A curta reta de chegada. Coluna Mário Marinho

A CURTA RETA DE CHEGADA

Eu sempre defendi a realização dos campeonatos estaduais.

São motivos simples. Primeiro, porque é uma forma democrática de levar times grandes às cidades do Interior do Estado, proporcionando lazer para seu povo. São poucas as chances que esses torcedores têm de ver, ao vivo, alguns ídolos conhecidos apenas pela televisão.

O contato com esses jogadores serve para manter acesa a chama do futebol, do sonho do garoto, da própria continuação do futebol.

A rivalidade entre cidades, sadia rivalidade, também é fator que tem que ser levado em conta.

Mas, a cada dia, com a profissionalização do futebol, torna-se mais difícil essa defesa.

O número de torcedores que comparece aos jogos é cada vez menor.

É bem verdade que as cidades hoje oferecem muito mais opções de diversões do que há três ou quatro décadas passadas. Mas é verdade, também, que os dirigentes de futebol não se prepararam e não estão se preparando para os tempos atuais.

Assim, o futebol no interior ainda é tratado como se fosse aquela diversão única que nem precisa de propaganda. Os clubes, principalmente os menores, não se preocupam em valorizar o seu espetáculo, em promovê-lo.

E aí o que vemos é a consequência natural: os estádios vazios.

O Estado de São Paulo ainda mantém a liderança em públicos e rendas entre os estaduais. Não que haja um planejamento de marketing bem elaborado. Com certeza ainda é o resultado da forte tradição do futebol interiorano.

O Paulistão está chegando à sua reta final.

Disputam-se agora as quartas de final. Os jogos serão estes:

Sábado, 16

Santos x São Bento, Santos, 18h30.

Domingo, 17

Corinthians x Red Bull Brasil, São Paulo, 16h

Audax x São Paulo, Osasco, 18h30

Segunda-feira, 18

Palmeiras x São Bernardo, São Paulo, 21h

Os vencedores passarão à fase semifinal. Ou seja: a vaga será decidida em apenas um jogo. É uma reta final muito curta.

Os números,

tristes números.

Os campeonatos estaduais estão todos chegando às suas fases decisivas.

Acompanhe o pouco interesse despertado nos torcedores, conforme a média de público pagante para cada clube nos jogos em que foi mandante (http://www.srgoool.com.br/).

Campeonato Carioca:

1 – Flamengo, média de 11.196 pagantes em seus 7 jogos como mandante.

2 – Fluminense, 6.926, 6 jogos.

3 – Vasco, 6.133, 9 jogos.

4 – Botafogo, 4.273, 8 jogos.

5 – Boavista, 3.801, 7 jogos.

A média de público pagante do Carioca até agora é de 2.889 torcedores por jogo.

Campeonato Gaúcho

1 – Grêmio, média de 13.353 pagantes em seus 8 jogos como mandante.

2 – Internacional, 9.828, 7 jogos.

3 – Juventude, 3.005, 7 jogos.

4 – Brasil, 2.787, 7 jogos.

5 – São Paulo, 2.407, 6 jogos.

Média do campeonato: 3.094 torcedores por jogo.

Campeonato Mineiro

1 – Cruzeiro, média 12.095 pagantes em seus 6 jogos como mandante

2 – Atlético, 11.760, 5 jogos.

3 – Uberlândia, 8.574, 5 jogos.

4 – Vila Nova, 4.508, 5 jogos

5 – URT, 2.509, 5 jogos

6 – América, 2.219, 5 jogos

A média do campeonato é de 4.364 pagantes por jogo.

Campeonato Paulista

1 – Corinthians, média de 28.939 em seus 8 jogos como mandante.

2 – Palmeiras, 18.963, 8 jogos

3 – Santos, 9.147, 8 jogos

4 – São Paulo, 7.158, 8 jogos.

5 – Botafogo Ribeirão Preto, 6.957, 8 jogos

A média do Paulistão é de 6.517 pagantes por jogo.

Campeonato Pernambucano

1 – Santa Cruz, média de 7.170 pagantes em seus 4 jogos.

2 – Sport, 7.001, 5 jogos.

3 – Náutico, 4.312, 5 jogos.

4 – Salgueiro, 3.369, 4 jogos

5 – Central, 1.965, 7 jogos.

A média é de 1.693 pagantes por jogo.

Vamos e venhamos: são números fracos, muito fracos.

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FOTO SOFIA MARINHO
MARIO MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em  livros do setor esportivo

A COLUNA MÁRIO MARINHO É PUBLICADA TODAS AS SEGUNDAS E QUINTAS AQUI NO CHUMBO GORDO.

2 thoughts on “A curta reta de chegada. Coluna Mário Marinho

  1. Marinho, a média de torcedores em jogos do Corínthians é maior que as de Fla, Flu e Vasco somadas(no Rio), Atlético e Cruzeiro (em Minas), Internacional e Grêmio (no Rio Grande do Sul), Santa, Sport e Náutico (em Pernambuco). Mostra que para os corintianos não importa o campeonato, o adversário ou se o time está sendo remontado ou não. Importam as onze camisas, nada mais. E o público só não é maior porque os preços dos ingressos, para a fiel, é muito alto.
    Abraços,
    Elói Gertel

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