Todos às calculadoras. Coluna Mário Marinho

Todos às calculadoras

COLUNA MÁRIO MARINHO

Essa empolgante reta do Brasileirão leva apaixonados torcedores em busca de ajuda desde as antigas cartilhas de tabuadas até os mais complexos cálculos.

Meu time cai? É a pergunta desesperada de alguns.

Meu time chega a Libertadores? Perguntam esperançosos outros.

Meu time será campeão? Perguntam poucos outros.

Nesse domingo, assistindo ao Esporte Espetacular da Globo, ouvi alguns comentários de Casagrande.

Walter Casagrande Jr. foi um grande centroavante e é também um comentarista que eu gosto de ouvir. Tem a experiência do boleiro, mas, não é muito complacente com ex-companheiros de profissão. Se tem que criticar, critica.

Ele não teve dúvida em apontar o Flamengo com vencedor do jogo contra o Internacional e cravou o Mengão como campeão do Brasileirão.

Errou no primeiro comentário e não está numa posição muito confortável com o segundo, já que o Verdão abriu quatro pontos de vantagem para o rubronegro.

Nessa curta reta de chegada, quatro pontos são uma vantagem considerável.

É como se fosse uma corrida de 100 metros rasos. Quatro pontos são quatro metros à frente. Só mesmo um Usain Bolt poderia tirar essa diferença. E não há um Usain Bolt nessa corrida.

Mas, calma, amigos flamenguistas. Nem tudo está perdido porque o que está em jogo é o formidável e imprevisível futebol.

No domingo, concordei com parte do que disse o Casagrande.

O Internacional viveu, no fim da semana passada, verdadeiro inferno astral.

No treino de sexta-feira, os jogadores Anderson e William trocaram soco e um deles deixou o campo sangrando.

Pouco depois, as imagens da TV mostram um padre, que foi chamado pelo Clube, benzendo o gramado.

Convenhamos: jogadores trocando porrada e padre benzendo o gramado são atitudes de desesperado.

Porém, como o futebol é um esporte embicado, furtivo e inesperado, eis que o Inter despachou o Flamengo com uma virada espetacular, 2 a 1.

Veja os melhores momentos:

https://youtu.be/Mj1uJgMqLB0

Pau que
dá em Francisco…

…também dá em Chico.

Juízes erram. Às vezes erram muito.

Mas o erro do juiz só é admissível quando é a favor do nosso time.

Caso contrário, não é erro: é roubo.

No meio da semana, tivemos aquelas lamentáveis cenas do Fla-Flu protagonizadas por um erro incrível do experiente e bom juiz Sandro Moreira Ricci.

Todos se lembram: Henrique marcou de cabeça, o bandeirinha, acertadamente, viu e assinalou o impedimento; o juiz foi lá conversar com o bandeira e validou o gol. Seguiram-se 13 absurdos minutos até o juiz voltar atrás, por possíveis e ilegais informações externas, e anular o gol.

Para palmeirenses, o que aconteceu foi um complô carioca. Paulo Nobre, presidente do Verdão, gritou a plenos pulmões: “Ninguém vai levar esse título na mão grande”.

Viu ali, o cartola, não um erro do juiz, mas um roubo.

Houve quem dissesse até que havia a mão da TV Globo no caso.

Pois, no domingo, jogando contra o fraco Figueirense, o Palmeiras teve ajuda do “chamado apito amigo”.

Em minha opinião, apenas e tão somente erros de arbitragem.

O pênalti que originou o gol do Palmeiras só existiu na visão do juiz. E houve ainda o pênalti no Rafael Sobis. Mas, como disse acima, são apenas erros.

Veja os principais lances:

Respeito é bom
e todos nós gostamos

A Folha de São Paulo, em seu mirrado caderno de Esportes desta segunda-feira, abre assim o noticiário da vitória do Corinthians sobre o América mineiro, 2 a 0:

“Foi como bater em cachorro morto…”

O América, para quem eu torço desde criança, é o time mais fraco do Brasileirão e, com justiça, ocupa a última posição desde o começo da competição.

Mas o time é formado por homens que trabalham e lutam – com as poucas armas que têm – para cumprir honestamente o seu trabalho.

Eles merecem respeito, assim como merecem respeito também os torcedores do América.

Aliás, merecem respeito também os leitores da Folha.

No dia 09 de outubro passado, em seu ridículo noticiário esportivo, a Folha trouxe esta pérola no noticiário corintiano:

“Se manter o pagamento da dívida…”

Pelo amor de Deus, o correto é “se mantiver…”

No dia 15 de outubro, ao noticiar a contratação de Osvaldo de Oliveira, o jornal publicou: “A contratação de Osvaldo de Oliveira causou um raxa na Diretoria…”

Outra vez, pelo amor de Deus! O correto é racha, que significa separação, divisão; raxa diz respeito a um tecido grosseiro.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo

 
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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