Potins sobre propinoduto, apelidos engraçados, o preço de emendas legislativas, etc.

Potins sobre propinoduto, apelidos engraçados, o preço de emendas legislativas, etc.

• Feliz happy hour

Dinheiro mal havido compra quase tudo. Com dinheiro do propinoduto, o ex-gerente de serviços da Petrobras, Pedro Barusco, comprou (e pagou!) US$ 240 mil por dez garrafas de grandiosos vinhos tintos franceses da Borgonha. Quando a coisa apertou, ele conseguiu esconder os vinhos na casa de Rogério Araújo, ex-diretor da Odebrecht.

Observaram bem? Preço unitário por garrafa: US$ 24 mil.

Mais tarde, com a delação assinada, Barusco fez sua esposa buscar os vinhos no esconderijo. Ele deve estar aproveitando a bebida agora, ao longo de sua prisão diferenciada: condenado a 18 anos e 4 meses em regime aberto, deve usar tornozeleira por dois anos, não podendo sair de casa entre 20 horas e 6 horas.

• A verba de “casa”

A direção da Odebrecht estimulava a corrupção. Em 2014 o prêmio rateado entre os executivos que instrumentavam o propinoduto foi de US$ 8 milhões (R$ 25,6 milhões, em números redondos atuais). Muita coisa foi paga lá fora.

Mas os que tinham, obrigatoriamente, que receber no Brasil eram “pagos” em reais.

•  Não era brincadeira

Parecia apenas brincadeira, mas a criatividade dos executivos da Odebrecht para criar apelidos a beneficiados de valores repassados pela empresa objetivava que os funcionários do “baixo clero” da área que fazia os repasses irregulares não ficassem sabendo para quem ia o dinheiro.

Na semana passada ficou-se sabendo a confirmação de que Manoela d´Avila era o “Avião” e que Sérgio Zambiasi era o “Zambão”. Outras curiosidades: “Coxa” (Gleisi Hoffmann), “Fodão” (Eliseu Padilha), “Fodinha” (Frederico Antunes), “Aquático” (João Fischer Fixinha), “Aspirina” (Angela Amin), Balzac (Yeda Crusius), Barbie (Martha Suplicy), Belém (Geraldo Alckmin). E por aí…

As pessoas que negociavam com as “autoridades” é que escolhiam os codinomes. Como não havia um centralizador nas operações, o mesmo beneficiado aparece, às vezes, com mais de um apelido.

• Questões de segurança

Por questão de segurança, Michel Temer e Rodrigo Maia não mais viajam no mesmo avião da FAB. Sempre que vão para o mesmo destino, o presidente da Câmara embarca no avião reserva da Presidência. É um cuidado objetivo.

Tem também o cuidado subjetivo. Quando Moreira Franco (sogro) tem que ir junto, pede para embarcar na aeronave de Rodrigo Maia. É uma sinalização de que, em qualquer situação crítica ou de risco, o Angorá se sentirá mais confortável na companhia do genro.

• As “soluções” da Braskem

Em meio às páginas dos grandes jornais brasileiros recheados com os escândalos políticos, chamou a atenção um avermelhado anúncio de Páscoa, destacando um grande ovo embrulhado em lindo papel dourado. Título “As soluções da Braskem também deixam a vida mais doce”.

O texto não dedica uma só palavra ao propinoduto, mas lembra que “o plástico está presente no armazenamento de ingredientes que levam as delícias de Páscoa às pessoas”. No arremate, três lembretes: “Tem Páscoa, tem chocolate, tem Braskem!”.

• Você já sabe…

… Mas não custa lembrar: a Braskem, constituída em 2002 já como a maior petroquímica da América Latina, controlada pelo grupo Odebrecht, juntou-se à Petrobras e à Ultrapar em 2007, no que foi a maior incorporação da história do Brasil: a aquisição do Grupo Ipiranga por US$ 4 bilhões. Enquanto a Petrobras e a Ultrapar compartilharam as operações de distribuição de combustível, a Braskem assumiu a Ipiranga Petroquímica, e também incorporou em 2009 os ativos da Petroquímica Triunfo.

Atualmente, a Braskem possui 40 unidades industriais, das quais 29 plantas se localizam no Brasil; cinco estão nos EUA, duas na Alemanha e quatro no México.

• Nem no Paraguai…

Romero Jucá, notório líder do governo no Senado, saiu-se com uma pérola, em entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, de O Globo, ao tentar defender-se da especulação de que recebera propina da Odebrecht para enxertar emendas.

Do alto da sua honestidade, Jucá disse “não ter sentido algum pensar que se vende emendas legislativas por R$ 150 mil. É uma piada! Com esse valor não se vende emenda nem na feira do Paraguai”.

• Na feira brasileira…

No Conselho Federal da OAB escutou-se ontem, via “rádio-corredor” que “a explicação de Jucá sugere que na feira do Congresso do Brasil é bem maior”.

Algo como, pelo menos, dez vezes mais.

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