cidade de são paulo

Faltam quase 1000 dias. A cidade pede socorro. Por Flavio Figueiredo

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No próximo dia 16 de maio fará um ano que a cidade de São Paulo está formalmente sob comando do Prefeito Ricardo Nunes, efetivado após o falecimento de Bruno Covas.

Infelizmente, nada temos a comemorar. Ao contrário. Os problemas se agravam.

O abandono é flagrante. Espaço público – calçadas, praças e vias – irregularmente ocupado por barracas há vários meses, impedindo o usufruto pela população e a livre circulação.

Buracos em via públicas, sem distinção entre importantes e secundárias.

Lixo que se acumula por dias ou semanas, em locais que certamente são abrangidos por contratos de varrição e coleta.

Semáforos que permanecem inoperantes por muitos dias após chuvas ou roubo de fios, cada vez mais ousados.NÃO VEREMOS PAIS NENHUM

Placas de sinalização danificadas, sujas ou mesmo desaparecidas.

Sistema de captação de águas pluviais com entupimentos que propiciam a permanência de poças até que a água evapore.

Áreas de risco ocupadas sem qualquer restrição, apenas aguardando que as chuvas causem desabamentos, deslizamentos e mortes.

Baixos de viadutos sendo utilizados irregularmente, com grande potencial para acidentes com consequências imprevisíveis, já vividas, mas nunca evitadas previamente.

Muitos edifícios, especialmente os invadidos, sendo habitados de forma absolutamente precária, com riscos para seus moradores e para todos aqueles que vivem nas áreas e prédios vizinhos.

A cidade de São Paulo não aguentará inteira sendo tão maltratada nessas condições por mais longos 2 anos e 7 meses.

A lista é longa e estes são apenas alguns exemplos. O rol completo é realmente muito maior.

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#arvorenaoelixeira

Em resumo: falta totalmente zeladoria urbana.

 É natural que o prefeito não possa estar em todos os locais ao mesmo tempo. Também seria impossível – embora recomendável – que conhecesse e observasse toda a cidade. Para isso é que existem as subprefeituras e respectivas equipes. Mas ninguém faz nada.

Sem fazer nada, a tendência é só uma: piorar.

Cabe até um parêntese: enquanto toda a população voltou a trabalhar presencialmente, muitos funcionários da Prefeitura continuam em trabalho remoto, visivelmente não produtivo neste caso. Será que os servidores da Prefeitura constituem uma casta que deve ser preservada de qualquer risco de contaminação, enquanto milhões de trabalhadores precisam se expor continuamente, para trabalhar e gerar impostos, para pagar os salários de todas essas pessoas preservadas, mas com as quais se conta para um trabalho ativo na cidade?

Isto não é favor nenhum que o prefeito e sua equipe deveriam fazer para a cidade e para os munícipes. Vale lembrar: é sua obrigação legal zelar pelo patrimônio público. É inaceitável, por exemplo, que parcela importante desse patrimônio permaneça abandonada, ou utilizada de forma privativa por quem quer que seja.

A cidade de São Paulo não aguentará inteira sendo tão maltratada nessas condições por mais longos 2 anos e 7 meses.

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FLÁVIO F. DE FIGUEIREDO – Engenheiro Civil, Consultor. Autor e coordenador de vários livros sobre vistorias e perícias, nos quais é especialista. O mais recente, “Perícias em engenharia – uma visão contemporânea”. Conselheiro do IBAPE/SP – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo. Diretor da Figueiredo & Associados Consultoria.

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