RJ - OLIMPÍADA/RIO-2016/NUZMAN/PRISÃO - POLÍTICA - O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman (c), é conduzido por policiais ao chegar na sede da Polícia Federal, na Praça Maua, no centro do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, 05. Nuzman e o ex-diretor de marketing e comunicação da entidade, Leonardo Gryner, foram presos pela Polícia Federal nesta manhã. Ambos são investigados na Operação Unfair Play, um desdobramento da Lava Jato que aponta que houve compra de votos para que o Rio fosse escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. 05/10/2017 - Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Esporte brasileiro cada vez mais envergonhado. Coluna Mário Marinho

Esporte brasileiro cada vez mais envergonhado

COLUNA MÁRIO MARINHO

Faz pouco mais de um ano que o maior cartola do futebol brasileiro morreu.
Foi no dia 18 de agosto do ano passado.
O ritual de exéquias para o enterro de seu corpo foi simples, quase anônimo.
Longe, muito longe do que se deveriam prestar a um grande personagem público.
Foi batizado com o pomposo nome de Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange e conhecido no Brasil, e no mundo esportivo, como João Havelange.
Foi sob sua gestão na então Confederação Brasileira de Desportos, em 1958, que o Brasil conquistou seu primeiro título mundial no futebol.
Em 1974, alçou grandes voos e assumiu a presidência da Fifa.
A entidade maior do futebol tinha uma pequena sala na cidade de Zurique, na Suíça.
Ao deixar e entidade em 1978, ela possuía suntuosa sede na mesma cidade de Zurique e imenso poder econômico.
Poucos anos depois, começaram a aparecer as denúncias de corrupção que envolveram nosso cartola mor.
Doente, recluso viveu no ostracismo até à morte. Viveu Jean-Marie e morreu um simples joão.
Mas nos encheu de vergonha. Nosso grande cartola era e foi também grande na corrupção.
Hoje, quinta-feira, 05-10-2017, outro grande cartola, ex-jogador de vôlei, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei por muitos anos e, mais recentemente, também por muitos anos à frente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzmann foi preso.
Entre ele e João Havelange, além das conquistas, a mesma coincidência: corrupção.
Pobre esporte brasileiro.
O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, outro grande cartola de trânsito e fama internacionais, também está preso. Só que nos Estados Unidos.
Acusação: a mesma corrupção.
A Seleção Brasileira faz nesta quinta-feira, em La Paz, Bolívia, jogo oficial pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
O jogo, em si, não é assim tão importante, pois o Brasil já está classificado.
Mas não é por isso que o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo del Nero, não acompanhou a delegação como seria normal.
Ele não viaja, não deixa o País, pois teme ser preso ao atravessar a fronteira.
Ele também é acusado de corrupção.
É triste, muito triste.
Enquanto nossos atletas correm, brigam, suam para conquistar títulos e medalhas aqueles que nos representam em altas esferas procuram outros meios para conquistar seu ouro.

_____________________________

FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine a nossa newsletter