É apenas o primeiro encontro DC. Coluna Mário Marinho

É apenas o primeiro encontro DC

COLUNA MÁRIO MARINHO

Se você está pensando que a terça-feira , amanhã,  27, é uma excelente oportunidade para nos vingarmos daqueles tristes, trágicos e melancólicos 7 a 1, no jogo contra a Alemanha, em Berlim, esqueça.

É apenas um amistoso. A boa oportunidade de um bom jogo de futebol entre duas seleções de altíssimo nível. E só isso. E ponto final.

Assim como a civilização conta sua história AC e DC – Antes de Cristo e Depois de Cristo – Os jogos entre Brasil e Alemanha também ficaram marcado pelas mesmas iniciais.

AC – Antes da Chapuletada

DC – Depois da Chapuletada.

O jogo de amanhã será o primeiro DC e uma boa chance para que a Seleção prove, mais uma vez, que tem vida em seu futebol mesmo sem Neymar.

Alto lá, forasteiro.

Não estou afirmando que o Neymar não faz falta e, muito menos, que a Seleção é a mesma com ou sem o filho de Neymar Pai.

Estou dizendo é que contra a Rússia mostramos que temos um time coeso e eficiente mesmo sem o craque do PSG.

O time da Rússia é fraco e eu bem sei.

Por isso, o jogo de amanhã é a grande chance de mostrarmos que é possível sobreviver à ausência de Neymar.

Com ele, o time é mais brilhante, mais ousado e preocupa mais o adversário.

Sem ele, perdemos em brilho e preocupamos menos o adversário. Porém, temos jogadores e técnico suficientes para mostrar um time mais coeso, mais voluntarioso e, assim chegar às vitórias.

Os

Estaduais.

São Paulo – Os quatro grandes – Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo – se classificaram para as semifinais, como era de se esperar.

Assim, é impossível dizer se neste ou naquele jogo pintou a zebra.

No sábado, o Palmeiras venceu o Santos por 1 a 0, jogo disputado no Pacaembu, local também da segunda partida, na noite de amanhã.

Teoricamente, o Palmeiras é mais time que o Santos. Daí, quem não acompanhou o jogo e viu só resultado, há de dizer: tudo normal.

Mas, na foi assim em campo.

O Palmeiras marcou logo no começo do jogo e dominou pacificamente o primeiro tempo.

O segundo foi todo do Santos.

E aí brilhou – e como brilhou – a estrela do goleiro Jaílson. Com defesas espetaculares ele evitou a virada do placar que poderia até mesmo ser mais elástica.

Amanhã, o Palmeiras, que teve a melhor campanha dos quatro, joga pelo empate para se classificar à final.

No domingo, o São Paulo venceu o Corinthians, 1 a 0, no Morumbi.

Apesar de não ser um super time, o Corinthians, pelo histórico vitorioso, era o favorito.

Então foi zebra?

Não, não foi. O Tricolor marcou numa jogada de raça e oportunismo do eficiente atacante Trellez.

Se aconteceu zebra no Morumbi, ela pode ser apontada pelo comportamento dos dois times.

De comportamento sempre apático, o que levou sua torcida a vaiá-lo em nos últimos jogos, o São Paulo surpreendeu o Timão pela raça, pela vibração e pela vontade de vencer.

Vibração, raça, vontade de vencer são palavras comumente aplicadas para definir o Corinthians que, no domingo, mostrou tamanha mansidão que chegou à meiguice no trato com o adversário.

Papéis trocados.

Rio de Janeiro – Parece que o técnico  Abel Braga e Fluminense nasceram um para o outro. Jogando bem, tomando conta do jogo o Fluminense não teve problemas para passar pelo Botafogo, 3  0, ficar com o título da Taça Rio e garantir vantagem sobre o Vasco, na quarta-feira, em jogo que garante vaga para a final do Carioca. Na quarta, Flamengo e Botafogo fazem o duelo pela outra vaga.

Sem zebras.

Minas Gerais – Pela enésima vez desde a inauguração do Mineirão, em 1965, Atlético e Cruzeiro farão a final do Campeonato Mineiro.

O Cruzeiro venceu o Tupi, 2 a 1, com excelente atuação de Thiago Neves (na foto ao alto da coluna).

Lá no Independência, o Galo passou pelo meu Coelho, 2 a 0.

Vi e revi os gols do Atlético à procura de alguma irregularidade, mas não encontrei…

Rio Grande do Sul – O Gauchão chega às semifinais sem o Internacional eliminado pelo figadal inimigo Grêmio, para desespero do jornalista Belmiro Celso Dupont Sauthier.

Assim, o Grêmio sapecou 3 a 0 no Avenida, em Santa Cruz do Sul, e pode até mesmo perder por dois gols de diferença que estará na final.

Não há possibilidades de zebra.

São José e Brasil de Pelotas brigam pela outra vaga.

Pernambuco – Ora, vejam só. O Náutico volta dar alegria à sua torcida e está na final do Pernambucano contra o Central.

Para alegria, júbilo e euforia do jornalista Toinho Portela, seu time, o Timbu pode conquistar o título de campeão, o que não acontece desde 2004.

Esporte e Santa Cruz ficaram de fora.

A decisão começa no domingo.

E a

Zebra?

Falei muito de zebra no texto acima. Mas, como nasceu a expressão Zebra?

No campeonato carioca de 1964, preparavam-se para jogar Vasco da Gama e a Portuguesa.

O favoritismo, disparado, era do Vasco.

Perguntado sobre o jogo, o  criativo técnico Gentil Cardoso, da Portuguesa, foi incisivo e lacônico: “Pode dar zebra” afirmou ele.

Gentil Cardoso se referia à zebra, simpático animal que não está entre os bichos sorteados no “Jogo do Bicho”, uma espécie de loteria criado pelo Barão de Drumond no final do século VXIII.

Se não havia a zebra, claro que não poderia dar zebra no jogo do bicho.

Assim, zebra virou sinônimo de um resultado absolutamente imprevisível, quase impossível.

 

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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