuo dos gaúchos.

Não foi com Mina, mas com outro zagueiro Thiago Santos que o Verdão conseguiu o gol da classificação.

O Verdão avançou, mas sua instabilidade é altamente preocupante.

Agora, gols.

Classificação do Verdão:

https://youtu.be/7EH8mIS1tI4

Atlético MG faz 2 a 0 no Paraná com direito a gol olímpico.

https://youtu.be/za8kEEMatsQ

Vanderlei Luxemburgo estreia no Sport com o empate de 1 a 1 que classifica do Botafogo

https://youtu.be/YZmC8TYL8e8

Grêmio garante com vitória sobre o Fluminense, 2 a 0, no Maracanã

https://youtu.be/tXwjRPrQ_ug

Atlético PR 2 x 0 Santa Cruz

https://youtu.be/BWsGPRxx9BY

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

1 thought on “Vitória chorada e derrota comemorada. Coluna Mário Marinho

  1. Não tenho tido paciência suficiente para assistir noventa minutos de futebol. Nos meus 73 anos, pude ver a montagem e desmontagem de times e o time de hoje de qualquer clube não é o mesmo do ano passado. A identidade Clube ( leia-se time ) x torcedor de há muito está moribunda. E a qualidade dos”espetáculos”, então, quer pela ausência de craques como pela falta de tempo para treinamento do novo conjunto faz com que vejamos lances medíocres seguidamente. Da dó.

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