A refundação do Brasil. Por Marco Antonio Chuahy e Bráulio Morais

A refundação do Brasil

*Por Marco Antônio Chuahy e Bráulio Morais

Congresso inchado. Pra que tantos deputados assim, gerando custos insuportáveis para o povo? Poderíamos reduzir o numero de deputados em 2/3, a gente ia economizar uma nota e nada ia mudar. Senado, poderia cortar 1/3, apenas dois senadores por Estado, e também nada ia mudar. Muitas mordomias poderiam ser cortadas…

Bom dia, caros leitores.

Vou escrever aqui algumas coisas, que ficam a martelar minha cabeça, sobre o que será deste nosso país no futuro próximo ou mesmo distante.

Primeiro, estamos à beira da falência. A moral se avizinha rápido, a financeira já está escancarada na nossa cara.

Como poderia um país sobreviver quando a imensa maioria da sua arrecadação de tributos, altíssima perto da relação custo/benefício, só se presta a remunerar o funcionalismo?

Temos castas de funcionários protegidos por leis que lhes garantem privilégios. Biênios, quinquênios, licenças premio, aposentadoria integral, etc.

Os funcionários públicos do Judiciário são o exemplo mais contundente disso. Como se pode administrar uma nação onde poucos desfrutam do trabalho de muitos?

Inventam penduricalhos, auxílio-moradia recebido mesmo quando o juiz mora na mesma cidade ou quando sua esposa também recebe, auxílio isso, bolsa aquilo, que multiplicam seus rendimentos muito acima do teto constitucional. Os vereadores de SP, na maior cara de pau, aumentam seus rendimentos da noite para o dia, ignorando a crise que passamos.

Temos duas instituições da Justiça que não justificam sua existência: TSE/ TREs e TST/TRTs. Pra que precisamos de justiça do trabalho, ou de justiça eleitoral, quando temos uma Justiça de 4 ou 5 instâncias que poderia resolver as coisas?

Quanto custa manter os caríssimos  tribunais?

O STF tem um funcionário para puxar a cadeira de cada ministro. Tem mais de 70 carros de representação, sei lá quantos funcionários. Um ascensorista do Congresso ganha mais do que um piloto de caça da Aeronáutica.

E os Tribunais de Contas? do Estado e dos Municípios? De que valem se as nomeações dos conselheiros são atributos dos chefes do Executivo? E suas estruturas?

Temos também a pesada estrutura de fiscalização. Não poderia ser mais simples, a partir da reordenação tributária? Bastaria suprimir todos os impostos e cobrar apenas um imposto único, tipo CPMF, numa alíquota que corresponderia ao valor hoje arrecadado. Todos pagam, aumenta a base de contribuição, não tem mais como sonegar, dispensamos os milhares de fiscais, acaba a sonegação porque o pagamento é automático e resolvemos um dos grandes problemas do país.

Congresso inchado. Pra que tantos deputados assim, gerando custos insuportáveis para o povo? Poderíamos reduzir o numero de deputados em 2/3, a gente ia economizar uma nota e nada ia mudar. Senado, poderia cortar 1/3, apenas dois senadores por Estado, e também nada ia mudar. Muitas mordomias poderiam ser cortadas. Senador e deputado ganham muito bem, não precisa de carros oficiais e daquela miríade de assessores.

Vereadores deveriam exercer o cargo de forma voluntária. Pra que tanto vereador só pra conceder medalhas de homenagem e títulos de cidadania? Se você puder lembrar de alguma lei feita por eles que mudou a vida das pessoas nos últimos anos, parabéns. Aqui em Goiás não existiu.

Leis lenientes, que protegem os criminosos e abandonam as vítimas. Um bandido que seja condenado a 12 anos por algum delito poderá pleitear sua prisão em semiaberto depois de apenas dois anos na jaula. Então, o crime compensa por aqui.

Constituição cidadã que só fala em direitos e não menciona deveres. Saúde e educação fundamental por conta dos municípios, mas o dinheiro para cumprir essas tarefas não é suficiente para isso. Então, municípios estão falidos e o atendimento ao povo está um permanente caos.

Tem muito mais. Como resolver isso? Acho que pela vontade deles – os políticos – nada vai acontecer nem em 500 anos. Nunca vi alguém abrir mão de vantagens ou privilégios espontaneamente.

Num cenário desses, o que pensa um menino que mora na periferia? Qual será sua perspectiva de vida? Numa sociedade onde poucos têm tudo e muitos não têm nada, e o tráfico lhe paga pra ser olheiro a partir dos 14 ou 15 anos, que tipo de estímulo ele terá para ser um cidadão decente? Que mundo aqui no Brasil aguarda nossos netos?

Teríamos mesmo de pensar na refundação do Brasil. E a única maneira disso acontecer, na minha opinião, seria pela força. Uma coisa imposta, novas leis, regulamentos, nova ordenação jurídica e social, num país que seria recém fundado. Esse novo Brasil teria educação de qualidade para todos  – lembra, nós estudamos em escolas públicas, que eram as melhores, atendimento de saúde de primeiro mundo para todos, segurança para permitir crescimento e desenvolvimento, etc.

Somos o país mais rico do mundo em recursos, terras agricultáveis, água doce; temos minérios com fartura, temos tudo para ser o maior e melhor país do mundo.

Mas temos o que existe de pior em tudo, o brasileiro.

Será que ninguém tem sua consciência despertada para esse novo futuro? Será que as pessoas não pensam que nós estamos indo rapidamente para um buraco, que vai acabar em convulsão social, guerra urbana, que do jeito que está nunca vai dar certo? Que, se fôssemos uma empresa, estaríamos falidos?

Pronto, falamos.



*Marco Antônio Chuahy é publicitário, presidente do Fórum de Comunicação de Goiás

*Bráulio Morais é executivo

1 thought on “A refundação do Brasil. Por Marco Antonio Chuahy e Bráulio Morais

  1. Caro amigo Marco Chuahy, parabéns pelo brilhante artigo, lúcido, sensato e que traduz o sentimento de milhões de brasileiros que não suportam mais o descalabro a que o Brasil chegou. Um abraço e mais uma vez parabéns! Sóstenes Arruda.

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