Obsessão, de novo

Começo este artigo com uma confissão: não publico hoje texto exatamente inédito. Na verdade, quando estreei esta coluna há 5 anos escrevi algo, se não idêntico, pelo menos bastante parecido, assim como em outras oportunidades. E, se o tema tornou-se algo obsessivo, justifico-me lembrando que nada foi feito a respeito e – pior, no meu ponto de vista – ninguém parece ter prestado a mais remota atenção aos meus argumentos, experiência, acreditem os 18 leitores, para lá de frustrante. Desculpas apresentadas, sigo em frente.
Neste fim de semana a Folha deu destaque aos dados recém-publicados pela Receita Federal, revelando que, após breve interrupção em 2009, por conta da recessão, a carga tributária voltou a subir no Brasil no ano passado, atingindo cerca de 35,2% do PIB, marca inferior apenas às observadas em 2007 (35,3%) e 2008 (35,5%). O número em si impressiona, pois são poucos os países no estágio de desenvolvimento semelhante ao brasileiro que apresentam tamanho peso de impostos. Entretanto, mais do que o mero tamanho da carga, duas outras implicações saltam aos olhos.
A primeira, mais direta, diz respeito ao tamanho do governo. Se os três níveis de governo no país arrecadaram o montante acima, é possível, deduzindo seu resultado primário, estimar também quanto gastaram.
De acordo com os dados compilados pelo Banco Central, o superávit destas esferas registrou 2,8% do PIB. Todavia, como chamei atenção extensamente (talvez até demais, pelas reações que isto eventualmente causou), parcela considerável deste superávit não veio da arrecadação normal de impostos, mas sim de receitas não-tributárias, como pagamento de dividendos e a cessão onerosa dos direitos de exploração do petróleo no pré-sal. Ajustando os dados em função destas receitas não-tributárias estimo que o superávit primário em 2010 tenha atingido algo como 1,2% do PIB.
Assim, se as receitas tributárias ficaram em 35,2% do PIB e o saldo primário chegou a 1,2% do PIB, não é difícil concluir que as despesas primárias teriam atingido 34% do PIB. Repito: os três níveis de governo no Brasil gastaram cerca de um terço de toda a riqueza gerada no país no ano passado, fenômeno também incomum entre países de nível de renda similar ao nosso.
Fonte: Autor a partir de dados da SRF e BCB (originalmente apresentado por Rogério Werneck)

A segunda implicação diz respeito à evolução da carga tributária e dos gastos públicos desde a estabilização, no agora longínquo ano de 1994. Naquele ano a carga tributária chegara a 27% do PIB, ou, a preços de 2010, algo como R$ 605 bilhões. Os gastos, por sua vez, equivaliam a 23,3% do PIB, ou R$ 522 bilhões a preços atualizados. O PIB, corrigido pela inflação, montava então a R$ 2,2 trilhões.
Isto dito, a carga tributária em 2010 foi R$ 1,3 trilhões, enquanto os gastos bateram R$ 1,2 trilhões e o PIB atingiu R$ 3,7 trilhões. Ou seja, nos 16 anos em que o PIB cresceu o equivalente a R$ 1,4 trilhões, os tributos aumentaram R$ 687 bilhões e os gastos nada menos que R$ 726 bilhões. Posto de outra forma, de cada real acrescido ao PIB brasileiro nos últimos 16 anos, o governo tributou 48 centavos (687÷1432) e gastou 51 centavos (726÷1432).
Vale dizer, nossos sócios em Brasília (e nos governos locais) tomaram cerca de metade daquilo que eu, você e os demais brasileiros produzimos a mais desde a estabilização da economia, e gastaram com gosto.
Não tenho espaço disponível para discutir se o aumento do gasto redundou em melhora do bem-estar do país, mas pergunto aos 18 heróis: vocês acreditam que um governo que lhes toma metade daquilo que esperam ganhar está reduzindo seus incentivos para investimento e inovação (e portanto crescimento), ou que isto em nada afeta as escolhas que vocês fazem?
Se optaram pela primeira alternativa, já mostram saber muito mais de economia do que os mandarins de Brasília. A propósito: deixaremos voltar a CPMF?
Bom ano a todos: Shaná Tová!
Não tem jeito: vamos precisar da CPMF
(Publicado 28/Set/2011) 

78 thoughts on “Obsessão, de novo

  1. Caro Alexandre Schwartsman,
    infelizmente no Brasil – e no mundo afora diga-se de passagem – temos visto os atritos entre os ciclos econômicos e os ciclos políticos, resultando nas distorções de política econômica (a "gestão" dessa crise de dívida tem exposto claramente esse fenômeno). Tivemos diversas oportunidades para diminuir o tamanho do governo e estimular o setor privado de maneira consistente e sustentável, mas deixamos passar. Caso o cenário do BCB se materialize, outra janela se abrirá, mas confesso ter perdido a esperança.

  2. Alex, ótimo artigo. Vc fez menção a estabilização da economia em 1994, e se tomarmos os dados que vc apresentou podemos inferir que trocamos imposto inflacionário por aumento da carga tributaria. É isso?
    Abs.
    M.

  3. Trecho de uma materia do VALOR de hoje:

    Tombini retornou de Washington com a certeza renovada de que não errou no diagnóstico que levou o Copom a cortar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual. Ao contrário, as conversas das autoridades monetárias internacionais e altos representantes do mundo das finanças, no fim de semana, só aumentaram o pessimismo sobre o futuro da crise na Zona do Euro e sobre o fraco dinamismo da economia americana.

    Essa impressão foi reforçada ontem pela decisão do presidente do banco central de Israel, Stanley Fischer, de reduzir a taxa de juros de 3,25% para 3% ao ano, mesmo diante do fato de a inflação do país estar acima da meta oficial – 3,4% em 12 meses, face à meta de 1% a 3%. A medida surpreendeu analistas em todo o mundo, mas, nas reuniões do fim de semana em Washington, Fischer, um ex-dirigente do FMI considerado ortodoxo, teria relativizado a preocupação com a alta inflacionária neste momento.

    "Isso mostra o quão preocupados estão os banqueiros centrais com o que eles ouviram em Washington. Fischer alegou que no ano que vem pode ocorrer deflação e não inflação. Ele deixou claro, nos debates, que a questão da inflação neste momento é irrelevante", revelou ao Valor um participante dos encontros na capital americana.

    —————————

    O Fischer virou heterodoxo agora? Inflação 10% maior que o teto e o cara corta os juros?

    Podemos dizer que o BC de Israel está sofrendo pressão política também?

  4. Alex,
    o assustador eh pensar que alem de 34% do PIB o governo ainda precisa emitir titulos de divida.

    Ha algum grafico somando arrecadacao de impostos + titulos da divida desde 1990?

    acharia esse sim um numero mais real.
    e um grafico muito mais interessante para compararmos governo (politica economica) x crescimento economico.

    Nelson

  5. "Desses gastos governamentais, qual a porcentagem vai para a remuneração de rentistas?"

    Desses que eu calculei, zero (você leu o artigo? Se leu, vai entender porque é zero)

  6. "Podemos dizer que o BC de Israel está sofrendo pressão política também?"

    Meta de 1% a 3%, inflação em 3,4% e expectativa de deflação para o próximo ano.

    Até onde pode ir a desonestidade intelectual?

  7. Off topic

    Why is Brazilian Inflation so high? Inflation persistence in Brazil
    and other emerging markets
    * Marcio Holland – EESP FGV

    " …. The countries we include in our sample of emerging markets with a history of high inflation in recent years
    are: Brazil, Colombia, Peru, Chile and México in Latin America; South Africa in Africa; Czech Republic,
    Poland and Hungary in Europe and Israel in Asia …"

    Israel in Asia ???

  8. Alex você viu e ouviu o discurso do idiota do Lula na França? Assim a gente entende o porque dessa situação.Os seus dados são estarrecedores. Parabéns pelo artigo, mais uma vez corajoso.

  9. Pelo gráfico notam-se três períodos de grande crescimento da carga ajustada: 91-94; 96-02 e 03-08 sendo o último o menor (~2,5%). Entre 96-02 o PIB cresceu 15% e entre 03-08 22%.
    Acho que caberia discutir, para fins elucidativos, o que levou a esse crescimento, especialmente em um período onde a política econômica era comandada por ortodoxos (se bem me lembro a União ficou com a maior parte desse crescimento). Sem ironia, nunca pesquisei isso.

    Por outro lado se o governo tributou metade do produzido não fez isso de forma igual. Segundo o IPEA a carga tributária das famílias mais pobres é de 32% da renda, enquanto a das mais ricas é de 21%. Logo os leitores do blog (a maioria pelo menos) não sofreu tanto quanto os mais pobres. Péssimo.

    Quanto a primeira pergunta, provavelmente não tanto assim.
    http://www.cbpp.org/images/2011-05-13ui-f1.jpg
    http://3.bp.blogspot.com/-JainZiRpFtQ/ToAlgv_Cz5I/AAAAAAAAAN8/eexQq6yo7Ps/s1600/Employment+taxes.jpg

  10. Anônimo 28 de setembro de 2011 11:27

    "Ele deixou claro, nos debates, que a questão da inflação neste momento é irrelevante", revelou ao Valor UM PARTICIPANTE dos encontros na capital americana."

    Via de regra, inside information em reportagem de jornal "revelada" por fonte oculta privilegiada têm o mesmo valor que uma nota de R$ 3,00. A mensagem que se quer passar está nas entrelinhas. Foi servida por encomenda.

    Em uma das reportagens a respeito dos temores, no Valor de hoje, há uma informação bem mais interessante e reveladora:

    "Quando falou de economia brasileira, Tombini mostrou as defesas do país, defendeu a ideia de que o Brasil está hoje menos vulnerável do que em 2008 e REITEROU A APOSTA de que a inflação começa a declinar no último trimestre do ano e volta à meta de 4,5% NO FIM de 2012. Aqui, há um problema.

    Tombini disse que a inflação média mensal dos últimos cinco meses (setembro incluído) foi de 0,34%, face a 0,77% dos sete meses anteriores. Jogando para 12 meses o 0,34% mensal, o IPCA vai a 4,3%. Ocorre que, no período considerado, a inflação costuma ser mais baixa mesmo. A dessazonalização dos valores mostra, na verdade, um número bem mais alto – 6,9% em 12 meses. [Eu observo: é normal um presidente de BC esquecer ou omitir o detalhe singelo apontado pelo jornalista?]

    Tombini NÃO FALOU UMA SÓ VEZ, durante a apresentação [ao Senado], sobre a persistente deterioração das expectativas de inflação e também do repasse da desvalorização do real para os preços (neste caso, provocado por um senador, minimizou-a ao dizer que apenas 5% da perda de valor do real será repassada)."

    O mundo de Tombini
    Cristiano Romero
    Valor Econômico – 28/09/2011

    http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/9/28/o-mundo-de-tombini

  11. Enquanto os gastos públicos não forem contidos, a tendência é de crescimento da carga tributária. Esta é maneira de se fazer política econômica no Brasil: para se resolver, temporariamente, as "justas" demandas de burocratas dos três poderes e interesses corporativos de toda ordem, eleva-se a carga tributária sobre os que não tem voz. Temporariamente porque logo ali vem novas demandas e, por conseguinte, novos tributos. Mas não são somente as relações gasto/pib e tributos/pib que explicam a importância do Estado na economia. Considerem: 1) o quanto e o que se regula; e 2) o quanto e o que se fiscaliza neste país. O passado patrimonialista tem seu preço…

  12. Paulo, o presidente do BC não pode falar outra coisa. Imagina se ele afirma que a inflação vai estourar a meta? AÍ sim a coisa desanda de vez.

  13. Diminuir a carga tributaria e o tamanho do governo, infelizmente, talvez seja um sonho p/ os meus netos, ou bisnetos…

    Mas seria interessante haver uma tranferencia das receitas e despesas p/ os Estados e municipios. Assim um pouco do desperdicio, corrupcao e favorecimento a grupos especificos pelo governo federal ficaria mitigado. Os pagadores de impostos teriam mais incentivos p/ fiscalizar a mafia, digo, o governo jah que haveria uma diminuicao da "ignorancia racional".

    Acredito que apenas um verdadeiro federalismo colocaria um pouco de competicao entre as unidades federativas e poderia incentivar menos impostos e mais contrapartidas reais.

    []s!

    P.S.: ofender, sem provocacao, colegas que postam nao eh legal. Nao vejo nenhum motivo p/ chamar um colega de "burro".

  14. Anônimo

    Os fatos relatados na reportagem citada remetem para a audiência pública de Tombini na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no dia 26 de setembro. Nesta audiência, o presidente do BC esquivou-se [talvez contando com a cumplicidade de alguns senadores e a leniência de outros] de falar seriamente a respeito do que de fato afeta muito diretamente a minha vida e a de muitos brasileiros. Meus caraminguás estão em caderneta de poupança e parte do valor do que ganho por mês está sendo corroído pelo aumento da inflação.

    Observação: Junte-se a isso o que está apresentado no artigo do Alex e temos o seguinte cenário: todo dia, depois que volto do trabalho, sou assaltado por dois bandidos, um em cada extremo do quarteirão da rua que obrigatoriamente tenho de passar. Qual a minha alternativa? Deveria mudar de bairro? Pois é.

    Hoje, depois de dois dias da declaração de Tombini no CAE, ocasião em que o presidente do BC “REITEROU A APOSTA de que a inflação começa a declinar no último trimestre do ano e volta à meta de 4,5% NO FIM de 2012”, O BC divulgou o Relatório de Inflação do terceiro trimestre, que trouxe o segue:

    “A estimativa de inflação medida pelo IPCA (índice oficial do governo) em 2011 aumentou de 5,8% para 6,4%, no chamado cenário de referência utilizado pelo BC. Para 2012, o BC reviu a sua estimativa de inflação de 4,8% para 4,7%, no mesmo cenário. Dessa forma, pelos cálculos do BC, o IPCA ainda não irá convergir para o centro da meta de inflação, de 4,5%, no ano que vem. O presidente do BC, Alexandre Tombini, disse no início dessa semana que essa convergência era possível. Pelos dados do BC, divulgados hoje, a inflação só chegará ao centro meta no segundo trimestre de 2013.” (ESP, 29/9/2011)

    Desconheço muitas coisas. Mas uma que sei bem é perceber que quando alguém fala em resposta a perguntas e não diz “coisa com coisa” a respeito do que foi perguntado ou esta pessoa está mentindo, ou está falando por falar, ou seja, está tagarelando a respeito do lhe foi perguntado. Descartando a segunda alternativa, minha questão é: é aceitável que um presidente do BC minta descaradamente em audiência pública? Eu penso que não. E voltamos a questão do início. Devo mudar de bairro? Pois é.

  15. "O" Anonimo,
    Eu posso ser burro, mas não sou desonesto. Qualquer análise honesta de contas/despesas públicas deve levar em consideração aquilo que é gasto na remuneração dos rentistas.
    O mundo derretendo por causa de dívidas de países, mas no Brasil os gênios nem levam isso em consideração quando analisam as contas do governo.

  16. Aliás, quem é marginal?
    Nos EUA, o Henry Paulson sai do mercado e vai pro governos. No Brasil é o contrário, fulanos saem do governo e vão pro Itau, Unibanco, e até ha pouco atrás nem havia o conceito de quarentena no Brasil. E essa turma, W. e cia ltda entregaram o que? Não performaram.
    O Meirelles que não é acadêmico foi muito melhor que todos esses que não conseguiram tenure.

  17. "Qualquer análise honesta de contas/despesas públicas deve levar em consideração aquilo que é gasto na remuneração dos rentistas. "

    Por quê?

  18. A propósito, viu a ementa da prova de economia do concurso do BNDES?

    Olha um pedaço: VII – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL:
    Desenvolvimento na economia política clássica: especialização, divisão social & internacional do trabalho e produtividade. Desenvolvimento
    em Marx: a acumulação de capital e a dinâmica da taxa de lucro no longo prazo. Inovação, progresso tecnológico e o processo
    schumpeteriano de “destruição criadora”. O modelo de desenvolvimento de Rosenstein-Rodan: teoria do big-push. O modelo de Lewis:
    desenvolvimento com oferta ilimitada de mão de obra. Desenvolvimento em Hirschman: efeitos de encadeamento para frente e para trás. As teses de Prebisch-Singer: deterioração dos termos de troca e a economia política da CEPAL. Economias dinâmicas de escala, o papel da
    indústria manufatureira e a lei de Kaldor-Verdoorn. As teorias de crescimento neoclássicas: modelos de crescimento exógeno (Solow) e
    endógeno (Lucas-Romer). Desenvolvimento e restrições externas ao crescimento (a “lei” de Thirwall). Desenvolvimento e distribuição de
    renda. Desenvolvimento como “liberdade” para inclusão política, econômica e social: a visão de Amartya Sen. Medidas de distribuição de
    renda. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Doença holandesa (Dutch disease) e desindustrialização: fatores determinantes nos
    países desenvolvidos e da desindustrialização “precoce” nos países em desenvolvimento.

    http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/empresa/concursos/edital2011_2.pdf

  19. Caro Alex, excelente. Só não sei se não seria mais elucidativo trabalhar com as receitas extra-tributárias também (afinal é tudo PIB) e dar real noção da fatia que é apropriada pelo Estado (em vez de reduzir a expressão do superávit primário), e com o resultado nominal, para ficar claro que não há contribuição alguma para a poupança agregada. Mas creio que o essencial o seu exercício não pega: é muito mais difícil avaliar a contrapartida desses fluxos financeiros. Você diz “não tenho espaço disponível para discutir se o aumento do gasto redundou em melhora do bem estar do país”, mas não há qualquer razão para supor uma relação como essa, pode muito bem, inclusive ter piorado o bem estar geral. O problema do setor público brasileiro não é ser muito ineficiente, mas ser inoperante na maior parte de suas atribuições, tradicionais ou exóticas. Exagerando (com finalidade retórica, bem sei) é como se pegássemos (e pagássemos) metade do que produzimos e queimássemos. Claro que não falta demanda efetiva, bem como inexiste poupança, qual o mistério dos juros elevados para manter os preços? Também estou me repetindo, em relação ao comentário que fiz para o post de “O” em 21/9.

  20. Essa taxação obsessiva, as proteções, a burocracia e a insuficiência de infraestrutura têm comprometido a competitividade da produção, mais do que o câmbio. Este ainda permite acesso a insumos, tecnologias… A tributação confiscatória só se mantém com aumento da corrupção.

  21. CPMF: cascalho dos palhaços para marginal federal.
    Publicado, na Folha de hoje, um bom artigo do Krugman sobre realidade econômica e falácia política em tempos bicudos.

  22. Infelizmente, o Estado brasileiro dá muito dinheiro pra quem critica seu tamanho. É uma pena que junto com os bilhões de dólares remetidos ilegalmente pro exterior não possamos exportar os donos deles também, e sem volta. É uma pena que os EUA não estejam dispostos a adotá-los, preferem ficar com criminosos cubanos do que com ricos brasileiros, devem ter seus motivos mesmo. A Coréia do Sul pegou os seus empresários e banqueiros e mandou para "campos de reeducação" para ensinar patriotismo, hoje eles são a Hyundai, a KIA, a Samsung. Já o Brasil premia os seus nababos com impostos que equivalem a um décimo do que eles pagariam no 1 mundo, é o único país do mundo (exceto ditaduras africanas) a ostentar carga tributária regressiva, e os caras ainda reclamam que o governo gasta demais. Eles tão ganhando pouco, tadinhos. Por isso o Brasil não tem jeito. Nossa elite tem vergonha do país, quando devia era ter vergonha de si mesma. No nosso caso, nem campo de reeducação resolve. É paredon mesmo.

  23. Pudera, o dono do blog trabalhou no Bacen e hoje se dedica a difamar a instituição. Não tem o menor respeito sequer pela casa que o acolheu, não por merecimento mas por indicação política. Deu uma entrevista dizendo que o Bacen não se preocupa mais com a inflação no país, só com crescimento. Uma vez que o Bacen é obrigado por lei a fazê-lo e seus diretores incorrem em crime se não o fizerem, muito mais do que antiético, o que o sr. fez é uma denúncia grave sr. Alex. O sr. tem provas do que disse ou estava apenas caluniando uma das principais instituições econômicas do país pela certeza da impunidade?

  24. Respondendo a pergunta que "o anonimo" não soube responder, por ignorância ou má fé, o percentual de gastos governamentais que vai para os rentistas equivale a 5,83% do PIB ou R$ 230,5 bi. A informação é pública, mas quem só lê este blog dificilmente a encontrará de fato. Afinal é com uma pequenina parte desse dinheiro que este blog se sustenta. Mas sem stress: o montante ainda é suficientemente elevado para tornar a profissão de economista no setor financeiro extremamente atraente para incautos estudantes incapazes de serem aprovados num curso mediano de engenharia ou quiçá encontrar algum meio de contribuir de alguma forma útil para sua família e seu país, que não seja cortando os pulsos ainda na adolescência. Apesar de todo o desincentivo ao investimento em capital humano que é gerado pela elevada carga tributária do país. Sem problemas, não é preciso muito investimento para ser economista e menos ainda para ganhar dinheiro no mercado financeiro com um governo tão generoso como esse.

  25. Um problema quando se repete seguidas vezes pode ter várias razões, mas com certeza uma só causa. Eu ainda não conheci NENHUM Estado, país ou nação que financie seus gastos 100% com impostos, todos eles recorrem ao mercado, ao setor produtivo para complementar suas necessidades para serem convertidos em benefícios para sua população. Acho que o problema é quando esta relação não encontra nas autoridades, nos políticos, na sociedade sensibilidade para com seus problemas.

  26. O Adailton está mais para carcereiro ou justiceiro do que alguém a ser levado a sério. Como podemos chamar alguém que mistura arrogância, ignorância e falta de educação numa pessoa só?

  27. Deve ser triste fazer engenharia para depois chegar a conclusão que o único modo de ganhar a vida é fazendo concurso ou virando economista. Chora não vai, os bons engenheiros conseguem bons empregos, mas só os bons.

  28. Os juros da divida merecem outro topico, o topico diretamente relacionado eh a eficiencia da razao arrecadacao-gastos publicos.

    Existe um enorme montante de literatura sobre porque os gastos publicos tendem, devidos aos incentivos, a serem ineficientes e o governo tende, novamente devido aos incentivos, a arrecadar mais. E eh fantastico que alem da literatura o Brasil fornece inumeros exemplos empiricos do mesmos.

    Mas quando aos juros: a teoria do capital explica a funcao basica dos juros em alocar intertemporalmente investimentos. Juros reais de 5% aa nao sao altos, um pouco menos que isso e teremos formacao de bolhas, que tem aplacado tantos outros pais.

    Mas talvez fosse possivel reduzir um pontinho nos juros, mas isto necessitaria um ajuste fiscal, que esperamos seja pelo lados dos gastos ao inves da tributacao: na se paga mais p/ quem jah eh ineficiente e, adicionalmente, favorece grupos especificos de "empresarios", como o governo atual tem feito. Vide o post anterior aqui no Blog do Alexandre.

    []s!

    P.S.: Li, mas nao acho a fonte no momento, que o David Cameron estava propondo um aumento na aliquota incidente sobre os funcionarios publicos por causa de um deficit de cerca de 2 bilhoes de pounds. O Brasil tem cerca de 50 bilhoes de reais em deficit na previdencia p/ os funcionarios publicos. Com todo os respeito aos colegas do setor publico, como se chama isto?

    P.P.S.: Ad Hominem = atacar a pessoa ao inves dos argumentos.

  29. Caro Adailton, foi Schumpeter quem disse (não me lembro exatamente onde, e cito de memória): que o capitalismo é o único sistema que paga os seus próprios críticos. Mas na boca dele a frase soava antes como o reconhecimento da integridade do sistema do que como censura a quem quer que fosse. E digo à integridade e não à força do sistema, porque Schumpeter acreditava que esses críticos venceriam, e o capitalismo seria substituído por alguma forma de socialismo burocrático. Mas se o capitalismo paga, é o sistema democrático que permite o livre contraditório, e é contra a democracia que se dirige a crítica que você faz. O Alex participou da diretoria do Bacen e hoje critica a atuação desse mesmo órgão, qual o problema? Pior é o meu caso que sou funcionário federal de carreira e estou convencido da quase inoperância de nossa máquina pública (e sem largar a boquinha). Qual o problema? Qual a questão moral envolvida? Não tivesse eu me tornado um burocrata, talvez ainda fosse de esquerda, talvez ainda acreditasse na importância da iniciativa estatal. Mas como não me sinto inteiramente seguro de nossa democracia (até porque pensamentos como o seu são encontradiços na burocracia) eu continuo usando de um pseudônimo. A propósito, muitos não percebem que a burocracia, em função dos incentivos que a cercam, é naturalmente “de esquerda” (que justifica a intervenção estatal e procura limitar o empreendimento privado), mesmo quando posa de liberal. O fato de o PSDB ter ficado com a imagem de pólo direitista de nosso espectro político, bem como a facilidade com que o Estado aumenta a carga tributária (como mostrou Alex em seu texto), apenas comprova a fraqueza de nossa sociedade civil e de nossa democracia. Como bom burocrata, por dever de ofício, informa ao Alex e ao “O” que não falo pelo Blog, nem pretendo defende-los, atenciosamenete.

  30. Pra início de conversa, arrogância, ignorância e falta de educação são "qualidades" do dono deste blog e de seus fãs "anônimos", que as exercita regularmente neste espaço contra colegas de profissão que discordam de suas idéias. Particularmente, não me importo com isso pois é direito de vcs se expressar como queiram e é direito dos ofendidos buscar reparação de for o caso. Minhas críticas foram claras e objetivas, mas a elas ninguém respondeu, como eu já esperava. Critiquei a falta de comprometimento dos economistas brasileiros em geral para com seu país e a falta de ética do sr. Alex em particular, ao denegrir a imagem da instituição na qual trabalhou, que "por acaso" é a autoridade monetária do país. Fosse em qualquer país civilizado ele não conseguiria emprego nem como consultor financeiro de boteco depois de falar o que falou do Bacen (ou de qualquer empresa privada inclusive), mas como estamos no Brasil, ninguém dá a mínima, afinal por aqui todo mundo sabe que economistas são contratados pelos contatos que tem no governo, jamais pela postura ética e talento profissional. E por falar em economistas, lamento que os senhores tenham ficado ofendidos com a verdade – de fato, a comparação com engenheiros é infeliz em respeito aos últimos. Vocês mereciam ser comparados com advogados ou coisa semelhante, isso sim. Mas não se preocupem: como eu disse, com sua falta de comprometimento ético e profissional para com o país em que vivem vcs não conseguiriam emprego decente em lugar nenhum do mundo, então agradeçam pelo Estado brasileiro ainda ser tão generoso em subsidiá-los, pois com os juros caindo em breve a mamata acaba e vocês vão ter de começar a entender na prática o que significa "correr riscos" – leia-se trabalhar. E só para ficar bem claro mais uma vez, já que não dá pra desenhar neste espaço, vou apenas pontuar novamente tudo aquilo que os senhores tem medo de discutir: 1) o fato do Brasil ser o único país do mundo acima de renda média a ostentar carga tributária regressiva; 2) o fato do Brasil ser o único país na história a ostentar taxas de juro reais de 2 dígitos por mais de 20 anos; 3) o fato do Brasil ser o único país do mundo onde ex-diretores do Banco Central podem difamar impunemente seus sucessores, sem qualquer preocupação com o impacto que declarações como essa produzem sobre os mercados e sobre seu próprio currículo; 4) o fato do Brasil ser o único país do mundo onde valores como amor à Pátria, trabalho, decência e respeito às instituições e à contribuição das gerações anteriores são depreciados justamente pelas camadas mais elevadas em termos de renda e escolaridade. Se um economista norte-americano ou europeu lesse as barbaridades que vocês escrevem por aqui, visse sua falta de apreço por esta terra e tudo o que vem dela, seu desrespeito a princípios elementares de civilidade, então compreenderia facilmente porque o Brasil é o que é. Mas pra sorte de vcs sua opinião sobre o Brasil é solenemente ignorada lá fora. Ética, humanismo e bom senso são o maior capital humano que um indivíduo pode acumular ao longo de sua vida, mas infelizmente para vocês senhores, essas qualidades não podem ser adquiridas em bancos de universidades e muito menos em bancos de investimento nacionais. São coisas que se aprendem em casa e "apanhando" na vida. Não espero sinceramente que os senhores compreendam isso, pois estão ocupados demais ganhando dinheiro às custas de um país doente e reclamando que o médico é caro, que poderiam ganhar mais se ele parasse de tentar encontrar a cura e acabsse com os sintomas por meio de uma overdose de medicamentos. Mas um dia, cedo ou tarde, a doença bate à porta de vocês também. E daí não vai adiantar chorar nem implorar pela visita do médico novamente.

  31. Sr Alberto, agradeço pelo comentário respeitoso mas reafirmo que o sr. está equivocado quanto à atitude do sr. Alex. Todo e qualquer cidadão tem direito de criticar qualquer ação do governo, mas deve tomar o cuidado de não questionar sem provas a motivação dos agentes públicos, pois isso é crime. Eu posso dizer que nossa presidente só faz besteira, mas eu não posso dizer sem prova que ela quer o mal para o país ou que ela descumpre a lei. O sr.Alex não criticou a atuação do Bacen, ele criticou sua motivação e assim difamou a instituição. Se eu quiser ser crítico da atuação do Bacen, então eu questionarei a validade do modelo que ele emprega e a velocidade e a efetividade de suas ações. Isso é uma coisa. Outra bem diferente é eu dizer que o Bacen não combate mais a inflação no país e só visa crescimento, como ele fez. Daí passou dos limites, pois ele questionou o caráter e o interesse dos diretores da instituição e não o eventual equívoco de suas decisões. Isso é muito mais que desonestidade intelectual, é calúnia, passível de reparação judicial inclusive. E fica muito pior vinda de um ex-diretor do Bacen. Procure por aí alguma declaração do sr. Greenspan dizendo que o Fed hoje não se preocupa com a estabilidade financeira do país. Melhor que isso: procure uma declaração assim de algum economista respeitado nos EUA. O sr. não encontrará, por mais críticas que encontre, pois lá eles conhecem os limites, sabem o que é ética e bom senso. Está na lei que o Bacen deve sempre zelar pela estabilidade monetária, então o sr. Alex não criticou o orgão, ele o acusou de descumprir a lei. Então que prove o que disse ou responda na justiça por calúnia. Mas nós dois sabemos que ele não fará nem uma coisa nem outra. Afinal estamos no Brasil não é mesmo?

  32. " É uma pena que junto com os bilhões de dólares remetidos ilegalmente pro exterior não possamos exportar os donos deles também, e sem volta. (…) No nosso caso, nem campo de reeducação resolve. É paredon mesmo."

    Exílio, reeducação, ou morte…

    Bacana..

    Ainda bem que babacas totalitário como o Adailton (ainda) não dominam o país.

    Meu comentário se resume a uma palavra: "otário"

    hehe

  33. A coisa mais fácil do mundo é encontrar economistas americanos afirmando que o FED não está preocupado com inflação, se bobear até dentro do FED.

  34. O Adailton está mais para carcereiro ou justiceiro do que alguém a ser levado a sério. Como podemos chamar alguém que mistura arrogância, ignorância e falta de educação numa pessoa só?
    De argentino????

  35. Os comentários desse Adailton são típicos de quem nunca frequentou uma instituição de ensino e pesquisa séria, onde as pessoas discordam e falam abertamente, pode ser que tenha frequentado algo como a UnB ou a Unicamp que distribui títulos de doutor aos "companheiros".

  36. Sr. Alex

    Não esperava mesmo outro comentário vindo do sr, visto que ele apenas comprova minha tese exposta acima. Do seu ponto de vista quem se importa com o Brasil e se deu ao trabalho de estudar um pouco de história dos países que deram certo é "otário", pois os "espertos" aqui ganham dinheiro. A Coréia do Sul usou campos de reeducação, a Europa e os EUA usaram a morte para incutir valores civilizados e nacionalistas em suas elites, vide as guerras do séc. XIX começando pela da Secessão. Eu defendi uma saída bem menos sanguinolenta, o auto-exílio, e levando o ouro inclusive. Mas sanguessugas tem mais apreço pelo corpo que predam do que certos brasileiros, e, como nós dois sabemos, é mais fácil um criminoso cubano conseguir um green card do que um banqueiro brasileiro (afinal o governo dos EUA ainda tem algum respeito pelos seus cidadãos), então teremos de ficar com os senhores mesmo a contragosto. Só não me leve a mal sr. Alex, mas diante das circunstâncias que tornam a sua vida "legal" e "esperta" e o seu ideal de país "democrático", ser um babaca otário e ainda por cima totalitário é algo tão digno que me sinto até emocionado. Mas me preocupo menos com a opinião do senhor do que com a de seus netos, que por uma infeliz coincidência terão de conviver com os meus. É por amor a eles que eu perco tempo escrevendo neste espaço. Não posso nem quero ensinar decência ao senhor, por isso me dou por satisfeito em alertá-lo a restringir suas críticas aos limites do seu saber, o que, vale, dizer, significa ter a postura que cabe a um ex-diretor de Bacen, ao invés de se portar como um charlatão irresponsável. Não me interessa quanto o sr.ganha nem como o faz, e muito menos o que "pensa" sobre o Brasil e o mundo, mas me interessa sim senhor que o sr. tenha modos ao falar das instituições deste país e das poucas pessoas sérias que ainda se dedicam a elas, pois eu também vivo nele. Dentro dos limites da lei e da decência, até mesmo um totalitário como eu pode tolerar as idéias "democráticas" de alguém como o senhor. Então por favor, atenha-se a esses limites, sr. Alex.

  37. “Fosse em qualquer país civilizado ele não conseguiria emprego nem como consultor financeiro de boteco depois de falar o que falou do Bacen”

    Logo se vê que além de infeliz e invejoso, também é um jeca ignorante, ao afirmar que em países civilizados ex-diretores de bancos centrais são banidos de se pronunciar sobre a gestão corrente. Adaílton, deixa de ser jeca.

  38. “1) o fato do Brasil ser o único país do mundo acima de renda média a ostentar carga tributária regressiva;”

    Isso não é fato, pois o Brasil não tem uma carga tributária regressiva.

    “2) o fato do Brasil ser o único país na história a ostentar taxas de juro reais de 2 dígitos por mais de 20 anos;”

    Isso é tão fato quanto a noite que eu passei com a Gisele Bunchen depois que o meu Bangu ganhou o mundial interclubes ao golear o Harlem Globettroters.

    Adaílton, pára de mentir, jeca otário.

  39. “O Adailton está mais para carcereiro ou justiceiro do que alguém a ser levado a sério. Como podemos chamar alguém que mistura arrogância, ignorância e falta de educação numa pessoa só?”

    Imagina o tamanho do pênis dele… Aposto 5000 reais que não chega a 12 cms duro.

  40. "A Coréia do Sul usou campos de reeducação, a Europa e os EUA usaram a morte para incutir valores civilizados e nacionalistas em suas elites, vide as guerras do séc. XIX começando pela da Secessão. Eu defendi uma saída bem menos sanguinolenta, o auto-exílio, e levando o ouro inclusive."

    Além de panaca, mentiroso.

  41. Não está certo esse preconceito contra a UnB. Ela é tão ruim quanto qualquer outra universidade pública brasileira. O problema maior da UnB são alguns alunos-funcionários públicos, tipo Adailton. Esse pessoal leva o canudo sim, mas também leva na muringa. Bom, é claro que tem professor quadrúprede também, mas aluno sério não fica na mão.

  42. "Atentai bem e aprendei!"

    Adaiton é pegadinha. "Isso non ecxiste! Pura Charlatanice!", como diria Padre Quevedo.

    Campos de reeducação na Coreia do Sul, Isso Non Ecziste! Pura Charlatanice!

    "a Europa e os EUA usaram a morte para incutir valores civilizados e nacionalistas em suas elites, vide as guerras do séc. XIX começando pela da Secessão." Isso Non Ecziste! Pura Charlatanice!

  43. "A coisa mais fácil do mundo é encontrar economistas americanos afirmando que o FED não está preocupado com inflação, se bobear até dentro do FED."

    Verdade. Mas o Adailton, como bom jeca que eh, nao acha que o fato de ser completamente ignorante sobre o assunto impede-o de babar no teclado. Sabe como eh, uma das unicas vantagens de ser um imbecil eh a falta de pudor.

  44. Que sujeito esse cara! Minha sugestão do perfil do tal Adaílton: funcionário público, gosto por história, esquerdista mas não teve culhão para entrar na luta armada nem teve inteligência para se desiludir dela, não lê o que não lhe interessa para não abalar suas certezas estúpidas, barbudo, gordinho, tapado, acha que uma bomba ia resolver os problemas do mundo, quem não pensa como ele deve estar comprado pelo sistema. Uma mistura de Dunga , Che e o maníaco do parque…

  45. "Cruzando essas informações com os microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2002-2003, foi possível verificar que o sistema tributário brasileiro é regressivo quando tomada como base a renda. Isso se deve em grande parte aos impostos indiretos, mais especificamente ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ao Programa de Integração Social (PIS) e à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins)."

    Fonte:http://www.ppe.ipea.gov.br/index.php/ppe/article/viewFile/1224/1072

    Não é regressiva a carga tributária? Esse é apenas um dos estudos que mostra que sim.

    Existem estudos que dizem o contrário? fiquei curioso pois dava isso como um fato visto que os impostos indiretos são altíssimos no país

    Obrigado

  46. Então agora sou acusado de mentiroso por um blogueiro desempregado e por empregado de blog? É muita lisonja para uma só pessoa. Posso provar tudo o que disse, mas não sei se meus detratores aqui tem capacidade ou disposição de observar a evidência e, se for o caso, mudar de opinião. Paciência. Apenas aos ignorantes é concedido o benefício de serem reputados como honestos num debate, ainda que proferindo as maiores tolices. Eu jamais chamaria alguém como o sr. Alex ou seu fiel escudeiro aqui de "burros" ou "jecas" – talvez o sejam quem os contrata, em especial para ocupar postos na administração pública, mas o senhores em questão são muito "espertos", disto não tenho a menor dúvida, e fazem da esperteza seu ganha pão. Eu prefiro o trabalho honesto, então graças a Deus me alinho com os jecas e burros que sustentam não só a suas famílias, mas também aos "espertos" do Brasil afora. Tampouco acusarei gente como o sr "O Anônimo" e o sr Alex de serem mentirosos, pois só mente quem conhece a verdade e tenho sérias dúvidas de que esses senhores, pela formação intelectual e sobretudo profissional que tiveram, tenham algum mínimo conhecimento sobre os temas que expus no post anterior. Mas é gente como o sr. Alex e o sr "o Anônimo" que fazem do velho dito "ignorance is a bless" tão atual. De resto, se algum dos demais pautantes neste espaço está disposto a um debate verdadeiramente honesto e tem alguma evidência que contraria algo que afirmei, estou mais que ansioso por conhecer essa informação. Será um duplo aprendizado, para mim enquanto conhecimento novo e reformulação de conceitos, e também para o dono deste blog, que terá a oportunidade de aprender como efetivamente travar um debate honesto. Não sei se ele aproveitará de alguma coisa, mas os demais pautantes neste espaço certamente o farão, de um jeito ou de outro.

  47. "Então agora sou acusado de mentiroso"

    Sim. Por que?

    Afirmação 1: " Eu defendi uma saída bem menos sanguinolenta, o auto-exílio"

    (2 de outubro de 2011 20:50)

    Afirmação 2: " No nosso caso, nem campo de reeducação resolve. É paredon mesmo.

    (1 de outubro de 2011 15:00)

  48. Boa tentativa sr. Alex, mas para alguém que diz conhecer ciência e modelagem é muito feio não saber a diferença entre premissa e conclusão e mais ainda, entre ignorância e falácia. Minha premissa, até agora não refutada, é que o Brasil seria muito melhor sem a elite rentista que pasga seu salário. Minha conclusão é que o paredon deve ser a única alternativa, dado que não podemos esperar que ela decida partir por livre e espontânea vontade (acaso é da natureza das sanguessugas largar voluntariamente o corpo que predam?), e mesmo que houvesse tal intenção nenhum país sério do mundo aceitaria receber esse pessoal mesmo. Logo, a solução do paredón surge por exclusão, esgotadas todas as outras possíveis. O sr. poderia me chamar de radical, desumano ou quem sabe até ignorante por desconhecer outras soluções possíveis (tenho certeza que o sr. tem alguma no bolso), mas jamais de mentiroso por simplesmente usar a boa e velha lógica. Não se esqueça que o mentiroso conhece a solução do problema, logo ou o sr. está me dando um atestado de sabedoria quase absoluta, ou é a sua ignorância absoluta de como funciona a lógica que o leva a confundir ignorância com falácia.

  49. Seguem novamente os pontos, aguardando refutação (se houver):

    1) o fato do Brasil ser o único país do mundo acima de renda média a ostentar carga tributária regressiva;

    2) o fato do Brasil ser o único país na história a ostentar taxas de juro reais de 2 dígitos por mais de 20 anos;

    3) o fato do Brasil ser o único país do mundo onde ex-diretores do Banco Central podem difamar impunemente seus sucessores, sem qualquer preocupação com o impacto que declarações como essa produzem sobre os mercados e sobre seu próprio currículo;

    4) o fato do Brasil ser o único país do mundo onde valores como amor à Pátria, trabalho, decência e respeito às instituições e à contribuição das gerações anteriores são depreciados justamente pelas camadas mais elevadas em termos de renda e escolaridade.

    Alguém se habilita ou já entregaram os pontos, a exemplo do sr. Alex e de seu estagiário? Se não tiverem argumentos, não tem problema: podem me chamar de mentiroso, como esses dois aí fizeram. É mais fácil e consome menos neurônios (entendo que para algumas pessoas apenas um já faz muita falta). Mas honestamente, eu esperava um pouco mais de dificuldade para comprovar minha hipótese a respeito da capacidade e da seriedade dos comentaristas deste espaço.

  50. "Minha premissa, até agora não refutada, é que o Brasil seria muito melhor sem a elite rentista que pasga seu salário. Minha conclusão é que o paredon deve ser a única alternativa,"

    Eu não disse?

  51. Mas o que foi realmente cômico foi ser chamado de "mentiroso" pelo estagiário do blog, que não leu meu post. Eu jamais disse que o sr.Alex estava errado por dizer que o Bacen não se preocupa com inflação. Eu disse que ele estava errado por dizer que o Bacen não cumpre a lei que rege o sistema de metas. O estagiário "anônimo" não sabe a diferença entre inflação e meta, logo pensa que é mesma dizer que o governo não se preocupa com um ou com o outro. Assim, ao jamais poderia chamá-lo de mentiroso por tentar distorcer meus argumentos, pois ele claramente não entende do que fala.

    Contudo, o mesmo benefício da ignorância que se aplica ao estagiário não pode ser estendido ao sr.Alex. Para dizer o óbvio, o regime de metas de inflação é estabelecido por lei, logo é crime de responsabilidade descumpri-lo. Mas na opinião do sr.Alex, é precisamente isso que o governo pretende. Vide entrevista de 04/09 deste ano: ele diz claramente que o Bacen não tem mais meta de inflação, que teria ido para as "calendas gregas" (termo utilizado pelo blogueiro economista para definir qualquer coisa ou nível que leve mais de 2 anos para se alcançar). Uma coisa é dizer que o governo erra e que a meta de inflação não será cumprida, outra bem diferente é dizer que não há mais meta ou que ela foi abandonada (como o sr.fez), pois isso está por ser provado e tem consequências sérias para as autoridades em questão. Então não tem jeito sr.Alex: ou apresenta a prova do que diz ou reconhece que caluniou, pois quem conhece um tema pra valer sabe como criticar sem mentir. Ou acaso o sr. tentará agora se refugiar no mesmo escudo de seu fiel estagiário – a ignorância?

  52. Completando a lista:

    5) O Brasil é o único país do mundo onde trolls com mais de 40 anos se levam a sério e querem ser levados a sério.

  53. Discutir ou debater com um cara que junta na mesma frase paredon e rentistas é demais. Sugestão: engole a frustração com indiferença e volta pro Zizec, que tem muito para acrescentar ao seu mundinho cheio de autopiedade agressiva e pouca informação.

  54. Minhas teses permanecem à espera de alguém com bom senso e conhecimento suficiente para refutá-las, se for capaz. Obviamente não me refiro aqui aos estagiários e leitores assíduos deste blog, mas a comentaristas sérios. Daqueles, nada se espera.; Começaram o debate xingando e exercitando taras, terminaram babando, defecando e relinchando, evidência de que levaram até o limite seu esforço mental. Francamente, eu esperava que resistissem um pouqinho mais, mas os senhores desistiram muito rapidamente. Não é vergonha não ter conhecimento suficiente para discutir um indicador simples como índice de Gini ou taxa SELIC, embora seja vergonhoso que alguma instituição de ensino tenha lhes dado o "brevê" de economistas sem essas informações. Talvez eu tenha sido um pouco exigente demais convosco – quem sabe? É que de fato imaginava encontrar aqui liberais indolentes ou talvez espertalhões cínicos, mas jamais tarados auto-indulgentes. Mas como eu já salientei antes, a qualidade dos comentários deste espaço diz muito sobre a moral de seu dono. E mais ainda sobre a natureza dos rebentos das camadas brasileiras mais "bem instruídas" (seja lá o que eles andam instruindo nas academias econômicas por aí). Dada a posição privilegiada que os senhores ocupam na sociedade e dados seus dotes intelectuais ora expostos, mais uma vez, não me espanta em absoluto que o Brasil seja o que é. E uma vez que "reeducação" só se aplica a quem tem alguma, já não nos restam muitas opções para tornarmos os senhores, digamos, "civilizados" um dia..

  55. "Minhas teses permanecem à espera de alguém com bom senso e conhecimento suficiente para refutá-las, se for capaz."

    Impossível. Pessoas de bom senso dificilmente conseguem terminar de ler suas teses, que dirá perder tempo escrevendo porque estão erradas.

  56. Eu li o artigo recentemente publicado na PPE pelo José Adrian Pintos-Payeras. É bem escrito e não me deixa dúvidas que se trata de um trabalho sério, mas não me convenceu que o sistema tributário brasileiro é regressivo (aliás, depois de ler o artigo, acho que é ou neutro ou fracamente progressivo). Mais tarde eu vou escrever um post discutindo algumas escolhas metodológicas feitas pelo autor e porque eu acho que suas estimativas são significativamente enviesadas na direção de concluir que nosso sistema tributário é regressivo.

  57. Alex:

    Eu diria que tentar argumentar que a carga tributaria ou os gastos do governo sao muito altos e academico.

    Pode estar ate correto, mas as chances que o governo va cortar qualquer um em termos absolutos (e provavelmente relativos) sao minimas.

    Isso e verdade em qualquer pais do mundo.

    O argumento mais util do ponto de vista pratcio e exigir que o governo gaste o dinheiro de forma mais efetiva e eficiente. Eu diria que isso e quase impossivel de forma sistematica, muitissimo dificil de forma localizada. mas mais provavel que um corte de gastos (e impostos).

  58. No que diz respeito aos impostos sobre Pessoa Física, se formos comparar a carga tributária brasileira com a de alguns países desenvolvidos veremos que na verdade ela não é tão alta assim.

    ENTRETANTO………..

    Esses países que que apresentam uma carga tributária maior promovem para os seus cidadãos serviços com uma qualidade infinitamente superior: saúde, educação, segurança, infraestrutura, etc.

    É o caso da Dinamarca por exemplo. Tenho amigos morando naquele país. Não existe a hipótese de matricular os filhos em escolas particulares. Não existe a hipótese de usar hospitais particulares…(salva raríssimas exceções de famílias muito ricas)

    Enfim. O que estou falando é bem óbvio e todos aqui já sabem e concordam mas é preciso que isso seja cada vez mais repetido, pois continuar do jeito que está NÃO DÁ!

    Abs e parabéns pelo Blog!

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