Já começam as contas. Coluna Mário Marinho

Já começam as contas

COLUNA MÁRIO MARINHO

Durante três anos, trabalhei na Portuguesa de Desportos como Assessor de Imprensa. Nesse meio tempo, passaram por lá diversos treinadores, com diversos tipos de treinamentos e filosofia.

Todos eles tinham, porém, um comportamento em comum que, tive ocasião de verificar, era também comum entre muitos técnicos que dirigiam times pequenos e médios.

Assim que começa uma competição longa como o Campeonato Brasileiro, o Departamento de Futebol se reúne. Diretores, técnico, preparadores físicos, médicos sentam-se em torno de uma mesa, abrem a tabela e começam a estudar os jogos que têm pela frente.

Primeira e maior preocupação: não cair.

Para tanto, somam-se, dividem-se e multiplicam-se números até chegar um razoável: com 50 pontos ganhos ninguém cai.

Então a primeira meta a ser atingida é esta: chegar aos 50 pontos e ficar ali entre o 12º e 15º lugares para não passar susto.

Acima de 50 pontos, o que vier é lucro.

Os times grandes já não trabalham assim. A meta é o título. Ou, no mínimo, ficar entre os quatro. Para atingir o objetivo do G4 é necessário ganhar pelo menos uns 62 pontos.

Então analisam-se os jogos rodada por rodada.

Na primeira rodada, a Chapecoense empatou com o Corinthians, em Itaquera e ganhou um ponto que não estava em suas contas; já o Corinthians, perdeu dois que não estavam em suas contas.

Flamengo e Atlético empataram, 1 a 1, e o resultado foi bom para os dois.

O Palmeiras venceu o Vasco, normal; o Cruzeiro bateu o São Paulo, normal; o Bahia venceu o time misto do Atlético PR, também normal; O Avaí certamente tinha em seus planos a vitória sobre o baiano Vitória, mas, ficou só no empate que foi bom para o Vitória; Grêmio venceu o Botafogo, normal; a Ponte conseguiu o que estava em seus planos: vencer o Sport; o mesmo aconteceu com o Coritiba que venceu o Atlético Goianiense.

Na segunda rodada, o Santos tinha em seus planos vencer o Coritiba, o que aconteceu graças, principalmente, à excelente atuação do goleiro Vanderlei.

O Flamengo cumpriu o que previu: venceu o Atlético Goianiense, mesmo jogando fora de casa.

O Vasco se recuperou, passou pelo Bahia que, certamente não contava mesmo com a vitória nesse jogo.

Outro que se recuperou foi o Botafogo que passou pela Ponte Preta.

O Sport Recife ficou no empate com o Cruzeiro, o que, provavelmente, estava em seus planos.

Jogando em casa, o Atlético PR foi batido pelo Grêmio e, com certeza, não contava com isso. Contava talvez com um empate.

Embora seja um confronto de times grandes, certamente não estava nos números do Atlético perder para o Fluminense lá em Belo Horizonte. Nos estudos prévios, o cariocas contabilizaram um empate com certeza.

Em Salvador, um jogo monótono cheirando a empate acabou sendo resolvido a favor do Corinthians com um gol de Jô. O Vitória, certamente, não contava com essa derrota.

O Palmeiras que começou o Brasileirão massacrando o Vasco, 4 a 0, resolveu poupar os jogadores, de olho na Libertadores, e se deu mal com a Chapecoense que venceu por 1 a 0. Segundo resultado que a Chape alcança sem ter previsto.

O São Paulo encerra a primeira rodada jogando contra o Avaí, no Morumbi.

Assim, com duas rodadas, apenas Fluminense e Grêmio estão com 100% de aproveitamento.

Ora, dirá o leitor, o campeonato está apenas começando, não tem a menor importância perder alguns pontinhos agora.

Só que não.

Lá na reta final, no momento do desespero, um pontinho pode fazer muita falta.

É a linha tênue que separa a Primeira da Segunda divisão.

Veja os gols
Do Fantástico

https://youtu.be/E47QzVoCR8g

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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