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Se burrice doesse… Por Maria Helena RR de Sousa

SE BURRICE DOESSE…

MARIA HELENA RR DE SOUSA

… muitos de nossos problemas estariam resolvidos. Mas como não dói, vamos em frente aceitando as opiniões de ignorantes que se arvoram em “entendidos” nos mais variados assuntos.

burrice
(ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DO NOBLAT VEJA ONLINE, 5 DE SETEMBRO DE 2020)

Já tivemos grandes figuras no Brasil. Na política, nas artes, na medicina, no urbanismo e em vários outros temas que interessam ao país e ao seu progresso.

Todas as vezes que acho imprescindível citar um Brasileiro com B maiúsculo lembro de Joaquim Nabuco, ou Machado de Assis, ou do Barão do Rio Branco. Hoje, a dificuldade não está na memória que com a idade vai se apagando… hoje a dificuldade está em encontrar um nome que mereça ser citado…

No momento que atravessamos, a pandemia por conta do vírus Covid-19, só me ocorre lastimar que não tenhamos mais um dr. Oswaldo Cruz para nos guiar e defender.

A ele devemos a erradicação de várias doenças e as vacinas que nos livraram de milhares de mortes.

“Ao combater a febre amarela, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se transmitia pelo contato com as roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da febre amarela era um mosquito. No que foi veementemente condenado.

Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida. O congresso protestou e foi organizada a Liga contra a vacinação obrigatória. No dia 13 de novembro, estourou a rebelião popular e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O Governo derrotou a rebelião, que durou uma semana, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina. Mesmo assim, em 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro. Em 1908, em uma nova epidemia de varíola, a própria população procurou os postos de vacinação”. (Wikipedia).

Dali em diante tornou-se obrigatória a vacina contra a febre amarela. Para ser matriculado numa escola era necessário o comprovante da vacina. Para empregos públicos também; para o casamento, fosse num cartório ou numa igreja, idem. Em suma, a inteligência vencera a burrice.

Claro está que sendo o Brasil como é, mal a febre amarela foi erradicada, o poder público abandonou o controle.  Mas como o castigo vem a cavalo, há cerca de dois anos voltamos a nos ver frente a frente com a doença e logo foi necessário retomar a vacinação contra a temível febre.

Não temos mais um Oswaldo Cruz. Mas temos países que estão sofrendo com um novo vírus, o Covid-19, pesquisando e elaborando vacinas contra essa nova e atemorizante doença. Que o espírito do dr. Oswaldo Cruz recaia sobre nós e que em breve o mundo e suas novas vacinas vençam mais essa dor que nos fere tanto.

E que arrebente com a burrice: Viva as Vacinas!

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Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa.

 

4 thoughts on “Se burrice doesse… Por Maria Helena RR de Sousa

  1. Por favor, amigos; a imagem do burrico acima é injusta. Retirem-na!
    Os burricos se julgam ultrajados com a comparação aqui insinuada.
    “Somos apenas muares, e não completamente desumanos”, dizem eles.

    1. Concordo com o RedFox. Os burricos não são estúpídos, ao contrário, são bem espertos.
      Quanto á ilustração na nota de 200 reais alguém já disse que o lobo-guará esta mais parecido com uma hiena. Também concordo. Será que foi um acaso?

  2. Minha Querida
    Sempre concordo, mas hoje sou obrigado a discordar; primeiro não é burrice, mas falta de inteligência. Fique sabendo que os burros ajudaram a engenheiros a desenhar estradas, faziam com que seguissem nos terrenos que entendessem mais seguros e marcavam o caminho percorrido.
    Meu pai dizia que há duas maneiras de aprender: “apanhando ou vendo os outros apanhar. Triste é quem não aprende de nenhum jeito”.
    Falta de inteligência doe, embora a distância temporal não permita que o desprovido juntar lé com cré. Pior: falta de inteligência mata, demora mas mata.

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