Não, não vai ser revanche. Coluna Mário Marinho

Não, não vai ser revanche

COLUNA MÁRIO MARINHO

Esqueça, meu caro amigo.

Se Você está pensando que a Seleção Olímpica deve dar uma sapatada na Alemanha, amanhã, na disputa pelo Ouro dos Jogos Rio-16, é melhor ir tirando o cavalinho da chuva.

Os 6 a 0 sobre Honduras com ótimo, excelente, com soberba atuação dos nossos rapazes, não serve como parâmetro para um jogo contra a sempre poderosa Alemanha.

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Contra a Alemanha o buraco é mais embaixo.

Aliás, acredito que este é um assunto que o técnico Rogério Micale deve estar tratando com seus jogadores: tirar da cabeça deles qualquer sentimento de revanche, de vingança.

Esses meninos não têm nada a ver com aqueles 7 a 1.

Pra dizer a verdade, acho que mesmo que vençamos por 14 a 0 aquela humilhação continuará latejando em nossas cabeças.

Afinal, foi uma Copa do Mundo. E Copa no Brasil. Sabe quando Você vai ver outra Copa aqui nesta terra descoberta por Cabral e bonita por natureza? Pense bem.

Depois daquele começo com a Seleção saltitante em longos saltos altos, os meninos puseram o pé no chão, baixaram a bola e se encontraram. O ataque com Luan, Neymar, Gabigol e Gabriel é muito forte, muito mesmo.

O técnico alemão, Horst Hrubesch, sabe que terá um adversário forte pela frente, mas sabe também que tem um time poderoso. Veja a declaração dele:

– Nós vamos jogar contra o Brasil e não apenas contra Neymar. Há uma equipe e não só um jogador. Eu deveria perguntar: como vocês vão parar nosso ataque? Marcamos 21 gols. Deveriam pensar nisso.

Ele não está sendo arrogante, mas apenas expondo os fatos.

Dito isso, é o seguinte: o Brasil não pode se encolher diante da Alemanha, mas partir com tudo para o ataque é um suicídio olímpico.

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corpore sanoesporte154

A frase latina que significa “Mente sã em um corpo são” que normalmente é aplicada para valorizar o esportista, considerando que ao preservar um corpo sarado, terá também uma mente sarada (ou vice-versa), não se aplica aos nadadores americanos que devem ser agraciados com a medalha de outro da mentira.

Eles inventaram que foram assaltados e a notícia teve repercussão mundial de uma forma que, certamente, jamais imaginaram.

Deve ter passado pelas cabecinhas deles, não tão sanas, que a brincadeirinha passaria despercebida.

Como os gaiatos foram desmascarados rapidamente, com a polícia do Rio mostrando rapidez e competência jamais vistas, o episódio até ficou de bom tamanho: mostrou um Brasil competente e que não permite a impunidade.

Pelo menos na Olimpíada.

Professor

Rogério Ceni

O ex-goleiro e eterno Mito do São Paulo vai fazer um curso de técnico de futebol na Europa.

Na verdade, ouvirá palestras, pois serão apenas duas semanas.

Rogério deveria aproveitar o tempo livre, para realmente acompanhar treinamentos em alguns clubes europeus e voltar de lá com novidades. Tite fez isso e se deu muito bem.

Ceni foi um grande goleiro, é bem articulado, líder e, portanto, tem tudo para ser um grande técnico.

Por que não aproveitar?

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo

A COLUNA MÁRIO MARINHO É PUBLICADA TODAS AS SEGUNDAS E QUINTAS AQUI NO CHUMBO GORDO.

(E SEMPRE QUE TIVER NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR. )

6 thoughts on “Não, não vai ser revanche. Coluna Mário Marinho

  1. MMarinho. Com raras exceções, derrotados nas Olimpiadas reconhecem a derrota para um conjunto superior, no esporte coletivo ou individual. Não se pode comparar o que a Alemanha já apresentou com aquilo de muito pouco que o Brasil nos demonstrou. Jogamos contra países sem qualquer tradição futebilística e nada fizemos. Melhoramos no último jogo mas o foi contra a pobre Honduras. Vamos aguardar para ver se realmente crescemos e construimos um belo plantel ou foi mais um sonho…ou um pesadelo.

  2. Nós, como leitores temos a facilidade de analisar o fato, muito depois do que o jornalista escreveu. Portanto nosso comentário será sempre no pretérito do acontecimento e em assim sendo, “mais realista do que o rei”. Taí o futebol das meninas que ficou sem medalha nenhuma, completamente diferente do que esperava o grande público que foi aos estádios. Motivos porque isso aconteceu, caem nos velhos chavões de sempre. Tá mais do que na hora, de reconhecermos que a nossa bolinha não é a mesma de antigamente, como você e eu vimos, com estes olhos que a terra um dia irá comer. Espero que não seja em breve, para que tenhamos tempo de ver essa recuperação. Vamos esperar o jogo de amanhã. Direitos do leitor.Que seja um dia de festa e preferencialmente dourado. Abraço Mestre

  3. Marinho,
    você sempre lúcido!

    Sobre os alemães: que venham, joguem bola e façam seu papel.
    Nosso time brasileiro, também: que vença por 1 a 0, esquecendo os sete, e suba ao pódio com o ouro.
    Queremos coisa melhor?

    No que diz respeito ao vexame ianque, acho que foi uma prova de que qualquer um comete suas bobagens, sempre. O que muda, no caso, é o fato de que esses rapazes eram algo mais que seres humanos como nós, pois tinham a condição de atletas olímpicos premiados e, além disso, representantes de um grande país. Daí, o escândalo internacional.

    E acrescento que o episódio (entre mil outros, de toda espécie, em todos os lugares) mostra como é tola aquela história de dizer – como ainda ouço, e não pouco, creia – de que “isso é coisa de brasileiro”.

    Independentemente dessa história de que uns são mais civilizados, mais cordiais ou mais bárbaros (tudo isso que vivem a apregoar os intelectuais), para mim é tudo coisa de Homo sapiens, com aquele jeitinho que vem da caverna e sempre termina na caveira.
    Abraço.

    Toinho

  4. Mario, jogo de hoje reputo como teste adequado para aferirmos o potencial, em todos os itens, dessa nova safra de jogadores do Brasil. Vamos torcer!. Um abraço.

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