Ansiedade assustadora. Por Meraldo Zisman

ANSIEDADE ASSUSTADORA

                                                                                                          MERALDO ZISMAN
…resta-me socorrer-me do humorista Millôr Fernandes (1924 – 2012) que escreveu:
“E no final a verdade irmão/É que as mulheres, / a cada dia que passa/ Mais e mais estão/Presas à libertação”…

No dicionário eletrônico americano Merriam-Webster a palavra feminismo é a campeã de procura neste fim de ano (14.12.2017). Feminismo é definido como: “Atividade organizada a favor dos direitos e interesses das mulheres”.
Perguntar não ofende. Estará ocorrendo tanto assédio sexual? Será porque as mulheres resolveram botar a boca no mundo? Ou é uma nova pandemia? Ou falta assunto?
Compreendo: é o leite das crianças, como afirmam os profissionais da mídia.
Nos países do Primeiro Mundo, quanto maior o empoderamento feminino, menos mulheres – e homens também – pretendem deixar descendentes. O fato é que quanto mais aumenta a posição sócio-politica-financeira das mulheres e quanto mais libertas elas se tornam, mais diminui a “taxa de fecundidade”.
Essa arrumação, denominada igualmente de taxa de fecundidade, é consequência de vários fatores, tais como projetos de educação sexual, planejamento familiar, utilização de métodos contraceptivos mais aperfeiçoados, maior participação da mulher no Mercado de trabalho, expansão da urbanização, etc.
Para que aconteça a reposição populacional e que seja assegurada a existência da própria população, a percentagem de fecundidade não pode ser inferior a 2,1 filhos por mulher. Pois é, duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva.
As populações dos países mais desenvolvidos estão diminuindo. Se isso continuar assim, na metade deste terceiro milênio, as populações ameaçadas de extinção vão depender de imigrantes dos países pobres para que se reproduzam e garantam a mão de obra necessária para que a economia não entre em colapso.
Quando eu exercia a Neonatologia (1958) (ramo da Medicina que trata das crianças recém-nascidas), em 1958, ela estava nos seus primórdios como especialidade, e a conversa entre as mulheres era como evitar ter filhos. Agora é:
— Como engravidar!?
Os tempos e os vocábulos mudam de sentido ou até de significado. Mulher Liberada agora é a que parou de tomar pílula ou deixou de usar os mais variados métodos para anticoncepção e que se desespera (ansiedade) quando não engravida logo… O tempo é individual e depende da paciência tornada algorítmica. Diante dessa confusão, fui ao velho Dicionário Aurélio (última edição), buscar a definição de liberado(a). Diz o dicionário sobre o vocábulo Liberado(a) [do latim. liberatu; particípio de liberar.] Adjetivo: Tornado livre, desobrigado, dispensado. Que se tornou ou está livre de ônus ou restrições. Enquanto juridicamente tem o significado: Que é beneficiário da liberação.
Como substantivo masculino (Brasil Legal) é o sentenciado que se acha em livramento condicional.
Diante disso somente resta-me socorrer-me do humorista Millôr Fernandes (1924 – 2012) que escreveu:
“E no final a verdade irmão/É que as mulheres, / a cada dia que passa/ Mais e mais estão/Presas à libertação”.
Pobres dos Homens. Não é sem razão que os casos de ansiedade masculina e feminina estão aumentando assustadoramente a ansiedade geral.
Tem razão quem chama a época em que vivemos de A Era da Ansiedade.
Vale a pena essa série. 
Clique nos links e Leia os outros artigos do autor sobre o tema ANSIEDADE:

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Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. Foi um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE).

1 thought on “Ansiedade assustadora. Por Meraldo Zisman

  1. Enquanto isso, no mundo islâmico

    Sem essa de feminismo
    Alta taxa de natalidade
    Imigração para o mundo ocidental em alta

    Em futuro relativamente próximo,
    Quem engolirá quem?

    Os puros filhos do Ocidente, uma nova minoria em formação, orientados por suas mães recém libertadas e seus pais recém ex-machistas?

    Maktub…
    Sem choro nem vela.

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