as lições da Copa

As lições da Copa. Por Arnaldo Niskier

Na época da edição de “As lições da Copa”, eu era diretor de Bloch Educação, que editava os livros da Bloch. Fizemos alguns livros importantes, como os assinados por Carlos Heitor Cony…

as lições da Copa

Mario Jorge Lobo Zagallo era meu amigo dos tempos do América Futebol Clube. Ele foi juvenil dos diabos rubros, antes de se transferir para o Flamengo. Depois, veio a se dar com o reitor João Lyra Filho, que era reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, além de dirigente do Botafogo e da Confederação Brasileira de Futebol. Assim, ele e Zagallo tinham intimidade.

Vitorioso da campanha do México, em 1970, Zagallo voltou ao Rio de Janeiro. Tinha o hábito de visitar o professor Lyra aos sábados pela manhã, na residência da Rua Jardim Botânico, onde eu por vezes também comparecia. E num desses encontros, vibrando ainda com o êxito da seleção brasileira, surgiu a ideia de elaborar um livro de memórias sobre algumas ocorrências da Copa do Mundo. Dei o título de “As lições da Copa”. Fui o responsável pela sua edição. O livro foi um sucesso em virtude da fama do “velho Lobo”.

as lições da CopaÉ preciso dizer que a vida de Zagallo na seleção não foi sempre um mar de rosas. Foi muito criticado, até mesmo em casa, atingindo, como ele diz no livro referido, a sua esposa Alcina, moradora na rua Gonçalves Crespo, na confluência do campo do América. Não escapou ninguém das críticas ferinas. Fico imaginando se não tivéssemos conquistado o título o que seria do nosso futebol. O livro, muito bem escrito, conta isso tudo.

Na época da edição de “As lições da Copa”, eu era diretor de Bloch Educação, que editava os livros da Bloch. Fizemos alguns livros importantes, como os assinados por Carlos Heitor Cony, contando as memórias do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira sobre a sua epopéia de Brasília. Ficou um belíssimo registro da sua participação na história do Brasil. Além de obras do próprio Cony sobre sua vida.

Mas o livro de maior venda na editora foi sempre “A vida do bebê”, do dr. Rinaldo Delamare. Era uma coisa incrível esse fenômeno, que se estendeu por muitos anos, consagrando a experiência do médico ilustre, possivelmente o maior pediatra brasileiro. As edições do livro se sucediam ano a ano e isso fazia um bem imenso à Editora Bloch.

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Arnaldo Niskier

Arnaldo NiskierImortal. Sétimo ocupante da Cadeira nº 18 da Academia Brasileira de Letras. Professor, escritor, filósofo, historiador e pedagogo. Professor  aposentado da Universidade do  Estado do Rio de Janeiro. Foi presidente da Academia Brasileira de Letras e secretário estadual de Ciência e Tecnologia e de Educação e Cultura do Rio de Janeiro. Presidente Emérito do CIEE/RJ.

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