PROVADO: CUNHA NÃO TEM BUFUNFA NA SUÍÇA!

Por Josué Machado

Se há dinheiro lá fora em nome dele ou da família, ele não tem nada com isso. 

Por que os políticos mentem se sabem que todos sabem que mentem?

Mentem porque sabem que a mentira na política pode valer a pena.

É só ver o Cunha.

Como mente com leveza d’alma!

Com que graça!

Com que convicção!

Com que descontração!

Com que impassividade!

E aqueles raposais olhinhos impiscáveis muito juntos a esconder-se atrás um pouco das lentes, um pouco dos aros!

Parece impossível não estar dizendo a verdade e não mais que a verdade ao afirmar ser inocente sem o ser, como diria o Sarney.

O melhor de tudo: diz não ter bufunfa na Suíça, França e Bahia certo de que os irmãos na fé acreditam que não mente (embora minta), para assim não contribuir com o dízimo!

Sim, essa deve ser a razão!

Quando mais não fosse, sê-lo-ia (como diria o Temer Lulia) pela convicção com que afirma não a ter. Ou não tê-la.

É tão impressionante a expressão inexpressiva do Eduardo Cosentino ao dizer que não tem bufunfinha alhures, mesmo tendo-se valido dela para a esbugalhada dona Cláudia comprar e pagar coisinhas, viagens e presentes, que talvez seja de fato inocente.

Sim, Cunha é inocente!, exclamam seus desinteressados vassalos na Câmara e adjacências.

Vai ver que o bom Deus injetou algum naquelas contas, impressionado com a capacidade de mentir de SEU querido servo e o tenha premiado também com uma boa dose de esquecimento seletivo.

Para isso, o bom Deus terá pensado com Seus eternos botões (se nos permitem a liberdade de imaginar parte dos divinos desígnios):

“TERIA EU CRIADO UMA CAPACIDADE DE MISTIFICAÇÃO TÃO PERFEITA ASSIM?! CO’OS DIABOS!, OU MELHOR, COM A BRECA!, NÃO À TOA ME CHAMAM DE TODO-PODEROSO!!!”

  ________________________________________________________________________

Josué Rodrigues Silva Machado, jornalista, autor de “Manual da Falta de Estilo”, Best Seller, SP, 1995; e “Língua sem Vergonha”, Civilização Brasileira, RJ, 2011, livros de avaliação crítica e análise bem-humorada de textos torturados de jornais, revistas, TV, rádio e publicidade.