Chuverito non! Chuverito non! Coluna Mário Marinho

Chuverito non! Chuverito non!

COLUNA MÁRIO MARINHO

Assistindo à derrota do Palmeiras para o Corinthians, 2 a 0, na noite desta quarta-feira, lembrei-me, diversas vezes, do folclórico técnico argentino, Ernesto Filpo Nuñez, que dirigiu o Palmeiras na década de 1960. Em 1964/65 pela primeira vez e depois em 1968/69 pela segunda vez.

Em sua primeira passagem pelo Palmeiras, Filpo Nuñez chegou a dirigir a Seleção Brasileira nas festividades de inauguração do Mineirão, em 1965. A seleção foi representada pelo forte time do Palmeiras, a Academia.

Filpo se descabelava e ficava até sem voz quando seu time apelava para os chuveirinhos. E aí recorria aos gritos desesperados: “Chuverito non, chuverito non.”

(Filpo Nuñez, nascido em Buenos Aires, morreu em São Paulo em 1999, aos 79 anos de idade)

O Palmeiras ontem usou e abusou do tal chuveirinho. A diferença entre um cruzamento e o chuveirinho é que no primeiro, o cruzamento, trata-se de um passe endereçado a um determinado jogador dentro da área. No chuveirinho, não. Aí, o jogador lança a bola sobre a área e fica torcendo para que ela chegue a alguém.

No jogo de ontem, o Verdão usou da mesma jogada, o chuveirinho, por pelo menos 20 vezes.

É uma jogada de quem está desesperado.

O Corinthians segue firme em sua marcha distanciando-se de seus perseguidores.

E segue com o mesmo ritmo, o mesmo jeitinho de jogar.

Toca a bola com facilidade. Não sai de sua área com chutões, pelo contrário, sai jogando.

Defende-se muito bem e arranca em velocidade mortal rumo ao gol adversário.

Foi assim no primeiro gol, numa jogada com Romero, pela ponta esquerda, que vislumbrou a entrada veloz do lateral Arana.

Passe feito e o veloz lateral foi parado com falta: pênalti bem cobrado por Jadson, 1 a 0.

No segundo tempo, até os 20 minutos, o Corinthians não conseguiu passar do meio do campo.

Pois foi aí que Romero, novamente ele, enfiou a bola para o veloz Arana, novamente ele. O lateral entrou na área e fuzilou sem chance para o goleiro Fernando Prass, 2 a 0.

No intervalo do primeiro para o segundo tempo, o técnico Cuca promoveu a entrada do centroavante Borja. Partiu para o tudo ou nada. Ficou no nada.

É incrível que o Cuca, um bom técnico, ainda não conseguiu encontrar a forma certa de fazer render o futebol de seu milionário time.

Do outro lado, o até outro dia desconhecido Carille sabe exatamente como joga e como deve jogar o seu time.

E o time prontamente obedece: joga como manda o chefe.

O Vascão foi o destaque da rodada: massacrou o Vitória, na Bahia: 4 a 1. Com isso, subiu para o 7º lugar, com os mesmos 19 pontos que tem o Palmeiras que está em 6º e os mesmo 19 do Botafogo que está em 8º.

O Cruzeiro também se deu bem e venceu o Atlético-PR, em Curitiba, 2 a 0, e é o 5º colocado.

Outro visitante que mandou bem foi o Santos com vitória magra, porém importante, sobre o Atlético-MG, 1 a 0. O Peixe é o segundo colocado, com 23 pontos.

O Flamengo também tem 23 e pega hoje o Grêmio que tem 22.

No Maracanã, o Botafogo venceu o Fluminense, 1 a 0.

E outro visitante indigesto foi o Bahia: 3 a 0 em cima da Ponte, em Campinas. Os dois têm os mesmos 15 pontos ganhos, mas o Bahia é o 13º e a Ponte é o 16º, na portinha da escorregadia zona do rebaixamento.

O São Paulo, vice lanterna, pega hoje à noite, no Morumbi, o lanterna Atélico-GO. O Tricolor pode até sair da lanterna, dependendo do número de gols que conseguir marcar.

Caso vença, claro.

Veja o Placar da Rodada

https://youtu.be/6H1hhabeKzo

_____________________________

FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine a nossa newsletter