Corinthians, um caso de polícia. Blog Mário Marinho

Se, dentro de campo, o Corinthians não está convencendo, fora dele a situação está bem pior.

A Polícia Civil de São Paulo acaba de indiciar o presidente do Clube, Augusto Melo, e dois de seus ex-diretores: Marcelinho Mariano, ex-diretor administrativo, e Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing, além de Alex Cassundé, dono da Rede Social Media Design LTDA, por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado no caso que apura irregularidades no contrato entre a casa de apostas “Vai de Bet” e o clube alvinegro.

O relatório final da Polícia Civil será enviado para o Ministério Público na próxima semana que decidirá se oferece denúncia.

No caso de oferecer denúncia o juiz dará início ao processo policial.

O presidente do Corinthians foi eleito no ano passado com uma série de promessas.

Entre elas, prometeu acabar com o que chamou de farra dos empresários dentro do clube, afirmando que todas as negociações seriam conduzidas por ele.

Entretanto, no mês de março, dois meses após a eleição, ele surpreendeu ao anunciar milionário contrato com a casa de apostas Polícia Civil de São Paulo que seria intermediado pela empresa Rede Social Media Design Ltda., pertencente a Alex Cassundé.

O contrato de patrocínio era de 370 milhões de reais por três anos.

O intermediário do contrato receberia 25 milhões de reais até o fim do contrato.

Como Augusto Melo havia prometido o fim de negócios através de intermediários passou a ser questionado.

E começaram a vir a público mais informações.

Por exemplo: a empresa que intermediou a negociação, a Rede Social Media Design pertence a Alex Fernando Cassundé, conhecido como André Cassundé que participou da campanha eleitoral que elegeu Augusto Melo.

A empresa recebeu dois pagamentos de R$ 700 mil e fez dois repasses, nos valores de R$ 580 mil e R$ 462 mil, à Neoway Soluções Integradas, uma empresa laranja no nome de Edna Oliveira dos Santos, moradora do bairro Jardim Caraminguava, em Peruíbe, região pobre do Litoral Sul de São Paulo.

A Polícia Civil identificou que a Neoway transferiu R$ 1 milhão para a Wave Intermediações Tecnológicas que em seguida, fez três transações no valor de R$ 874.150 para a UJ Football Talent. A assessoria esportiva é apontada como uma empresa usada para lavar dinheiro do crime organizado.

No ano passado, a empresa foi mencionada por Antônio Vinicius Gritzbach em investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) sobre o crime organizado. Conhecido como “delator do PCC”, o empresário foi executado com 29 tiros em novembro de 2024, no aeroporto de Guarulhos. Ele havia firmado um acordo de colaboração com as autoridades após atuar em um esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção.

Votação

do impeachment

Na próxima segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Corinthians irá se reunir no Parque São Jorge para retomar a votação para o afastamento de Augusto Melo.

O órgão analisa as irregularidades no patrocínio entre o clube com a casa de apostas.

O presidente Augusto Melo manifestou-se através de nota oficial sobre o caso.

Em nota oficial, a defesa classifica o documento como surpreendente e injusto, afirmando que recebeu seu conteúdo com incredulidade e indignação. O comunicado ainda informa que a equipe jurídica está analisando detalhadamente o teor integral do relatório e que, após essa avaliação, fará as devidas considerações públicas.

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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