O ousado e o conservador. Coluna Mário Marinho

O ousado e o conservador

COLUNA MÁRIO MARINHO

Pego dois jogos da rodada do Brasileirão para analisar as diferentes formas de agir de seus técnicos.

Os dois jogos em questão terminaram empatados.

Em São Paulo, na arena palmeirense, os dois líderes do campeonato se enfrentaram e o jogo foi cercado de mistério e divulgação dignos de uma final.

Palmeiras com um ponto a mais na classificação recebeu o Flamengo.

O jogo não decidiria nada, como nada decidiu.

Mas, foi o encontro dos dois melhores da competição.

Ao contrário do que se esperava, o jogo teve mais nervosismo, tensão e destruição do que emoção, criatividade, bom futebol.

Mas, vá lá, clássico é clássico.

Quase a final do primeiro tempo, o Flamengo teve expulso o volante Márcio Araújo por receber dois cartões amarelos.

Imediatamente, o técnico flamenguista, tirou o criativo meia Diego para colocar em seu lugar o defensivo Cuéllar.

Do outro lado, o técnico Cuca fez o que se esperava de um técnico mais ousado: tirou um jogador defensivo, o volante Gabriel, e colocou em seu lugar um atacante, Rafael Marques.

No segundo tempo, sentindo seu time mais acuado e sem criatividade, o técnico do Flamengo consertou o erro da substituição, fazendo entrar em campo Allan Patrick, um pouco mais criativo, para a saída de Gabriel.

Deu sorte, em seu primeiro lance, seu primeiro toque na bola, Allan Patrick marcou o gol do Flamengo.

Somente 20 minutos depois de muitas tentativas é que o Palmeiras chegou ao empate através do excelente Gabriel Jesus que trilha, cada vez com mais segurança, o caminho reservado aos craques.

O 1 a 1 foi o resultado final do clássico da Allianz Parque. Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Nada mudou.

No outro jogo, em Curitiba, o desfigurado Corinthians enfrentou o Coritiba e saiu na frente com o gol de Marlone.

Como vem acontecendo com o time sob o comando claudicante de Cristóvão Borges, o Corinthians não soube manter a vantagem.

Treze minutos depois do gol de Marlone, o Coritiba chegou ao empate. O bom lateral Fágner, totalmente perdido no jogo, acabou cometendo pênalti infantil no atacante Kazim que Leandro converteu.

O jogo foi morno e nenhum dos dois mereceu a vitória.

Mas, é desesperador para o torcedor corintiano assistir a seu time jogar tão mal seguidamente.

Dificilmente acontece uma troca de passes acertada, uma tabela ou deslocamentos tão comuns na era Tite que parece já longínqua. Os erros de passes em distâncias de metro ou metro e meio são tão constantes quanto absurdos.

Nesse quesito, Cristian parece ser o campeão.

Marlone continua sendo o melhor jogador, mas produzindo em repentes, não em continuidade.

Aos 35 minutos do segundo tempo, o Coritiba teve um jogador expulso, João Paulo.

Esperava-se que aí o técnico Cristóvão Borges se aproveitasse da vantagem numérica e colocasse um atacante a mais no time.

Em vão.

Cristóvão assistiu impassível ao restante do jogo.

Ele sabia que o empate não era bom e que seu time poderia sair do G4, o que de fato aconteceu. Mesmo assim, não mexeu no time. A única substituição que fez foi a entrada de Uendel em lugar de Guilherme Arana que se machucou logo nos primeiros minutos.

Aí vem a pergunta que não quer calar: foi atitude de um técnico conservador ou de um técnico medroso?

Resultado de imagem para america mineiroÉ a reação?

O meu América segue o calvário que Deus lhe deu neste Brasileirão. Ontem, jogando na casa do adversário, arrancou suado empate com o Figueirense, 2 a 2.

Foi o segundo empate consecutivo.

Ou , numa visão mais otimista, já são dois jogos sem perder…

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo

A COLUNA MÁRIO MARINHO É PUBLICADA TODAS AS SEGUNDAS E QUINTAS AQUI NO CHUMBO GORDO.

(E SEMPRE QUE TIVER NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR. )

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