O Deca se chama Felipão. Coluna Mário Marinho

O Deca se chama Felipão

COLUNA MÁRIO MARINHO

Para muitos, o título acima não é verdadeiro ou pode ser mera figura de linguagem que, no caso, se chama metonímia que acontece quando se toma parte pelo todo.

Não foi só Felipão que ganhou o título. Foi o time todo, claro, mas a participação de Luiz Felipe Scolari foi transcendental.

Apesar dos investimentos caros e generosos da patrocinadora máster, a Crefisa, o Verdão patinava até o meio do ano.

A campanha, com o técnico Roger Machado não era de todo ruim, mas não era lá essa brastemp: não passava confiança nem empolgava o torcedor.

Em julho, após a Copa, Felipão foi contratado.

Pegou o mesmo bom time que patinava sob o comando de Roger Machado, o mesmo farto e competente elenco e, como num passe de mágica, o time desandou  ou, como dizem os mineiros, garrou a vencer.

Não só vencer: convencer, passar confiança e tornar-se xodó do torcedor, mesmo daqueles mais céticos.

São 22 jogos de invencibilidade no Brasileirão. E isso não é pouca coisa. Não é conquista singela, de diminuta monta.

E Você, inteligente e arguto leitor, há de perguntar: se ele é tão assim, porque foi eliminado seguidamente da Copa do Brasil e da Libertadores?

Bom, eu não estou dizendo que o Felipão é perfeito. Nem mesmo que ele tenha a eficiência dos santos óleos capazes de encaminhar pecadores moribundos para o paraíso.

São outras competições, com outras e próprias nuances.

Mas, como sempre faz, Felipão soube trazer para si o grupo – a famosa Família Felipão. De tanto sucesso em outras passagens pelo mesmo Verdão e na Seleção Brasileira na Copa de 2002. Em 2014, alguma coisa desandou.

Mas, no geral, Felipão é a liga.

Se Você quer fazer um bom prato, precisa de ingredientes que se combinem, que se harmonizem, mesmo nos pratos mais simples.

Uma modesta porém saborosa almôndega não dará certo se Você não usar um bom creme de cebola para dar liga; um bolo exige uma farinha especial, o melhor amido e assim são os bons pratos.

E o Brasileirão é o crème de la crème.

Assim, o Palmeiras chegou com todos os méritos ao seu décimo título a nível nacional.

Homenagem

Nas bancas

Já esta nas bancas o pôster que eu e o jornalista Sílvio Natacci elaboramos, para a On Line Editora, contando toda a campanha da histórica conquista do Verdão.

Dizem que elogio de boca própria é vitupério, mas eu garanto que o pôster está show de bola.

Ainda

bem que ficou

No meio do ano, exatamente no mês de julho, o atacante Dudu pediu para ser negociado.

Ele recebeu milionária proposta do Shandong Luneng, da China. Chegou até mesmo a faltar a um treino.

Houve um forte trabalho de bastidores para que o craque continuasse no Verdão.

Uma semana depois vazamento da notícia, Dudu postou nas redes sociais a seguinte mensagem:

“Feliz ou não é a lei da vida. Seguir em frente com a cabeça erguida. Superando o que estar por vir”.

Ficava patente a sua insatisfação.

Dudu só se convenceu mesmo com a chegada do Felipão.

Foi bom para o Palmeiras, bom para ele que se tornou o melhor jogador do Brasileirão 2018.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
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