Nota: este artigo foi escrito em meados de novembro, antes de sair de férias. Tive que fazer pequenas alterações, por conta do que aconteceu desde então, mas deixei registrada a versão original, mesmo porque os acontecimentos recentes mostraram que o ponto central da coluna estava correto. Julguem vocês mesmo. Abs


Quando o próprio governo reconhece que o regime
cambial é de “flutuação suja” é porque não restou flutuação, só sujeira. Nos
últimos 6 meses (127 dias úteis) a taxa de câmbio ficou no intervalo de R$ 2,00/US$
a R$ 2,05/US$ em nada menos do que 106 dias, mais do que 80% do tempo. Como na
história de Cachinhos de Ouro, o mingau parece era muito frio abaixo de R$ 2,00/US$
(apenas 8 observações) e muito quente acima de R$ 2,05 (modestas 13
observações). Apenas naquele intervalo é que as autoridades se sentem pareciam confortáveis.
Os motivos parecem eram claros. Abaixo de R$ 2,00/US$
recomeça a choradeira do setor industrial, à qual o governo não consegue
resistir. Já o câmbio acima de R$ 2,05/US$ parece parecia gerar certo receio, talvez
acerca da inflação, muito embora na lista de prioridades do governo ela apareça
logo após o programa de corte das garras das harpias nos parques federais.
Resta saber se este estado de coisas é seria duradouro. Creio Desenvolvimentos recentes mostraram que não, em função do que vem ocorrendo no mercado de trabalho
e do parco desenvolvimento no campo da produtividade.
Como tenho insistido há tempos, há sinais cada
vez mais fortes que o mercado de trabalho se encontra apertado. Apesar do ritmo
de criação de empregos ter se reduzido, em particular no segmento do trabalho
formal, os salários prosseguem crescendo aceleradamente, algo como 8% no
terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Já o crescimento da produtividade, tomado ao pé
da letra, tem sido negativo, pelo mesmo até o segundo trimestre. Na minha
interpretação, mais caridosa, a tendência de expansão da produtividade é da
ordem de 1,5% ao ano, positiva, mas ainda assim insuficiente para compensar o
aumento de custos advindo da pressão salarial.
Neste aspecto, a salvação da lavoura,
principalmente para o setor industrial, foi a depreciação da moeda. Medido em
dólares o salário médio caiu de US$ 990 no terceiro trimestre de 2011 (o mais
elevado da série) para cerca de US$ 860 no mesmo período de 2012, queda de 13%.
Todavia, a se manter o ritmo de crescimento dos
salários, em um ano seu valor em dólar já estará ao redor de US$ 930 caso a
taxa de câmbio permaneça inalterada, erodindo novamente a competitividade do
setor industrial. Posto de outra forma, passa a ser questão de tempo para que o
BC, guiado pelo Ministério da Fazenda, seja obrigado a migrar a taxa de câmbio
para novo patamar, de modo a manter salários nacionais (ajustados à diferença
de produtividade) alinhados aos dos concorrentes internacionais. Caso haja
sensação de dejà-vu, não se espante:
trata-se da mesma política cambial adotada na década de 70 e com implicações
similares.
Por um lado, desvalorizações periódicas
permitirão o repasse de preços internacionais, assim como observamos
recentemente no caso das commodities
agrícolas.
Por outro lado, o aperto no mercado de trabalho
deve garantir que salários continuem subindo acima da inflação. Em particular
isto implica que a inflação de serviços deve seguir rodando acima da inflação
de bens.
Visto por outro ângulo, à medida que a economia
se aproxima do pleno emprego a taxa de câmbio teria que se apreciar para
aumentar as importações líquidas e, portanto, a oferta total de bens e
serviços. Caso, porém, a política cambial não permita que tal ajuste se dê pelo
barateamento do dólar, a apreciação ocorrerá pelo encarecimento do produto
local.
A alternativa a esta política envolveria, por um
lado, um controle mais estrito dos gastos públicos, em particular dos gastos
correntes e, por outro, um conjunto de políticas dirigido à aceleração do
crescimento da produtividade.
Considerando o que foi feito nestas áreas até o
momento, contudo, consigo até entender porque preocupação com a inflação vem
depois da manicure das harpias: sob este regime deve ser mais difícil trazê-la
de volta à meta do que tentar apanhar os pássaros na unha.
– Ih, não
funcionou…
(Publicado 28/Nov/2012)

36 thoughts on “Dejà-vu

  1. Vocês acham que o mercado de trabalho vai permanecer apertado e os salários vão continuar subindo como aconteceu nos últimos anos ou vai ocorrer uma perda de dinamismo e o salário real vai ficar parado?
    Perda de dinamismo no mercado de trabalho é o meu call pelo que vejo na demanda de crédito, pelo que vejo nos investimentos. O PIB praticamente não reagiu aos cortes de juros (já fez aniversário o cavalo de pau), o IPCA ficou no 5,5% (ok, 6,2% se ainda tivesse LP na cesta de consumo). Será que a inflação fica por aqui e os juros neutros mudaram mesmo?
    Maradona

  2. Estaria as reflexões a seguir equivocadas?

    A questão da competitividade passa por educação e seus diversos níveis. Como muitos países já investiram muito mais que o Brasil em educação, durante muito mais tempo, aqueles países estão hoje mais competitivos (recursos humanos, tecnologia e mais transparência na gestão governamental por causa de uma população mais educada e fiscalizadora).

    Para que o Brasil possua a tal nível de competitividade, seria preciso investir pesado em recursos humanos técnicos e científicos (vamos incluir aí ensinamentos de valores de longo prazo também), complementando com a adoção de um desses dois caminhos:

    1) Parcerias entre governo e setor privado (sem distinção de nacionalidade), esperando que o proprio mercado liberalizado venha a produzir um Brasil competitivo após um período (médio-longo) de investimentos massivos em RH, sem que resulte em concentração maior de renda ou fuga desproporcional de capital e recursos humanos.

    2)Protecionismo do mercado doméstico (cambio e outras barreiras), de forma decrescente, até que o investimento pesado em RH produza resultados em termos de competitividade, liberalizando totalmente para o comércio após tal período.

    Mas vejam por eu acredito que nada irá dar certo:

    Apesar de haver tendência de queda no crescimento demográfico, a população que vem ao mundo é composta pelos mais pobres, por aqueles que dependem do Estado; enquanto que aqueles capazes de bancar um ensino de melhor qualidade para seus filhos já estão em fase negativa na participação do crescimento demográfico.

    A população crescente, que desenvolve seu ensino com base no ensino público, além do programa como o Prouni, não se formam com qualidade e acreditam que o diploma, por si só, é a receita do sucesso. Estes vão precisar sempre do Estado, até mesmo em sua vida profissional, pois precisam que os países mais competitivos não tenham acesso ao mercado domestico para que não lhes retire o emprego na industria.

    Já para os que trabalham na área de serviços, também precisam do Estado, pois ele é capaz de dar incentivos ao consumo (distorcendo o mercado) e lhes prover emprego (ex. industria automobilista).

    Ocorre que, por sermos uma democracia, e os dependentes do Estado serem maioria, os governos assistencialistas tendem, no Brasil, a se manter no governo.

    Essa tendência não ira mudar tão cedo, pois, além do Governo nao ter mais espaço no orçamento (da forma que está) para educação, não há a cultura de busca pelo conhecimento nas pessoas em geral.

    A população, em sua grande maioria, não se esforça para estudar. Mesmo dentre aqueles que estudam para progredir, poucos desenvolvem um conhecimento para se tornar um verdadeiro "agente" dentro do mercado, e menos ainda se importam em se esforçar para mudar o sistema. A maioria quer mesmo é ver novela e BBB na televisão, e ter seu salariozinho no final do mes garantido.

    Vou citar um exemplo. Há um município aqui no Rio, muito frequentado pelos milionários, que quem mora nele ou trabalha no comércio ou é funcionário publico. Isso ocorre na maioria dos municipios do país, o que os deixam totalmente dependente do Estado.

    Tomando um cenário mais realista, já que considero que o investimento de médio-longo prazos em educação não ocorrerá sem um "baque" na política. Quem acreditaria que a democracia, da forma que está, nos levará para um país mais competitivo?

  3. Baita texto.
    Alex, nessa circunstância de zero de inflação de tradables, a saída para a indústria seria promover uma deflação grande o suficiente para que os aumentos salariais menos o ipca sejam inferiores aos ganhos de produtividade, para a indústria passar a contratar mais ?

  4. Nossa, a inflacao vai explodir… Que medo!!!

    Alexandre, o governo esta tentando estimular o produto com cambio desvalorizado, juro baixo e politica fiscal expansionista. A inflacao temporariamente mais elevada eh o preco que se paga. E dai, morreremos com isso????

  5. " Anônimo disse…
    Nossa, a inflacao vai explodir… Que medo!!!

    Alexandre, o governo esta tentando estimular o produto com cambio desvalorizado, juro baixo e politica fiscal expansionista. A inflacao temporariamente mais elevada eh o preco que se paga. E dai, morreremos com isso????""

    Pergunta pra alguém que mora na Argentina, que é o resultado de um uso prolongado da estratégia que você citou

  6. "o governo esta tentando estimular o produto com cambio desvalorizado, juro baixo e politica fiscal expansionista."

    E pelo sabor do cozido, não vai conseguir seu objetivo, pois mera observação inteligente nos permite constatar que a economia brasileira está empacada em um equilibrio de crescimento baixo por motivos outros que falta de demanda agregada.

    Então não vamos morrer por causa desse estímulo. Apenas vamos ter mais inflação do que deveríamos.

  7. O Mantega é o cara que quer vender seu carro usado e para conseguir isso, coloca um anuncio no jornal “quero dar a bunda”. Em outras palavras, não aparece nenhum comprador para o carro usado e se bobear ainda fica com fama de viado.

  8. Alexandre Schwartsman,
    Segundo você:
    "Posto de outra forma, passa a ser questão de tempo para que o BC, guiado pelo Ministério da Fazenda, seja obrigado a migrar a taxa de câmbio para novo patamar, de modo a manter salários nacionais (ajustados à diferença de produtividade) alinhados aos dos concorrentes internacionais. Caso haja sensação de dejà-vu, não se espante: trata-se da mesma política cambial adotada na década de 70 e com implicações similares".
    A política econômica que mais caracterizou a década de 70 foi a do governo de Ernesto Geisel, embora o período de governo tenha sido só de 5 anos.
    Naquela época havia controle forte no comércio exterior, o câmbio foi mantido valorizado, tanto assim que mesmo sendo os anos de preços mais altos das commodities, o Brasil praticamente não tinha saldo na Balança Comercial (É bem verdade que o petróleo era o grande culpado), o déficit público foi mantido alto ainda que a carga tributária tenha subido de 24% no fim do governo de Garrastazu Médici para 27% no governo de Ernensto Geisel e o Brasil vivia de empréstimos externos.
    A década que mais se assemelha ao seu dejà-vu é a de 80, depois da maxidesvalorização de fevereiro de 1983, quando o câmbio após a maxidesvalorização era administrado com desvalorizações proporcionais a inflação. É claro que a década de 80 foi entrecortada pela maluquice do Plano Cruzado dos economistas da PUC/RJ e após o término da década houve novo corte no início da década seguinte com o Plano Collor I.
    Agora o dejà-vu deve ser mais bem avaliado. Serve como exemplo lembrar que nos 5 anos do governo de José Sarney houve mais crescimento econômico do que nos oito de Fernando Henrique Cardoso.
    E outro exemplo mais antigo, mas que foi mencionado recentemente é a comparação que Paul Krugman faz entre a França e a Inglaterra no pós primeira guerra mundial e que pode ser vista no post "Twenties Tales" de 27/11/2012 às 11:36 am, no seguinte endereço:
    http://krugman.blogs.nytimes.com/
    É algo como se a França fosse o governo de José Sarney e a Inglaterra o governo da Fernando Henrique Cardoso, ainda que, sem somar os juros, o déficit público no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso não teve nada de ortodoxia.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 28/11/2012

  9. Alexandre Schwartsman,
    Eu não gostava de Paul Krugman. Nos primeiros textos dele que eu li no final da década de 80, ele criticava muito os países com saldos na Balança Comercial dizendo que o saldo seria sinal de fraqueza e não de força. Como eu ficara impressionado com os efeitos benéficos que a maxidesvalorização de fevereiro de 1983 trouxe para a economia brasileira, eu não lia com bons olhos a análise de Paul Krugman.
    Depois da crise de 2008, Paul Krugman tem me saído melhor do que a encomenda. E fico satisfeito que um economista ganhador do Prêmio do Banco Central da Suécia de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel esteja hoje a abraçar as mesmas crenças que eu como leigo professava há vinte anos, ainda que desde então eu já era céptico e não tinha propriamente crenças.
    Vale então neste post "Dejà-vu", em especial tendo em vista a seguinte passagem:
    "Já o crescimento da produtividade, tomado ao pé da letra, tem sido negativo, pelo mesmo até o segundo trimestre",
    fazer menção a outro post de Paul Krugman "More About Italy" de 28/11/2012 às 8:38 am, e que pode ser visto no seguinte endereço:
    http://krugman.blogs.nytimes.com/2012/11/28/more-about-italy/
    Lá no post "More About Italy" vê-se uma explicação que penso possa ser corretamente aplicável para justificar o baixo crescimento da produtividade brasileira.
    Aproveito para corrigir o endereço do post "Twenties Tales" de 27/11/2012 às 11:36 am, pois eu havia deixado em meu comentário anterior apenas o endereço do blog de Paul Krugman. O endereço do post "Twenties Tales" é:
    http://krugman.blogs.nytimes.com/2012/11/27/twenties-tales/
    E lembro ainda que o post
    "More About Italy" prendeu ainda mais a minha atenção em razão da seguinte notícia:
    "Pesquisa-FGV: Após cinco anos de queda, economia informal se estabiliza em 16,9% do PIB" e que pode ser vista no seguinte endereço:
    http://www.jornalacidade.com.br/editorias/economia/2012/11/27/pesquisa-fgv-apos-cinco-anos-de-queda-economia-informal-se-estabiliza-em-169-do-pib.html
    Em meu entendimento, ainda que de leigo, não é razoável supor que a economia informal seja superior a 5% do PIB. É preciso ver que economista assinaria um estudo assim. É só imaginar que a agricultura com toda a sua expressão e visibilidade não representa 10% do PIB para ver que se trata de um despautério estimar a informalidade da economia brasileira como algo próximo de 17%. Valor, aliás, que não se alcança nem se se tomar o tamanho da informalidade pelo faturamento e não pelo valor agregado.
    De todo modo a informalidade vem diminuindo como se observa pelo aumento de trabalhadores com a carteira assinada e então fica mais coerente com a análise do grande economista americano tomar esta diminuição da informalidade como causa principal do não crescimento da produtividade.
    Não quero com isso negar que o baixo crescimento da produtividade brasileira não seja preocupante. (Acho também que quando os investimentos voltarem a produtividade volta a crescer)
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 28/11/2012

  10. " A inflacao temporariamente mais elevada eh o preco que se paga. E dai, morreremos com isso????"

    Meus caros,
    Reptido algo que já falei aqui antes. Tudo bem. Existem algumas escolas de economia no Brasil (infelizmente, a grande maioria) que não ensinam teoria econômica. Ensinam um misto de sociologia, astrologia e "basic economics for dummies" junto com uma grande quantidade de história. Os caras supostamente não entendem de teoria econômica mas conheceriam muito a história econômica do país, o que permitiria a estes entender muito bem a economia brasileira (seria a grande vantagem comparativa destes vis-a-vis as escolas sérias, onde os alunos aprenderiam muita teoria mas nada do Brasil real). Não sei se esta tese é correta ou não (tendo a achar que não). Em meus momentos mais maléficos acho isto uma grande bobagem e tendo a pensar que tudo é um simples processo de revelação de tipos (nestas escolas não é necessário estudar, principalmente matemática e estatística que são extremamente áridas mesmo para as pessoas que gostam destas – só aprendi medida porque as provas estavam chegando – e elas estão sempre chegando).
    Pois bem, desculpem esta longa introdução. Mas se conheço história econômica recente (mesmo sem saber nada de teoria), ficaria muito preocupado com a situação atual (que é sim muito parecida com a segunda metade da década de 70). O paralelismo entre as políticas é assustador. E depois dela (e devido a ela) tivemos 15 anos perdidos!!!!
    Como não ficar assustado?
    Saudações

  11. Clever, vc deveria criar seu próprio blog. Seus posts são sempre enormes…absolutamente inadequados para um comentário. Além é claro do conteúdo…
    Fica a dica!

  12. "Clever, vc deveria criar seu próprio blog. Seus posts são sempre enormes…absolutamente inadequados para um comentário. Além é claro do conteúdo…
    Fica a dica!"

    Assino embaixo…
    Daniel

  13. Colegas,

    Seria possível dizer que a discrepância existente nos últimos anos entre o preço de bens e o preço de serviços faz diminuir a significação do IPCA como parâmetro?

    Em outras palavras, levando-se em consideração que muitos dos preços dos bens são definidos internacionalmente, não seria o caso de prestarmos mais atenção aos preços dos serviços (já que esses são aqueles preços especialmente sensíveis à política econômica local?

    Abraços

  14. Alex/"O",

    vcs poderiam fazer um post (ou dois) sobre o quasi-calote argentino ou sobre as reformas trabalhistas no mexico.

    Argentina seguiu o caminho q estamos querendo trilhar (esquizofrenia-inflacao-estagnacao) e o mexico esta tentando seguir o caminho (liberalizacao-abertura-reformas) que deveriamos querer trilhar.

    abs
    Xian

  15. Já que o assunto surgiu: alguém me explica por que o salário cresceu nos últimos anos se a produtividade permaneceu estagnada? Afinal, os salários não deveriam acompanhar a produtividade do trabalho? Não aconteceu algo semelhante na Grécia, Irlanda, etc?

  16. Alexandre.

    Voce acha mesmo que o Brasil caminha para o caos inflacionario? Seu texto, embora nao diga isso ipsis literis, cria um cenario tenebroso daqui pra frente…

    E mais, voce, mesmo sabendo que isso nao ocorrera, nao considera suas acusacoes um desrespeito com o Tombini, seu antigo colega de Banco Central, que voce sabe nao deixara tal cenario se concretizar?

    abracos

  17. "Apenas vamos ter mais inflação do que deveríamos"
    "O", teremos mais crescimento do que deveríamos também? Se o governo não for estúpido demais (hipótese frágil), teremos pelo menos uma dívida PIB menor lá em 2014.
    Maradona

  18. Tem banco de Investimento que tem habito de ser otimista que está revendo .9% para o crescimento em 2012. Viva Dilma, a tecnocrata! Viva, Luciano Coutinho e seu toque de Medas!

  19. Xian (sexta-feira, 30/11/2012 às 11:45),
    Falo como leigo que há mais de quarenta anos acompanha a economia do Brasil e já no meados da década de 70 lia os relatórios anuais do BCB para visualizar a economia mundial. Para mim um dos grandes problemas do conhecimento técnico tem sido só acompanhar os dados econômicos com os olhos voltados para o passado.
    Talvez essa compreensão dos dados seja a única que o conhecimento técnico permita empreender tendo em vista as incertezas que rondam o futuro.
    De todo modo, um grande mal que essa dificuldade causou ao Brasil foi a implantação do Plano Cruzado para combater o desemprego, as injustiças sociais e a estagnação econômica que a política final do governo militar fruto de uma imposição do Fundo Monetário Internacional produziu no Brasil. Ocorre que a política que o FMI nos impôs e que culminou com a maxi desvalorização de fevereiro de 1983 e que se manteve até o Plano Cruzado em 1986 nos deu em 1985 – 7,8% – o maior crescimento econômico do Brasil nos últimos 30 anos. O Plano Cruzado, que para um leigo como a mim não tinha nada de plano nem era de estabilização, destruiu a possibilidade de crescimento econômico que o modelo adotado em 1983 favorecia.
    De todo modo não se pode esquecer que foi o Plano Cruzado que nos deu uma das constituições mais democratas e sociais do mundo e uma das mais modernas.
    Quanto aos dados do PIB do trimestre de agosto a setembro de 2012, o que eles oferecem, olhando para o futuro, é uma previsão de recuperação econômica que daqui um ano será fortalecida com o maior nível de investimento que as empresas principalmente do setor exportador deverão fazer.
    Em minha avaliação – de leigo, é verdade – o Brasil entrou na rota do crescimento econômico. E o nosso judeu lá no Ministério da Fazenda é o que mais bem avalia o que é necessário para o Brasil pensando em todos os brasileiros e não só nos professores universitários, nos engenheiros e de turma parecida para quem realmente a inflação é o maior dos inimigos dada a dificuldade para essa turma participar de movimentos reivindicatórios pela recuperação das perdas causadas pela inflação.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 02/12/2012

  20. Anônimo (02/12/2012 às 18:01),
    Não me parece que você tenha um estilo próprio que permita reconhecê-lo em outros comentários para avaliar o que de tão importante você diz com poucas palavras. Por esse último o que se pode dizer é que o "Fora Clever!" lembra cantilinária de José Dirceu, o "Pelo amor de Deus…", equivale a prece de evangelista, o "Faca o exercício" esconde militar empedernido em crise de mando e o "no máximo 5 linha!!!" demonstra pouco conhecimento da Língua Portuguesa.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 02/12/2012

  21. Faco minhas as palavras do Anônimo

    "Clever, vc deveria criar seu próprio blog. Seus posts são sempre enormes…absolutamente inadequados para um comentário. Além é claro do conteúdo…
    Fica a dica!"

    foca no poder de sintese e no assunto q esta sendo discutido.

    abs
    Xian

  22. Anônimo (02/12/2012 às 18:01),
    Em meu comentário de 03/12/2012 às 00:19, eu não deveria ter apontado para seu erro de português, sabedor que eu sou que em relação às questões vernáculas o meu telhado de vidro é completo.
    Antes, entretanto, que um enxerido mequetrefe aponte o meu erro, eu, além de me penitenciar, conserto-o, trocando "cantilinária" por "catilinária" termo que eu emprego ora sozinho ora com a expressão "cantilena" e com o sentido de conversa fiada. Antes do corretor do word eu cometia esse erro com mais freqüência.
    E na crítica que dirigi a você em relação ao "no máximo 5 linhas" eu substituo o "demonstra pouco conhecimento da Língua Portuguesa" por algo como e o "no máximo 5 linha" “ com "s" em linha revela um prosélito de regra de algum modismo da gerência japonesa.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 03/12/2012

  23. Xian (03/12/2012 às 14:30),
    Cada um faz aquilo que pode. Não dá para alguém fazer aquilo que os outros desejam que ele faça.
    Sou prolixo e não sou preciso e então muitas vezes tento esclarecer o que eu já dissera e me torno redundante. Se se dá para endender o que eu digo, quem não precisar da redundância pode saltá-la.
    A prolixidade e a imprecisão explicam muito o tamanho dos meus comentários que sempre foram assim onde quer que eu escreva e como eu não tenho estilo utilizo o tamanho dos meus comentários como uma forma de os identificar. Como dizia o Millor Fernandes, "o hábito não faz o monge, mas o faz aparecer de longe". Assim de longe já posso reconhecer meus comentários.
    A minha crítica ao Alexandre Schwartsman é uma crítica de leigo que vem aqui por interesse em apreender um pouco de economia. Embora considere Alexandre Schwartsman um excelente economista, ele me parece que esquece que economia é também política. E, a menos que se tenha que ficar com um refrão tipo James Carville: "É a política", é preciso historiar um pouco para se perceber nuances políticas que não estão sendo consideradas na pura análise econômica.
    E estendi no meu comentário a você por duas razões. Queria fazer uma crítica a todos que viam o último resultado do PIB como ruim. Na Europa e Estados Unidos, o crescimento do PIB seria apresentado como sendo de 2,4%. É um número bom se se acredita que o número para o quarto semestre será superior e próximo.
    E a segunda razão, embora eu possa está enganado, é que o seu comentário de sexta-feira, 30/11/2012 às 11:45, talvez até pela humildade revelada na pergunta que vem ao final e ao mesmo tempo pela ausência de interrogação na primeira frase que deu à frase um tom um tanto assertivo, levou-me a o imaginar como um jovem empolgado com os primeiros conhecimentos da pura teoria econômica.
    Quis dizer para você que a depreciação cambial incentiva as exportações e as exportações têm efeito no crescimento econômico e a taxa de investimento tem tendência de crescer à medida que se prolonga no tempo boas taxas trimestrais de crescimento econômico.
    Como você pode ver meus comentários são sempre grandes. E muitas vezes desnecessários, como no presente caso, mas, repetindo o que eu dissera antes, é o que eu posso fazer.
    Venho aqui para apreender. E embora sem bagagem teórica sou uma espécie de mochileiro percorrendo a realidade econômica brasileira e com ela apreendendo. Trago para discussão aquilo que pela minha experiência avalio como em discrepância com o que se afirma como verdade aqui no blog. Não vejo razão para se discutir o formato dos meus comentários. Preferiria, ainda que de modo crítico, que se avaliassem os pontos que eu trouxe para a discussão.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 03/12/2012

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