
Que (os gringos) comam brioches. Por Paulo Renato Coelho Netto
… a diáspora retrata o sucesso da política do presidente Donald Trump de expulsar latino-americanos dos Estados Unidos. Com isso, na falta de pão e frutas, os americanos terão que comer brioches feitos sem ovos, leite e manteiga…
Reportagens publicadas nos principais meios de comunicação do Brasil, no dia primeiro de julho, revelam que imigrantes praticamente desapareceram das fazendas americanas e que frutas, legumes e verduras estão apodrecendo no campo.
Grande parte desses produtos são colhidos manualmente por imigrantes ilegais.
Produtores contam que 70% dos estrangeiros deixaram de sair de casa para trabalhar com medo da deportação.
Olhando por este aspecto, a diáspora retrata o sucesso da política do presidente Donald Trump de expulsar latino-americanos dos Estados Unidos.
Com isso, na falta de pão e frutas, os americanos terão que comer brioches feitos sem ovos, leite e manteiga.
A receita para fazer brioches sem ovos, leite e manteiga deve ser perguntada para o presidente Trump.
Em breve vão desaparecer dos supermercados morangos, maçãs, framboesas, mirtilos (by, by, blueberry!), pêssegos, ameixas, uvas, mamão e cerejas, entre uma infinidade de frutas colhidas manualmente nos Estados Unidos.
Por falta de maionese, tomate e alface, como a calça quadrada do Bob Esponja, o hambúrguer vai descer quadrado na dieta dos americanos.
O milk-shake corre risco de extinção, considerando que haverá falta de mão de obra nas fazendas para higienizar as tetas das vacas, antes e depois da ordenha mecanizada.
No lugar, vão ter que se virar com o shake-shake sabor frutas importadas.
A torta de maçã, que tanto atraía Zé Colmeia e Catatau, vai desaparecer também, assim como evaporou o bom senso da maioria dos eleitores estadunidenses.
Como se fossem terroristas, em janeiro deste ano 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos desembarcaram algemados e com os pés acorrentados em Manaus.
Por vergonha, alguns foram filmados andando na pista do aeroporto com casaco na cabeça para esconder o rosto.
Houve relatos de que ficaram até doze horas sem comer.
A meta do presidente americano é expulsar mais de dez milhões de imigrantes ilegais nos próximos anos. “A maior operação de deportação doméstica da história dos Estados Unidos”, conforme prometeu durante a campanha à presidência.
Não basta deportar. É preciso humilhar, torturar psicologicamente e separar as crianças dos pais.
Prendê-los na Alcatraz dos jacarés, humilhá-los, algemá-los e acorrentá-los nas viagens de volta.
Cada deportado deve voltar para seu país de origem com histórias de horrores para contar e desencorajar outros latino-americanos a tentar vida nova na terra do presidente Trump.
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Paulo Renato Coelho Netto – Jornalista, pós-graduado em Marketing. Tem reportagens publicadas nas Revistas piauí, Época e Veja digital; nos sites UOL/Piauí/Folha de S.Paulo, O GLOBO, CLAUDIA/Abril, Observatório da Imprensa e VICE Brasil. Foi repórter nos jornais Gazeta Mercantil e Diário do Grande ABC. É autor de nove livros, entre os quais biografias e “2020 O Ano Que Não Existiu – A Pandemia de verde e amarelo”. Vive em Campo Grande.