O brilho do Verdão. Coluna Mário Marinho

O BRILHO DO VERDÃO

COLUNA MÁRIO MARINHO


A temporada de 2018 do futebol brasileiro chega ao seu final com um legítimo, merecido e indiscutível Campeão Brasileiro: o Palmeiras.

Foi o melhor em todos os quesitos.

É bem verdade que seu sucesso foi erguido na segunda metade do Brasileirão, após a contratação de Luiz Felipe Scolari.

Foi ele, o Felipão, que soube tirar de cada jogador, de cada talento, de cada abnegado tudo o que ele tinha para dar.

E convenhamos, com o excelente elenco que formou, havia muito o que tirar, o que aflorar.

Mas, exatamente pelo peso e valor de seu elenco, a temporada não foi assim tão brilhante para o Verdão.

Dos título que disputou, venceu apenas o Brasileirão.

Perdeu o Paulistão.

Perdeu a Copa do Brasil.

Perdeu a Libertadores.

Não que o Brasileirão seja um título menor, mera compensação.

Pelo contrário.

O Campeonato Brasileiro é o mais difícil campeonato nacional do Mundo. Vejamos a competitividade alguns dos mais badalados campeonatos do mundo.

Espanha – Nas últimas 10 edições do Campeonato Espanhol, conhecido também como La Liga e apontado como o segundo mais rico do mundo (o primeiro é a Inglaterra), nas últimas 10 edições, repito, nove ficaram com Barcelona e Real Madrid.

Inglaterra – Mais rico e com a excelente média de público de 38 297 pagantes por jogo (atrás apenas do futebol alemão com 44.646 pagantes), a Premier Liga é disputada por 20 times e, nos últimos 10 anos, teve como campeões o Manchester City ( 3 Vezes); o Chelsea (2 vezes); o Manchester United (4 vezes); e uma vez o Leicester, tremenda zebra em 2015-16 quando conquistou o título pela primeira vez em 134 anos de história.

Alemanha – A Bundesliga é disputada por 18 times. Nos últimos 10 anos, os campeões foram: Bayern de Munique (7 Vezes); Wolfsburg (2 vezes); Borussia Dortmund (1 vez).

Itália – O campeonato italiano já foi o mais famoso e mais charmoso da Europa. Atualmente, tomando-se por base essas qualidades, o calcio fica atrás da Inglaterra, Alemanha e Espanha.

A Série A italiana teve os seguintes campeões nos últimos dez anos: Juventus (6 vezes); Milan (1 vez); Internazionale (2 vezes).

Ou seja, nos principais centros europeus, os favoritos e vencedores estão sempre entre dois ou, no máximo, três times.

Já no Brasil a história é outra. Nos últimos 10 anos, o Brasileirão teve os seguintes campeões: Flamengo (1 vez); Fluminense (2 vezes); Corinthians (3 vezes); Cruzeiro (2 vezes); Palmeiras (2 vezes).

A variedade de campeões no Brasileirão é bem maior.

Além disso, a quantidade daqueles que têm chance de vencer, além dos acima já citados, é bem grande. Pode-se acrescentar: Grêmio, Internacional, Botafogo, Vasco, São Paulo…

Ou seja, ao começar o Brasileirão, pelo menos 10 times têm chance de ser se sagrar campeão.

Por isso, o Brasileirão não pode ser apontado como simples título de compensação.

É, sem dúvida alguma, um grande título, uma grande conquista.

E, para o ano que vem, o Palmeiras já sai na frente como favorito número 1, já que manterá o seu plantel (que ainda pode ser reforçado), seu técnico, seu corpo diretivo.

E o que é muito importante: o forte patrocinador.

 

Tragédia
Já anunciada.

Ao final da temporada passada, alguns companheiros de time, torcedores do América, não entenderam muito bem o meu ceticismo quanto à conquista do título do Brasileirão da Série B e a consequente volta à Série A.

Eu tinha sérias e bem fundadas dúvidas: estaria o Coelho preparado para enfrentar a forte Série A? A pergunta não me saía da cabeça.

E o resultado final do Brasileirão responde: não, não estava.

Assim, o América volta à Série B.

E enquanto não possuir forte estrutura, seu destino será este mesmo: bate e volta.

Lamentável.

Que seja
só coincidência

O presidente eleito Jair Bolsonaro foi prestigiar a festa do seu time, o Palmeiras. Não resistiu e, como bom torcedor, foi participar da entrega das medalhas, levantou a Taça e até deu volta olímpica.

O último presidente da república que foi visto com constância em estádio de futebol foi o ditador Garrastazu Médici, sempre com radinho de pilha colado ao ouvido.

Que a semelhança pare por aí.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
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