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Sem saída. Por Edmilson Siqueira

… o Brasil hoje não tem saída: ou elegemos um assassino ignorante da extrema direita ou um corrupto contumaz da extrema esquerda. O que me levará, caso sejam essas as “opções” do segundo turno, a anular meu voto tranquilamente…

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Os políticos brasileiros, em sua maioria, não se preocupam com o futuro do Brasil, só com o futuro deles próprios. Não fosse assim, não teríamos à frente das pesquisas para as eleições presidenciais de outubro, dois dos piores presidentes que já passaram por Brasília.

Sim, Bolsonaro e Lula juntos são imbatíveis nos quesitos corrupção e desgraças gerais. Comecemos pelo primeiro, que está bem à frente nas pesquisas e, a depender do andar da carruagem da cambada do tal centro democrático, pode levar já no primeiro turno.

O governo Lula – e depois, os seis anos do poste que ele colocou lá – se tiveram algum progresso, ele foi efêmero, causado pela valorização das commodities no mercado internacional, pela enxurrada de dólares que entrou no Brasil. Dois anos, se tanto, em quatorze, tivermos um PIB necessário ao desenvolvimento. Os oito anos de FHC, tiveram, na média, um crescimento maior que a era PT, mesmo sendo o segundo mandato tucano o desastre que foi.

Se foi tão ruim, como Lula conseguiu se reeleger e eleger duas vezes o poste?

Simples: pela compra de voto do eleitorado mais pobre e, consequentemente, mais ignorante, para o qual o prato de comida diário era a única coisa que importava. Com a vitória esmagadora nesse eleitorado (e não só no Nordeste e no Norte, mas em grande parte do Brasil, já que a pobreza e a miséria não são exclusivas de uma ou duas regiões), o PT conseguiu manter a maioria dos votos nas eleições. O Bolsa Família fez o serviço. Onde a miséria é maioria no Brasil, o PT ganhava por grande margem. Essa margem era suficiente para fazer com que a derrota nos centros mais desenvolvidos do Sudeste e do Sul, por margens bem menores, fosse compensada. É só examinar os mapas eleitorais para comprovar o que o Bolsa Família e a ignorância fizeram pelo PT.

… o Brasil regrediu em todos os conceitos modernos, dos bons programas sociais ao gerenciamento do meio ambiente, da saúde, da segurança, da educação etc. Não há um escaninho do governo que não tenha piorado sob as ordens do ex-capitão e sua inacreditável família. 

A corrupção no governo petista foi a maior que já se viu pro aqui. Não fosse a Lava Jato e hoje o Brasil talvez já estivesse caminhando para a desgraça de um país caloteiro internacionalmente e se fechando para o mundo democrático. Sim, o plano do PT era esse: fechar o país empobrecido e manter no poder o guia genial dos povos, numa ditadura eterna. Muitos empresários vêem esse modelo como ideal para seus negócios que incluem a compra de políticos, ministros e agentes públicos para garantir seus negócios sem concorrência. E, claro, uma interferência cada vez maior na economia com a criação de muitas estatais. Era o desenho que o PT fazia (e quer fazer de novo) para o Brasil. Uma, digamos, “ditadura democrática”, onde as eleições, compradas claro, elegeriam sempre o candidato que o partido quisesse. A oposição seria calada, num modelo que nada tem de novidade no mundo: Nicarágua, Venezuela, Cuba, Coreia do Norte e Rússia estão aí para comprovar a tese. E há “eleições” em todos esses países.

Se num futuro governo petista há o perigo de caminharmos para a miséria e para uma ditadura de esquerda, se o atual presidente for reeleito podemos caminhar para uma ditadura de direita. A diferença entre elas? Quase nenhuma, pois os extremos se encontram na desgraça alheia, como a História tem nos provado.

Bolsonaro é um gigantesco ignorante sobre todo e qualquer assunto. Se não conseguisse chegar a capitão no Exército e não se imiscuísse na política, provavelmente hoje seria um dos beneficiários dos programas sociais do governo para poder sobreviver.

Com ele no poder, o Brasil regrediu em todos os conceitos modernos, dos bons programas sociais ao gerenciamento do meio ambiente, da saúde, da segurança, da educação etc. Não há um escaninho do governo que não tenha piorado sob as ordens do ex-capitão e sua inacreditável família.

Para ficarmos só no fato mais evidente, o seu comportamento e de seu governo durante a pandemia da covid-19 pode ser responsabilizado por cerca de 300 mil mortes. Sim, pode-se dizer que Bolsonaro ajudou a matar uma quantidade de brasileiros que nunca foi alcançada nas piores tragédias e pragas que enfrentamos. E esse genocida tem 30% das intenções votos, segundo as pesquisas atuais.

Como a turma do centro democrático conseguiu meter os pés pelas mãos e está chegando ao ponto de oferecer ao Brasil um candidato (ou candidata) que tem menos de 3% das intenções de votos, desprezando quem tinha cerca de 10% e que, talvez, caso houvesse uma verdadeira união, conseguisse chegar ao segundo turno, o Brasil hoje não tem saída: ou elegemos um assassino ignorante da extrema direita ou um corrupto contumaz da extrema esquerda. O que me levará, caso sejam essas as “opções” do segundo turno, a anular meu voto tranquilamente.

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Edmilson Siqueira é jornalista

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2 thoughts on “Sem saída. Por Edmilson Siqueira

  1. É o que tenho afirmado: nem um, nem outro.
    Pela primeira vez na minha existência de 70 anos anularei o meu voto a persistir essa dupla nefasta.
    Dá até um desespero na gente.

    1. Kkkk, Varlice, você e Edmilson podem convencer os “ilibados”, aos olhos de vocês, Eduardo Cunha e ou Sérgio Moro a serem candidatos e votar em um deles ou nos dois. Vocês são as caras deles… Ora se são!

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