Arbitragem no Brasil, um caso muito sério. Coluna Mário Marinho

Arbitragem no Brasil, um caso muito sério

COLUNA MÁRIO MARINHO

Existe uma figura muito comentada no futebol brasileiro que é o célebre “Apito Amigo”.

Essa figura está hoje totalmente desmoralizada. O amigo de hoje é o carrasco na semana que vem.

Pau que dá em chico também dá em francisco, ensina a milenar cultura dos nossos sábios da roça.

Não há mais aquele time que é o privilegiado de sempre. Todos erram. É verdade que se erra mais a favor dos grandes do que dos pequenos.

Sinceramente, eu não acredito no juiz ladrão. Não que sejam eles querubins, serafins ou arcanjos.

Mas, normalmente, o torcedor só considera ladrão aquele juiz que erra contra o time dele.

Temos que considerar que o maior motivo de reclamações – as faltas – são de interpretação do juiz.

Depois, vem o pênalti: foi falta? Dentro da área?

E os impedimentos: o jogador recebeu a boa livre, mas ele estava em posição legal na hora do passe?

São os lances e perguntas que provocam as mais acaloradas discussões.

O finado João Havelange defendia que a polêmica mantém o futebol vivo depois dos jogos.

É o chamado sofisma.

É verdade sim que os lances polêmicos sustentam discussões por dias, semanas, meses, anos.

Mas não é assim que o futebol deve ser lembrado.

Hoje o juiz tem pelo menos dois grandes adversários: a televisão e os jogadores.

Isso sem falar nos dirigentes que jogam a culpa nos árbitros para justificar derrotas.

Os jogadores deveriam se respeitar mais ou serem punidos.

Um dos motivos da arbitragem europeia ser, de um modo geral, melhor que a brasileira e sul-americana é o respeito dos jogadores entre eles.

Aqui, um jogador leva um esbarrão e se joga, rola como se estivesse morro abaixo, estrebucha como se necessitasse da extrema-unção e depois levanta com a maior cara de pau, como se fosse um anjo.

Um lateral marcado em lance mais ou menos duvidoso é o bastante para os jogadores encararem e cercarem o juiz. Querem intimidá-lo.

Basta uma trombada normal, do jogo, e o atingido já levanta peitando o companheiro.

Quanto aos jogadores, é preciso que haja punições. Eles precisam aprender a respeitar, coisa que não aprendem em seus clubes.

No que diz respeito à televisão, ela mostra com imagens dos mais diversos ângulos, detalhes que escapam à visão e percepção de qualquer juiz.

São diversas câmaras espalhadas pelos estádios prontas a captar mínimos detalhes.

A solução é fazer do inimigo um aliado.

Ou, como dizem na roça, se não pode com o diabo, alie-se a ele.

Alguns lances podem ser resolvidos com a ajuda da tecnologia.

A falta foi ou não dentro da área?

Esse problema dá para eliminar. Veja no vídeo abaixo, do jogo Fluminense 2 x Vitória 2 que o gol de pênalti do Flu foi totalmente irregular. A falta aconteceu, mas, visivelmente fora da área.

Ou como diz o Milton Neves, a um quilômetro e meio da área.

Reparem que o juiz marca a falta como se fosse fora da área. Instantes depois, ele aponta a marca do pênalti. Parece que a orientação veio do bandeira.

No impedimento é possível também eliminar alguns problemas, não todos.

No jogo Flamengo 2 x Corinthians 2 o impedimento do Paolo Guerreiro é tão gritante que deveria ter sido marcado pelo bandeirinha, mas pode ser eliminado com a ajuda das câmaras.

Mas para que tudo isso funcione, precisamos de árbitros bem preparados. Será que nós os temos?

Não se pede a perfeita atuação dos juízes, pois são todos humanos.

Mas é possível melhorar.

Abaixo, alguns erros gritantes.

Coletânea de erros cometidos no primeiro turno feita pela Fox Sports:

https://youtu.be/NfmZH0GpfIU

O famoso gol do zagueiro Henrique no FlaFlu que foi motivo até de pedido de anulação do jogo por parte do Fluminense:

https://youtu.be/PEsqlSSkFL8

Agora, o Fluminense é ajudado por erro gritante do juiz. Fluminense 2 x Vitória 2:

O incrível gol de Paolo Guerreiro em impedimento contra o Corinthians:

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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