As emoções da reta final. Coluna Mário Marinho

As emoções da reta final

COLUNA MÁRIO MARINHO

Tá bom, os campeonatos estaduais já não despertam mais aquela paixão de anos atrás, quando eram protagonistas no futebol e não meros coadjuvantes ou participantes de um calendário tão variado como o de hoje.

Há torneio de monte e muitos deles sendo disputados ao mesmo tempo, admito.

Mas, os dois jogos entre Santos e Palmeiras, ambos disputados no Pacaembu, levaram quase 55 mil torcedores a assisti-los.

São Paulo e Corinthians, no Morumbi, foi assistido por 42.830 são-paulinos que viram a vitória de seu time, 1 a 0.

O jogo de volta e da classificação do Corinthians nos pênaltis, disputados em Itaquera, teve a presença de 43.062, o recorde do Paulistão deste ano. Ou seja: 85 mil torcedores nos dois jogos.

Não dá para falar em falta de interesse.

A decisão do Paulistão 2018 será entre os dois times de melhor campanha. O primeiro jogo será em Itaquera e o segundo no Allianz Parque, já que o Palmeiras teve campanha melhor do que o Corinthians.

Assim, fez-se justiça, muito embora eu já disse aqui, e repito, campo de futebol não é tribunal de justiça.

Embora muito superior ao time do Santos, o Palmeiras precisou dos pênaltis para chegar à final. E, além disso e também por isso, teve o goleiro Jaílson como o grande nome da decisão.

O São Paulo surpreendeu o Corinthians nos dois jogos.

Há muito não se via um Tricolor tão aguerrido, tão bravo, tão presente na luta como aconteceu no Morumbi e no primeiro tempo do jogo de volta, em Itaquera.

No segundo jogo, foi clara a estratégia do técnico Diego Aguirre: partiu para cima do Corinthians logo nos primeiro minutos. O efeito surpresa quase deu o resultado desejado: um gol que tornaria a vantagem do Tricolor quase inalcançável.

Não conseguiu, mas esteve perto, muito perto da classificação.

Mas já dizia Zaratustra que o jogo só acaba quando termina.

Aos 47 minutos do segundo tempo, o São Paulo se descuidou como se o jogo já estivesse liquidado e a classificação garantida: deixou Rodriguinho sozinho na pequena área na cobrança de escanteio. A bola veio certinha na cabeça dele e, dali, para o gol.
Vieram os pênaltis e a classificação corintiana. Veja.

https://youtu.be/yGEOhl_3b5Y

Rio de Janeiro – No Maracanã, cerca de 29 mil torcedores pagaram para ver a vitória do Botafogo, 1 a 0, sobre o Flamengo, que leva o time da Estrela Solitária à final do Carioca e joga o Flamengo em profunda crise.

O Botafogo mandou no jogo no primeiro tempo, conseguiu o seu gol e tratou de administrar a vantagem frente a um desorganizado, desorientado e apavorado Flamengo no segundo tempo.

Veja os melhores momentos.

https://youtu.be/dXx8BDUubbQ

A decisão será entre Botafogo e o vencedor de Fluminense e Vasco.

Minas Gerais – Atlético e Cruzeiro, pra variar, fazem o primeiro jogo da final neste domingo, no Independência.

Rio Grande do Sul – A decisão do Gauchão começa neste fim de semana com o primeiro jogo entre o Grêmio e o Brasil de Pelotas, que conseguiu sua classificação nos pênaltis contra o São José, de Porto Alegre.

O Grêmio venceu o Avenida, em Santa Cruz do Sul, por 3 a 0, e depois, jogando em sua casa, bastou empatar, 1 a 1, e se classificar.

Bahia – Na terra de Todos os Santos, a grande novidade é que Bahia e Vitória vão disputar o título estadual mais uma vez. Começa neste fim de semana a tentativa do Bahia de destronar o Vitória, atual campeão estadual.

A longa
Caminhada

Na Copa do Mundo do México, em 1986, o Brasil foi desclassificado na cobrança de pênaltis, em jogo contra a França. Júlio César e Sócrates perderam suas cobranças.
Uns dois anos depois, entrevistei o lateral esquerdo Branco, titular naquele jogo e um dos cobradores de pênalti.

Seu depoimento:

“Nunca fiz, em toda minha vida, uma caminhada tão longa e tão difícil como ir do meio campo até a área adversária para cobrar o pênalti.
Cada passo foi uma tortura.
Eu sentia o estádio inteiro me olhando e eu ali caminhando, caminhando solitário. Parecia que eu estava indo em direção à forca.
E a cada passo a perna pesava mais.
Foi uma tortura. Felizmente eu consegui marcar o gol”.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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