Nossa nem tão velha Seleção. Coluna Mário Marinho

Nossa nem tão velha Seleção

COLUNA MÁRIO MARINHO

Sempre atento como foi ao longo de sua brilhante carreira no inesquecível Jornal da Tarde, o eterno repórter Vital Bataglia, manda-me o seguinte alerta, a respeito do comentário sobre a Seleção Brasileira em minha última coluna:

Mário,
A idade média do time titular do Tite é de 28,2 anos.
Time velho demais.
Os campeões têm entre 25,8 a 26,2.
Abraços
VBattaglia

Resolvo ir à procura de informações sobre nossas seleções do passado.

Vejo que a Seleção campeã do Mundo de 1958 tinha idade média de 25,5 anos. Já a bi campeã em 1962, no Chile, pulou para 27,3. O brilhante time de 1970 foi o mais novo de todos: 24,5 anos. No copa de 1994, nos Estados Unidos, média de 26,5. Em 2002, ano do penta, tivemos também idade média de 26,5 anos.

É verdade, portanto, o que disse o Battaglia: as seleções brasileiras campeãs do Mundo eram mais novas que nosso time atual.

Mas, daí a considerar velho o time do Tite vai uma distância enorme.

Vamos fazer comparações.

Em 1962, o goleiro titular foi Gilmar, com 32 anos; nosso goleiro de hoje, Alisson, tem 25.

A linha de zagueiros de 62 teve Djalma Santos (33), Mauro (32), Zózimo (30) e Nilton Santos (37anos).

Convenhamos, uma defesa bem experiente, com média de 32,8 anos de idade.

A zaga brasileira hoje pode ter Fagner (29), Thiago Silva (33), Marquinhos (24), Miranda (33) e Marcelo (30). Aqui também temos bastante experiência : 34,8.
No meio campo, em 1962, tivemos Zito (30), Didi (34) – era época que se jogava no 4-2-4. Média de idade: 32 anos.

Atualmente temos: Paulinho (29), Casemiro (26), e William (29). Média: 28 anos.

O ataque de 62 foi formado por Garrincha (29), Amarildo (22), Vavá (28) e Zagalo (31).

É bom lembrar que Pelé, de 21 anos, contundiu-se no segundo jogo, contra a Checoslováquia, e ficou fora da Copa. Média do ataque que jogou: 27,5.

Nosso ataque atual vai de Neymar (26), Gabriel Jesus (21) e Philippe Coutinho (25). Média do possível ataque para a Copa da Rússia: 24.

Vejam só que interessante, caríssimo Battaglia e demais e sempre bem vindos amigos leitores, no cômputo geral de idades, a média da Seleção de 1962 é de 27,3; a de 2018 é de 28,2.

Entretanto, ao escalarmos o time titular de 1962 e o time base de hoje, temos a Seleção de 2018 mais jovem que a de bicampeã no Chile.

Lá no Chile, a idade média dos jogadores que efetivamente jogaram foi de 30,5. Já os possíveis titulares de 2018 têm a média de 28,9 anos.

Teoricamente, portanto, temos um time mais novo que o de 1962.

Dizem que os números não mentem jamais. Pero si, pero no acredito que eles levam a enganos.

Nada, porém, tão dramático.

Números
& números

Vamos mais à frente com os números que tanto fizeram a alegria do matemático carioca Júlio Cesar de Mello e Souza, mais conhecido como Malba Tahan .

Veja a média de idade dos jogadores da seleção brasileiras nas Copas do Mundo

1930 – 24,9 anos
1934 – 23,5 anos
1938 – 24,7 anos
1950 – 27,4 anos
1954 – 25,8 anos
1958 – 25,5 anos
1962 – 27,3 anos
1966 – 26,7 anos
1970 – 24,5 anos
1974 – 26,3 anos
1978 – 25,5 anos
1982 – 26,9 anos
1986 – 27,1 anos
1990 – 26,7 anos
1994 – 26,8 anos
1998 – 27,8 anos
2002 – 26,8 anos
2006 – 28,3 anos
2010 – 29,3 anos
2014 – 28,2 anos
2018 – 28,1 anos

Em 1962 a média de altura da nossa seleção foi de 1,77 metro; hoje, é de 1,80.

Mais uma curiosidade. Pelé que sempre pareceu um gigante em campo e fez inúmeros gols de cabeça, tinha apenas 1,73 metro de altura. Apenas 4 centímetros a mais que o baixinho Romário. Romário, que por sua vez, era 4 centímetros mais alto que Leônidas da Silva, o Homem Borracha, o Diamante Negro, artilheiro que popularizou e fez muitos gols de bicicleta e tinha 1,65 de altura.

Verdão
Foi bem

Foi boa, sim, a exibição do Palmeiras na noite de ontem, pela Libertadores. Venceu o Junior Barranquilla por 3 a 1, garantiu a melhor campanha de todos nesta fase da competição, o que lhe dará o direito de realizar o segundo e decisivo jogo das próximas fases sempre em casa. Os três gols foram marcados pelo emburrado Borja que, de mal da torcida, não comemorou nenhum deles. Vejam a cara fechada dele na foto ao alto.

No primeiro tempo o Palmeiras foi apenas discreto, mas deslanchou no segundo tempo.

No Rio, o Flamengo também se classificou.

Pela Copa do Brasil, o Galo Mineiro do Gilberto Mansur empatou com a Chapecoense e acabou desclassificado nos pênaltis.

Já o Cruzeiro da Maria Helena Eterovick venceu o Atlético Paranaense, em Curitiba, 2 a 1 de virada.

Veja os gols da quarta-feira.

https://youtu.be/zhfiBd9_o50

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
 (DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS 
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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