Do garoto Cacá ao craque Kaká. Coluna Mário Marinho

Do garoto Cacá ao craque Kaká

COLUNA MÁRIO MARINHO

O Estadão de hoje, 04-09-2017, traz ótima entrevista de seu editor de esportes, Robson Morelli, com o craque Kaká.

A motivação para essa entrevista é que há 20 anos passados, o mesmo Estadão trouxe uma reportagem com o desconhecido garoto Cacá, de 15 anos de idade. Aquela reportagem publicada 18-09-1997 foi feita pelo saudoso Tuca Pereira de Queiroz, excelente repórter, dono de cativante sorriso que nos deixou precocemente.

Pois foi naquela época, também, 1997, que conheci o garoto esmirrado e bom de bola chamado Cacá.

Naquele ano, 1997, eu e o jornalista Elias Skaff conseguimos com a Federação Paulista de Futebol os direitos de transmissão do campeonato paulista sub 20. Fizemos o acordo com a Tv Gazeta que levou ao ar, ao vivo, os jogos que tinham a transmissão do Celso Cardoso e os comentários deste escriba.

Pois me lembro que em um jogo no Pacaembu, tive minha atenção voltada para um garotinho magrelinho, esperto de nome Cacá.

Pedi informações sobre o garoto ao repórter de campo.

– Ele é da escolinha do São Paulo, chama-se Ricardo, mas tem o apelido de Cacá, informou-se o repórter de campo que, lamentavelmente, não me lembro o nome.

Cacá voltou a participar de se destacar em outros jogos. Não participou de todos porque era muito frágil no meio de robustos rapazes já beirando os 20 anos.

Voltei a me encontrar outras vezes com o Cacá que mais tarde se transformaria em Kaká.

A estreia do garoto Cacá no time profissional do São Paulo deu-se quatro anos depois, em 2001, e foi em grande estilo: ele deu o inédito título de campeão do Rio-São Paulo ao Tricolor.

O jogo do título e da estreia espetacular foi na noite de quarta-feira, 7 de março de 2001, com o Morumbi recebendo 71.668 pagantes.

Eu estava lá nesse momento tal qual o antigo Repórter Esso, como testemunha ocular da história.

O Botafogo carioca, através de Donizete, marcou aos 39 minutos do primeiro tempo.

No segundo tempo, o técnico do São Paulo, Oswaldo Alvarez, fez uma alteração no time: saiu Fabiano e entrou o desconhecido Cacá.

Aos 24 minutos do segundo tempo, Cacá empatou o jogo. Aos 37, fez o gol da vitória e do título.

Veja os gols do jovem Cacá:

https://youtu.be/TIqWD-0LGQw

O time campeão do São Paulo foi este:
Roger; Jean, Rogério Pinheiro e Wilson; Belletti (Reginaldo Araújo), Fabiano (Cacá), Maldonado, Carlos Miguel (Julio Batista) e Gustavo Nery;Luís Fabiano e França. Técnico: Oswaldo Alvarez.

De volta,
as eliminatórias.

Na coluna passada, contei a histórias das eliminatórias de Copas do Mundo desde a primeira delas (1934, já que na primeira Copa, 1930 todos os participantes foram convidados). Parei na Copa de 1974. Vamos continuar, pois.

Copa de 1978 – Sede: Argentina; Campeã: Argentina. Eliminatórias: eis os jogos do Brasil:

Colômbia 0 x 0 Brasil
Brasil 6 x 0 Colômbia
Paraguai 0 x 1 Brasil
Brasil 1 X 1 Paraguai

Copa de 1982 – Sede: Espanha; Campeã: Espanha. Eliminatórias: eis os jogos do Brasil:

Venezuela 0 X 1 Brasil
Bolívia 1 X 2 Brasil
Brasil 3 X 1 Bolívia
Brasil 5 X 0 Venezuela

Copa de 1986 – Sede: México. Campeã: Alemanha. Eliminatórias: eis os jogos do Brasil:

Bolívia 0 x2 Brasil
Paraguai 0 x 2 Brasil
Brasil 1 x 1 Paraguai
Brasil 1 x 1 Bolívia

Copa de 1990 – Sede: Itália. Campeão: Alemanha. Eliminatórias: eis os jogos do Brasil:

Venezuela 0 x 4 Brasil
Chile 1 x 1 Brasil
Brasil 6 x 0 Venezuela
Brasil 2 x 0 Chile

Durante o jogo do Brasil contra o Chile, um rojão foi atirado para o gramado. O goleiro chileno Rojas fingiu ter sido ferido pelo rojão e contou com a participação de médicos e dirigentes chilenos na encenação. O Chile abandonou o gramado na esperança de que fosse marcado um novo jogo já que àquela altura perdia por 1 a 0 e estava eliminado. A farsa foi descoberta e a Fifa determinou a derrota do Chile por 2 a 0. Além disso, os chilenos ficaram proibidos de participar de duas Copas do Mundo (1990 e 1994). Rojas foi banido do futebol porém, mais tarde, recebeu anistia.

Copa de 1994 – Sede: Estados Unidos. Campeão: Brasil. Eliminatórias: eis os jogos do Brasil:

Equador 0 x 0 Brasil
Bolívia 2 x 0 Brasil
Venezuela 1 x 5 Brasil
Uruguai 1 x 1 Brasil
Brasil 2 x 0 Equador
Brasil 6 x 0 Bolívia
Brasil 4 x 0 Venezuela
Brasil 2 x 0 Uruguai

Copa de 1998 – Sede: França. Campeã: França. Essa foi a primeira Copa disputada com 32 participantes. O Brasil, como ultimo campeão, não participou das Eliminatórias.

Copa de 2002 – Sedes: Coreia e Japão. Campeão: Brasil. Pela primeira vez foi usado o sistema de todos contra todos nas Eliminatórias. Eis os jogos do Brasil:

Colômbia 0 x 0 Brasil
Brasil 3 x 2 Equador
Peru 0 x 1 Brasil
Brasil 1 x 1 Uruguai
Paraguai 2 x 1 Brasil
Brasil 3 x 1 Argentina
Chile 3 x 0 Brasil
Brasil 5 x 0 Bolívia
Venezuela 0 x 6 Brasil
Brasil 1 x 0 Colômbia
Equador 1 x 0 Brasil
Brasil 1 x 1 Peru
Uruguai 1 x 0 Brasil
Brasil 2 x 0 Paraguai
Argentina 2 x 1 Brasil
Brasil 2 x 0 Chile
Bolívia 3 x 1 Brasil
Brasil 3 x 0 Venezuela

Copa de 2006 – Sede: Alemanha. Campeã: Itália. A partir da Copa da Alemanha, o campeão mundial da copa anterior passou a ser obrigado a disputar as Eliminatórias. Eis os jogos do Brasil:

Colômbia 1 x 2 Brasil
Brasil 1 x 0 Equador
Peru 1 x 2 Brasil
Brasil 3 x 3 Uruguai
Paraguai 0 x 0 Brasil
Brasil 3 x 1 Argentina
Chile 1 x 1 Brasil
Brasil 3 x 1 Bolívia
Venezuela 2 x 5 Brasil
Brasil 0 x 0 Colômbia
Equador 1 x 0 Brasil
Brasil 1 x 0 Peru
Uruguai 1 x 1 Brasil
Brasil 4 x 1 Paraguai
Argentina 3 x 1 Brasil
Brasil 5 x 0 Chile
Bolívia 1 x 1 Brasil
Brasil 3 x 0 Venezuela

Copa de 2010 – Sede África do Sul. Campeã: Espanha. Eliminatórias – Eis os jogos do Brasil:

Colômbia 0 x 0 Brasil
Brasil 5 x 0 Equador
Peru 1 x 1 Brasil
Brasil 2 x 1 Uruguai
Paraguai 2 x 0 Brasil
Brasil 0 x 0 Argentina
Chile 0 x 3 Brasil
Bolívia 0 x 0 Brasil
Venezuela 0 x 4 Brasil
Brasil 0 x 0 Colômbia
Equador 1 x 1 Brasil
Brasil 3 x 0 Peru
Uruguai 0 x 4 Brasil
Brasil 2 x 1 Paraguai
Argentina 1 x 3 Brasil
Brasil 4 x 2 Chile
Bolívia 2 x 1 Brasil
Brasil 0 x 0 Venezuela

Copa de 2014 – Sede: Brasil. Campeã: Alemanha. Eliminatórias – Como sede, o Brasil não participou das Eliminatórias.

Dessa copa, trazemos a dor e a vergonha da humilhação de perder por 7 a 1 da Alemanha.

Um dia a dor passa.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

3 thoughts on “Do garoto Cacá ao craque Kaká. Coluna Mário Marinho

  1. Boa tarde, caro escriba!

    Foi muito bem com Kaká se apresentando e jogando muito.
    Também nota 10 ao mostrar os gols do futuro craque no jogo.

    Um abraço!

    Cesar Camarinha

  2. Caro Guilherme,
    Você tem toneladas de razões. Perdemos mesmo para a Itália, no tristemente inesquecível desastre de Sarriá, e a Itália, de Paolo Rossi, tornou-se campeã. Foi um erro de digitação. Ou de atenção. Ou ambos. Muito obrigado pelo prestígio de sua leitura.
    Mário Marinho

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