o pênalti

O Pênalti. Blog do Mário Marinho

o pênalti

 

“O Pênalti é tão importante que deve ser cobrado pelo presidente do Clube, de terno e gravata”.

A frase é atribuída a Neném Prancha, um carioca “filósofo” do futebol, criador de ótimas frases sobre o esporte.

Considerado um castigo para os goleiros, o pênalti foi criado em 1891, atendendo à sugestão de um goleiro irlandês.

Até então, as faltas dentro da área eram cobradas no local onde foram cometidas.

Há controvérsias sobre a criação da penalidade, mas, a versão mais crível, conta que num jogo do campeonato inglês, o juiz assinalou uma falta a dois passos da linha do gol e lá colocou a bola.

O time infrator colocou todos os seus 11 jogadores em cima da linha do gol, tornando impossível que a falta fosse convertida em gol e, portanto, beneficiando o infrator.

Foi então que o goleiro irlandês William McCrum apresentou a proposta para que a falta dentro da área fosse cobrada a uma distância de 11 jardas e sem a formação de barreiras.

A princípio, a ideia foi rejeitada e só um ano mais tarde foi implementada. Mas, o pênalti podia ser cobrado de qualquer ponto da área, desde que a 11 jardas do gol.

O ponto fixo para a cobrança do pênalti foi instituído algum tempo depois.

Se o pênalti é uma espécie de castigo para o goleiro, pode ser também o momento de sua maior glória, principalmente nas decisões por cobranças de tiros livres diretos a partir da marca do pênalti (é assim que a Fifa define as decisões por pênaltis).

Por essa mistura de tragédia e heroísmo, o pênalti é momento único no futebol.

Tão único que se a infração for marcada após o tempo regulamentar de jogo, ele será ampliado até que o pênalti seja cobrado.

Nos jogos que assistia nos tempos da várzea lá em Belo Horizonte, quando havia a marcação de um pênalti, os torcedores que estavam nos barrancos em torno do campo, saíam em disparada para se colocar atrás do gol da cobrança.

Ninguém queria perder aquele momento.

No campeonato mineiro de 1957, eu, um menino ainda, estava nas arquibancadas torcendo pelo meu América que iria decidir o título com o Meridional, time da cidade de Lafayette, interior de Minas.

Naquela época o pênalti era cobrado por apenas um jogador – não havia revezamento.

Eu perdi as contas, mas me lembro do drama que foi aquela decisão.

Pelo América, o cobrador foi o centroavante 109; pelo Meridional já não me lembro.

Os dois cobradores foram convertendo suas cobranças e o título só terminou após mais de 20 cobranças de cada lado, com goleiros e cobradores exaustos.

Estou me lembrando do pênalti porque a noite de ontem foi mais uma noite de grandes emoções proporcionadas pela decisão de pênaltis entre Corinthians e Guarani, na Arena do Corinthians, jogo que terminou empatado.

Ao final, o Timão se classificou com o placar de 7 a 6, graças ao goleirão Cássio que defendeu a última cobrança do Guarani.

Com a bola rolando, o Corinthians fez um belo primeiro tempo, quando marcou o seu gol e poderia ter feito um placar mais confortável, mas, caiu no segundo quando o Guarani empatou.

Foi a primeira decisão do novo técnico do Corinthians, o português Vitor Pereira.

Seleção

se despede

Selecao Brasileira

Com a vitória fácil, 4 a 0, sobre o Chile, em jogo válido pelas eliminatórias, a Seleção Brasileira se despediu do público brasileiro que até a Copa do Catar só verá nossos craques pela tevê.

Foi um jogo fácil e o nosso time soube aproveitar as oportunidades.

Tite tratou também de fazer diversas modificações, para dar chances a jogadores que estiveram fora de outras convocações.

Assim, Phillipe Coutinho voltou ao time, o que aconteceu também com Richarlison.

Ao final, foi bonito ver os jogadores aplaudindo ao público, como forma de reconhecimento ao torcedor brasileiro.

Foi bem, a Seleção foi bem. Mas, não o bastante para me deixar otimista quanto a um desempenho excepcional na Copa do Catar ao final do ano.

A Itália

também se despedebandeiras italiana

 Pela segunda Copa consecutiva, a Itália está fora do Mundial.

Ontem, perdeu para a Seleção da Macedônia do Norte, jogando em Palermo.

O 1 a 0 tirou qualquer chance de classificação para os conterrâneos de Rita Pavone.

Em 19 de julho de 1966, a Itália foi protagonista de formidável zebra ao perder para a Coreia do Norte, 1 a 0, e dar adeus à Copa do Mundo na Inglaterra.

Galvão, outro

que se despediu.

Galvão Bueno

 O jogo de ontem serviu também para a despedida de Galvão Bueno.

Ele anunciou que ao final da Copa do Catar, dependura os microfones.

Durante 41 anos Galvão esteve na Globo, grande parte deles como o narrador principal.

Quando ele chegou, em 1981, o narrador titular era o excelente Luciano do Valle.

Assim como Galvão, Luciano tinha voz forte e bonita e era muito competente no seu ofício.

Durante o seu “reinado” na Globo, Galvão transmitiu quase todos os esportes possíveis de transmissão na televisão.

Por muitos anos, havia o encontro marcado com ele aos domingos de manhã, na Fórmula 1.

Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, Brasileirão de futebol, principais competições de Jogos Pan-Americanos, lá estava o Galvão.

Tanta exposição, obviamente, gerou desgaste. Assim, como a própria Globo anda se desgastando.

Mas, mesmo com esse desgaste, considero Galvão Bueno o melhor narrador brasileiro da atualidade.

Além disso, é um excelente e bem-humorado companheiro de viagem.

Eu assisto esporte pela televisão, desde as narrações históricas de Milton Colen pela TV Itacolomy de BH.

Assisti e ouvi muitos bons narradores nesse tempo.

Fernando Sasso, de BH; Geraldo José de Almeida, Walter Abrahão, de São Paulo, são alguns deles que já fizeram sucesso neste mundo e partiram.

Galvão Bueno fará falta.

Mas, já estava mesmo na hora de parar.

Veja os gols da quinta-feira.

https://youtu.be/nRlFDKVY5Ss

 

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR) ____________________________________________________________________

2 thoughts on “O Pênalti. Blog do Mário Marinho

  1. Sempre leio sua ótima coluna no Chumbo Gordo. Preciso sugerir uma correção. O pênalti é batido na distância de 12 jardas, que dá aproximadamente 11 metros.
    Atenciosamente

  2. Mário,
    acho que o melhor narrador esportivo é o Milton Leite: não grita, não força uma emoção que não sente, é inteligente, tem humor refinado.
    Não gosto do estilo gritado de muitos narradores, prefiro a narração narrada.
    Questão de gosto…
    Abraço e parabéns pelo seu trabalho.

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