O fardo do economista neoclássico – X

“Pelo que eu aprende no livro do Sicsu de economia monetária além dos outros que eles me indicaram e as conversas que tive com eles,mostra que seus argumentos sobre como deve ser ditada a economia brasileira estão errado (na minha opinião). Brasil cometeu erros na política cambial deixando o dólar se valorizar muito ,se a gestão a qual você participou do banco central tivesse impedido que o dólar se valorizasse muito não teríamos essa volitividade no cambio.O melhor remédio para essa volatilidade seria o banco central cortar mais o juros para desvalorizar o cambio e estimular as exportações ,ou fazer controle de capitais.

(se eu estiver errado por favor me corrigia,sou aberto a sugestões)”

Guilherme:

Para começar eu acho que você não pode aprender nada de bom no livro do Sicsú.

Se você quiser saber por que está errado, é só ler os posts deste blog, mas, para facilitar sua vida vou apenas lembrar que temos um exemplo muito próximo que seguiu exatamente a política que Sicsú, Beluzzo, Julinho, Pochmann e outros bambas do cretinismo econômica nacional sugeriram.

A Argentina manteve seu câmbio nominal desvalorizado, à custa de juros baixos (como você quer), controle de capitais (como você quer) e tributação sobre setores exportadores. Note-se que, pelo menos até recentemente, a Argentina tinha uma política fiscal de melhor qualidade que o Brasil: gasto menor, tributação menor, superávits mais elevados (comparando apenas os governos centrais), o que, neste aspecto, lhe dava uma vantagem.

Resultado: inflação de 25-30% ao ano, embora de fato não saibamos o número preciso porque o governo fajuta os índices. A economia cresce forte, é verdade, mas porque vem, desde 2004, ultrapassando todos os limites de segurança.

O desempenho das exportações não é melhor que o do Brasil e as importações crescem mais rápido que as exportações, assim como acontece por aqui, levando ao mesmo processo de redução do saldo comercial.

Mais: mesmo praticamente fixando o peso contra o dólar e, portanto, permitindo que o peso se desvalorizasse contra o real, a participação da Argentina nas importações brasileiras só cai, sugerindo que, em termos reais, o peso NÃO está se desvalorizando face ao real, muito pelo contrário (é só pensar nas conseqüências de uma diferença entre as taxas de inflação da ordem de 18%-23% ao ano sobre a taxa real de câmbio).

Agora o BC argentino se vê obrigado a vender reservas (não como o BC brasileiro, que apenas as empresta), piorando a percepção de risco (na casa de 10% a.a., contra 2,5% para o Brasil).

As lições que ficam são óbvias:

1) O BC não controla a taxa real de câmbio. Pode, no máximo, controlar a taxa nominal de câmbio, mas abrindo mão do controle da inflação;
2) O que interessa para fins de conta corrente, desempenho de exportações, etc., não é a taxa nominal de câmbio, mas a taxa real (claro que outras coisas também, como termos de troca e demanda doméstica, mas certamente não a taxa nominal de câmbio);

Daí o motivo da completa e total irrelevância das recomendações da trupe acima. Não é só falta de conhecimento teórico. É também a recusa a simplesmente observar a realidade que os circunda.

82 thoughts on “O fardo do economista neoclássico – X

  1. Alex, voce estah sendo muito bondoso com a Argentina. (1) O PIB argentino eh em parte baseado nos numeros magicos oficiais da inflacao, portanto eh seguro descontar uns 2-3% de crescimento ao ano nos ultimos 2 anos… (2) A situacao fiscal deles nao eh melhor que a nossa, pois eh baseada em grande parte em receitas relacionadas aos precos das commodities; (3) Os gastos do governo na Argentina sao fortemente prociclicos e como na margem o setor publico argentino esta cortado do credito, qualquer reducao dos precos de commodities pode necessitar que eles cortem gastos publicos por, digamos, uma paulada de uns 5% do PIB ou monetizem. Quando isso ocorrer vao voltar a bater panela e culpar o Tio Sam ou a Comissao Tripartite.

    Finalmente, se voce acha, corretamente, que o Mantega eh fraquissimo, os titulares na Argentina sao ainda piores.

    “O”

  2. “O”:

    Estava sentindo falta dos seus argumentos. Eu andei investigando (não muito a fundo, confesso) o ponto (1). Aparentemente não é o caso: o deflator implícito não seria construído com base no IPC e, a bem da verdade, tem mostrado níveis bem mais altos de inflação. Não me lembro dos últimos, mas, no trimestre final de 2007 já mostrava a inflação rodando acima de 18%.

    Quanto a (2), é verdade. Ainda assim, o gasto com funcionalismo é metade do nosso, assim como aposentadorias.

    Sobre (3), 100% de concordância, mas não somos nada melhores.

    E, no quesito “policymarkers”, realmento os “hermanos” se superam.

    Abs

    Alex

  3. Vale apontar que muito do boom argentino de anos recentes se concentrou no setor de construcao civil… E aparentemente, no caso da industria, setores como cimento e material de construcao. Minha explicacao favorita eh que os argentinos estavam investindo em habitacao pois eh um dos unicos ativos que o kirchnerismo nao teria como confiscar/calotear etc.

    “O”

  4. Alex
    uma coisa é combater comentários imbecis como esse ou criticar programas irresponsáveis como o argentino.
    Daí a dizer que o país não tem nenhum poder sobre a taxa real de câmbio é um salto complicado. Nesse seu modelo como você explicaria a China, por exemplo?

  5. Alex como mencionei o curso de economia da Unicamp é voltado pra sociologia,tanto é que as minhas primeiras cadeiras no curso era só voltada para política,Marx…. entre outras.Estou fazendo Bach em matemática por isso,me da uma base muito maior tanto em estatística quanto em calculo para entender sobre economia.Um exemplo é a carga horaria de estatística aqui a carga horaria de analise de regressão é 90h ,inferências 1A estatísticas 120h,serie temporais é 60h,é bem melhor que a ementa do curso da Unicamp.

    Pensei que professor Beluzzo estava certo,principalmente pela sua paciência que ele tinha para explicar as coisas sem contar sua experiência que ele teve no governo e no Palmeiras.Ele errou como todos economistas ortodoxos e heterodoxos que passaram pelos planos de estabilização do Brasil.

    Celso Pastore um economista bastante conceituado hoje ,quando participou do banco central a inflação aumentou bastante,Pérsio Arida ,Edmar Bacha,Gustavo Loyola também participaram de “planos fracassados” para tentar domar a inflação e não conseguiram,tanto é que depois de tantas falhas essa mesma equipe participou do plano real e obtiveram sucesso no controle da inflação.

    Gostaria de agradecer a você por me ajudar a abrir mais “minha mente” em relação a economia.Esses livros que eles me recomendaram como A Luta Pela Sobrevivência da Moeda Nacional,depois da Queda – A Economia Brasileira da Crise da Dívida aos Impasses do Real, Ensaios Sobre o Capitalismo no Século XX,Economia do Desenvolvimento – Teoria e Políticas Keynesianas,Emprego , Juros e Câmbio, Macroeconomia do Emprego e da Renda – Keynes e o Keynesianismo entre outros todo esse conhecimento obtido terei que jogar “no lixo”?

    Quais livros você indica de Macro,1,2,3
    Micro 1,2,3,4
    Economia monetária

    Daqui a 2 anos acabo o curso de Bach em matematica,pretendo entrar fazer um mestrado em economia na USP porque na Unicamp não da.A FEA segue uma linha Neoclássica ou Keneysiana?

    ABS Guilherme.

  6. Da’ pena ver a nova geracao inspirar-se em gente do calibre do Joao Csifu. Guilherme, meu jovem entusiasta, saia dessa vida e siga os ensinamentos do Tio Alex.

    No entanto, Alex, nao tenho muita certeza de que o ministro argentino seja pior que o Mantega. Ambos sao idiotas, mas o de la’ tem inciativa. Estes causam mais dano. Na verdade nao ha’ nada mais perigoso do que um idiota com iniciativa.
    Eu vejo a crise corrente como um fenomeno mundial de deflacao de precos de ativos. Casas, acoes, you name it. Os BCs e Tesouros tentam desesperadamente reflacionar os mercados. Mas a variacao de precos nao depende somente da massa monetaria. Depende tambem da velocidade de circulacao da moeda. Como virou moda fazer o hoarding de cash, o componente V da equacao M x V caiu tanto que nao ha’ M que chegue. Como nao ha’ cacife em governo nenhum do mundo para suprir o M nas quantidades necessarias, eles despejam o que podem no mercado com a esperanca de que a pressao da agua acabe desentupindo a pia. O pacote recente norte-americano e’ uma tentativa de atacar o problema de forma localizada: shore-up o valor do lixo radiativo, enquanto que os BCs ate’ aqui tentaram resolver o problema de forma generalizada, simplesmente “alagando” o sistema.

    Eu particularmente tenho a impressao de que o processo de deflacao de ativos vai continuar. E nao vai ser exatamente “uma marolinha”.

    Um brande abraco

    Kleber S.

  7. Falcão:

    Uma possível explicação para a China está aqui:

    http://maovisivel.blogspot.com/2008/03/um-modelo-para-discusso.html

    O resumo do ópera é o seguinte: taxa de poupança mais alta leva a excesso de oferta de não-comercializáveis e, portanto, à queda do seus preços relativamente aos de bens comercializáveis, i.e., depreciação da taxa de câmbio.

    Gulherme:

    Pode jogar no lixo. Em algum post abaixo houve ua série de recomendações para o Lasse em termos de livros de Macro e Micro. Matemática você não deve precisar. Eu destacaria os seguintes, mas o pessoal do blog fica livre para outras recomendações.

    Micro:

    Hal Varian (nível intermediário)

    Macro:

    Blanchard
    Abel & Bernanke

    A FEA não segue linha nenhuma. Tente a PUC-RJ ou a FGV-RJ.

    Abs

    Alex

  8. Po, mas que dia chato esse de hoje. Os malditos NY Giants ganharam de lavada e ainda nao quebrou nenhum banco!

    Fui ‘a praia de manha. Tava frio. O sol entrava e saia. Mais saido do que entrado. Olhei pro mar e vi uma porcao de marolinhas. Lembrei do Lula. Fiquei puto e fui embora. Na TV as escolhas eram as piores possiveis: politica, onde se vendem as virtudes de Nho Ruim e Nho Pior; no futebol os NYG se dedicavam ao massacre dos SS. Busquei entao refugio na net, tentando ler bobagens ditas por luminares politico-economicos. Quase que dei um search nas obras do Joao Csifu. Ai’ senti um no’ no estomago. Me lembrei que estava de estomago mais vazio que a cabeca do Mantega. Senti falta de quentao. Tomei uma tequila. Ai’ vim pro blog. Fiquei quase feliz. Vi que o Guilherme resolveu seguir o Tio Alex, numa demonstracao de inteligencia e humildade. Assim voce vai longe, Guilherme. Alem de competente, o Tio nao tem preocupacoes ideologicas, nem tenta ser politicamente correto, o que significa honestidade intelectual. Bem maior que da Merkel. Ontem na reuniao dos cachorros grandes da UE, meteram a boca em “decisoes unilaterais”, numa critica ‘a Irlanda em garantir os depositos em seus bancos. Hoje ela fez a mesma coisa. A Inglaterra parece que virou a bola da vez. Too late for me. Tirei ferias la’ no ano passado, a mais de 2 dolares por libra. Bad timing. Parece que as tribos europeias estao entrando numas de “Mateus, primeiro os teus”. Quem nao tiver cacife vai morrer com a boca chei de formigas. Tudo muito lamentavel.
    Mas na semana que vem melhora. Vou passar uma semana na “terra prometida”. A nossa terra. Comer feijoada ate’ sair pelos olhos, uma maravilha.
    Um grande abraco

    Kleber S.

  9. Alex para a Puc-RJ existe bolsa do CAPES? Ou existe alguma isenção na mensalidade?

    A mensalidade da GV não é tão cara 1.200,o problema é que não tenho família no RJ,daí o custo fica bem mais caro.Se eu estudar no Impa o fica mais fácil de obter bolsa do CAPES.Se o Capes financiar fica até possível pagar o mestrado.Quando você fez mestrado na FEA e depois foi pra Berkeley fazer doutorado você recebeu bolsa do CAPES?

  10. Alex como você avalia o “choque de gestão de Aécio” no estado de MG?

    Você comentou que na gestão de Alckmin não existiu um “ajuste” fiscal.Eu venho acompanhando aqui do Chile como anda meu estado natal e vejo que Aécio vem fazendo um ajuste bem “legal” na maquina publica.

  11. Fernando:

    Não conheço os números em detalhe. Ouvi falar, mas também tinha ouvido falar do “ajuste fiscal” paulista e, quando fui investigar, não achei nada. Sem números eu não me pronuncio.

    Abs

    Alex

  12. Guilherme,

    sou mestrando da PUC-Rio.

    Nenhum mestrando da PUC ou da FGV-RJ paga mensalidade e ainda ganha uma bolsa de 1200R$ da CAPES ou do CNPQ.

    A forma de entrada no mestrado é o exame da ANPEC que acontesse anualmente em outubro. A prova é razoavelmente concorrida mas existem bons cursos preparatórios tanto no Rio como em São Paulo, fazer matemática já te dá uma vantagem.

    Boa sorte.

  13. Guilherme,

    Sou estudante de economia na FEA-USP (um mero graduando ainda) e discordo um pouco do Alex quando ele fala que a escola não segue nenhuma linha. De fato se levarmos em conta as escolas cariocas (FGV e PUC), não podemos dizer que elá é ortodoxa, mas também não podemos falar que ela é keynesiana (Unicamp e UFRJ). Entretanto, a escola tem uma marca mais neo-clássica. Isso fica patente ao conversarms com os mestrandos e com pessoas formadas lá. Além disso, os professores mais novos, que estão na casa a pouco tempo e que acabaram de realizar o PhD nos EUA começam a impor a sua cara. Cito dentre estes, o Carlos Eduardo Gonçalves (excelente professor e vice-coordenador da Pós), o Mauro Rodrigues (eleito o melhor professor da FEA no meu ano de ingresso), o Fábio Kanczuk, etc.

    Eu paticularmente gostaria de fazer o mestrado no Rio de Janeiro, mas não porque a FEA não seja uma boa opção.

    Certamente você não se arrependerá se lá for estudar.

    Alex:

    O que você acha do livro de Macroeconomia do Simonsen e do Cysne?

    De Econometria, você indica o Gujarati ou o Wooldridge?

    Abs
    Caio Machado

  14. Alex,

    Mais um tema off-topic.
    Você poderia nos falar em quais candidatos você votou para prefeito e vereador ?

    Entenderei caso você não queira divulgar as suas opções.

    Abs
    Caio Machado

  15. Alex você acredita em grandes mudanças no Brasil caso Serra ganhe?

    Eu tinha uma empresa na areá de TI aqui no Brasil,eu transferi minha empresa para o Chile porque aqui no Brasil eu já não tinha condições de prosperar porque eu não era tão competitivo.Aqui no Chile eu pude prosperar,principalmente da liberdade econômica que o pais disponde (impostos baixos,flexibilidades trabalhistas),até produtos aqui no Chile é bem mais barato que o Brasil (carro,eletrônico).

    Você acredita que Serra é capaz da fazer grandes mudanças na economia brasileira como uma reforma trabalhista,privatizações das estatais,acordos de livre comercio,reforma tributaria?

  16. Alex, preciso de sua ajuda. Pelo que eu entendi sobre o que foi publicado sobre as perdas impublicaveis de Sadia (?) e Aracruz(credo!), os neguinhos encarregados de seus departamentos financeiros fizeram “overhedging”, ou seja, contrataram um volume muito maior de protecao contra a desvalorizacao do DOLAR do que seus contratos de exportacao requeriam. Como consequencia foram fazer companhia ‘a companheira Luzia, atras da horta, levando tudo o que tinham direito. Sendo esta informacao verdadeira, isto significa em linguagem coloquial que aqueles individuos esperavam que o real se valorizasse. Como isso nao ocorreu, mas muito pelo contrario (e bota pelo nisso) o real desabou, e eles acabaram tomando um banho (de agua raz).

    Sendo correta a descricao acima – sobre a qual nao tenho como ter certeza – os neguinhos apostaram A FAVOR da moeda nacional.

    No entanto, tambem li que Lula Marolinha disse que as “empresas que se danaram, dancaram por apostar contra a moeda nacional”.

    Vem dai’ que se apossou de meu cerebro uma certa confusao mental. Estou me sentindo um autentico Brizola, sem eira nem beira. Quem apostou o fez contra ou a favor? Sim ou nao, como perguntava o famoso referendo sobre o presidencialismo x parlamentarismo na decada de 60?

    Um grande abraco

    Kleber S.

  17. Alexandre,

    Completamente não relacionado ao tópico, mas que “insights” da teoria economica vc acha que se deve ter em mente nas inevitáveis mudanças na regulação que virão por aí? Quero dizer, que teorias, na sua opinião, explicam melhor o estado ao qual as coisas chegaram e o que elas sugerem que deve ser mudado nas atuais instituições?

    Obrigado,
    A

  18. Kleber S.,

    teria como passar seu email? gostaria de entrar em contato com você..caso nao o queira veicular no blog, escreva p/ tcalexandre.arrouba.hotmail.com

    Obrigado.

    P.S.: desculpe Alex, mas nao encontrei outra maneira de pedir. Espero que entenda e que a troca de contatos esteja de acordo com as ‘normas’ do blog. Hugs.

  19. Minha sugestao seria olhar o que estah acontecendo com a discrepancia estatistica do PIB argentino, isto eh a diferenca entre o PIB pela otica da demanda (consumo+investimento+exportacoes liquidas) e o PIB pela otica da oferta (valor adicionado na agricultura+manufaturas+etc).

    Meu entendimento eh que o indice de precos ao consumidor eh o deflator do consumo privado e afeta o PIB pela otica da demanda, mas nao o PIB pela oferta… O meu entendimento tambem eh que a discrepancia estatistica na Argentina nos ultimos 2 anos eh fora do gibi… Gigantesca.

    (Quando voltar de viagem, eu pego os numeros, tenho no meu compu de casa).

    “O”

  20. Falando em estupidez, andei lendo as ultimas declaracoes e medidas do nosso ministro. Ao que parece, ele jah estah se preparando para seguir os passos de Delfim Netto (sonho de todo economista italo-brasileiro de esquerda sem culhao para conquistar um Ph.D. no exterior): ferrar com o pais e se tornar colunista vitalicio da Carta Capital.

    “O”

  21. “Alex:

    O que você acha do livro de Macroeconomia do Simonsen e do Cysne?

    De Econometria, você indica o Gujarati ou o Wooldridge?”

    Caio:

    Acho interessante (é um livro diferente), mas algo ultrapassado. O Gujarati, que me lembro, era um livro bastante didático, mas não tenho acompanhado publicações mais novas (não conheço, por exemplo, este Woolridge que você mencionou).

    Quanto aos votos, votei no Kassab e na legenda do PSDB.

    “Você acredita que Serra é capaz da fazer grandes mudanças na economia brasileira como uma reforma trabalhista, privatizações das estatais, acordos de livre comercio, reforma tributaria?”

    Fernando:

    Não. Ele não acredita em livre-comércio, estado reduzido, etc. O retrospecto fiscal como ministro do Planejamento não é bom (mas, até aí, o de ninguém era). Talvez reforma tributária, mas eu não poria muitas fichas.

    Kleber:

    Você não quer que o presidente entenda a diferença entre comprar dólar e comprar real, né?

    Quanto às empresas… Deixa pra lá. Dia longo e estou sem saco…

    Apollo:

    No problemo…

    “O”:

    O deflator do consumo rodou a 18% nos 12 meses até jun-08 (o deflator do PIB a 23% no mesmo período), bem diferente do IPC. De qualquer forma eu não tenho certeza sobre as relações entre o IPC e o deflator implícito, mas me parece que o segundo está mais perto da realidade.

    Ah, nosso ministro acabou de arrolar, dentre as boas condições do país, a rentabilidade dos bancos, a mesma que ele usou como justificativa para uma tributação mais alta…

    Boa viagem.

    Abs a todos,

    Alex

  22. Mais um dia de “marolinha”. Nada grave, a bolsa so’ caiu uns 15 %. Mas depois subiu como rojao, terminando 5.5 % negativa. Derrota com sabor de vitoria, como diriam os antigos poetas da bola. O real tambem caiu um pouquinho, mesmo com uma injecao de 1.5 bi feita palo Bacen. E’ so’ uma “pequenininha gripe”, como disse a terrorista da Casa Civil.

    Nao vi ainda o que o Mantega andou bostejando na midia do pais no dia de hoje. Estou guardando para depois do jantar. Po, amigos, tem algum frequentador aqui do blog que seja advogado, ou que conheca algum bom profissional do ramo? A pergunta e’ a seguinte: num da’ pra deportar esse sujeito?

    Alias esse pessoal do (des)governo me fez lembrar um filme antigo do Eddie Murphy. La’ pelas tantas ele vira-se para um cara e pergunta: “Were you born shit or you took lessons to be like that?”

    Mas amanha tem “dead cat bounce”. Ai’ eles todos irao comemorar. Que aproveitem bastante.

    Um grande abraco

    kleber

  23. Putzgrila! O Mantega so’ falou coisa certa hoje!

    “A crise e’ passageira”. Certissimo! Ela passara’ de uma decada para outra.
    “No Brasil nao temos titulos podres”. Outra verdade. No Brasil temos apenas titulos APODRECENDO. Pessoal, o que e’ que vai acontecer com os emprestimos de quem comprou terras nos ultmos 18 meses? A soja, por exemplo, que bateu os 17.50 dolares por bushel, agora esta’ a menos de 10. E so’ nao caiu mais por falta de espaco! Como e’ que vao arrumar remuneracao para o investimento? Vao usar tecnolgia do Evo Morales?

    Tambem houve uma facilidade de credito nunca vista para se comprar imoveis. Com a deflacao mundial de ativos, e’ muito otimismo pensar que tudo ficara’ como dantes no nosso pais tropical.Manhattan, Ginza, Chelsea indo pro vinagre mas Moema continuara’ em valorizacao constante! Esses titulos todos a meu ver estao em putrefacao.
    Esta’ havendo uma queima de “paper money” nunca vista. Observem bem: na semana passada, quando o Dow caiu 780 pontos, foi noticiado que a bolsa americana perdera 1 trilhao de dolares de seu valor. Como desde o pico de 14.200 ja’ se foram 4.200 pontos, pode-se inferir que so’ nesta bolsa 5 trilhoes ja’ foram incinerados. Um valor nao quantificado tambem esfumacou no setor de commodities. Imaginem a empresa agricola que tinha silos cheios de soja no final do segundo semestre. Agora tem menos de 60 pct daquele valor. Vai fazer o seu writeoffezinho como de fato e’ mesmo!

    Ve-se portanto que o que se perdeu com o subprime foi trocado perto da dano colateral trilhonario ja’ causado pelo mundo afora. O processo de wipe-out de hedge funds vai de vento em popa. Esse dinheiro contabil nao volta mais, pessoal. Pelo menos nao num horizonte temporal visivel.

    Acho que o auge da crise no Brasil vai chegar quando o pessoal que comprou terras com alavancagem tomar contato (traumatico como ele so’) com aquele vegetal de grande consumo nacional, a mandioca. It won’t be pretty!

    Como esta’ havendo uma queda estrondosa de precos das exportacoes brasileiras, e como ao longo desse ano o pais ja’ estava tendo que lancar mao de IED para fechar o rombo de conta-corrente, essa queda de precos forcara’ uma queda de longo prazo no valor do real. A menos de um aumento brutal dos juros, que conteria tanto a demando como a saida de capital especulativo. Resta portanto ver o que os “reis da marola” (ou “marolinha”, como queiram) vao decidir.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  24. Alex na minha visão ele não teria muitas escolhas.Os tempos da vaca gorda acabaram para o Brasil (você sabe melhor do que eu)em 2010 o Brasil com a situação econômica que tem atualmente não consegue manter um crescimento de 4% sustentado.Serra vai ser obrigado a fazer grandes reformas para manter um crescimento do Brasil próximo de 5%.

    Você acha correta a a atitude do banco central gastar seus dólares para financiar os exportadores? Eu exporto Softwares principalmente para México e Brasil.Pelo que eu conversei com alguns empresários no Mexicanos e conversas com empresários Chilenos eles não estão sentido problema de dólar no mercado,como os Brasileiros estão sentindo.

    Alex eu vou dar uma pesquisada sobre a gestão de Aécio em MG e coloco os resultados aqui.

    ABS Fernando

  25. Alex,

    De fato se pegarmos as primeiras edições do livro do Simonsen, ele será ultrapassado. Entretanto, o Cysne deu uma revisada nele e na nova edição, a qual está a venda nas livrarias, já podemos ver a atualização dos capítulos envolvendo meios de pagamento e a nova contabilidade do PIB brasileiro.
    Pelo pouco que eu estudei nesse livro, digo que ele é bom, apesar de ser meio difícil para um aluno da graduação. Outra coisa que me chama a atenção é o fato de ser um livro escrito por brasileiros e para brasileiros.

    Abs
    Caio Machado

    Boa escolha na eleição. Escolhi o mesmo prefeito que você, mas para vereador acabei votando no Marcos Cintra.

  26. Alex falando em eleições o que você acha do Gabeira? Você deve conhecer como o Rio esta graças as “zelites” políticas que governaram a cidade/estado.

    Votei no Gabeira principalmente porque Armínio Fraga ta organizando seu programa de governo,acredito que ele pode mudar a maquina publica da cidade.As vezes penso em me mudar do RJ de para SP de tão ruim que ta a situação da cidade.Se brincar SP ta mais seguro que o RJ.

  27. Olá Alex,

    Veja só o Nassif tentando furar os olhos do Pastore.Ahhhh….essas cassandras de plantão.Ninguém merece!!!
    Acho que seria interessante para seu instigante blog que comentasse.

    Abs,

    Luiz Cláudio

    “Economia e firulas

    A crise é importante, entre outras coisas, para desvendar a análise seletiva de economistas de mercado.

    Por exemplo, no começo do ano já havia sinais nítidos de que a grande crise global se aproximava e que o aumento do déficit em transações correntes era uma ameaça, por dos efeitos previsíveis da crise: queda de preços das commodities e dificuldade de financiamento do déficit.

    Uma das vozes que se ergueu contra esse diagnóstico foi a de Affonso Celso Pastores, em artigo de 24 de março passado, no Valor (co-autoria com Maria Cristina Pinotti) (clique aqui).

    A crise internacional estava vindo a galope, com duas conseqüências óbvias: redução nos preços das principais commodities (com aumento correspondente no déficit em transações correntes) e perspectiva óbvia de aumento da noção de risco de crédito reduzindo os investimentos para o país. Era tema diário aqui no Blog

    A análise de Pastore, no entanto, lembrava as discussões dos velhos sábios de Bizâncio:

    1. Lembrava que o padrão histórico brasileiro foi de superávit na balança comercial e déficit nas transações correntes. Em vez de utilizar essa informação como alerta – já que esse padrão resultou em inúmeras crises cambiais – utilizava como inevitabilidade do modelo brasileiro.

    2. Atribuía o déficit nas transações correntes ao fato de se ter a absorção (consumo das famílias + consumo do governo + investimentos) maior do que o produto, ou ainda, que os investimentos superaram as poupanças domésticas (pública e privada). “E por que as poupanças no Brasil são baixas? Uma das razões é a política fiscal”. (…) .

    3. Minimizava o papel do câmbio no aparecimento dos déficits nas transações correntes. “A variável relevante para determinar o comportamento das contas correntes é o câmbio real, que é um preço relativo – entre os bens internacionais e domésticos -, e não o câmbio nominal, que é volátil e se comporta como um preço de um ativo”. Uma afirmação verdadeira e absolutamente inútil, já que é o câmbio nominal quem determina o preço de todas as transações econômicas do país. Seria útil se Pastore admitisse que, por ser volátil, o câmbio nominal deveria ser melhor controlado pelo Banco Central. Mas ele se limita a essa conclusão acaciana para eliminar o câmbio nominal do seu modelo.

    4. Para reforçar o não controle sobre o câmbio nominal, ele dizia que o câmbio estava sendo apreciado devido ao aquecimento da demanda, não ao diferencial de juros atraindo capital especulativo. Sendo assim, obviamente não havia razões para se reduzir os juros e o ingresso de capital especulativo. Nem se pergunte porque o câmbio foi para R$ 2,00 com o fluxo de dólar pronto praticamente estável. Ou nem tente indagar toda e engenharia financeira montada pelo mercado para compensar a apreciação irresponsável do câmbio – e que explodiu agora nos casos Sadia e Aracruz. Para Pastore, como essas operações não estavam na planilha da Cristina, não existiam.

    5. Por outro lado, diante dos ganhos de relação de troca gerados pela grande elevação de preços internacionais de commodities, dizia ele, essa valorização não tem prejudicado as exportações, que continuam mantendo um crescimento vigoroso. E falava da importância do câmbio apreciado para os investimentos. Como se a compra de uma máquina se esgotasse no mesmo dia e não ao longo do prazo de financiamento. Ou seja, se viesse a crise mundial – que estava à vista – esses investimentos seriam pesadamente onerados pela desvalorização cambial. Um preço fundamental para a economia – câmbio – ameaçado pelo aumento do déficit em transações correntes e Pastore fazendo embaixadas teóricas em torno de identidades contábeis.

    6. (…) Se chegarmos a este ponto, e for atingido o objetivo de desvalorizar o real mantendo-se o mesmo excesso de absorção sobre o produto, a valorização adicional do câmbio real continuará a ocorrer, mas desta vez com um peso muito maior dado pela elevação da inflação dos bens domésticos.

    Com a chegada da crise, o que Pastore tem a dizer? Leia o Valor de hoje.

    1. Infelizmente, a conclusão é que a maior vítima serão os investimentos na formação bruta de capital fixo. Por quê? No Brasil a formação bruta de capital fixo é extremamente dependente das importações, e seu aumento acarreta a elevação nos déficits em contas correntes. (…) Quando a taxa de investimentos se eleva para níveis próximos aos atuais, os déficits nas contas correntes se aproximam de 2% do PIB. Déficits desta ordem podem ocorrer sem que o câmbio real se deprecie desde que: a) o mundo esteja disposto a financiá-los com investimentos estrangeiros diretos e em ações, ou com outros fluxos de capitais; e b) as exportações sejam estimuladas pelo crescimento dos preços internacionais de commodities, diz ele. E isso em um momento em que o quadro internacional apontava claramente para esse cenário.

    2. Mas o grande encolhimento do crédito internacional muda as perspectivas de fluxos de capitais e de comportamento dos preços internacionais de commodities. Primeiro, cai o apetite para investimentos estrangeiros diretos e em ações, que se reduzem, ao lado da queda de outros fluxos de capitais. Segundo, com a queda dos preços internacionais de commodities o crescimento das exportações deverá se desacelerar, gerando depreciação do câmbio real, para a qual contribui também o encolhimento nos ingressos de capitais.E quantas e quantas e quantas vezes Pastore escreveu dizendo que todo déficit em transações correntes seria financiável…

    3. Como manter o discurso da apreciação cambial dentro dessa nova conjuntura? Simples: a depreciação cambial é bem vinda para os exportadores, mas encarece as importações de máquinas e equipamentos que direta e indiretamente entram na formação bruta de capital fixo, desacelerando o crescimento, escreve ele. Posso relacionar dez itens a favor e dez contra a desvalorização cambial. Pastore seleciona apenas os itens contrários, independentemente da análise se o país conseguiria segurar o déficit em transações correntes com esse câmbio.

    4. Em adição, em um cenário de desaceleração do crescimento mundial, de queda de preços internacionais de commodities, e de maior aversão ao risco, deve cair a capacidade de mobilizar recursos através do mercado de capitais. Finalmente, diante de um câmbio real mais depreciado crescem os custos das importações que direta e indiretamente são necessárias para os bens de capital que são incorporados no processo produtivo.

    Qual o caminho? “O déficit em contas correntes nada mais é do que o excesso dos investimentos sobre as poupanças totais (pública e privada)”.

    Logo, ele propõe um ajuste recessivo em lugar da desvalorização cambial. Só não estima de quanto deveria ser a recessão para conseguir recompor o saldo em transações correntes, corrigindo aquele déficit que ele garantia que seria sempre financiável.

    Alguém aí poderia me lembrar a piada daquele economista que se perdeu em um balão?”

  28. Alexandre, tudo joia?

    Quando você veio ao seminário de Economia em BH, perguntei sobre o Basel II: caso os EUA estivessem o adotado antes, os impactos da crise possivelmente seriam menores.

    Andei pesquisando sobre o assunto, pois estava achando que muito pouco tinha sido abordado sobre essas regreas (não vi ninguém falando sobre o Basel II nesse tempo de crise).

    Daí descobri que Basiléia I (e portanto o II) não vale para os bancos de investimento dos EUA,somente para os bancos comerciais. Quem regula os Investment banks é a SEC.

    Sei que muitos bancos de investimento também são bancos comerciais, e aí Basiléia II teria algum efeito, mas acredito que esse seria de ordem muito pequena.

    Além disso, a União Européia adotou o Basel II em 2005 (inclusive os bancos de investimento) e a crise já está com grande proporções por lá.

    O que você acha do assunto? Continua acreditando que se os EUA estivessem adotdo o Basel II a crise teria efeitos mais brandos?

    Um abraço

  29. Alex

    Para seu conhecimento, o mão peluda está inquieto porque não é ouvido!
    Abs

    “Os incríveis “professores de Deus”

    Publico o link da matéria para que não julguem que estou de gozação (clique aqui). Mas, lavrando o incêndio da falta de liquidez, o “professor de Deus” Alexandre Schwartsman defende um maior aperto monetário para combater a inflação provocada pela alta do dólar.

    Conhece-se um país não apenas pela quaidade de seus políticos, mas também de seus economistas mais ouvidos pela mídia. Isso explica muito mais a dificudade do país em se modernizar do que eventuais Severinos na Câmara..”

    enviada por Luis Nassif

  30. Só para não deixar passar….leiam o texto do grande Bresser no Valor de hoje. O “prof. Emérito” defende ferrenhamente o “modelo argentino”….Ai meu Deus do céu!!!

    Como é que se faz para ser professor emérito da FGV? É por tempo de “serviço” tal qual no setor público?

    abs e parabéns pelo blog

    Ortodoxo Mascarado

  31. Alex,

    Vamos ser pragmáticos. É bem provável que esta crise financeira resulte em uma queda de crescimento do PIB brasileiro dos atuais 5-6% aa para uns 3-4% aa durante os próximos digamos 1-3 anos. Seria uma desaceleração forte mas controlável. O perigo no curto prazo é uma desvalorização descontrolada do Real que force o BC a pisar no freio bruscamente, levando a economia para uma recessão. Ao contrário de 1999 a desvalorização de agora está ocorrendo com a economia em franco crescimento e o pass-hrough do câmbio para os preços vai ser bem mais rápido. A situação é delicada mas eu ainda não apostaria em um cenário catastrófico. We will see.

    Abs,
    Ed

  32. Anonimo (14:34)

    É importante saber diferenciar os deps de economia da FGV. Economistas com visão heterodoxa, como Bresser e Nakano são da escola de Sp (EESP). Ja no dep do Rio, estão aqueles com visão ortodoxa, como Aloisio Araujo, Fernado Holanda, Samuel Pessoa, etc (EPGE).

    Por isso o pensamento da FGV é tao heterogeo.

  33. Eu sei que tá todo mundo falando da crise financeira global.
    Mas o núcleo do IPCA em jul-08 e ago-08 foi de 0,5% e 0,45% respectivamente. O acumulado de 12 meses ainda está em 6,53%, mesmo com a demanda interna crescendo vigorosamente. Com o câmbio louco do jeito que está, eu não gostaria de estar na pele dos diretores do BC. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, e tomar decisões sobre política monetária em tempo real é difícil. O pior cenário seria inflação em alta via câmbio (apesar dos preços de commodities estarem despencando), uma vez que o real está se depreciando muito, com uma desaceleração forte do PIB por conta da turbulência financeira (estou com o multiplicador financeiro do Krugman em mente).

    Na verdade, com preços de commodities em queda… bem… as expectativas não são das melhores para o futuro, para nós e los hermanos, e não podemos fazer rigorosamente nada que possa resolver isso de uma vez (pelo menos em um prazo curto).

    Espero que os donos do mundo percebam logo a urgência de se recapitalizarem os bancos.

    Alex, e os bancos brasileiros?

  34. Meninos eu vi! As declaracoes de Lula Marolinha na inauguracao da P51 foram piores do que um concilio economico de Pochman com Joao Csifu. O surfista-mor disse que a crise no Brasil “vai ser leve”, emendando em seguida que US e EU tem de fazer sua licao de casa para que o Brasil “nao coma o pao que o diabo amassou”. Ha’ um erro de logica tao gritante no raciocinio que ate’ o Nassif entenderia.
    Agora eu estou no aeroporto, a caminho da terra prometida. Gostaria de saber de alguem por ai’ ja’ escreveu sobre a crise, em versao de papel-comestivel. Porque parece que a unica porra que vai fazer com que Lula Marolinha tome contato com a realidade e’ se ele puder comer as paginas do documento enquanto ele toma suas caipirinhas no cafe’ da manha. Sabor kibe recheado com ovo iria fazer o maior sucesso! A moeda ja’ se desvalorizou CINQUENTA PORCENTO em mais ou menos um mes. A Bolsa so’ nao cai mais por falta de espaco, e o Marolinha esta’ esperando a crise. Leve, uma “pequenininha gripe”. Sera’ que nao tem ninguem ai’ pra avisar que em pais NENHUM da OCDE os efeitos ja’ foram tao devastadores? Ou seja, o Marolinha esta’ esperando que a tuberculose vire tosse pra declarar “crise”?

    Hoje os Fed(elhos) do Ben, o bandidinho, sairam com uma tirada que fez Keynes virar na tumba. Vao abrir uma window para comprar commercial paper! Um espanto, verdadeiramente um espanto! O mercado de CPs nos US e’ de 1.5 TRILHAO de dolares. Com o Fed de tanga, como ja’ sobejamente informado, nao restara’ ao Billy the Ben e seus asseclinhas outra alternativa que soltar (mais) um traquezinho no mercado. NO ENATANTO, Caso eles recusem o papel de alguma empresa, esta estara’ tomaticamente numa situacao de Arlindo Orlando, qe um dia, cansado da vida, sumiu, desapareceu, escafedeu-se; nunca mais foi visto outra vez. Acho esta decisao um indicadivo de desespero absoluto.

    Mas o Marolinha segue resoluto: “O pobrema e’ SEU, Buxi, seu puto!”

    (Po, hoje eu to meio poetico)

    Enquanto isso, o governo toma aulas de economia. A invencao da semana passada de permitir que os grandes bancos usassem dinheiro do compulsorio para comprar a carteira (podre, ou apodrecendo) dos pequenos, so’ pode ter sido tomada quando estavam ja’ todos de porre. Por que? Ora, amigos do Tio Alex, imaginem a seguinte situacao: caso voces tivesse 100 reais no bolso, voces comprariam uma latinha de merda por 10? Eu acho que nao. E se voces tivessem 100 mil reais? Ai’ voces comprariam a dita-cuja? Naaaaaaao! Por que? Porque merda e’ merda, no matter what! Ora, por que a preocupacao com a natureza esfinctoria da carteira dos bancos pequenos se no Brasil nao tem nada podre?

    Ho, ho, ho! Feliiiiiiz Natahl!

    Abracao de quebrar costela

    Kleber S.

  35. Meninos esqueci!

    De mencionar o ultimo crime lesa-opiniao publica de Billy the Ben e seus asseclinhas. E’ o novo corte das taxas de juros (fed fund rates) vindo a galope popr aqui. E’ o corte “viuva porcina”, a que foi sem nunca ter sido. Pois os juros JA’ estao mais baixos que os “oficiais” 2 pct.

    Abracao

    Kleber S.

  36. Prezado Alex,

    Sou leigo no assunto, porém, em minha visão é como se a grana do mundo tivesse acabado de uma hora para outra e isto está impulsionando a alta do dólar para cima. Acredito que o crédito para a produção também foi para o espaço levando com ela a mola mestra do crescimento econômico o que irá acarretar uma baita estagnação suuuuuper prolongada.

    Então pergunto: Com este governo de irresponsáveis inchando o aparelho estatal ao máximo que podem e na falta de grana na econômica e conseqüente falta de criação de riqueza e crédito e os salários dos funcionários públicos tendo que ser pagos todo mês e, logicamente, funcionando como base da economia brasileira, o Banco Central será obrigado liberar a chave do maquinário de rodar “real” e a inflação voltará com gosto de gás aos moldes do governo Sarney guiado por gênios do naipe do Bresser Pereira?

    Por favor me diga que estou errado e que não há possibilidade disto acontecer…

  37. Ops,

    Me enganei quanto aos números do IPCA. O núcleo em 12 meses acumulados está em 5,95%.
    Curioso é que o núcleo por exclusão aumentou em agosto para 0,5%, contra 0,39% do valor em julho.

    Que coisa engraçada, o Fed vai pagar juros sobre as reservas bancárias! Tempo estranhos.

  38. Alex, tenho a seguinte dúvida: O FED e outros bancos centrais mundo à fora baixaram conjuntamente suas taxas de juros. O fato é que hoje no mercado interbancário há uma corrida por crédito, o que faz a LIBOR e outras taxas interbancárias dispararem. A saída é procurar dinheiro no mercado primário via operações lastreadas em títulos públicos (como overnight). Os governos estipulam as metas das taxas de juros e utilizam a média ponderadas das operações lastreadas em títulos públicos pra chegar na taxa efetiva de juros básico que deve ser bem próxima da meta estipulada. Ou seja, Para manter a taxa de juros dentro da meta os bancos centrais tem que cada vez mais ofertar dinheiro e pegar títulos públicos dos bancos. Sendo assim, os bancos centrais não vão ficar descaptalizados? pois baixando a meta da taxa de juros eles vão precisar injetar dinheiro e pegar títulos públicos pra deixar a taxa efetiva na meta. minha pergunta é se não há risco de os bancos centrais se descapitalizarem ?

  39. Alex essas grandes vendas de dólares do BC ao mercado não é ruim? BC tem que suavizar o ritmo de alta do dólar porque todos foram pegos de surpresa com essa mega valorização.Meu medo é que o BC torre os dólares tentando suavizar o ritmo de alta do dólar.Esse é um dos problemas do cambio flutuante que ocorre perdas de reservas.Não poderiam ser adotadas medidas como diminuição da exposição de bancos…. para evitar uma alta muito grande do dólar?

  40. Alex eu dei uma olhada no Blanchard,Blanchard , ele defende um forte intervencionismo do Estado na Economia, onde diz que inflação e cambio fixo podem ser positivos.

    Ele fala o oposto que você defende.

  41. Meninos eu vi! A flutuacao sujou! Perguntaria eu a um importador de longa data se a macrodesvalorizacao de 30 pct do Delfim em janeiro de 83, no regime de cambio “fixo”, foi pior que a desvalorizacao “flutuante’ de 50 pct das ultimas poucas semanas.

    Embora do ponto de vista teorico o cambio flutuante seja otimo, os fatos recentes tem demonstrado empiricamente que a flutuacao nao opera milagres. Hoje o Bacen parece ter tracado a linha na areia (2.30), atras da qual, usando um velho termo militar, eles vao “fincar o pe'”. Eu fincaria o pe’ em uma meta mais modesta, digamos o cambio de 1 para 1 de 94 corrigido pela inflacao, mais um coeficiente de seguranca de 5 pct. Por que 5 pct? Sei la’, mas eu teria um coeficiente de seguranca qualquer. A estrategia e’ a mesma que tenho “recomendado” a toda a tigrada dos governos mundiais: senhores, nao intervenham ate’ que vossas excelencias tenham cacife pra comprar a banca. E’, eu, um neguinho. Que nao sabe de porra nenhuma. Mas que tambem nunca perdeu um tostao em crise nenhuma. O que me faz acreditar que tudo ocorreu por “corrupcao passiva” por parte de todos os envolvidos com interesse no jogo. E’ inadimissivel que um brazuca em marco de 2006 pudesse ter tracado o cenario que Green e Ben, o bandidinho nao “conseguiram enxergar”. Em dezembro de 2006, Ben Bandido foi ‘a midia e disse acreditar que “o pior da crise imobiliaria ja’tinha passado”. Era so’ ter falado comigo e eu o teria levado passear pelas “vilas fantasmas” em Northern Nevada pra convencer o cretino ou corrupto a mudar de ideia. Bom, agora sabe-se a verdade sobre o passado. Sobre o futuro, bom acho que o “Marolinha” pode se tornar o novo “grande guia” da humanidade. Ou nao, como diria Caetano.

    Um abracao

    Kleber S.

  42. “Alex eu dei uma olhada no Blanchard,Blanchard , ele defende um forte intervencionismo do Estado na Economia, onde diz que inflação e cambio fixo podem ser positivos.”

    Caro Gilherme, nao eh para dar uma olhada no livro… Eh para ler, estudar e entender. Uma injecao na teste pode ser positiva, depende do contexto.

    Economia eh sobre trade-offs – o seu comentario, sem contexto ou nuance alguns, sem reconhecer os trade-offs envolvidos, mostra apenas que voce nao entendeu nada.

    “O”

  43. “Meninos eu vi! A flutuacao sujou!”

    Nao entendi, Kleber S….

    Quando que o Bacen se comprometeu a ter uma flutuacao limpa? Posso estar enganado, mas acho que isso nunca esteve na mesa (e como diriam os gringos, “and rightly so!”)

    “O”

  44. Caro Gilherme,

    O tio “O” estah com um bocado de paciencia hoje, entao voce vai sair lucrando se prestar atencao.

    A escolha entre cambio fixo ou flutuante nao eh uma questao de mais governo ou menos governo. A extrema direita americana eh a favor do cambio fixo (padrao-ouro), assim como o Chavez.

    A escolha do regime cambial depende dos choques a que sua economia estah exposta e como voce quer se ajustar a eles.

    Em um regime de cambio fixo, o pais abdica de ter politica monetaria. Portanto, choques reais (como movimentos nos precos das exportacoes) nao podem ser acomodados pela politica monetaria. Idealmente, paises de cambio fixo usariam a politica fiscal para se ajustar, mas isso soh funciona no papel (explica para o Chavez cortar gastos porque o preco do petroleo estah alto!). Vale lembrar que a crise argentina do final dos anos 90 aconteceu devido ao cambio fixo e a impossibilidade politica de se usar politica fiscal para ajustar a realidade de precos de commodities baixos apos a crise asiatica em 1997. E foi profunda essa crise!

    Outros paises de cambio fixo usam um terceiro mecanismo para se ajustar: o mercado de trabalho. Quando o preco do petroleo cai, os paises do Golfo Persico (Arabia Saudita, Qatar etc) deportam de volta para o Paquistao , India e Filipinas os milhoes (sim, milhoes) de trabalhadores temporarios que entraram no pais durante a bonanca.

    Em geral, paises expostos a grande risco devido a termos de troca e sem a possibilidade de deportar os desempregados escolhem regimes de cambio flutuante (Brasil, Chile, Australia, NZ, Suecia, Noruega etc), pois este regime permite que os choques nos termos de troca sejam suavizados.

    Tambem de modo geral, paises pequenos escolhem o cambio fixo (ilhas do Caribe, paises africanos), simplesmente porque operar um regime de cambio flutuante requer mais capacidade humana do que eh disponivel no pais. Ou alternativamente, porque paises pequenos geralmente sao altamente integrados a algum pais maior.

    Entao, concluindo: (1) Cambio fixo ou flutuante NAO eh uma questao ideologica e, se alguem lhe argumentar o contrario, pode ter certeza que essa pessoa nao sabe do que esta falando; (2) Eh sim uma escolha que deve refletir o ambiente em que o pais opera e as restricoes de capacidade e politicas a que o pais se sujeita; (3) A vasta maioria dos paises similares ao Brasil (exportadores de commodities, democraticos, aversos a inflacao, de renda media ou alta) escolhem o regime de cambio flutuante.

    “O”

  45. “Agora o BC argentino se vê obrigado a vender reservas (não como o BC brasileiro, que apenas as empresta), piorando a percepção de risco (na casa de 10% a.a., contra 2,5% para o Brasil).”

    A vaca foi pro brejo!

    Alexandre, responde uma coisa?
    Se a taxa nominal numa economia livre tende a taxa real e
    supondo que a taxa nominal de câmbio esteja superior a taxa real, logo, quem está vendendo reais para tapar os seus furos no exterior está perdendo dinheiro com isso. São estrangeiros que perdem e é o Brasil que ganha, então me explique por favor, porque o BC está ajudando os estrangeiros? Se eles querem vender os seus reais por míseros dólares, então que vendam. Não temos que ajudá-los!

  46. Arrebentou “O”.
    Como o Guilherme estuda Matematica, as aulas de Economia dele seram aqui. Entao, temos que ter consciencia de as duvidas dele procedem, e que tem tiver o talento como “O’ apresentou para explicar, com certeza ele agradecerá.

    G.Howe

  47. “São estrangeiros que perdem e é o Brasil que ganha, então me explique por favor, porque o BC está ajudando os estrangeiros? Se eles querem vender os seus reais por míseros dólares, então que vendam. Não temos que ajudá-los”

    Marcelo:

    O problema não são os estrangeiros, mas sim as empresas brasileiras que se alavancaram para vender dólares. O Valor de ontem (8/10) tem uma bela matéria a respeito na primeira página do caderno de finanças explicando a questão melhor do que eu poderia. Isto me sugere que o problema, ainda que sério, deve desaparecer ao longo das próximas semanas.

    Abs

  48. Sr. O

    Em que pese o Bacen nunca ter-se comprometido a manter uma flutuacao “nao-suja”, a “imagem” vendida, assim como a verborragia utilizada, era a de que temos um cambio flutuante. Diferentemente do Canada’, que apos Nixon acabar com o padra-ouro, declarou uma flutuacao “suja”.

    A sua explanacao sobre cambio fixo / flutuante foi muito bem escrita e racional. No entanto nao abordou o ponto que levantei na mensagem sobre a “sujeira” cambial. O tal ponto e’: “sua excelencia o fato”.

    O Brasil do passado tinha cambio fixo? Naaaaao. Ele tinha cambio que flutuava “aos trancos”, de maxi em maxi, com ativa participacao dos fatores citados em sua ultima mensagem. O cambio hoje e’ flutuante? Naaaaao, porque na hora do “vamos ver” o Bacen entra de gillete na chuteira, estuprando o mercado como o fez nos ultimos dois dias, FORCANDO AS COTACOES CONTRA A TENDENCIA NATURAL DO MERCADO NO MOMENTO. Porque se o governo anuncia flutuacao, sem explicitar que ele se reserva o direito de “sujeira” em larga escala, ele esta’ provocando uma enorme distorcao, virtualmente sacanaendo os que tiveram descortinio para perceber que dolar a 1.5545 reais era uma aberracao economica e fizeram o shorting do real. Ou seja, quem fez a avaliacao economica correta foi PUNIDO! O Bacen esta’ entao fazendo democracia com as proprias maos!

    Quem sabe o Brasil devesse mudar o nome da moeda de “real” para “virtual”. Pois enquanto a moeda se movimentou unidirecionalmente para cima, fazer o shorting de dolar era OK. Desnecessario dizer que isso acentuou a tendencia de valorizacao excessiva do real, a ponto de jogar pela janela o saldo em conta-corrente.

    Qual e’ a diferenca pratica entre se queimar reservas para defender (imbecilmente) um valor fixo, ou para se fazer retroceder um valor flutuante, mas que flutuou “do lado errado”? Nenhuma. Sua excelencia o fato continua o mesmo: queima de reservas para se cobrir o rombo causado por politicas economicas desatinadas. O resto e’ entulho teorico.

    Um grande abraco

    Kleber S.

  49. Alex, procede o boato que os banco estavam comprando todo os dolares q estavam entrando no mercado para ganhar com as operaçoes q vc acabou de falar, ja que com essas operaçoes eles ganham 2X1?
    Abraço

  50. Caro Kleber,

    Aquilo que voce descreve como cambio flutuante puro nao existe. Nem no Brasil nem em lugar algum.

    A nodoa ao “regime flutuante” que voce ve na venda das reservas nao eh diferente de outras intervencoes monetarias, como por exemplo, aumentando ou diminuindo a SELIC, mexer no compulsorio, ou para ressaltar o ponto, comprar reservas.

    “O”

  51. Qual do destino do financiamento imobiliário brasileiro com esta crise? O fato dele ser custeado com a poupança e o FGTS amenizam a situação?

  52. Kleber,

    O sr. está falando merda.
    Quem faz avaliação econômica correta de câmbio?
    Cite um paper com um modelo que explique o câmbio com um bom fit.
    Por que o câmbio a 1,55 é aberração econômica? Que modelo usa?
    O papel do bcb é estabilizar produto e inflação. E o câmbio tem influência sobre ambos.

  53. Alex,

    15,75% a Selic? Pelo seus cálculos dá isso, mas você realmente acha que o copom vai ter GUTS de subir tanto assim? Tio Lula nao vai deixar, você sabe disso.

    15,75 é impossivel, e tenho dito. daqui 2 trimestres a gente conversa.

    Ass. Hold SELIC

  54. Anônimo (23:49):

    Liberei, mas vamos maneirar. Eu nem sempre concordo com o Kléber S (aliás, quando tiver tempo comento), mas ele é participante positivo do blog.

    O comentário vale para todos, OK?

    Abs e bom dia para todos

    Alex

  55. Alex,

    não sei se essa pergunta faz sentido, mas ai vai: Será que a economia mundial está perto de viver a “armadilha da liquidez”? Hoje de manhã escutei o prof. Holland da fgv-sp na CBN dizendo que a economia está passado pela armadilha.

    abraços

    Bruno

  56. Alex pelo que eu vejo o Brasil esse ano vai sofrer a mesma coisa que 2002.O regime de cambio flutuante não é um bom regime um.Estamos perdendo dolar,BC daqui a pouco vai torrar suas reservas tentando suavizar o aumento do dolar.

    Em 2009 a inflação pela regressão que eu fiz pode rodar acima dos 6%,uma das causas vai ser o cambio.Deveriamos adotar algumas medidas como foram adotadas em 2002 na gestão de Arminio Fraga ,uma delas seria a diminuição de bancos a exposição cambial.

    Segundo que sua teoria que o cambio flutuante ajuda com a perda de renda não faz sentido,se o cambio se desvaloriza ele diminui as importações e ajuda na inflação.Mas isso não tem acontecido e não existe correlação. Quando o cambio se desvaloriza impacta na inflação obrigando o BC a subir o juros.

  57. Alex ou “O”, tanto faz,

    1) Me digam: Essas atuais medidas do BC brasileiro, injetando liquidez na economia, (redução do compulsorio, possivel mudança na tragetoria da SELIC) nao podem vir a desencadear no Brasil um processo inflacionario, ja que como o Alex havia demonstrado, estavamos no limite da nossa capacidade de produzir?

    2) Com tanto papel sendo impresso nos EUA, Europa, Japão, podemos esperar uma inflação nestes países no longo prazo e recessão , ou, stagflação? Quais as chances?

    abraços!

  58. Dias difíceis, hein Alex?

    Nem tudo está perdido! Lendo o Krugman e a sua declaração sobre a república das bananas, só podemos chegar a uma conclusão:

    (1) Se EUA é uma república de bananas, logo EUA = Brasil

    (2) Sendo EUA = Krugman e Brasil = Alex, logo Krugman = Alex

    Congrats!

  59. O Alex sabe um bocado mais de Brasil, entao eu deixo para ele a primeira pergunta. Quanto aa (2), acho que ninguem estah preocupado se vai haver inflacao, recessao ou estagflacao. Primeiro, temos que fazer o que tem que ser feito para evitar um buraco bem maior, se a inflacao vai ser 2 ou 10% nos EUA eh um “afterthought” (Aposto que o Bernanke adoraria ver uma inflacao de uns 10% se isso salvasse o sistema financeiro de colapsar mais ainda).

    “O”

  60. 1- O universo e’ velho uma barbaridade. A humanidade o tem observado por milenios. O primeiro modelo criado no Ocidente para descreve-lo veio de Aristoteles, o multiespecialista. Ele estabeleceu o Geocentrismo. No seculo 13 Thomas Aquino transformou o modelo em dogma, ate’ que em 1543 – que foi o ano mais importante da historia cientifica da humanidade – Copernico publicou o Revolutionibus, onde por simples observacao aliada ‘a aplicacao de tabelas matematicas ele criou o modelo heliocentrico, onde os planetas se moviam ao redor do sol em orbitas circulares. Kepler, tambem por observacao verificou que as orbitas eram elipticas, com os planetas se acelerando quando percorriam o trecho mais proximo ao sol. Newton explicou o fato com a formulacao da lei da gravidade. Einstein, ao criar a teoria da relatividade geral, colocou para a comunidade cientifica uma indicacao de que o universo estaria em constante expansao. So’ que isso causava um problema ideologico: se o universo se expande continuamente, e’ porque ele teve origem em um ponto comum. E esta origem sugere a existencia divina. Einstein entao criou o modelo estatico, onde o universo seria eterno e sem movimento expansivo. A comunidade cientifica se dividiu: a “direita” gostou do modelo Bang, a esquerda gostou do modelo estatico. Um belo dia em 1968, dois neguinhos em New Jersey fazendo experimentos de transmissao de dados com satelite, verificaram a existencia de uma radiacao de fundo que foi o smoking gun comprovando o Bang.

    Ve-se portanto que a adocao de modelos para qualquer assunto e’ uma coisa muito delicada. A historia acima tambem demonstra que os modelos so’ progridem quando observacao prepondera sobre a teorizacao. Viva Bacon!

    Fortemente influenciado pela falencia sucessiva de modelos, eu baseio minhas opinioes em observacoesde “sua excelencia, o fato”. Vai dai’ que nao tenho nenhum “paper ou modelo” sustentando minha opiniao sobre o cambio a 1.5545. Tenho somente uma sucessao de observacoes factuais. Uma delas e’ que a partir de um certo ponto da trajetoria de subida desembestada do real, o saldo em conta-corrente virou deficit. Um fato criminosamente minimizado pelo argumento de que “nada tema, como o IED tapa esse buraco, nao ha’ problema”. Ora amigos, usar o dinheiro de investimento estrangeiro para sustentar a importacao de bagulhinho chines e’ um contrasenso. Isso e’ equivalente ao neguinho que fez um second mortage da equity de sua casa para financiar consumo. Brasil, bem-vindo ao subprime!

    Se os amigos do blog repararem bem, em todos os meus comentarios eu faco apenas e tao somente alusao a fatos, a explicacao para estes e minha opiniao a respeito, tanto sobre relacao causa-efeito, como sobre acontecimentos vindouros.

    Dentro desta filosofia, considero como uma verdade evidente a correlacao entre a movimentacao unidirecional do real e sua consequente sobrevalorizacao com a queima corrente de divisas. Como tenho uma postura pragmatica petrea, acho que tudo o que tem resultado ruim nao e’ bom.Portanto critico veementemente as politicas que resultaram na situacao corrente.
    2- Acho que a equacao Alex / Krugman e’ muito pessima. O Krugman e’ um individuo fortemente ideologizado, portanto nao tem a honestidade intelectual do Tio. Por isso tenha muito cuidado ao ler coisas de autoria daquele individuo.

    Um grande abraco

    Kleber S.

  61. “O”,

    acho que voce esta sendo otimista quanto a inflação nos EUA.

    A base monetaria teve um aumento de 42%, de 2001 a 2007.

    Em termos de M1, o aumento foi de 24,5%:

    Em termos de M2, o aumento foi de 46%:

    MZM foi de 64,5%:.

    Considerando a injeção de dinheiro nas ultimas semanas (grafico http://blog.mises.org/archives/008707.asp ) ..

    acho que vem merda por ai. Muito mais de 10%. Alguem sabe se ha um modo de calcular aproximadamente?

    []´s

  62. Sr. O

    Voce tem demonstrado uma inteligencia notavel em seus posts. Por isso mesmo espero que voce reflita no que escreveu ao comparar intervencao cambial com alteracao na Selic, ou no compulsorio. Pense no “timing” que o efeito de cada uma dessas acoes leva para causar alteracoes economicas. Em seguida pense como o BC escolhe entre quem vai ganhar e quem vai perder uma fabula de dinheiro nas proximas 24 horas quando ele toma uma atitude desta. Isso e’ “capitalismo de mercado”? Democracia economica? Naaaao. Isso e’ a falencia da politica economica.
    Alem do que e’ uma tremenda cara-de-pau.

    O manual de instrucoes e normas internas do Bacen deveria receber o acrescimo de mais um artigo:

    “Enquanto a politica economica e monetaria levar a uma apreciacao da moeda nacional a gente nao mexe. Caso pinte sujeira e a gente veja que a nossa tchurma vai se entubar em caso de desvalorizacao subita, ai’ interviremos no mercado dando suporte ao real”.

    “Nao fiquem com medo da imprensa. Teremos sempre quem nos defenda. Pois eles tambem tem interesse.”

    Um abraco

    Kleber S.

  63. A discução está ótima, Kleber S. e “O”. Quando (e se) algum de vcs fizer um blog, por favor, passe o endereço que entrará nos meus bookmarks..

    Alex, parabéns pelo blog!!!

    Abs;

    Tiago

  64. Alex,

    Conselho para os leitores do blog: se vc tiver algum dinheiro sobrando para investimento de longo prazo então está na hora de investir na bolsa (brasileira, americana, qualquer uma). Compre ações de um fundo passivo com baixa taixa de administração e re-investimento automático de dividendos e deixe o dinheiro lá por uns 5-10+ anos. Vc não se arrependerá. Mr Market está deprimido e oferece uma oportunidade única para se ganhar dinheiro no longo prazo.

    Sds,
    Ed

  65. Muito obrigado a voce, Tiago. Mas depois deste blog nenhum outro tera’ mais graca.
    Eu tenho uma tendencia muito forte a concordar com o Jonas. Postei aqui a minha opiniao sobre a estrategia americana, agora copiada pelo mundo afora, de “alagamento”. Pois quando o efeito pretendido for obtido, o “desentupimento da pia” vai causar enchente. O mundo JA’ caiu na armadilha da liquidez, que foi justamente o que gerou a situacao atual. Estamos provavelmente vivendo um replay. “A Historia sempre se repete: primeiro como tragedia, depois como farsa”.

    “O” tambem tem razao: a ultima das preocupacoes do Billy the Ben e’ um estouro inflacionario. Vamos ver o que a tigrada vai decidir neste fim de semana. Porque o Morgan Stanley ja’ esta’ a meio-caminho do telhado.

    Um grande abraco aos amigos

    Kleber S.

  66. Kleber,

    Modelos são testados empiricamente.
    A distância entre teoria e prática é muito menor do que você imagina.
    Você fala que baseia suas opiniões em fatos.
    Mas de onde você tira as relações entre as variáveis? Por mais simples que seja, algum modelo você deve ter na cabeça.
    Caso você não faça nenhuma conta. Achei incrível a precisão do seu bom senso (4 casas decimais).
    Caso faça, o que faz? Tira uma correlação, uma média?

    Há um instrumento bastante útil chamado econometria.
    http://shikida.net/econometriaii_2008iiprovisoria.pdf
    http://www.submarino.com.br/books_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=1&ProdId=21388869&ST=SR

    Um forte abraço!

  67. Alex tem a última do Serra.Mereceria um tópico especial.

    O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), fez duras críticas nesta quarta-feira à atuação do Banco Central e disse que a autoridade monetária foi "lenta e imprudente" ao elevar os juros básicos a 13,75% ao ano e permitir a valorização excessiva do real. Na avaliação do governador, ao agir dessa maneira, o BC acabou por "complicar" a situação do Brasil diante da crise financeira dos Estados Unidos. Serra se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

    "Uma questão que complicou a situação do Brasil foi a política do Banco Central, (com) maior juro do mundo e câmbio arrochado, exageradamente valorizado. Isso é evidente que no momento de dificuldade traz problemas porque tende a forçar uma desvalorização maior da moeda, muito acima da média mundial, e evidentemente isto causa mais ansiedade e da mesma maneira acaba mexendo com as bolsas", comentou José Serra.

    "Acho que o Banco Central foi muito lento e foi muito imprudente neste ano quando elevou os juros para as nuvens e megavalorizou o câmbio", completou o governador tucano, observando, no entanto, que atualmente, diante da crise, "não adianta olhar para o que passou".

    http://br.invertia.com/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200810082154_RED_77513335&idtel=

  68. Sr Ihara

    Muito obrigado pelos sites econometricos. Quando voltar pra casa os lerei com muita atencao.

    O valor citado em mensagem anterior, 1.545, foi o efetivamente atingido em reais pelo dolar no seu ponto mais baixo deste ano. Nao e’ portanto fruto de modelo, e’ apenas um fato. O fiz com 4 casas decmais porque o currency trading e’ feito em “pips”, e como dediquei um tempo a esta atividade adquiri esse “vicio”.

    Pensei que minha exposicao sobre a descrenca em modelos tivesse sido clara. Se em milenios estudando a coisa mais velha do mundo, que e’ o proprio, os maiores sabios da humanidade escreveram bobagens historicas. Tenho portanto a opiniao pessoal de que o modelamento de coisas complexas e’ um exercicio de futilidade. Posso ilustrar esta opiniao com o fato da falencia do LTCM em 98, onde genios economicos e matematicos haviam criado um “modelo infalivel”. O modelo poderia ser “infalivel”, mas mesmo assim a firma faliu. Voltando ‘a Fisica, no inicio do seculo passado Niels Bohr criou um modelo para o atomo. De posse desse modelo, Lisa Meitner – e nao Otto Rahn – desenhou uma serie de experimentos para criar fusao nuclear. Acabou obtendo fissao. Como ela era judia, Rahn levou a fama.

    Mas se o sr.insistir que todas as acoes e decisoes sao feitas seguindo algum tipo de modelamento, eu diria que eu sigo um “metodo estatistico nao-quantificado”.

    Seguem-se alguns exemplos praticos:

    1- Quando em marco de 2006 eu vi uma porcao de condominios novinhos em folha em Northern Nevada absolutamente desabitados, conclui’ que havia uma bolha imobiliria. Em dezembro daquele mesmo ano Billy the Ben veio a publico dizer que a crise imobiliaria estava superada.

    2- Falando com algumas pessoas que tinham comprando suas casas em regime de ARM, e que disseram que nao poderiam arcar com o novo valor da prestacao quando do reset, eu conclui que a inadimplencia iria explodir. Associado ao fato de que no ano anterior 75 pct dos imoveis da California tinham sido vendido com ARM, e que 63 pct dos emprestimos bancarios eram de carteira hipotecaria, conclui que haveria uma crise bancaria sem precedentes, e me posicionei para ela.

    3- Quando em 2007 o Billy comecou a reduzir os juros (17 de agosto), eu conclui que o dolar iria cair, e apostei contra a moeda ate’ quando ela atingiu 1.50 dolares por euro.

    4- Apos analisar a relacao assets/equity de varios bancos americanos, cnclui que Lehman, WaMu e Wachovia nao iriam aguentar o tranco.Havia uma relacao bem razoavel entre a desvalorizacao daquelas acoes e o “keverage ratio” que me impressionou O Morgan Stanley era o toss-up, por isso nao mexi com ele.

    5- Observando ha’ poucas semanas atras que a volatilidade na NYSE estava promovendo grandes “dead cat bounces” no dia seguinte de enormes perdas, eu COMPREI WaMu. Fechou a 2.01, comprei a 2.15, vendi a 2.80 no mesmo dia. Ela fechou a 2.99. E dias depois, o banco fechou. Isso demonstra que ate’ zumbi pode dar lucro, desde que os fatos sejam bem observados.

    6- Apos testemunhar numerosos “voos da galinha” no Brasil, eu informei aos amigos em julho do ano passado que nem o real nem a bolsa se sustentariam. Escrevi aqui que, enquanto neguinho estava segurando as pontas esperando que a crise bancaria internacional passasse, e as perdas fossem recuperadas, na verdade o processo atual e’ o de uma imensa deflacao de ativos a nivel mundial. Muitos anos se passarao ate’ que se volte a patamares proximos do pre-crise.

    7- E hoje de manha, comprando um carro para minha mae, o vendedor disse que os juros subiram por 3 vezes na semana passada. Quando pedi para ele quantificar, ele disse: “A prestacao de 1.000 reais passou para 1.300!”. Putzgrila, sr. Ihara! De acordo com o meu “metodo estatistico nao-quantificado”, eu diria que as autoridades economicas, incluindo ai’ o excelentissimo sr. Presidente da Republica, Lula Marolinha, estao enganando o povo. O Brasil entrara’ numa recessao brava.

    Sabe o que repetidas vezes dana com modelos, sr. Ihara? As tais condicoes de contorno. Como sugestao eu indicaria ao amigo o livro “Black Swan”.

    Um grande abraco

    Kleber S.

  69. Ops,

    não é assim que eu vejo a banda tocar.
    O método científico, o uso dos modelos e a necessidade de comprovação empírica, que começou na Física com Galileu e depois foi se espalhando por outras disciplinas (na verdade, boa parte derivada da Física) foi o principal componente do incrível progresso na ciência e tecnologia que o mundo obteve nos últimos séculos.
    Sim, os modelos, sobretudo quando deparados com “cisnes negros”, precisam mudar e se adaptar. É isso que a Física tem feito. Quando o “cisne negro” do efeito fotoelétrico apareceu, foi necessário desenvolver a Física Quântica. Quando se levantou a questão da velocidade da luz no vácuo independer de referencial, surgiu a Relatividade. E assim ela vai evoluindo.
    Sim, a análise econômica é difícil prá caramba porque não conseguimos experimentos naturais, como os físicos fazem (o que chegou mais próximo disso foram os experimentos da Coreia e Alemanha, que mostraram que o capitalismo é um regime que gera mais desenvolvimento que o comunismo).
    Nisso, a análise econômica precisa recorrer a métodos como a Econometria para verificar os modelos.
    Os modelos são perfeitos? Não. Os testes econométricos são tão precisos quanto um acelerador de partículas? Tampouco são. Se alguém acreditar puramente nos modelos e operar alavancado a 100 x 1 achando que descobriu a fórmula mágica de fazer dinheiro quebrará a cara cedo ou tarde? Quebrará.

    Só que, com todas as imperfeições, até hoje não vejo nenhum método que leve a análises melhores. As alternativas como a heterodoxia da quermesse ou a “lógica apriorística” da Escola Austríaca são muito, mas muito mais fraquinhos e lembram mais filosofia grega (quando não vira religião) do que ciência. E, por isso mesmo, capazes de perpetuarem conceitos errados (como o geocentrismo) por séculos ou até mais de milênio.

    Daí eu defender a ortodoxia. Ela é o pior método de análise econômica, excluindo-se todos os outros existentes até o momento.

    Edson F.

  70. Sr. Edson F E’ por isso que eu gosto tanto desse blog. Aparece gente inteligente, de alto calibre como voce, alem dos fantasticos posts do Tio Alex, que sempre nos levam a pensar e aprender.

    Tudo o que voce escreveu e’ muito correto. No ano passado tive uma discussao semelhante com um amigo, que naturalmente passou pela mecanica quantica. A diferenca entre nos e’ a mesma que tive quando da discussa com aquele amigo. O que voce chama de “evolucao” para o modelo seguinte, eu chamo de “falha” do modelo anterior. A despeito disso, a ciencia tem progredido com a alteracao constante desses modelos, o que demonstra a eficacia de longo prazo do metodo de “modelamentos”.

    No entanto, considero a crise atual como demonstracao empirica da falha rotunda dos modelos economicos existentes. Isso revela uma diferenca muito importante entre modelos cientificos e modelos economicos. Sempre que alguma coisa da’ errado num acelerador de particulas, e as contas nao fecham, o pesquisador postula a existencia de uma nova particula sub-atomica. Ja’ no caso do modelo economico, neguinho vai ‘a falencia. Como isso e’ muito mau, eu prefiro tomar minhas decisoes de acordo com o meu “metodo estatistico na-quantificado”.

    Um grande abraco

    Kleber S.

  71. Kleber, ainda que houvesse expectativa de depreciação do Real, visto que o dólar ganhava força ante todas as outras moedas, a disparada (não a subida) aqui se deveu muito mais ao fato da descoberta do nosso “subprime”. Malandrinho empurrando para espertinho uma operaçãozinha da hora, na qual além de conceder o crédito, o banco, na maior camaradagem, ainda comprava uma call de US$ (balcão) da empresa, um pózinho, só para baratear o empréstimo e se zerava(ou não?) na BMF. A aceleração começou quando rolou a percepção de overhedging, mas quando vazou a real da operação, foi o estouro da boiada. O problema para a molecada dos bancos que já estava na fila do X5 2009 é que apesar deles estarem zerados para o vencimento da opção, a ponta vendida tem ajuste de financeiro ou margem, conforme o contrato. Sacou a ronca? Boatos de que o proprietário de um deles já o enfiou, e vai ficar apenas com suas indústrias…
    Nessa situação eu enxergo como mais do que justificada a tentativa do Bacen, visto que não se trata de questão de fluxo, e sim (pelo menos a príncipio) de um squeeze mais do que orquestrado.

  72. Kleber,

    Qualquer relação da crise atual com a teoria econômica é um erro, não há nada que valide ou invalide a teoria. É a mesma bobagem que afirmar que a teoria de finanças não serve pra nada porque o LTCM faliu.

    Antes de tudo. Responda sinceramente. Você entende o modelo proposto por Black, Merton e Scholes? Já estudou teoria econômica?

    E para que possamos continuar a discussão. Explique logicamente porque a crise atual significa a falha dos modelos econômicos. Sem fugir do tema, tente ser objetivo.

    Abs

  73. Sr. Ihara, se os modelos sao todos bons, por que o mundo esta’ nessa enrascada? Os hedge funds e bancos de investimento americanos investiram fabulas em matematicos trabalhando full time na elaboracao de modelos – que nao sao divulgados. Por observacao do caos presente conclui que nao funcionaram. Sobre o comentario do Arlequim, eu tenho a impressao que a desvalorizacao do real nao e’ passageira. Duas coisas me sugerem isso:

    a- Se fosse passageira, a Votorantim nao precisaria terminar os contratos e tomar um banho de 2.2 bilhoes de reais. Era so’ esperar mais um pouquinho.

    2- As taxas de juros praticadas em alguns tipos de financiamentos, carros por exemplo, me sugerem que uma quantidade muito grande de dinheiro de fora esta’ – ou estava – participando pesado na jogada. Com a mudanca de direcao desse fluxo, a demanda por dolares “fisicos” aumentou. E pode estar apenas comecando.

    Somente o tempo revelara’ quem esta’ com a razao. Observemos pois. Para o bem do Brasil espero que voce esteja certo. Caso nao esteja, alem da desvalorizacao cambial se aprofundar, o pais passara’ por uma recessao galopante. Neste sentido, a receita do Tio esta’ corretissima. Suba-se a Selic ja’, e tome-se as redeas do processo em seu inicio. Porque na hora em que se estabelecer o momentum, sai da frente.

    Um grande abraco aos amigos

    Kleber S.

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