De túneis e trens

É o fim do túnel ou o trem chegando? Após semanas de pânico, fortes quedas nas bolsas de valores ao redor do globo e a sensação de que o fim (do mundo) estaria próximo, a segunda alternativa parecia ser a mais provável. No entanto, mercados globais parecem ter se acalmado e, se riscos ainda persistem, há esperança que se possa ter achado um caminho para evitar o pior. É tortuoso, difícil e não há garantias que não iremos encontrar alguns trens vindo na direção oposta. É, porém, nossa melhor chance de evitar a Grande Depressão de 2009.

De fato, os principais responsáveis pela gestão econômica dos países desenvolvidos parecem ter chegado a duas conclusões importantes. Em primeiro lugar que o grande problema enfrentado pelo sistema financeiro é sua baixa capitalização, isto é, o valor reduzido dos recursos próprios do sistema frente a ativos gigantescos e, agravando a situação, de valor incerto.

A segunda conclusão relevante é que a forma de recapitalização do sistema precisa ser mudada. Se cabia a esperança que esta pudesse ocorrer de forma razoavelmente ordenada – reconhecimento de perdas acompanhado de injeção de capital a cada trimestre – a quebra da Lehman tratou de enterrá-la. Em retrospecto, as autoridades americanas perderam a aposta que fizeram ao permitir que aquela casa entrasse em concordata. A partir de então a temporada de caça se abriu e eventuais novos investidores, compreensivelmente, se retraíram.

Ao invés, portanto, de um processo no qual o setor privado cuidaria de recompor o capital do sistema, o pânico das últimas semanas jogou a responsabilidade da recapitalização sobre o setor público. Assim, na esteira do plano de resgate britânico, os demais países europeus e mesmo os EUA acabaram por reconhecer que terão mesmo que se tornar acionistas dos bancos. Obviamente, como sempre, o diabo reside nos detalhes, mas esta orientação deve muito provavelmente impedir o derretimento do sistema financeiro, possibilidade com a qual chegamos a flertar.

A notar que, mesmo que os vários programas de recapitalização funcionem a contento, já temos encomendada para os próximos trimestres (talvez até 2010) uma recessão severa. A contração de crédito nos países desenvolvidos deverá fazer que mais da metade do PIB mundial registre taxas muito baixas (senão negativas) ao longo deste período. Neste contexto, mesmo o dinamismo de várias economias emergentes, China à frente, não deverá bastar para evitar que o mundo todo sofra uma desaceleração considerável de quase 4% em 2008 para valores inferiores a 3% em 2009 (segundo projeções algo otimistas do FMI), os mais baixos desde 2001-02.

No entanto, mesmo que a recapitalização do sistema financeiro não consiga evitar a recessão, ela deve marcar o início da recuperação da capacidade do setor de voltar a expandir crédito. Ao contrário da experiência japonesa, em que bancos permaneceram sub-capitalizados por muito tempo, levando à estagnação do crescimento, há motivos para crer – baseado na experiência histórica – que estas medidas possibilitarão um processo relativamente mais rápido de recuperação.

Nestas circunstâncias não há como o Brasil sair ileso. Mesmo que padeça menos do que sofreria sob um choque desta magnitude, há pouca dúvida que o ambiente externo, caracterizado por menor crescimento e queda de preços de commodities, se tornou claramente hostil. Bancar a ilha de prosperidade impulsionada por artificialismos já nos custou uma crise; podemos, ao menos, tentar não repetir os erros de sempre.

(Publicado 15/Out/2008)

33 thoughts on “De túneis e trens

  1. Alex,

    Algumas perguntas:

    1 – O fato do setor financeiro ter pela frente uma regulação mais apertada poderá comprometer os atuais níveis de alavancagem, com impactos permanentes sobre o nível de crédito?

    2 – A intervenção do Estado na gestão dos bancos afetará a alocação de recursos das instituições financeiras?

    3 – Vc acha que o crescimento mundial dos últimos anos foi função da liberalização do comércio e das conta de capital dos países ou foi causado pela grande alavancagem dos bancos?

    Espero não ter agredido a boa teoria, pois corro o risco de ser mandado para a doghouse.

    Abç.

    M.

  2. Alex,

    É fato que as empresas que ficaram expostas ao câmbio, envolvidas com os já famosos derivativos exóticos dos últimos dias, estão comprando dólar no mercado à vista, como foi noticiado em algumas matérias ? Mesmo as exportadoras ? Se é verdade, por que seria ? Não é melhor operar contrato futuro na BMF ?

  3. “No entanto, mesmo que a recapitalização do sistema financeiro não consiga evitar a recessão, ela deve marcar o início da recuperação da capacidade do setor de voltar a expandir crédito. Ao contrário da experiência japonesa, em que bancos permaneceram sub-capitalizados por muito tempo, levando à estagnação do crescimento, há motivos para crer – baseado na experiência histórica – que estas medidas possibilitarão um processo relativamente mais rápido de recuperação.”

    Nao entendi este pedaço, mesmo que estejao com mais capital os bancos por conta do dinheiro injetado pelos governos os bancos nao emprestam com medo um do outro, cortam linha de credito etc que vai resultar numa recessão. Mas por que isto irá proporcionar uma recuperação mais rapida?

    Abraços

  4. Será que teremos uma crise cambial?

    Se isso acontecer, os heterodoxos de plantão vão rir de orelha a orelha.

    Eu sei que essa pergunta não faz tanto sentido em um regime de câmbio “quase-flutuante”, mas parece que o BC não está deixando o dólar flutuar muito com medo ou de inflação, ou que as empresas quebrem… Bom, ainda tem mais de US$ 200 bilhões de reservas…

  5. Alex, duas perguntas:

    1) Como você compara as duas estratégias mais gerais pensadas para resolver o problema do congelamento do crédito: compra de ativos podres; e injeção de capital sob a forma de equity? Ainda neste assunto, o pacote do Paulson não lhe parece um tanto deslocado no momento, já que o mundo como um todo parece ter adotado a segunda estratégia como solução?

    2)Pensando um pouco para frente, como pode se dar a estratégia de saída dos governos desses bancos, ou dos ativos podres? Digo, qual é na tua opinião a melhor forma de se fazer isso?

    Um abraço,
    Felipe F.

  6. Alex,

    li seu (e da sua equipe) relatorio do dia 9, e sua opiniao é que o choque no cambio vindo da queda dos preços das commodities (crb) aumentará a inflação, o que implica numa necessidade de aumento dos juros. Minhas duvidas:

    1) Tudo bem, concordo, mas vc não acha que a variação de bens importados, tambem dependentes em boa parte do crb (petroleo, graos, bens dependentes de commodities) vao cair de preço, ainda que no medio prazo (bens dependentes de commodities), de forma que num horizonte mais longo a inflação seria menor do que o numero que vc projetou?

    2) Interessante sua observação sobre a pequena participação dos investimentos externos no credito interno. Seria então via comercio o maior impacto da crise no crescimento? Caso seu cenario se realize (aumento da selic), qual seria o pib de 2009?

    ED

  7. Alex,

    Em um dos seus últimos posts, vc quantificou o impacto da desvalorização do real na inflação entre 2-3%. Nessas circunstâncias:

    – o BC deve buscar o centro da meta em 2009? Aceitar o teto ou um pouco mais?

    – Em cada uma das alternativas, você arrisca uma previsão para o crescimento do PIB brasileiro em 2009?

    Abs, Eduardo

  8. Alex,
    vc acha que o BB pode ter um papel importante nesta crise, como provedor de liquidez com garantias do setor público?
    Devemos notar que esta é a primeira grande crise enfrentada pelo Brasil na ausencia dos bancos estaduais, que, apesar de todos os problemas conhecidos, atingiam um público substancial mesmo nos momentos áridos.
    ABC, LL

  9. Carissimo Tio

    Hoje tenho um ponto de discordancia com voce. Muita gente tem criticado a quebra do Lehman. Eu absolutamente nao concordo.

    “Primeiramente eu devo de dizer” (VM) que os counterparties do Lehman fizeram uma corrida ao banco na semana antecedendo a queda. A sangria foi particularmente severa no setor de prime brokerage, o maior profit center do banco, mais de 50 pct (!!!). No fim de semana fatidico a decisao era basicamente entre enterro de primeira ou de segunda.
    Segundamente, foi o momento inevitavel do vomitorio. Um dia no ano passado, um colega de Nevada, que quase me bateu em 2006 quando eu anunciei ‘a galera o que iria acontecer, me fez a seguinte pergunta: “OK, Kleber, you were fuck-ng right. When in the hell will the real estate market find a bottom?”

    Eu perguntei a ele se ele alguma vez tinha comido algo que nao “caiu bem no estomago”. “Sim, varias vezes “. “Pois e’, voce nao ficou na cama umas duas ou tres horas esperando a coisa se resolver po si so’?”

    “Sim.”

    “Mas voce acabou vomitando, nao foi?”

    “Foi.”

    “E ai’ veio o alivio, certo?”

    “Certo.”

    “Pois e’, agora e’ a mesma coisa. Enquanto o mercado nao tomar coragem e vomitar a coisa ruim, nao tem acerto. O inventario tem que ser eliminado por uma fire sale.”

    O mesmo e’ valido pra qualquer coisa. Todo mundo concorda que a crise comecou no verao (Norte) do ano passado, certo? Mas nao e’ fato que os records das bolsas aconteceram posteriormente?

    Neguinho fazendo de tudo pra se iludir. A cada reducao dos juros vinha um rally estupido, sem pe’, cabeca ou fundamento. O de April 1st vai passar para a historia como farsa. So’ destruiu riqueza. En Julho do ano passado, quando vim ao Brasil pela ultima vez, o Bovespa fechou a 58 mil. Ajudou alguem ele ter subido ate’ 74? Naaaao.

    Entao veio o enterro do Lehman. Ai’ a ilusao acabou. Botaram o pe’ no chao e comecaram a tomar decisoes para enfrentar o bicho de frente. Reality check.

    Um grande abraco aos amigos.

    Kleber S.

    PS: Alex, caso voce me ponha na dog house, por favor tire o Ionathan e o Ricardo de la’. A vida seria insuportavel. Me mande o email do cachorro para a gente combinar certas normas e regras de boa convivencia.

  10. Tio Alex, sou eu de novo! Parece que nao acabei na casinha do caxorro. Obrigado pela misericordia. A galera la’ e’ da pesada!

    Mas, Tio, eu tenho uma pergunta bestial, para a qual eu apreciaria muitissimo receber sua resposta. Serio, como sempre. Andei lendo os balancos do Bradesco e do Itau’. Ambos aumentaram seus assets am muitos bilhoes de reais (113 e 88, respectivamente, entre o primeiro semestre de 2007 e 2008), mas esse aumento todo resultou em um aumento de lucro de 96 e 88 MIlhoes de reais, respectivamente. Ai’ telefonei para minha (querida) cunhada, que e’ lusitana. Perguntei se alguma fabrica de ferraduras na terrinha iria aumentar tao brutalmente o risco para ganhos tao pifios. Ela disse que nao, so’ o pessoal usuario (das ferraduras) faria uma coisa dessas. Entao a pergunta e’ a seguinte: tinha alguem dormindo no joystick de controle de risco, ou e’ so’ “maudade” minha?

    Um abracao

    Kleber S.

    PS: Tio, voce notou alguma semelhanca entre o que acontece na Terra do Marolinha com a Coreia?

  11. Alex, ontem eu fui no debate que a Folha promoveu sobre a crise… Just for fun…

    Entre os economistas escolhidos figuravam o Cintra, o Marcos Lisboa, o Delfim e o Belluzzo…

    O Delfim até que é um senhor engraçado… O Cintra estava incomodado, além de sentar do lado do Belluzzo, afinal ninguém merece, ele estava esperando uma oportunidade para falar do imposto único…

    Voltando ao Belluzzo, o que é aquilo??? Pelo amor de Deus!!! Tenho pena dos alunos dele, aquele blá blá blá não convence nem, ele deveria estar procurando uma nova parceria pro Palmeiras…

    E quando ele começa a usar citações… Como dão ouvido para um cara desses?

    Como tenho um senso de humor peculiar, não dormi, mas o que tinha de gente pescando na platéia não era brincadeira…

    Não sei o que você acha acha do Lisboa, mas ele era o mais lúcido da turma…

    Bem, foi melhor do que assistir A Grande Família….

    Netto

  12. Alex depois que essa maré passar vai ser necessário aumentar a regulação ou supervisão?

    Uma maior regulação que diminua os níveis de alavancagem dos bancos,entre outras coisas não levariam a um sistema bancário menos diversificado, potencialmente mais concentrado, de maior spread, cujo crédito sendo mais restrito traria maior prejuízo ao crescimento mundial?

    Acredito que a falha principal foi uma maior supervisão das autoridades nesse mercado,ele era um mercado pouco claro o que dificultava que a regulação ,coisa que uma supervisão pode resolver.Com esse novo sistema financeiro nos EUA que estar surgindo ,poderia se tornar mais fácil uma supervisão do que uma regulação mais forte.

    Outro ponto que vale lembrar também é que o governo americano criou leis que “obrigava” os bancos emprestarem para quem tinha crédito duvidoso,os maiores credores eram a fannie Mae e Freddie Mac que operavam com taxas subsidiadas pelo governo e foi ela quem mais emprestou para esse mercado.

    Você concorda que elas deveriam ser desativadas com o tempo?

    ABS Fernando

  13. Alex eu lê o Blanchard essa semana e não simpatizei com algumas idéias deles.Principalmente porque ele fala que inflação e cãmbio fixo podem ser positivos. Um livro que ensina essas sandices, pra mim não serve para nada.Alex ele fala claramente que inflação pode ser bom porque gera receita ao governo via senhoriagem.

    Como você pode ter usado um livro desses? Acredito que o Dornbusch & Fischer seja melhor que o Blanchard.

    Alex quanto aos modelos de equilíbrio geral ainda refuto minha tese que eles não servem para nada.Primeiro porque é impossível em economia alguma coisa estar em equilíbrio.Sempre existe desequilíbrios o que o modelo de Stiglitz não pode ser o melhor para descrever as imperfeições no mercado,modelos caóticos explicariam melhor principalmente porque eles não seguem uma lina não Gaussiana.

    Sugiro você fazer uma leitura desses artigos

    http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/061211.pdf

    http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/302303.pdf

    E ainda saiu um importante artigo sobre econofisica no NBER denominado power laws in economics and finace. de Xavier Garbaix, um matematico que concluiu seu PHD em economia em Harvad o artigo é fantastico e para quem não conhece o NBER éo mais importante centro de pesquisa economia do mundo e geralmente dita os rumos da pesquisa em economia. para quem esta iniciando seus estudos em econofisica esse artigo é importantissimo, pois pode abrir e muito as portas para futuras publicações no Brasil, Alem de ajudar a quebrar um pequeno preconceito que a economia "ortodoxa" tem com relação a econofisica, página é http://www.nber.org/papers/w14299.pdf?new_window=1,

  14. Netto eu cheguei a cursar 6 meses de economia na Unicamp.Mais depois transferi o curso para matemática porque nos 6 meses de graduação só estudei Marx.Mas professor Beluzzo me deu alguns conselhos sobre economia.Inclusive me mandou ler uns livros do Sicsú,(apesar de Alexandre ter me ajudado que esses livros não eram la essas coisas).

    Mas Beluzzo foi bastante competente na gestão do verdão,foi ele que levou a Parmalat para lá.

    Inclusive domingo iremos ter clássico ,vou para SP domingo só para ver os BAMBIS perderem de 4 a zero.

  15. Olá, Alex
    Adorei descobrir o seu blog. Sou um espanhol formado em economia que gosta demais de ler sobre questoes econômicas. Seu blog é ótimo porque você é uma mistura de acadêmico e economista prático que resulta muito atrativo. Eu já conhecia você de entrevistas (globo, outros sites,etc.)e artigos mas o blog foi uma muito agradável surpresa pra mim. Desde já me torno fiel letor de você.
    Como vi que em muitos comentários muitos seguidores seus perguntam e comentam sobre livros de economia, vou aportar meu "granito de arena":
    Como livro de microeconomia, aconselho fortemente o Teoria Microeconomica do Walter Nicholson. É dum nível intermediário-avançado e bem melhor, desde meu ponto de vista, que o Varian.
    Para macroeconomia, o Blanchard é muito bom mas nao conheço livro melhor do que o do José De Gregorio: Macroeconomía. Teoría y Políticas (Pearson Educación, 2007). É em espanhol mas, com certeza, vocês brasileiros nao devem ter muitos problemas para entendé-lo. Nele, encontrarao teorias tradicionais e modernas. Só basta dar uma cuidadosa olhada no indice: http://www.bcentral.cl/jdegrego/pdf/indice.pdf
    Tem também um nível intermediário-avançado.
    Como livro para economia internacional, recomendo os mais conhecidos: Krugman-Obstfeld, Caves-Frankel-Jones (gosto mais deste último livro)
    Para leitura um pouco menos pesada, há muitíssimos mas têm dois livrinhos que o Vito Tanzi publicou recentemente que sao uma delícia:
    Um sobre a Argentina, país que o Vito conhece muito bem: http://www.amazon.com/Argentina-Economic-Chronicle-richest-countries/dp/0979557607/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1224313185&sr=1-1
    e outro sobre Asia: http://www.amazon.com/Peoples-Places-Policies-China-Southeast/dp/0979557658/ref=sr_1_4?ie=UTF8&s=books&qid=1224313292&sr=1-4
    Os livros versam de economia mas também de outras coisas relacionadas com esses lugares: férias do autor lá, as diferenças culturais que ele observa, monumentos, etc.
    O melhor de tudo é que o próximo livrinho dele a sair é sobre o Brasil principalmente mas também cobre a Nicaragua, Costa Rica, Perú e Chile. O seguinte deve ser o da Russia e os antigos países comunistas…
    Bom, é isso aí. Vou começar a ler desde os primeiros posts do ano 2006.
    Parabéns!!!
    Abraçao
    Alejandro

  16. Valeu Alejandro, Boas dicas. Eu tinha ouvido falar do livro do José de Gregorio, mas não cheguei a lê-lo.

    Eu estudei pelo Caves-Frankel-Jones (fui aluno do Jeff Frankel), que é mesmo muito bom. Bom páreo para o Obstefled-Krugman.

    Abs

    Alex

  17. Gilherme:

    “Alex eu lê o Blanchard essa semana e não simpatizei com algumas idéias deles.”

    Meu caro, voce acha que tem condicoes de ler e entender um manual de macroeconomia em uma semana? Menos…

    “O”

  18. O capitalismo financeiro configurado no cassino do mercado virtual e alimentdo por especuladores, não tinha vida longa.Faltou oxigênio.
    “O sonho acabou”.Como sempre, a conta da farra será paga pelos chamados emergentes e seus pares(o povão).O triste é aturar comentários de almofadinhas e viuvinhas do FHC(O intelectual que pediu arrego tres vezes ao FMI)defendendo um modelo que a realidade atual comprova ultrapassado(neoliberalismo, a tal mão invisível).
    Qualquer estudante de economia sabe que a Economia não é uma ciência exata.O endeusado mercado precisa ser regulamentado;sozinho não promove o bem-estar social.
    No mundo real,equações matemáticas sofisticadas não passam de perfumaria(seus domínios dá status
    e embezam teses acadêmicas).Tanta hipocrisia!!!

  19. “O triste é aturar comentários de almofadinhas e viuvinhas do FHC(O intelectual que pediu arrego tres vezes ao FMI)defendendo um modelo que a realidade atual comprova ultrapassado(neoliberalismo, a tal mão invisível).”

    Aí eu pergunto: se é tão triste, por que você vem aqui? Masoquismo? Vontade de apanhar?

  20. Nao, eu nao sou o Alejandro Neut (tomara 🙂 Eu sei muitíssima menos economia do que ele). Eu sou espanhol. Acho que ele é chileno, nao é?

  21. “O” BLANCHARD É UM PLANFETO HETERORTODOXO.Quanto o livro é fácil de ler,em uma semana da para acabar.Os cálculos principalmente não tive dificuldade da para entender facilmente.

    O livro do Fischer é melhor que ele.

  22. Alex o que você acha do Krugman nessa sua fala.

    http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081018/not_imp262032,0.php

    “Na política, está na moda falar contra os gastos do governo e exigir responsabilidade fiscal. Mas no momento, um aumento nos gastos do governo é exatamente o que o médico receitou e a preocupação com o déficit orçamentário deve ser adiada.”

    Realmente um economista que defende deficit fiscal da forma que vigora há 6 anos nos EUA.Sinceramente não merecia ter ganho o Nobel.

  23. Caros,

    Já que virou moda indicar bons livros de teorias econômicas, irei um pouco mais além e indicarei um livro de economia para leitura que é simplesmente sensacional. Em momentos de crise então, fica melhor ainda. Com certeza a leitura desse mudará a sua vida.

    Título: Saving Capitalism From the Capitalists
    Autores: Raghuram G. Rajan & Luigi Zingales
    Editora: Princeton Paperbacks

    Existe uma versão traduzida para quem tiver dificuldades com o inglês (Salvando o Capitalismo dos Capitalistas), mas recomendo fortemente a versão original.

    Você já leu esse Alex?

    Outra coisa, em um post antigo, você recomendou a leitura do Undercover Economist do Tim Harford. Daí te pergunto, seguindo a linha Freakonomics, você já leu o "Economia sem Truques" do Prof. Carlos Eduardo Gonçalves?

    É isso

    Abs
    Caio Machado

  24. Alex, desculpa por atrapalhar com tópicos nao muito relacionados com este post mas achei que o artigo seguinte é muito interessante (talvez já o conheces): http://voxeu.org/index.php?q=node/2292
    Sampa tem muito campo para trabalhar no mercado financeiro, nem se compara com Madri ou Barcelona (lógico por outra parte, pois o tamanho da capital financeira do Brasil é muito maior que qualquer cidade espanhola). Será que ele está realmente inchado? (só é uma pergunta, nao tô tomando posiçao definida)
    Abraçao
    Alejandro

  25. Guilherme na “doghouse”. Só sai depois de me mandar a solução de TODOS os exercícios do Blanchard.

    “Alex como fica as liberdades individuais nessa crise?

    Esse pacote de estatizar os bancos é um atentado a elas.”

    Explique o nexo sem recorrer aos “slogans” e eu comento.

  26. Infelizmente, ainda nao ha nenhuma “claridade” com respeito a balance sheet e liabilities de muitas instituicoes financeiras.

    A situacao do credito melhorou gracas ao Treasury, mas o problema fundamental de curto prazo nao esta resolvido, e ainda estamos com o c* na mao por aqui…

    Ja a recessao, a queda do consumo, e a desaceleracao da economia, esses sao problemas conhecidos e esperados como parte do business cycle.

    O que todos estao observando e temendo e a evolucao da liquidez, se a melhora vista nos ultimos dias vai ganhar momento ou reverter, e se alguem mais vai go under entre as instituicoes financeiras, ou entre as grandes empresas que precisam de credito para manter operacoes.

    We are not out of the woods yet…

    PIG

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine a nossa newsletter