Complexo de vira-lata

Nelson Rodrigues criou
a expressão “complexo de vira-lata” após a derrota sofrida na final da Copa de
1950, traduzindo um sentimento crônico de inferioridade nacional, inicialmente
restrito ao campo do futebol e mais tarde abrangendo uma vasta gama de
atividades (não mais o futebol!). Muito embora o governo faça questão de
afirmar a superação do “complexo de vira-lata”, é visível o papel desta
síndrome na mais recente onda de desculpas sobre o desempenho lamentável no
campo da inflação.
Tanto membros da
equipe econômica como colunistas automaticamente alinhados com o governo têm
destacado que as taxas de inflação observadas atualmente não diferem muito da
média registrada desde o início do regime de metas para a inflação. Neste
período a inflação média atingiu 6,3% ao ano, apenas ligeiramente abaixo dos
níveis recentes.
Assim, segue o argumento,
não haveria nada de errado com a inflação atual. De forma mais sutil (mas que
parece impregnar o pensamento inclusive do Banco Central), este tipo de
colocação tenta ressuscitar a tese que a inflação brasileira seria naturalmente
elevada por conta de “problemas estruturais” que tornariam mais difícil sua
redução sem enorme custo do ponto de vista de atividade. Daí a noção que a
inflação só cairia com o uso de outros instrumentos (reformas, mudança no
perfil da dívida pública, etc.), terminando por concluir pela postergação constante
do momento de atacar o problema de frente.
Nada mais falso. A
começar pelo argumento da média que, parafraseando expressão algo sexista
(desculpem!) atribuída, como tantas outras, a Roberto Campos, a média é como o
biquíni: revela o interessante, mas oculta o essencial.
Em primeiro lugar, a
média simples deixa de lado as mudanças da meta de inflação no período: começou
com 8% em 1999 e é hoje de 4,5%, passando por até 8,5% (meta ajustada) em 2003.
O correto, portanto, não é analisar o nível da inflação, mas seu desvio
relativamente à meta: 1,5% ao ano no período.
Mais importante,
porém, é a distribuição deste desvio, quase todo concentrado em dois anos: 2001
(ano do “apagão” e da crise argentina) e 2002 (a transição política). De fato, logo
no primeiro governo Lula a média do desvio da inflação foi 0,5% ao ano,
aumentando levemente para 0,6% ao ano no segundo governo (contra crescimento
médio do PIB, diga-se, de 3,5% e 4,5% ao ano respectivamente). Não foi o ideal,
mas bem melhor do que temos observado até agora (desvio médio de 1,7% nos dois
primeiros anos do atual governo e expectativas de 1,2% ao ano em 2013 e 2014).

Já no que se refere à
comparação do desempenho com os demais países da América Latina que adotam
metas para a inflação, o Brasil não fazia feio, registrando desvio pouco
superior à média (e mediana) entre 2004 e 2010. Hoje, pelo contrário, o país
lidera sozinho o campeonato inflacionário dentre os países latino-americanos com
regime monetário semelhante.
Estes números sugerem
não haver nada de “estrutural” na incapacidade de entregar a inflação mais
próxima da meta, além do recém-redescoberto “complexo de vira-lata”.  Não apenas tínhamos desempenho alinhado ao de
países sujeitos a choques similares, mas, principalmente, nossa história mostra
que um Banco Central mais decidido foi capaz de entregar a inflação bem mais
próxima à meta do que parece ser possível hoje, sem prejuízo ao crescimento de
médio e longo prazo.
A inflação alta não se
deve a “choques externos”, nem à incapacidade congênita do país; resulta, sim, da
adoção de políticas incompatíveis com a convergência à meta, característica,
aliás, que não vai se alterar com o arremedo de aperto monetário prometido pelo
Copom. A diferença essencial entre o Brasil de hoje e o de pouco tempo atrás se
resume ao cabresto imposto ao BC e docilmente aceito pela instituição, também
vítima do “complexo de vira-lata”.
Não
dá, é muito difícil, não dá…
(Publicado 24/Abr/2013)

75 thoughts on “Complexo de vira-lata

  1. Meus caros,
    O texto tem algumas coisas boas, mas outras horrorosas. Simplesmente não dá para entender o que o articulista quer dizer.
    Vejam o sétimo parágrafo:

    "……"

    O que isto significa? O que o articulista quis dizer com isto? E as coisas pioram no oitavo parágrafo:

    "……"

    ENDIF????? O que é isto? Que espécie de MANIPULAÇÃO BARATA E NEOLIBERAL estão tentando fazer?
    Depois, claro, o texto volta a ficar bom.
    Saudações

  2. mais um post sobre inflação? é o quarto seguido hahaha. vc como economista deve muito ao Nassif, que ja explicou que o desempenho fraco no ultimo semestre vem da questao do entrave ao comercio de caminhoes que dificultou o investimento e gerou essa restricao de oferta.

    é hora dos brasileiros se engajarem e consumirem menos, todos devemos fiscalizar os "gulosos" que estao consumindo alem da conta. juntos vamos trazer essa situacao pra normalidade.

  3. Mais um artigo da série "Brasil: cronicamente inviável".

    Não me entend mal porque sua voz dissonante é muito boa, mas confessemos: nada como ser pundit num país com zilhões de tosquices…A abundância de tópicos sobre o que falar (mal) é tamanha que a criatividade se dispensa: é só ligar a TV, ler as manchetes dos jornais ou dar uma voltinha no bairro que assunto pra mostrar como esse é um país verdadeiramente de b… logo aparece.

  4. O primeiro comentário é genial. Pode ser postado em qualquer blog de economia, bastando um pequeno ajuste no número de parágrafos. Melhor que o gerador de lero-lero!

  5. Fazendo essa mesma análise: pq esse povo mais alinhada com o governo não diz então que juros altos são estruturais e na média têm q ser mais altos que o de hoje?

    Dois pesos, duas medidas, como sempre…

    Att,
    Joao Bosco

  6. Alex,

    voce esta me lembrando aquela piada do general russo fazendo estrategia para os egipcios na guerra dos 6 dias: vamos recuar para o centro do pais e aguardar o inverno.

    O mundo mudou, as maiores economias estao correndo com taxas reais negativas e voce quer taxa real de 3%…

  7. Alex, sou um leitor contumaz do teu blog e admiro a tua coragem de abordar de maneira clara e objetiva os erros que o poder executivo comete na gestão da economia do país com a conivência fisiológica da maioria do legislativo. Infelizmente o câncer da incompetência tomou conta do Palácio, do Ministério da Fazenda e do Banco Central, parece que desta vez dependemos da intervenção divina para não chafurdar em desastrosas políticas eleitoreiras.

  8. Alex,

    Podes me explicar, por favor, por que a taxa importante para a politica monetaria eh a taxa de 12 meses do CDI?

    Sou graduando da USP…

    Abraco

  9. Mais uma para não deixar passar em branco. Por responsabilidade de Dilma e sua equipe, o Brasil entrou numa armadilha de baixo crescimento com inflação… Acho que eles deram mostras suficientes de que não sabem como tirar a economia desse marasmo… Quem viver, verá.

  10. Desculpa sair do tema, mas algo que há muito me intriga é a falta de competitividade que existiria na economia brasileira.

    Artigo de hoje no Valor, assinado por Tony Volpon, defende a necessidade de maxidesvalorização cambial para ajustar a relação de custos nacionais e externos.

    Parece-me que você é a favor do câmbio livre, de forma que a discussão seria non sense.

    Todavia, levando em consideração a rigidez dos salários e outros custos (de fato e legal), a dificuldade de se incrementar a produtividade (até em prazos mais longos), patati … patatá …

    Enfim, o que você acha disso tudo?

    Abraços

  11. Complexo de vira-lata nesse e em vários outros campos!
    Acho curioso, pois o PT se diz tão anti-neoliberal, mas ao mesmo tempo seus correligionários ficaram todos pomposos com uma simples frase do Obama chamando Lula de "o cara" e mais ainda agora quando se tornou articulista (!!) do NYT.
    Haja síndrome de vira-lata! Criticam, mas no fundo invejam o "American Way of Life". Seria tão melhor se tirassem do armário os seus chapéus do Mickey e implementassem as reformas que o Brasil tanto precisa!
    Não é vergonha nenhuma se espelhar num sistema que funciona. Vergonha é fingir que Venezuela, Cuba, Bolívia e Argentina são exemplos de sucesso…

  12. "O mundo mudou, as maiores economias estao correndo com taxas reais negativas e voce quer taxa real de 3%…"

    O mundo mudou mesmo: lá o risco é deflação; aqui é inflação. E não quero 3% real, não. Menos de 5% não faz nem cócega…

  13. "Podes me explicar, por favor, por que a taxa importante para a politica monetaria eh a taxa de 12 meses do CDI?"

    Na verdade a taxa de 12 meses (swap pré-CDI de 360 dias) parece ser mais relevante para explicar a demanda doméstica. Ela é a composição esperada da Selic ao longo do período e, portanto, tanto a Selic hoje como as expectativas sobre a trajetória da Selic a afetam.

  14. "Na verdade a taxa de 12 meses (swap pré-CDI de 360 dias) parece ser mais relevante para explicar a demanda doméstica. Ela é a composição esperada da Selic ao longo do período e, portanto, tanto a Selic hoje como as expectativas sobre a trajetória da Selic a afetam."

    E´verdade, mas incompleto. O importante mesmo e´a estrutura a termo da taxa de juros. Que pode ser construida pelos swap pre-DI, pelos DI futuros ou ate pelas ltns e ntn-fs. O swap pre-di 360 e´so um ponto da curva.

    A curva e´composta pela a) expectativa da evolucao da Selic, b) um premio de risco e c) premio de convexidade. Sendo que a) domina a parte curta da curva, b)a barriga da curva e c) a ponta longa.

    De fato, a evolucao da taxa de 12m tem forte influencia na curva IS, mas creio que pelo fato dela ser uma boa proxy para o nivel da curva de juros.

  15. Coisas que o Tombini e Mantega deveriam saber:

    "Sabe como a política de preços funciona na prática"
    "Se eu sou empresário e não tenho muito certeza se a inflação vai ser 6,5% ou de 6,59%, talvez seja melhor fazer a remarcação de 7% ou de 8%"
    Do caderno PME/OESP de ontem. ouch!

  16. O Volpon sugere que o ataque a baixa competitividade realizado em 2012 poderá ser refeito com chances de sucesso em 2014 caso seja conjugado com política monetária e fiscal restritivas. Acrescento eu: políticas para-fiscais e creditícias também restritivas. Para ficar mais bonito seria colocar na panela também uma abertura mais ampla da economia.
    Maradona

  17. "Do que adianta 5% taxa real em SELIC se SELIC/CDI controlam apenas uma fracao pequena do credito? E FGTS/SBPE/BNDES?"

    Por isso mesmo que a taxa real neutra é alta no Brasil… Sem direcionado, provavelmente faríamos desinflação com taxas reais bem mais baixas.

  18. Alex, essa história de que a taxa de juros real no Brasil é alta por causa do BNDES/crédito direcionado possui algum respaldo empírico ou por hora é só uma hipótese ?
    Pergunto sem provocação

  19. "Alex, essa história de que a taxa de juros real no Brasil é alta por causa do BNDES/crédito direcionado possui algum respaldo empírico ou por hora é só uma hipótese ?"

    Não entendi como provocação. Por enquanto é só uma conjectura, mas é a única jabuticaba comensurável à jabuticaba taxa de juros. Gostaria muito de ver uma investigação empírica parruda a respeito.

  20. "Alex, essa história de que a taxa de juros real no Brasil é alta por causa do BNDES/crédito direcionado possui algum respaldo empírico ou por hora é só uma hipótese ?"

    Amplamente documentado

  21. Alexandre Schwartsman,
    Como sempre, um ótimo artigo e transformado neste post “Complexo de vira-lata”. Como sempre, eu avalio que há nos seus artigos certa fragilidade política nos argumentos ou, quando não, na retórica.
    Seja a frase que conduz o artigo “Complexo de vira-lata” e em que você aponta para a falha da análise. Diz você:
    “Tanto membros da equipe econômica como colunistas automaticamente alinhados com o governo têm destacado que as taxas de inflação observadas atualmente não diferem muito da média registrada desde o início do regime de metas para a inflação. Neste período a inflação média atingiu 6,3% ao ano, apenas ligeiramente abaixo dos níveis recentes”.
    Sim, você mostra claramente que é falho considerar a média da inflação sem considerar a meta em cada ano e as particularidades de cada ano. Penso, entretanto, que não deveria constar da frase a referência a colunistas “automaticamente alinhados com o governo”. A referência deveria ser só a “alguns colunistas” ou “muitos colunistas”. Se dizem isso por se alinharem ou não com o governo é outro assunto.
    A frase poderia até aparecer em um blog, mas não sei até que ponto foi correto ela ter constado também do artigo publicado na Folha de S. Paulo, observando que o post transcreve integralmente o artigo que só não tinha a imagem e as partes horrorosas a que alude o comentário do Anônimo enviado quarta-feira, 24/04/2013 às 09:24, e que encima a lista de comentários.
    Além disso, sua referência aos colunistas “automaticamente alinhados com o governo” deixa a questão de saber se você disse tudo ou deixou algo sem dizer apenas por não se alinhar automaticamente com o governo.
    É o caso de se levantar o custo benefício das ações em um e outro momento. De certo modo você faz o levantamento ao comparar o desvio da meta com o crescimento da economia Quando, hoje se fala muito – talvez se tenha falado – em meta nominal do PIB em substituição à meta de inflação, a sua observação é relevante. Sobre isso, entretanto, vale trazer contribuição de “O” Anonimo, que me surpreendeu ontem, quarta-feira, 24/04/2013, em comentário que ele enviou às 07:10, junto ao post “Clóvis Rossi, o anti pundit” de sábado, 20/04/2013 (Aqui o link: http://maovisivel.blogspot.com.br/2013/04/clovis-rossi-o-anti-pundit.html), defendendo que uma desvalorização pode ser mantida dentro de horizonte considerável.
    A contribuição de “O” Anonimo a que eu quero fazer referência é anterior. Trata-se de comentário dele enviado quarta-feira, 16/01/2013 às 22:47, para o post “O discreto charme do fracasso” de quarta-feira, 16/01/2013 (Link aqui: http://maovisivel.blogspot.com.br/2013/01/o-discreto-charme-do-fracasso.html). Respondendo a comentário que questionava a não adoção da meta do PIB nominal ou de um duplo mandato, PIB e inflação, ele diz lá no comentário de quarta-feira, 16/01/2013 às 22:47:
    “Eu não vejo um grande problema em termos um duplo mandato, desde que a segunda meta seja desemprego ao invés de crescimento, e isso seja feito com transparência e accountability (conceito porreta sem equivalente na lingua do país da jaboticaba) e não no voluntarismo porra-louca da Dona Bronca, Guido e Pombini”.
    Evidentemente não é pela forma não muito polida como “O” Anonimo refere-se à presidenta Dilma Rousseff, ao ministro Guido Mantega (Aqui até que ele foi amigável) ou ao presidente do Banco Central do Brasil Alexandre Tombini que me surpreendi neste comentário dele. Surpreendeu-me um economista dar mais relevância ao desemprego do que ao crescimento da economia.
    Enfim, queria dizer que a sua análise, além da referência desnecessária ao alinhamento de colunistas ao governo, peca, em meu entendimento – de leigo, é bem verdade – por não apresentar o custo benefício da administração do Regime de Meta nos vários períodos, sopesando não só o atingimento da meta de inflação e o crescimento econômico como você fez, mas também os dados do desemprego e do juro real aplicado à dívida pública.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 25/04/2013

  22. Acho que teve um desarranjo intestinal e teve que abandonar a entrevista,… rs, rs
    Tão jovem, poderia tomar aulas com nosso ministro, sobre como falar sobre economia e infla, ops!, palavra censurada.

    http://www.youtube.com/watch?v=EkHGLkCYnMY

    Novamente, mais completa, legendas em grego, o ministro fala sobre a economia argentina a qual adotou "um modelo de desenvolvimento com inclusão social, ou seja, o desemprego que estava na casa dos 25%, nos anos de 2001 e 2002, hoje está ao redor de 7%",…
    A balança comercial brasileira com o país portenho que o diga.
    Vai que os gregos tomem gosto pelo sistema argentino.
    http://www.youtube.com/watch?v=csSjZ7_7An0

  23. Complementando o post anterior,…
    Interessante que Lorenzito, usou a palavra 'complejo', a qual, traduzida para nosso idioma, significa 'complexo'.
    Uma coincidência com o 'post' do Alex.
    Na verdade, o que ocorre, eu sei. É fraqueza de caráter e ausência de seriedade no planejar para as próximas décadas.
    Interessa o imediato (a cada 2 anos, eleições), o poder (e o dinheiro que através dele se obtém) e ausência de humildade dos governantes (para reconhecer erros e assim, municiarem a oposição).
    Um mix de vaidade, ganância, orgulho e tolice.

  24. O BCB tá só no gogó! Deram 25bps e mesmo assim com placar dividido, o que fez neguinho entender que haverá um mini-ciclo semi-patético com 50% de chance de dar certo. Para refutar o conceito de pangaré que o povo tem dele, o BCB usa as cordas vocais para ajustar a curva. Lembra aquele quadro do Casseta e Planeta, que o cara ficava só de toalha na sauna gay, mas sempre avisando que não era gay.
    Maradona

  25. Alex,
    você vai ler, ou não existe nada de novo no "Reino da Dinamarca"?

    "Os Limites do Possível – A Economia Além da Conjuntura", André Lara Resende(Portfolio Penguin, 288 págs., R$ 44,90)

  26. Mais 3 coisas que ouvi na unesp recentemente:

    " A inflação no Brasil é de custos, a inflação nunca é de demanda, se for é apenas no setor de serviços "

    " Não vejo por que uma empresa contrataria mais por que os salários estão menores, vai contratar o funcionário pra ele ficar dando tchauzinho ? é só o gasto que faz aumentar o emprego "

    " Não vejo pro que uma empresa investiria se não vai vender mais "

    Alex, O Anonimo

    eu to quase pirando kkkkkkkk

  27. "A inflação no Brasil é de custos, a inflação nunca é de demanda"

    O custo deve ir para um buraco negro para nao ter a demanda do outro lado…

    ate que faz sentido, nao tem verba publica que desaparece? Entao…

  28. ele foi lucido nessa resposta

    "–Hay varios puntos para analizar. Por un lado, está la corriente de los economistas del “nuevo desarrollismo”, que dicen que con devaluar se solucionan los problemas de empleo y crecen las exportaciones. Son los “optimistas de las elasticidades”, porque piensan que con precios relativos se soluciona todo. Pero eso no es así: Brasil no sabe hacer químicos como Alemania y no vamos a aprender con un tipo de cambio alto. Los precios no hacen milagros, por algo existe una escuela llamada estructuralismo, que apunta al rol de la inversión pública. Otros economistas dicen que el problema es que casi toda la inversión es financiada por el BNDS. En Brasil está la idea de que un capitalismo dinámico debería ser privado, incluso entre los economistas de izquierda, y ni hablar entre los empresarios. Es un extraño consenso que dice que no se precisa mucho del Estado. Por otro lado, se habla de un supuesto “pleno empleo” en Brasil, algo muy discutible en un país con condiciones laborales tan precarias. Hay un sector de la clase media brasileña que está cada vez más molesta, indignada. Una columnista de O Globo se preguntó recientemente: “¿Cuál es la gracia de ir a París si me puedo llegar a encontrar a mi portero allá? Eso es malestar de clase, y contribuye al consenso de que el crecimiento de Brasil no debe ser radical. Hay muchos economistas, sin embargo, que están comenzando a pedir estímulos directos."

  29. Alex e demais:

    O que vocês acham do Manual de Macroeconomia – Lopes e Vasconcellos ?

    É o melhor livro de Macro para graduação?

    Obrigado,
    Ronaldo.

  30. " Por otro lado, se habla de un supuesto “pleno empleo” en Brasil, algo muy discutible en un país con condiciones laborales tan precarias. "

    Lamentável ler isso, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Produtividade e Política Trabalhista são dados como irrelevantes pra eles … lamentável mesmo …

  31. Como estudante de História discordo do senhor.O BC era para ser um orgão democrático,que permitisse a participação da CUT,UNE,FIESP.

  32. Talvez a expressão máxima de nosso complexo de vira-latas tenha sido a decisão de manter a meta de inflação em 4.5 por cento, ao invés de reduzí-la gradativamente para, digamos, 3 por cento como muitos outros países emergentes.

    Ainda vou escrever algum dia sobre esse erro crucial. Com uma meta de inflação mais alta, nossos juros nominais são mais altos e o BRL se torna mais atrativo para o carry trade. Como um alvo do carry trade, BRL tende a apreciar mais durante os períodos de risk-on e depreciar mais durante os períodos de risk-off, o que dificulta ainda mais a política monetária.

    Irineu

  33. A taxa de politica monetaria mais relevante eh a de 1 meses pois ela representa o principal custo de credito para o pais…

    Bancos captam no di 360 días para emprestar mais ou menos para um periodo de um ano… Com o alargamento de prazos, a taxa de 2 anos tende a ganhar relevancia…

    valeu

  34. Ronaldo,

    O melhor manual para macroeconomia é Macroeconomic Theory, do Michael Wickens. Muito bom.

    Se resultar complicado demais pra ti, usa o Macroeconomics, do Stephen Williamson. É excelente.

  35. "O que vocês acham do Manual de Macroeconomia – Lopes e Vasconcellos ?"

    Rapaz,
    vá de "Macroeconomia", do Olivier Blanchard. Se quiser, dê uma olhada no "Macroeconomia", do Mankiw. Depois, pegue o "Macroeconomia", do Simonsen!Procure-os no site:www.estantevirtual.com.br. Vale a pena!Aquele abraço.

  36. Não foi o Rogério Gomes, foi o Eduardo Strachmann

    Eu to realmente de saco cheio do pós-keynesianismo, ontem estava lendo o livro do Possas

    Eles colocam o gasto como uma variável de decisão, porém o gasto é ex-post, assim como renda ou poupança, e não percebem que o sentido de determinação é do ex-ante para o ex-post ….

    Porra, só eu percebo que o "Princípio da Demanda Efetiva" não passa de bobagem ? =/

    É como falar que o peso em Kilogramas determina o Peso em Libras, e não o inverso, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  37. "O que vocês acham do Manual de Macroeconomia – Lopes e Vasconcellos ?"

    O manual é bom pra Anpec, mas pra graduação acaba passando por alto em algumas coisas. Pro nível de graduação, gosto do Blanchard e do Froyen. E tb o Jones pra parte de crescimento: Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. Jones, Charles.

  38. "Eles colocam o gasto como uma variável de decisão, porém o gasto é ex-post, assim como renda ou poupança, e não percebem que o sentido de determinação é do ex-ante para o ex-post ….

    Porra, só eu percebo que o "Princípio da Demanda Efetiva" não passa de bobagem ?"

    Cara, podes até criticar o PDE, mas não pela merda que proferistes. Imponha-se um voto de silencio até ganhares um mínimo de musculatura para o debate econômico serio!

  39. " Cara, podes até criticar o PDE, mas não pela merda que proferistes. Imponha-se um voto de silencio até ganhares um mínimo de musculatura para o debate econômico serio! "

    Exponha seu ponto cara

  40. Honestamente não vejo problema com o que proferi.

    O Gasto não é fruto de uma decisão individual, envolve a relação entre comprador e vendedor, assim como compradores-possíveis e vendedores-possíveis.

    O Gasto é conhecido ao fim dos negócios, e não antes e portanto não pode ser determinante. Se formos falar em determinação, precisamos usar o ANTES determinando o DEPOIS, e não duas variáveis DEPOIS com uma relação de determinação entre elas.

    Por isso que me parece completamente non-sense falar que o GASTO determina a RENDA, ou então que a RENDA determina o GASTO, ou qualquer coisa semelhante, pois são uma identidade que já aconteceu, ambos "surgem" juntos.

  41. O grande problema do Possas e cia é que não sabem nada de Microeconomia. Portanto proferem asneiras gigantescas de relevância Macro justamente por isso.

  42. Fui aluno do Possas. Muito do que ele ensina é pura baboseira. O tal do PDE é uma grande confusão na cabeça dele que ele praticamente força sobre seus alunos. Um exame mais minuciosos logo revela que não passa de bla bla bla sem qualquer conteúdo econômico relevante.

  43. Se você é da Unicamp ou UFRJ, acho que seria eu que teria motivos pra me recusar a debater com você

    Mas sem problemas rapaz, na falta de solidez teórica, ataque o espantalho

  44. Mostre sua superiodade e destrua meu argumento, eu serei grato e estudarei mais antes de sair falando, seria um favor a mim e um favor ao mundo

  45. " O " e Alex, devido a impossibilidade de comunicação

    o que acham da crítica ao PDE ? Um lixo digno de total desrespeito ou mereceria uma contra-argumentação do anônimo possiano ?

    Aluno de Graduação

  46. Aluno de graduação,

    O PDE, tal como formulado pelo Mario Possas, merece, de fato, críticas.

    Todavia, a sua percepção está errada. Meu conselho: releia mais vezes o objeto da crítica antes de sair falando besteira.

    Forte abraço,

    Economista X

  47. Possas e os kaleckianos só falam a mesma coisa.. Eu tmb sou graduando e percebo a pobreza intelectual dele

    sempre vai nessa linha : "a poupança não é planejada e sim um resíduo da renda" portanto "poupança não determina o investimento"

    Cara como assim, esses caras ignoram os modelos de economia aberta? Deve ser por isso que sempre tentam isolar o Brasil, pra ele se enquadrar no modelo IS-LM simples hahah

  48. "Eu tmb sou graduando e percebo a pobreza intelectual dele"

    auhauhauhauhauhauhau

    "Cara como assim, esses caras ignoram os modelos de economia aberta?"

    sua mula, releia o autor…

  49. 30 de abril de 2013 12:48

    O seu jegue, se ele trabalha com economia aberta e mesmo assim não entende a importancia da poupança para o investimento, problema seu e da sua faculdade de MERDA

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