O espião dos goleiros. Blog do Mário Marinho

O ESPIÃO DOS GOLEIROS

BLOG DO MÁRIO MARINHO

O ex-goleiro Taffarel passou o fim de semana em São Paulo a trabalho.

Como treinador de goleiros, o gaúcho veio assistir ao clássico Santos x Palmeiras, no sábado, no Pacaembu, e a São Paulo x Ponte Preta ontem, domingo, no Morumbi.

No sábado, Taffarel foi ver de perto a atuação do goleiro do Santos.

O goleiro do Santos, que desperta o interesse do profissional da Seleção Brasileira e um dos grandes goleiros do futebol brasileiro, Éverson, tem 29 anos (22-07-1990), paulistano, 1,92 metro de altura, e está no Santos desde o ano passado. Começou sua carreira em 2013, no Guaratinguetá-SP, e passou pelo River-PI, Confiança-SE, Ceará-CE até chegar no Santos.

Foi um sábado praticamente perdido, já que os dois goleiros pouco trabalharam, graças à ineficiência dos dois ataques.

No domingo, o alvo de Taffarel foi o goleiro Tiago Volpi, do São Paulo.

Volpi também tem 29 anos, é catarinense de Blumenau, onde nasceu em 19-12-1990. Tem 1,87 metro de altura.

Começou sua carreira no São José-RS, passou pelo Figueirense, Querétaro, do México, de onde chegou ao São Paulo no ano passado.

A missão de Volpi no Tricolor não é nada fácil: substituir o maior ídolo do Clube, o goleiro Rogério Ceni, jogador que mais vestiu a camisa do time, 1.237 vezes, em 25 anos de clube (em 2º lugar está Waldir Peres, 617 jogos, em 14 anos de Clube).

Tiago Volpi tem se destacado no time do São Paulo e, aos poucos vai conquistando a torcida de seu Clube.

Suas boas atuações despertaram a atenção do técnico Tite e do treinador de goleiros, Taffarel.

Ontem, não foi o melhor dia de Tiago Volpi.

Primeiro, porque foi pouco exigido, o que não é culpa sua.

Segundo, porque levou um gol que, aos olhos dos mais exigentes, poderia ter evitado. Tenho esses olhos mais exigentes: não foi um frango, não foi uma falha capaz de comprometer a atuação do goleiro e muito menos a possibilidade de chance de convocação para a Seleção, mas uma saída da meta com mais determinação poderia ter evitado o gol.

Em compensação, Taffarel viu exuberante atuação do goleiro Ivan, da Ponte.

Levou dois gols (vitória do São Paulo por 2 a 1) sobre os quais não teve a menor culpa e ainda evitou pelo menos mais dois com defesas espetaculares.

Ivan tem 22 anos, nasceu em Rio das Pedras-SP, 2-07-1997, tem 1,92 metro de altura e começou a carreira no Guarani, em 2011, e dois anos mais tarde transferiu para o rival Ponte Preta.

Já passou pela Seleção Brasileira sub 23.

Ou seja, o domingo de Taffarel não foi totalmente perdido.

A vitória
do Tricolor

Além de ver dois bons goleiros em ação, Taffarel assistiu a um bom jogo no Morumbi.

A vitória do São Paulo foi incontestável, principalmente pelo que mostrou no primeiro tempo.

Nesse primeiro tempo, mostrou soberba atuação de Pato (autor do primeiro gol), de cabelos raspados, que fez renascer na torcida o futebol mostrado há algum tempo e também em outros dos muitos clubes por onde passou.

Pato participou com vontade e criatividade do jogo.

Mais do que isso, o São Paulo mostrou jogo fluente, troca passes envolventes como se espera de um time dirigido por Fernando Diniz.

No segundo tempo, porém, o time pareceu desinteressado pelo jogo e, por pouco, não paga caro essa displicência, pois a Ponte, mesmo jogando com 10, criou oportunidades de chegar ao empate.

Mas, enfim, com a vitória, o time do Morumbi consolidou o bom futebol que vem mostrando no Paulistão.

O começo
de um grande time

É sabido que um grande time começa com um grande goleiro.

Há nessa camisa 1 uma áurea, uma mística que começa no uniforme totalmente diferente dos outros jogadores.

Antigamente, nos meus tempos de adolescente, camisa do goleiro ou era preta ou azul escura. Às vezes, bem raramente, camisa cinza.

Nessa época, dos meus 14 anos, brilhava no América, meu América, o goleiro Jardel, sempre de preto, apelidado de Cavaleiro Negro. Era um dos meus ídolos.

O outro ídolo, como goleiro, era Gylmar cuja história eu acompanhava muito de longe, já que eram jurássicas as comunicações naquela época. Ao longo de sua vida, Gylmar viu seu nome escrito como Gilmar. Nas, na verdade, ele foi registrado como Gylmar.

Sabia das peripécias de Gylmar no gol do Corinthians e na Seleção Brasileira.

Tornou-se inesquecível para mim o jogo da Seleção Brasileira contra Inglaterra, em Wembley, Londres, no dia 9 de maio de 1956, na presença de público divulgado de 97.000 pagantes.

O Brasil perdeu por 4 a 2 e Gylmar foi a grande figura do jogo, evitando que o resultado fosse total vexame: além de excelentes e importantes defesas, pegou dois pênaltis.

O Brasil era dirigido por Flávio Costa, que escalou este time: Gylmar (Corinthians-SP); Djalma Santos (Portuguesa-SP), Pavão (Flamengo-RJ), Zózimo (Bangu-RJ) e Nilton Santos (Botafogo-RJ); Dequinha (Flamengo-RJ) e Didi (Botafogo-RJ); Paulinho (Flamengo-RJ), Álvaro (Santos-SP), Gino (São Paulo-SP) e Canhoteiro (São Paulo-SP).

Conheci Gylmar pessoalmente em 1968, quando fiz cobertura do Santos para o Jornal da Tarde.

O grande goleiro já estava em final de carreira, mas ainda era o grande goleiro e meu ídolo. Nos tornamos amigos e nos encontramos muitas vezes.

Ouvi dele saborosas histórias – algumas das quais já relatei aqui.

Gylmar dos Santos Neves nasceu em Santos, no dia 22-08-1930.

Começou sua carreira no Jabaquara, de Santos. Foi contratado pelo Corinthians em 1951, time que defendeu por 10 anos. Em 1962 foi para o Santos onde ficou até encerrar a carreira, em 1969.

Morreu no dia 25 de agosto de 2013, em consequência de um AVC sofrido poucos anos antes.

Defendeu a Seleção Brasileira em 104 jogos. O goleiro que mais vestiu a camisa da nossa Seleção foi Taffarel, com 113 jogos.

Os gols do Fantástico

https://youtu.be/ro_LTwWIUo4

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
 NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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