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E lá se vai ele, o Velho. Coluna Mário Marinho

E lá se vai ele, o Velho

COLUNA MÁRIO MARINHO

É velho, bem velhinho e mal consegue caminhar. Tem barbas longas, corpo curvado, arqueado como quem já viveu muitos e muitos anos. E, pasmem!, viveu apenas um ano.

Lá se vai 2016.

Lá vem 2017 cheio de luzes, de esperanças, de promessas, de boas intenções.

Aí não há como se lembrar de um poema chamado “Cortar o tempo” segundo alguns, de autoria de Carlos Drummond de Andrade, segundo outros de Roberto Pompeu de Toledo.

O poeta maior e o grande jornalista são donos de excelente texto. “Cortar o tempo” poderia ter saído da máquina de escrever de qualquer um dos dois.

Eis um trechinho de cortar o tempo:

“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. 

Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. 

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. 

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez 

com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente… 

Para você, Desejo o sonho realizado. 

O amor esperado. A esperança renovada. 

Para você, Desejo todas as cores desta vida. 

Todas as alegrias que puder sorrir. 

Todas as músicas que puder emocionar.

Mas há um poema de Drummond que não se refere ao tempo, mas, sim, especificamente ao Ano Novo. Eis um trecho:

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo.
Eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Queira ou não, Você dá uma paradinha e olha longamente para trás e se pergunta?

Foi bom o ano?

O Ano Novo será melhor?

Para o Brasil, particularmente, 2016 foi terrível. Passamos o tempo todo carregando a herança ensandecida que nos deixou a política errática, vagabunda, do lulopetismo.

Quase dá para perguntar:

E agora José?

O País parou

O dinheiro sumiu

O emprego evaporou

A inflação voltou

A corrupção assanhou

A luz aumentou

A água acabou

A passagem aumentou

A gasolina subiu

O feijão desapareceu

E agora PT?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,

Está sem poder

Está sem crença

O povo descobriu

O home se escondeu

A mulher caiu

O guerreiro foi preso

A palavra já não basta

Palestras não há mais

O triplex não é seu

O sítio não é seu

Já não tem a chave na mão

Já não assina

Já não recebe propina

Quer ir para o Guarujá,

Mas o Guarujá secou;

Talvez Garanhuns,

Mas Garanhuns não há mais

E agora José do PT?

Data vênia, Drummond…

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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