Era só o que faltava. Coluna Mário Marinho

Era só o que faltava

COLUNA MÁRIO MARINHO

Se fosse necessário um tempero um pouquinho mais forte para apimentar o clássico entre Corinthians e Palmeiras, o atacante corintiano Romero tratou de colocar as coisas no lugar com as embaixadinhas na vitória por 1 a 0.

O resultado do jogo até aquele em si já deixava loucos palmeirenses dentro e fora de campo, com a exibição do paraguaio, a dor pela derrota assumiu proporções quase insuportáveis.

Afinal, faz pouco mais de um mês que o Timão tornou-se campeão paulista dentro da luxuosa casa do adversário. E numa decisão que teve polêmicas com o juiz voltando atrás ao anular um pênalti que havia erradamente assinalado.

Porém, para os palmeirenses, o juiz só voltou atrás após interferências externas, o que é proibido pela lei do futebol.

A explicação para o lance, dada pelo próprio atacante Romero não podia ter sido mais bizarra:

– A imprensa vive dizendo que eu não tenho técnica. Apenas quis mostrar que tenho.
Ah!, tá bom.

Embaixadas à parte, o Corinthians foi mais time que o milionário Palmeiras e mereceu a vitória.

Escreve-se assim, mais um capítulo na tumultuada e rica história dos encontros entre os dois, apelidado de Derby pelo jornalista Thomaz Mazzoni, em referência a clássica prova turfística da cidade de Derby, Inglaterra, envolvendo os mais famosos animais da cidade.

O primeiro Derby foi disputado em 6 de maio de 1917 e terminou com a vitória do Palmeiras que, na época, chamava-se Palestra Itália.

O Corinthians conheceu sua primeira vitória em 1918.

A maior goleada entre eles foi o escandaloso placar de 8 a 0 a favor do então Palestra, em 5 de novembro de 1933. O estrago foi tamanho que ocasionou a queda do presidente corintiano Alfredo Schurig.

Vinte anos depois, em 18 de janeiro de 1953, aconteceu a partida com o maior número de gols: 6 a 4 para o Timão.

Um dos clássicos mais importantes entre os dois foi disputado no dia 6 de fevereiro de 1955 e valia o título de 1954, ano do IV Centenário da cidade de São Paulo.

A importância do título era tamanha que o Palmeiras entrou em campo de camisas azuis, surpreendendo a todos. A explicação foi bizarra: um pai de santo previu a vitória com o time jogando de azul. E o Palmeiras acreditou.

Ao final, o placar foi 1 a 1 – exatamente o que o Timão precisava para tornar-se campeão do IV Centenário.

Passados 20 anos, o Verdão deu o troco.

Em final do Paulistão, com o Morumbi recebendo 120 mil torcedores, o Palmeiras impediu que o Corinthians se livrasse de 20 amargos anos sem título e venceu a decisão por 1 a 0, por 1 a 0, gol do mineiro Ronaldo.

Outra vitória marcante do Palmeiras foi na final do Paulistão de 1993, quando venceu o jogo por 3 a 0, levando a decisão para a prorrogação, conde conseguiu nova vitória, 1 a 0, e se livrou de dezesseis anos sem ganhar o título Paulista.

Na final do Paulistão de 1999, os dois se reencontraram.

O Palmeiras vinha da euforia da conquista da Libertadores, competição pela qual havia eliminado o Corinthians um mês antes, na fase semifinal.

O empate era o bastante para o Corinthians e assim, nos minutos finais, jogo 2 a 2, o atacante Edilson resolveu fazer embaixadinhas para tripudiar sobre o adversário.

O tempo fechou, o pau quebrou e o juiz Paulo César de Oliveira deu o jogo por terminado, dando vitória e título ao Corinthians.

Veja as imagens daquela decisão:

Agora, as embaixadinhas do Romero.

E veja também os gols do Fantástico:

https://youtu.be/vBbFlYcgTZ8

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
 (DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS 
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