Estava indo tudo tão bem… Blog do Mário Marinho

ESTAVA INDO TUDO TÃO BEM…

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Durante todo o ano, o técnico Jorge Sampaoli foi elogiado e paparicado por torcedores do Santos, pela imprensa (tanto de Santos quanto do resto do país) e também, até certa medida, pelos dirigentes santistas.

Sampaoli deu ao Santos uma nova maneira de jogar – ou trouxe a maneira antiga, dos tempos de Pelé, de volta.

Os mais antigos se lembram que o time do Santos adorava ver gols – contra e a favor.

Um sem número de vezes, Pelé, Coutinho e Companhia venceram seus jogos por diferença de 3, 4 ou 5 gols. Houve até um jogo que terminou 11 a 0.

(Parêntesis) – Estou falando aqui do jogo contra o Botafogo de Ribeirão Preto, campeonato paulista, disputado em novembro de 1964 e que terminou com a vitória por 11 a 0, gols de Pelé (oito vezes), Pepe, Coutinho e Toninho guerreiro. (Fecha parêntesis).

Então, cantou-se em prosa e verso que Sampaoli havia recuperado o DNA atacante do Santos.

Assim como marcou muitos gols, o Santos também levou gols nesse Brasileirão 2019, sob o comando do elétrico argentino Jorge Sampaoli.

O Peixe ficou em 2º lugar, com 74 pontos ganhos em 38 jogos, vencendo 22, empatando 8 e perdendo 8.

Quanto aos gols, tão festejados, não foram tantos assim: 60 a favor e 33 contra.

Ficou abaixo do Flamengo, 90 pontos; 28 vitórias; 6 empates e só quatro derrotas. Marcou 86 gols e sofreu 37. Esse ataque, sim, digno dos tempos de Pelé.

Mas o ataque do Santos perdeu para o Palmeiras, que marcou 61, e para o Grêmio, que marcou 64.

Mas, se Sampaoli era festejado pelos torcedores e pela imprensa, o mesmo não acontecia nos bastidores.

Há pouco mais de um mês, o gerente de futebol Paulo Autuori, em uma entrevista coletiva, deixou no ar forte dúvidas sobre a permanência do argentino. Perguntado por um repórter se Sampaoli continuaria, Autuori foi lacônico.

Talvez.

Mas, agora, o desentendimento veio a público.

No último dia 9, técnico e dirigentes fizeram tensa reunião.

Dois dias depois, o Santos anunciou que Jorge Sampaoli havia pedido demissão e que o caso estava entregue ao Departamento Jurídico.

Isso, porque o contrato de Sampaoli iria até o final do ano que vem. E estabelecia uma multa caso ele fosse rompido antes do dia 10 de dezembro de 2019.

Sampaoli, furioso da vida, disse que não havia pedido demissão. E o fez no dia 11, ontem, quarta-feira passada, para ser mais específico e, portanto, após a data fatal do dia 10/12.

Agora se vê que como acontece em muitos matrimônios, as partes se davam bem apenas de fachada.

Sampaoli entrou com um pedido de liminar pedindo fim do contrato, alegando atraso no pagamento de FGTS. A Justiça negou por considerar a medida extrema e incabível.

O Santos, por sua vez, está processando o argentino em ação que segue sob segredo da justiça.

Como no caso de casamentos que se rompem de forma conflituosa, roupas sujas começam a serem lavadas em público.

Embora ninguém da diretoria fale oficialmente, foi convenientemente vazada a informação de que Sampaoli estava pedindo comissão na venda de atletas – um costume nada usual nas boas práticas do futebol.

Cheira a fofoca, mas, casamento que acaba em briga, acaba assim.

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.FOTO SOFIA MARINHO

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
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