Inferno Astral Tricolor. Coluna Mário Marinho

Inferno Astral Tricolor

COLUNA MÁRIO MARINHO

Os astrólogos afirmam categoricamente que não existe inferno astral.

Rebatem até mesmo aqueles que dizem que o Inferno Astral acontece nos 30 dias que antecedem o aniversário por causa do fim de um ciclo astrológico. Garantem esses especialistas que uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Além disso, o inferno astral tricolor já dura muitos aniversários.

São eliminações em cima de eliminações e a desta quarta-feira, frente ao Talleres, da Argentina, em pleno Morumbi, foi muito doída. Talvez até por ser a última, já que a tendência é esquecer as dores.

A queda do técnico André Jardine é questão de horas.

Ele não é o único culpado, mas a corda arrebenta sempre para o lado mais fraco.

A situação do Tricolor hoje é o acúmulo, a soma de uma série de decisões erradas que a Diretoria vem acumulando nos últimos anos.

André Jardine foi apenas uma parcela dessa soma.

A torcida – 40 mil pagantes – foi ao Morumbi ontem e fez sua parte incentivando o time. Mas, em campo, os jogadores não fizeram sua parte.

Além de problemas táticos, erros na escalação e nas substituições que devem ser atribuídos ao técnico, houve falhas individuais gritantes.

Hernanes, de quem tanto se esperava, foi apenas mais um num festival que pareceu reunir um catado de pernas de pau para um churrasco de fim de semana no sítio. Sumiu em campo e até mesmo na entrevista após o jogo ele, sempre falante e com desenvoltura, gaguejou o tempo todo à procura de uma impossível explicação.

O experiente Diego de Souza perdeu um gol incrível que mudaria a história do jogo, além de falhas bizarras.

Para se ter uma ideia da péssima atuação do São Paulo, basta dizer que, num time que precisava vencer, no mínimo por dois gols de diferença e, portanto, ir ao ataque, seu melhor jogador foi Arboleda, um zagueiro.

Foi ridículo, extremamente ridículo. Merecido 0 a 0.

Como domingo é dia de clássico no Paulistão, a queda de André Jardine deve ser anunciada nas próximas horas.

O Tricolor
Não é mais aquele

Já houve uma época em que o São Paulo pairava soberanamente sobre os outros times. Era imune à crises. Não se demitia técnico por sequência de maus resultados. Era o emprego dos sonhos de todos os técnicos.

Hoje, não é mais assim.

A última conquista do São Paulo foi a Copa Sul-americana, em 2012, ainda comandado por Muricy Ramalho.

Depois, vieram Milton Cruz, Juan Carlos Osório, Doriva, Edgardo Bauza, André Jardine, Ricardo Gomes, Pintado, Rogério Ceni, novamente Pintado, Dorival Júnior,Diego Aguirre e agora André Jardine.

A torcida também
não é mais aquela

Vaias, vandalismos, agressões eram palavras que se aplicavam aos torcedores dos outros times, não dos aristocratas tricolores.

Mas, depois da eliminação desta quarta-feira, torcedores do São Paulo, como reles mortais vândalos, depredaram a estação Morumbi do Metrô.

Cabe a pergunta: o Metrô deixou de fazer gols? Levou gols? O que o Metrô tem a ver com isso?

Evitando
o evitável

A Secretaria de Esportes da Prefeitura de São Paulo reuniu representante dos principais clubes de São Paulo – São Paulo, Palmeiras, Nacional, Portuguesa e Corinthians – e deu prazo para que todos adequem suas instalações onde jogadores ficam concentrados.

A medida é excelente e deve ser seguida pelas secretarias de outras cidades brasileiras onde existam clubes e concentrações de atletas.

É um passo importante para evitar que novas tragédias como a do Ninho/Inferno do Urubu se repitam.

Bela e
justa homenagem

Os jogadores do Vasco entraram em campo ontem à noite, no Maracanã, pelo Carioca, trazendo em suas camisas bela homenagem ao Flamengo.

Eu digo homenagem ao Flamengo, mas, aqui eu uso uma figura de linguagem chamada metonímia que consiste em usar uma palavra fora de seu contexto, como por exemplo, dizer “respeitem os meus cabelos brancos” quando quero dizer “respeitem minha idade” ou “respeitem minha velhice”

Eu uso Flamengo, mas quero dizer Homenagem às vitimas do Flamengo.

O clube em si, em minha opinião, é responsável e não vítima.

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Veja os gols da quarta-feira:

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FOTO SOFIA MARINHO

Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
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