A primeira convocação de Dorival. Blog Mário Marinho

A primeira convocação de Dorival.

A Seleção Brasileira já tem, oficialmente, o novo técnico.

Dorival Jr. foi apresentado na tarde desta quinta-feira, na sede da CBF, no Rio, pelo presidente da entidade (sabe-se lá até quando) Ednaldo Rodrigues.

Em seu primeiro contato com a Imprensa – e, de tabela, com o torcedor brasileiro -, Dorival manteve o estilo firme, direto, transmitindo sinceridade e convencimento, até expondo dramas familiares.

A primeira e inteligente convocação foi para o torcedor.

– Estou aqui para fazer a primeira convocação: a do torcedor brasileiro. Que acredite mais na seleção, que viva mais a seleção. A partir de agora não é a seleção do Dorival, é a seleção do povo brasileiro.

Este vai ser o primeiro, o maior e mais importante desafio de Dorival Jr: resgatar a credibilidade da Seleção Brasileira.

Isso porque hoje a outrora tão amada Seleção Brasileira é vista mais como um balcão de negócios.

O torcedor, com razão ou não, vê as convocações como mero cumprimento de dever, de interesses, atendendo a este ou aquele empresário de futebol.

Qualquer novo nome que surge em uma convocação, o torcedor já fica com uma pulga atrás da orelha, se perguntando: quem é o empresário dele?

A Seleção está contaminada por essa desconfiança. E mais: não acredita que os jogadores atuais vejam a camisa amarela da Seleção com o mesmo amor e respeito demonstrados por outros grandes nomes que já a honraram.

Dorival pede ao torcedor mais paciência mais amor à amarelinha e cita até o já saudoso Zagallo em sua paixão inabalável pela camisa da Seleção Brasileira.

Sobre esquema de jogo, ele diz que nos clubes onde já trabalho, nunca chegou com um esquema pronto, determinado.

– Sempre procurei identificar o de melhor em cada jogador. Números como 4-2-4, 5-3-3 são apenas números. Nós temos que nos defender com o maior número possível de jogadores e atacar também com o maior número de jogadores.

Dorival lembrou que aos seis anos de idade já frequentava vestiários do time de sua cidade, a Ferroviária (de Araraquara, Interior de São Paulo), onde o seu pai era Diretor de Futebol.

Essa proximidade continuou também com o seu tio, o volante Dudu que formou meio de campo histórico com Ademir da Guia nos bons tempos da Academia do Palmeiras.

Dudu, tio de Dorival, é Olegário Tolói de Oliveira que, durante 12 anos, defendeu com muita garra a camisa do Palmeiras.

Nesse time do Palmeiras, Ademir da Guia foi apelidado de Divino. E com razão, ele era o virtuose da equipe. Mas, quem carregava o piano para o show de Ademir era Dudu.

Dorival Silvestre Júnior nasceu em Araraquara-SP, em 25 de abril de 1962. Seus primeiros passos e passes no futebol foram lá em sua cidade natal, defendendo a Ferroviária, vestindo a camisa 5, a mesma que foi de seu tio Dudu.

A carreira de técnico começou também na Ferroviária, em 2002.

Dorival revelou que nos últimos 5-7 anos passou por momentos dramáticos em sua vida, quando sua mulher foi diagnosticada com câncer.

– Pouco depois eu também fui diagnosticado. Foram momentos difíceis que, graças a Deus, superamos.

Que Deus o proteja e o leve a superar a nossa também doente, mas amada, Seleção Brasileira. Fé, Dorival.

Ao Mestre

Zagallo, tudo!

Zagallo

Ao longo de sua vida, você sempre vai encontrar alguém do contra.

Se numa roda de conhecidos, você faz um elogio a Jesus Cristo, certamente vai aparecer alguém do contra, dizendo que Cristo foi fraco, não lutou, não derrubou o governo e coisas que tais.

Falo isso, porque li e ouvi alguns comentários de que as homenagens a Zagallo estavam sendo exageradas.

Que ele não foi tudo isso e que esse exagero de festa visava apenas diminuir Pelé, este sim, o merecedor de tudo.

Acho que Pelé merece todas as homenagens que lhe foram feitas e que ainda serão prestadas.

Mas acho, também, que o Zagallo merece.

A homenagem não é exclusiva de uma só pessoa ou entidade; ninguém é o seu dono.

E assim me vem à cabeça uma mensagem que recebi, que achei linda, e infelizmente não sei o seu autor.

É uma historinha, linda, sincera, emocionante que conto a seguir.

Zagalo chegou ao céu e foi recebido respeitosamente por São Pedro que lhe abriu a divina porta.

Ao entrar, ele encontrou 10 pessoas que, em coro, lhe desejaram:

– Seja bem-vindo!

Eram eles:

Gilmar, Djalma Santos, Belline, Orlando, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Vavá e Pelé.

Só faltava ele, Zagallo.

Agora, aquele fantástico e histórico time da Seleção Brasileira de 1958 estava de novo reunido.

Abraçando um por um dos velhos amigos, o emocionado Zagalo bradou em alto e bom som:

– Vocês vão ter que me engolir!

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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