QUASE-VERDADES

Quase-verdades (uma reflexão). Por José Horta Manzano

QUASE-VERDADES

 

No Brasil, todos se lembram das irritantes “quase-verdades” do Lula. Na época, pensávamos que, com esse discurso, ele tinha descido ao ponto mais baixo que um presidente pode atingir. Era engano.

Com Bolsonaro, já não temos meias verdades: o capitão mente descarada e compulsivamente. Despudoradamente. E ninguém parece se importar mais com isso. Uns chegam até a aplaudir. Essa indiferença mostra uma complacência perigosa para o futuro das relações sociais entre cidadãos deste país.

Lula e Bolsonaro passarão, mas o tecido social que eles esburacaram permanecerá. Se a mentira já não choca, é sinal de que a confiança desapareceu. Como viver numa sociedade em que todos desconfiam de todos?

Desconfiança dá muito trabalho e consome muita energia. Se esse fator um dia entrar no cálculo do PIB nacional, o resultado será desastroso.

Devemos estar abaixo do Afeganistão.

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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos,  dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.

2 thoughts on “Quase-verdades (uma reflexão). Por José Horta Manzano

  1. O que me entristece é a ausência de debates de propostas para o país. Os partidos se organizaram em federações para garfar o fundo eleitoral: um país que não precisa de ensino médio e profissional porque enaltece o Agronegócio e exportação de commodities. Qual política industrial? Reforma tributária? Reforma política? Tinha tanta esperança no país quando foi aprovada a Emenda Calmon nos anos 80: os mínimos constitucionais para financiamento do ensino público inexistente na Ditadura Militar. O FNDE é apenas um dos exemplos que nos mostra os caminhos tortuosos do polvo do MEC e seus tentáculos nos estados e 5.500 municípios. Que desânimo cada vez que leio os artigos deste site. Se persistir o cenário atual votarei nulo nos dois turnos e aproveitarei para fazer caminhada ao sol. Voto desde 1961 e haja resiliência.

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