jogadas ensaiadas

Jogada Ensaiada. Blog do Mário Marinho

JOGADA ENSAIADA

BLOG DO MÁRIO MARINHO

jogadas ensaiadas

Os esportes coletivos têm nas jogadas ensaiadas, um manancial que parece inesgotável de possibilidades a serem aplicadas dentro de uma partida.

No futebol, principalmente, reclama-se muito (eu com bastante frequência) que os técnicos pouco usam as possibilidades de jogadas ensaiadas.

Na vitória do Corinthians sobre o Bahia, 1 a 0, na semana passada, o gol corintiano foi fruto de jogada ensaiada.

Veja:

 

Está certo que a bola desviou num jogador do Bahia, mas a jogada é ensaiada e deu resultado.

Telê Santana, um dos maiores técnico do Brasil, treinava jogadas em seus times até à exaustão.

Nos anos de 1979/80, o Palmeiras acumulou vitórias conseguidas com as tais jogadas ensaiadas que, de tanto se repetir, tornaram-se manjadas, mas, mesmo assim ainda funcionavam.

Uma delas era a cobrança de escanteio.

Do lado direito, a cobrança era do lateral direito Rosemiro; do outro lado, revezavam-se Pedrinho e Baroninho.

A bola era cruzada em direção à pequena área, onde um jogador palmeirense (às vezes Jorginho, Carlos Alberto Seixas, Zé Mário…), dava um ligeiro toque na bola, um raspão de cabeça, o suficiente apenas para desviar do zagueiro e sobrar para o centroavante César que se fartava de fazer gols assim.

As jogadas eram ensaiadas sempre a partir da bola parada.

E não era nenhuma novidade.

Ivan Machado, que passou pelo Guarani, Olímpia, Sertãozinho, Bragantino, Paulista e mais um monte de time, me contou dia desses que cansou de fazer gols quando defendia o Sertãozinho usando uma jogada criada pelo então técnico Machado (ex-goleiro) com a bola cruzada sobre a área adversária que era desviada pelo centroavante Bimbo, excelente cabeceador, e sobrava para ele que, aparentemente, estava longe da jogada, mas aparecia em velocidade, de surpresa.

Assistindo ontem à vitória justa do Sport sobre o Corinthians, vi este lance: escanteio pela direita; Fágner, como fez contra o Bahia, se posicionou para a cobrança. No meio da área do Sport, o experiente Thiago Neves aprontou uma gritaria com seus companheiros, apontando para um determinado local da área.

Com a imagem da tevê um pouco mais aberta, foi possível ver um jogador do Sport apressado e se posicionando no lugar indicado por Thiago Silva.

Foi por ali que a bola cruzada por Fágner no jogo contra o Bahia passou e encontrou Sotero para marcar.

Morreu, portanto, a jogada do Corinthians.

Era sobre isso que eu e o Ivan conversávamos:

– Olha, bastou um jogo e um jogador experiente como o Thiago Neves pra matar a jogada. Aquela jogada que o Sertãozinho, comandado pelo Machado, fazia e que, na maioria das vezes, terminava com gol meu, só era possível porque não tinha tanta exposição.

É verdade, o Ivan tem razão.

Mas, o futebol de hoje, se oferece menos espaço em campo, com jogadores de mais velocidade, também oferece aos treinadores mais possibilidades de ensaiar jogadas.

São tantos os auxiliares, que é possível ao técnico dedicar mais tempo à criação e ensaio de jogadas.

É preciso vontade e criatividade.

 Sport 1,

Corinthians 0.

E vontade e criatividade não parece serem o forte do atual time do Corinthians.

O time é lento e lerdo.

Troca passes lateralmente e domina a bola a maior parte do tempo sem o menor aproveitamento.

No jogo contra o Bahia, o Corinthians chegou a mostrar futebol um pouco mais solto e mais objetivo do que vinha mostrando sob o comando de Thiago Nunes.

Para o jogo de ontem, esperava-se mais evolução.

Mas não aconteceu. E, volto a dizer, a vitória do Sport foi justíssima.

A verdade é que o elenco corintiano é fraco.

Ontem foi anunciada a contratação do equatoriano Cazares que estava no Atlético Mineiro.

Cazares é um bom jogador. Acontece que ele gosta também de atuar na noite. E as noitadas, claro, influem no rendimento de qualquer jogador. Só por isso, o Atlético abriu mão dele para um empréstimo até o meio do ano que vem.

Desculpas

Esfarrapadas

Depois do jogo de ontem, o técnico Dyego Coelho fez o possível para justificar a derrota para o Sport. Seria mais fácil que ele admitisse que o adversário foi melhor – o que os técnico, todos eles, têm dificuldade em aceitar.

Ao invés disso, declarou elogiou o empenho dos jogadores. Certamente, ele assistiu a outro jogo.

Mas, esfarrapada mesmo, foi a desculpa do técnico Fernando Diniz para a derrota do São Paulo, 4 a 2, para a LDU, pela Libertadores.

Nesse jogo, a LUD abriu 3 a 0 no primeiro tempo. No segundo, o Tricolor marcou dois gols e a LDU marcou um.

Segundo Diniz,  o São Paulo teve um excelente segundo tempo e, nesse segundo tempo, venceu o jogo por 2 a 1.

Algo como o médico dizer que a cirurgia foi um sucesso, mas o paciente morreu.

Apesar de tudo, acho que Coelho e Diniz devem permanecer em seus cargos. Não é hora de trocas.

Veja os gols da quarta-feira:

 

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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