O grande balcão de reclamações. Coluna Mário Marinho

O grande balcão de reclamações

COLUNA MÁRIO MARINHO

Segunda-feira é dia de discutir futebol.

Poucos são os resultados dos jogos de futebol que não geram polêmicas e desentendimentos entre vencidos e vencedores. E mesmo quando não há vencidos e vencedores, sobram espaços para reclamações.

Expressões como “O choro é livre”, “chororô”, “desculpa de perdedor” vão sendo usadas cada vez mais.

Por um lado, a polêmica ajuda a manter viva a chama do futebol; por outro lado, pode estar desgastando o esporte e tirando, cada vez mais, a credibilidade de juízes e dirigentes.

Se num jogo de futebol só pode acontecer vitória de um, derrota de outro ou empate, na arbitragem pode acontecer reclamação de um, reclamação do outro ou reclamação dos dois.

Lá no estádio Independência, em Belo Horizonte, o Galo quebrou a invencibilidade do Timão e o desbancou da liderança do Brasileirão.

O Corinthians reclamou da arbitragem. O Galo também. É um daqueles casos que o juiz desagradou a gregos e troianos.

Roger Guedes, do Atlético, marcou dois gols e apenas um foi validado pelo juiz Dewson Fernando Freitas da Silva.

Na foto ao alto da coluna, Roger comemora o gol que valeu.

No segundo gol de Roger Guedes, o que foi validado, o Corinthians reclamou de falta do atacante sobre o zagueiro Mantuan.

O Corinthians reclamou também de um lance dentro da área, em que Patrick puxou Maicon pelo braço. No entendimento dos corintianos, pênalti.

Final, Galo 1 x 0 Timão.

Veja os lances:

https://youtu.be/FYFEhjWqH4c

No Rio de janeiro, o empate, 1 a 1, entre Fluminense e São Paulo também não passou em brancas nuvens no quesito homem do apito.

O Flu reclamou de um toque de mão de Juciclei, dentro da área. E dentro da área, como se sabe, é pênalti.

Mas, no segundo tempo, o são-paulinos reclamaram que o atacante Pedro empurrou o zagueiro Arboleda para marcar o gol de empate.

No Allianz Parque, em São Paulo, o bandeirinha Alan Costa de Oliveira viu impedimento do zagueiro palmeirense Antônio Carlos no último lance do jogo contra a Chapecoense, gol que daria a vitória ao Palmeiras.

Tire suas dúvidas:

https://youtu.be/raePZTb6-MM

O Campeonato Brasileiro é a principal competição da CBF.

Não é a mais rendosa. Quem dá mais grana é a Copa do Brasil.

Mas, o Brasileirão deveria merecer um pouco mais de atenção.

Assim, já deveria ter sido adotado o tal árbitro de vídeo. Não, caro amigo, não se trata de remédio 100% eficaz que sanará de uma vez por todas s mazelas produzidas por más condutas de juízes e auxiliares..

Mas, pelo menos, seria um passo dado nesta direção. Algumas dúvidas poderiam ser sanadas.

É verdade que a CBF propôs a adoção do sistema para este Brasileirão. A proposta foi derrotada: os clubes, em sua maioria, consideraram que o gasto seria muito grande.

A CBF, como se sabe, é mãe milionária.

Um seu ex-presidente está preso nos Estados Unidos.

Outro foi banido pela Fifa para sempre do futebol.

Sobre os dois pesa a mesma acusação: corrupção.

Quem sabe uma administração mais transparente, mais honesta não pode economizar uns caraminguás e patrocinar a adoção do juiz de vídeo?

É pra pensar.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
 (DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS 
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

1 thought on “O grande balcão de reclamações. Coluna Mário Marinho

  1. Caro, grande jornalista, sobretudo amigo Mário Lúcido Marinho:

    1. Conservador, antiquado, sempre entendi que o futebol era (sic) feito de dúvidas, debates etc. Era o que nos dava uma certa emoção, nos deixava felizes ou irritados com aquele pênalti que teria sido cometido para uns, jamais para outros.
    Admirável Mundo Novo, admito, aceito e, ainda discordando, no íntimo, que se introduzam tecnologias que alteram o nosso anterior modo de ver o jogo da bola. Pior (ou melhor?) sentir os erros e acertos? Que seria a verdade?

    2. Por acaso entrei hoje. na TV, num desses debates, aquele que trata de um programa da SporTV no qual Juninho Pernambucano criticou os repórteres esportivos. Direto ao fato: uma vez, faz anos, perguntei a um grande amigo meu do jornalismo, então editor de Esportes do Jornal do Commercio, por que não criticava a fundo a bagunça (todo mundo sabe, e sabia) do futebol pernambucano na época. Fiquei triste com a resposta, que não sei traduzir agora, mas era algo como “ora, as coisas são assim mesmo”. Juninho tem plena razão.

    Abraço, querido Marinho.Toinho

    Tuim

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