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Como fugir do sombrio futuro. Por Edmilson Siqueira

O silêncio revelador da esquerda brasileira (o PCO não conta nem como agremiação estudantil…) é muito importante nesses tempos de radicalização por que passa o país. Eu sempre escrevi que ditadura de esquerda ou de direita é tudo a mesma merda. Pois é dessa roubada que temos que fugir. 

O mundo assiste entre perplexo e temeroso o avanço do Taliban no Afeganistão. As primeiras vítimas no país abandonado pelos aliados ocidentais à própria sorte (azar, no caso) vão surgindo e confirmando que, apesar dos comunicados apaziguadores, o movimento terrorista continua o mesmo. E nem poderia ser diferente, já que o Taliban segue um islamismo radical onde quem não se torna fiel aos rígidos e medievais preceitos é sumariamente preso, torturado e, quase sempre, executado.

A culpa dos EUA nesse teatro de horrores é grande, mas ela passa também pela Rússia e pela China, pois se esses países quisessem, exterminariam o Taliban em poucos dias. Mas não querem, dentro de um jogo geopolítico onde vidas não importam, desde que a conquista de territórios por grupos amigos esteja garantida.

O sofrimento dos que se mantêm vivos também não importa. O sopro de democracia que havia no país nos últimos anos proporcionara alguns avanços, principalmente em relação às mulheres que agora estavam estudando e participando mais ativamente da vida do país e não eram mais consideradas seres de segunda categoria, que não podiam sair às ruas sozinhas e podiam apanhar de um homem, inclusive publicamente, sem que o agressor sofresse qualquer sanção.

A reação no mundo perante a terrível expectativa que se avizinha foi relativamente forte. Mas, como nenhuma potência ocidental vai tentar mudar a situação, o Taleban parece que terá vida fácil. Assim que se organizarem minimamente, provavelmente fecharão o país e poderão cometer toda série de barbaridade que costumam cometer. Enquanto não surgirem atentados nos países ocidentais, praticados por grupos terroristas treinados em território afegão e mantidos pelo Taliban, o sofrimento do povo de lá pouco importará.

Aqui no Brasil, grande parte da imprensa entrou na balela de Joe Biden e aliados de que o próprio povo do afegão não queria lutar contra a invasão. Algumas cidades que tentam resistir – e estão sendo sumariamente reprimidas, inclusive com assassinatos como era de se esperar – provam que a desculpa de Biden não passa disso mesmo.

Do outro lado da questão, temos a talibanesca esquerda brasileira. O silêncio de todos os partidos criados sob dogmas marxistas-leninistas-castristas-maoístas e outros “istas” menos conhecidos, calaram-se olimpicamente perante o fim da incipiente democracia afegã, e o início de mais uma cruel ditadura islâmica. Com exceção do despudorado PCO, que soltou nota elogiando a nova ditadura e mostrando que, se chegasse ao poder – o que, felizmente, é impossível – o Brasil retroagiria ao terror de Stalin, no mínimo, todos os outros se calaram.

O maior partido de esquerda do Brasil, o PT, não falou nada. Em sua página principal e nas páginas da Secretaria de Relações Internacionais, nada consta, nem uma notícia sequer, sobre os acontecimentos no Afeganistão. Nessa última, das doze chamadas para artigos e comunicados que constam de sua página inicial, a que mais se aproxima do Afeganistão é uma saudação à vitória de Ebrahim Raisi no Irã, país famoso por hospedar e treinar terroristas que atacam os “infiéis” países ocidentais. A vitória de Raisi foi numa eleição. Todos sabemos como são as eleições nessas ditaduras religiosas. E o PT ainda saúda o “povo” iraniano pela vitória de um ditador islâmico.

Quem cala consente, diz o ditado. E o mutismo petista é suficientemente revelador do que é o partido em relação às atrocidades que movimentos ou governos de esquerda – ditaduras ou não – comentem por aí. Mas não surpreende.

Durante os 14 anos em que esteve no poder, o PT não só “namorou” ditaduras de esquerda, como contribuiu para o fortalecimento delas, como foi o caso explícito de Cuba e de algumas da África, onde dívidas de sanguinários ditadores para com o Brasil, foram sumariamente perdoadas. Além da simpatia por ditaduras perenes, de esquerda, claro, o PT tinha o objetivo de, com o perdão da dívida, conseguir os votos desses países para que a ONU modificasse o regulamento do Conselho de Segurança, aumentasse o número de países com poder de veto e que o Brasil fosse um desses novos e poderosos membros. Claro que os ditadores prometeram tudo isso a Lula e seus asseclas e claro que, depois, nem pensaram em cumprir. O Brasil perdeu talvez alguns bilhões de dólares na brincadeira, mas diante do que o PT roubou dos cofres públicos, não foi muita coisa.

O silêncio revelador da esquerda brasileira (o PCO não conta nem como agremiação estudantil…) é muito importante nesses tempos de radicalização por que passa o país. Eu sempre escrevi que ditadura de esquerda ou de direita é tudo a mesma merda. Pois é dessa roubada que temos que fugir.

Enquanto o governo do insano Bolsonaro acena com um golpe para se manter no poder, instalando uma ditadura militar de direita, o PT do corrupto e condenado Lula aparece como preferido nas pesquisas de opinião. O futuro do Brasil, a se medir pelo que as pesquisas nos apresentam hoje e pelo enfurecimento diário do genocida presidente, é sombrio. Ou caímos numa ditadura comandada por militares que se sujeitam a lamber as botas de um ex-capitão ou teremos o corrupto de esquerda lambendo o saco de ditadores a nos governar.

Temos que fugir dessa roubada, repito. A reação da sociedade que não quer nem um nem outro deve começar na próxima manifestação, marcada para 12 de setembro. Eu sei que o vírus e suas terríveis variantes ainda estão por aí e a média próxima de mil mortes por dia insiste em se manter.

Mas temos de ir. Metam duas máscaras na cara, cumprimentem os amigos só com aquele soquinho no ar, mantenham distâncias seguras e vamos encher as ruas e avenidas do país num grande movimento de protesto contra o demente Bolsonaro e o corrupto Lula. Só assim convenceremos o Congresso a cassar essa excrescência que chegou ao poder e ajudaremos a criar uma candidatura viável que fuja desses arroubos autoritários e ignorantes que só fazem o Brasil andar pra trás.

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Edmilson Siqueira é jornalista

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