Cacalo Kfouri e seu olho de lince mirando a imprensa. Destaque em vermelho

Na Folha:
Ponto alto de filme é Nina Simone em seu habitat natural: o palco
habitat
[Aport. do lat. habitat, ‘ele habita’, poss. pelo fr. habitat.]
Substantivo masculino. Ecol.
1. Lugar de vida de um organismo.
2. Total de características ecológicas do lugar específico habitado por um organismo ou população. [Pl.: hábitats. O Volp. registra apenas a f. lat.]
Como se pode ver, “habitat natural” é como “subir para cima”, ou “descer para baixo”.
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Mais um erro comum e crasso que se vê constantemente nos textos é a tal da “vítima fatal”. Oras, fatal é o que mata, um tiro, um acidente, um veneno, uma doença. Quem a pobre vítima matou para ser fatal? Uma ideia que me ocorre é que a vítima se atirou de um prédio e caiu em cima de um “popular” – termo que, não sei por que – designa uma pessoa nos textos jornalísticos e nas falas de repórteres da TV -, “que veio a entrar em óbito depois de dar entrada num pronto-socorro.”. Aí, sim, pode-se dizer que a vítima foi fatal, matou o passante.
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Sem acordo com empresa, funcionários da EBC entram em greve
O mais importante não importa…
Os funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) declararam-se em greve por tempo indeterminado. Reivindicam correção salarial que, no mínimo, cubra a inflação e o fim dos privilégios na empresa. Hoje, a Agência Brasil (Abr) não é mais que um apêndice da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República). Foram criados diversos cargos de gerência, com altos salários, todos ocupados por pessoas saídas do Planalto. Os funcionários insurgem-se contra isso, pena que pelos motivos errados, queixam-se dos privilégios, têm razão quando se referem à invasão e à falta de qualificação dos recém-chegados, mas não dizem, no abaixo-assinado que enviaram ao ministro da Secom, uma palavra sobre o mais grave: entre eles há censores, na redação da Abr há quem que fique atrás dos editores vetando palavras, informações ou “dourando a pílula” quando o assunto é constrangedor para o governo, mas não dá para esconder. Publicam matérias em que, no texto, informa-se, por exemplo, que foram demitidas 50 mil pessoas, mas, no título, consta que foram contratadas 2 mil… Essa é a grave consequência da invasão, mas não mereceu uma linha sequer no comunicado.
A Abr transformou-se em uma assessoria de imprensa do Planalto. Tem muita gente boa lá, com alta qualificação, mas tem quem não ficaria uma semana no mais rastaquera jornal do bairro mais remoto da cidade mais longínqua, seria demitido tal é a incompetência. Sei porque trabalhei quase nove anos na agência como analista de conteúdo. Vejam que maravilha é o abaixo-assinado. Eu, no lugar do ministro, responderia “Vocês que escreveram o abaixo-assinado merecem ser demitidos em vez de ter aumento!”. Mas ele não fará isso, podem fazer bobagem à vontade, dificilmente um funcionário público é demitido por incompetência, seja lá quem esteja no poder.
Leia trechos da obra-prima que os grevistas, todos funcionários de uma empresa de comunicação (!!!), mandaram para o ministro:
Edinho Silva, Ministro da Secom da Presidência da República: acabe com os privilégios na EBC!
Funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com o apoio da sociedade brasileira, vêm à (???) público
A EBC foi criada em 2007 depois de um (XXX)(*) forte apelo e mobilização popular para que o Brasil não mais prescindisse de uma comunicação pública não governamental.
Obs.: – Mentira deslavada, não houve mobilização de espécie alguma, afirmo (no verdadeiro sentido da palavra)! Trabalhava lá.
(*) Se usar um forte apelo, há que usar uma mobilização.
Mesmo com a chegada dos concursados na (à) EBC

 

  • CACALO KFOURI – JORNALISTA E OBSERVADOR DA IMPRENSA. MUITO OBSERVADOR.

 

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