Jogo contra a Polônia, 1974

Personagens da Copa do Mundo – X. 1974. Ademir da Guia, o Esquecido. Coluna Mário Marinho

PERSONAGENS DAS COPAS DO MUNDO – X

1974 – Ademir da Guia, O Esquecido

COLUNA MÁRIO MARINHO

Escreveu certa vez, com sabedoria e mira certeira, o jornalista Armando Nogueira, ao se referir a Ademir da Guia: “Tem nome e sobrenome de craque”.

O nome, Ademir, referia-se ele ao grande centroavante e artilheiro dos anos 50 o Ademir, conhecido também com Queixada.

Da Guia, o sobrenome, vem de Domingos da Guia, um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro lá pelos anos 30-40. Naquela época, cabia ao zagueiro apenas e tão somente destruir jogadas adversárias com chutões para afastar a bola, pouco se importando se o chutão atingisse também o adversário. Aliás, até melhor que atingisse.

Ademir entrou para enorme lista de esquecidos em convocações para a Seleção Brasileira. Ao lado dele, outro sempre esquecido, foi Dirceu Lopes, do Cruzeiro.

Ainda no quesito esquecidos, pode-se e deve-se colocar o técnico Rubens Minelli, um dos melhores do Brasil que jamais teve sua chance na Seleção.

Ademir foi convocado para a Copa de 1974.

O técnico foi Mario Jorge Lobo Zagallo, um dos grandes técnicos do Brasil, mas, que vivia totalmente deslumbrado com o título brilhantemente conquistado no México, quatro anos antes, e totalmente desinformado do que acontecia no futebol europeu.
Naquela época, o técnico não era exclusivo, como hoje, podendo viajar à vontade, não havia internet nem tantos meios de comunicação como hoje.

Tanto assim, que Zagallo desdenhou da incrível, ousada e inovadora Seleção da Holanda, qualificando-a como um grupo de alegres e descompromissados rapazes. A Holanda, como se sabe, chegou à final da Copa (perdeu para a forte Alemanha). Foi vice-campeã e sensação de 1974.

Ademir da Guia curtiu banco de reservas.

Entrou em um único jogo: 45 minutos contra a Polônia, quando o Brasil disputava o terceiro lugar.

Conheça um pouco mais sobre o craque Ademir.

Ademir da Guia – Ademir da Guia

(*Rio de Janeiro-RJ, 03/04/1942)

Posição – Meio-campo

Jogos pela Seleção – 11 (6 vitórias, 3 empates, 2 derrotas)

Copas disputadas – 1974

Títulos pela Seleção – Nenhum

Clubes em que jogou – Bangu-RJ, 1959 a 1961; Palmeiras-SP, 1961 a 1977

Melhor jogador de toda a história do Palmeiras, que o homenageou com um busto no clube. Por isso mesmo, maior ídolo da torcida palmeirense. Sem dúvida, o jogador mais clássico de toda a história do futebol brasileiro. Herdou do pai, Domingos da Guia, o apelido de Divino.

Seu jeito caladão, sem jamais reclamar de alguma coisa, acabou por ajudar a transformá-lo no mais injustiçado jogador do futebol brasileiro. Em toda a sua brilhante carreira, só disputou onze jogos pela Seleção Brasileira. Participou de apenas uma Copa do Mundo e de apenas meio jogo, contra a Polônia, quando o Brasil já estava desclassificado.

Foram 16 anos como titular absoluto do Palmeiras.

Paulistão:
Sem goleadas.

O São Paulo venceu o Mirassol por 2 a 0. Parece que o jogo foi fácil, não?

Mas não foi. O São Paulo suou muito e errou mais ainda.

Ao marcar seu primeiro gol, e o primeiro gol do time, já no segundo tempo, Diego Souza comemorou e foi abraçado como se fosse o gol do título de um mundial.

Isso mostra a pressão que o time estava vivendo. O segundo gol veio aos 44 minutos do segundo tempo.

https://youtu.be/VlAv9LgCCrM

O Corinthians venceu a Ferroviária por 2 a 1. Também não foi vitória fácil. Aliás, o Timão saiu perdendo e só virou aos 38 minutos do segundo tempo.

Está certo, está certo: o Paulistão está só começando. Mas poderia começar melhor para alguns times.

https://youtu.be/MZNBpvlhMWk

Porto Alegre:
com goleada.

Há eterna discussão: 3 a 0 é goleada?

Quem vence diz que sim, quem perde diz que não.

Mas, todos concordam: 3 a 0 é placar é acachapante, esmagador, indiscutível.

E se o time vencedor sem mantém absolutamente superior durante todo o jogo, se seus jogadores são infinitamente mais competentes, mais técnicos do que o adversários, os 3 a 0 tomam outro significado: é um baile, um show, não há o que reclamar.

Foi assim, em Porto Alegre, no dia desta histórica quarta-feira, 24/01/2018.

Três juízes absolutamente técnicos, esbanjando técnica, sabedoria, competência passaram sobre os defensores do Lula e suas frágeis teorias como os atacantes da Alemanha passaram sobre a defesa brasileira naqueles trágicos 7 a 1.

E sem firulas, apenas tocando a bola, ou processo, como se deve trocar. Sem espetáculos midiáticos como estamos costumados a assistir na Corte maior, o STF.

Terminada a batalha, o time de vermelho foi visto abandonando praças, ruas, enrolando bandeiras e saindo de fininho.

Não dá para dizer que os juízes erraram, que foram roubados…

Aliás, roubados somos nós, os brasileiros.

imagem abertura: Jogo contra a Polônia, 1974

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
 (DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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