A gentileza de estranhos

Há certo consenso que o Brasil estará entre primeiras economias que se recuperarão do forte choque externo. Em que pese o impacto negativo da queda das exportações, a verdade é que, em contraste com episódios anteriores, a crise internacional não se traduziu em contrapartida doméstica. Não vivemos uma crise fiscal, nem uma crise financeira, nem, por fim, uma crise do balanço de pagamentos, graças às políticas responsáveis adotadas antes do colapso global.

Já examinei aqui o papel central da mudança do perfil da dívida pública. Por conta da acumulação de reservas e da atuação do BC no mercado de derivativos, a dívida deixou de ser majoritariamente denominada em moeda estrangeira; ao contrário, o governo se tornou credor líquido em dólares, de modo que a depreciação da moeda reduziu a dívida pública, aliviando, ao invés de agravar, a situação fiscal.

Um fenômeno semelhante – a mudança do endividamento para o investimento direto – se passou no campo do financiamento externo da economia, também colaborando para a estabilidade do país face à crise e, portanto, para as condições de retomada à frente. Entre 2003 e 2008 o ingresso de investimento direto estrangeiro atingiu pouco mais de US$ 140 bilhões, enquanto o investimento brasileiro no exterior ficou pouco aquém de US$ 75 bilhões. Nesse mesmo período a dívida externa, líquida de reservas, caiu US$ 145 bilhões.

A contrapartida desta mudança ficou aparente na evolução da conta corrente, em particular no que se refere ao serviço do capital estrangeiro. O pagamento de juros caiu à metade do que era, mas o pagamento de dividendos, pouco superior a US$ 5 bilhões/ano entre 2001 e 2003, chegou a quase US$ 34 bilhões no ano passado.

Poderia parecer um mau negócio, pois o retorno do investimento é, pelas razões examinadas abaixo, geralmente superior ao custo da dívida. Há, porém, motivo para crer que, ao final da história, foi uma boa escolha, dadas duas diferenças cruciais entre juros e dividendos.

Em primeiro lugar, o pagamento de dividendos se move em linha com o desempenho econômico: em bons anos paga-se mais, mas nos anos ruins, quando os lucros encolhem, os montantes caem. Em contraste, o pagamento de juros tipicamente não se altera com o estado da economia. Faça chuva ou faça sol, o pagamento é devido, o que, em épocas de vacas magras, pode se tornar um problema, como, aliás, a história revela.

Além disso, o pagamento de juros é usualmente denominado em moeda estrangeira, enquanto os dividendos são calculados sobre lucros gerados em moeda doméstica. Assim, a depreciação da moeda não altera o montante de juros devidos (em dólares), embora reduza o pagamento de dividendos.

Assim, no primeiro trimestre deste ano o déficit em conta corrente encolheu cerca de US$ 6 bilhões na comparação com o mesmo período em 2008. Destes, US$ 5 bilhões são devidos à menor remessa de dividendos, refletindo tanto a reversão cíclica como a desvalorização da moeda. Em outras palavras, quase 90% do ajuste externo se deu à custa do investidor estrangeiro, dentro, é bom dizer, das regras do jogo.

Vale notar que esta mudança no padrão de financiamento não ocorreu por acaso, mas resulta também de decisões de política, como, por exemplo, as medidas de liberalização na área cambial e de capitais, pois não há quem coloque recursos onde existam riscos de não poder retirá-los. Continuamos, pois, a colher os frutos das políticas “ortodoxas” ao mesmo tempo em que flertamos com seu abandono. O que restará para colher nos próximos anos?

(Publicado 13/Mai/2009)

137 thoughts on “A gentileza de estranhos

  1. Como voce diz, nao e nenhuma coincidencia que o investimento estrangeiro tenha aumentado conforme os dividendos remetidos tambem tenham aumentado. E como isso tem sido positivo pro pais!

    Um fruto direto de politica inteligente que leva em conta os incentivos de investidores internacionais, e nao tenta se basear em demagogia e populismo heterodoxo.

    PIG, futuro campeao da Libertadores

  2. Muito bom texto. Vc viu o artigo do Márcio Holland no Valor de 11/05? Aparentemente ele não considera relevantes (ou não percebeu) estas mudanças que vc mencionou que afetam o comportamento da taxa de câmbio. Acho que devido a estas mudanças, que vc muito bem enumerou, as variações na taxa de câmbio necessárias para ajustar as nossas contas externas diante de choques são muito menores agora do que eram no passado. Além disso, os argumentos dos defensores do câmbio depreciado – que falavam que a valorização do real era ficticia – estão ficando cada vez mais fracos.

    T

  3. T:

    Vi sim. Acho mesmo que faltou observar este fenômeno, assim como a mudança do perfil da dívida pública (a depreciação MELHOROU a solvência, ao contrário das crises anteriores). Daí a reação moderada do spread soberano e, portanto, da taxa de câmbio.

    Tudo convergindo para sua conclusão: “as variações na taxa de câmbio necessárias para ajustar as nossas contas externas diante de choques são muito menores agora do que eram no passado”.

    Abs

    Alex

  4. Lúcido como sempre! Claro, objetivo e didático como seu ídolo Krugman – apesar de eu discordar dele em algumas coisas.
    Porém, Alex, eu queria saber sua opinião sobre dois tópicos co-relacionados: a recente apreciação do real, é um “rally” ou é permanente, logo qual seu efeito? O que diz você sobre a redução do superávit primário? O governo vai começar apelar para o imposto inflacionário?
    Abraços
    Du

  5. Vide a IIP (International investment position) do Brasil como proporcao do PIB:

    2001 -47.0%
    2002 -55.1%
    2003 -46.3%
    2004 -40.7%
    2005 -36.1%
    2006 -34.7%
    2007 -39.5%
    2008 -21.5%

    Gracas a liberalizacao da conta de capitais que permitiu que recebessemos mais FDI e investimentos de portfolio em acoes, nos melhoramos nossa posicao de investimento em 18% do PIB em 2008.

  6. Alex você seria a favor da privatização das federais,ou isso implicaria em uma piora na qualidade do ensino?

    Nos EUA as melhores são particulares.

    Havard,MIT,Berkeley,Yale,NYU,Stanford,
    ,Princenton.Todas essas são particulares e tem uma boa qualidade de ensino.

  7. “a recente apreciação do real, é um “rally” ou é permanente,”

    Duvido que seja permanente, mas quem sou eu para saber?

    ” logo qual seu efeito?”

    Fica (um pouquinho de nada) mais facil de se cortar os juros.

    ” O que diz você sobre a redução do superávit primário?”

    Nao tem grande drama, desde que nao seja feita mal e porcamente, isto eh, com gastos correntes ou evasao fiscal de multinacionais (vide IPI dos carros).

    ” O governo vai começar apelar para o imposto inflacionário?”

    Nao vai precisar.

  8. Ruy:

    Berkeley não é privada, é estadual (quanto às demais acho que a maioria é privada, mas há universidades públicas entre as melhores americanas). Eu não tenho nenhuma preferência por privada/pública (fiz GV, privada, e USP, pública).

    O que eu prefiro é:

    (1) que haja competição entre elas;
    (2) que sejam pagas (o fato do ensino superior gratuito ser melhor que o privado e o ensino básico privado ser melhor que o gratuito é parte central da concentração de renda num país em que o prêmio da educação é alto);
    (3) pode haver financiamento (com subsídio moderado) até integral, mas todo mundo teria que pagar.

  9. Eu estou convencido que esse papo de publico e privado, competicao ou nao, pago ou gratis (ou mais precisaemnte, pago pelo estudante ou pelo contirbuinte) nao tem nada a ver com a criacao de um sistema universitario de alta qualidade.

    Aqui vao alguns exemplos de modelos totalmente diferentes de alta qualidade. Se o Brasil copiasse qq um desses com exito, jaseria otimo:

    – O sistema Americano/Canadense: as melhores escolas sao privadas, com escolas estaduais como os UC campi, Un.Illinois e UT Austin sendo excecoes. ALem disso, nao ha diferenca tao fundamental entre as escolas publicas e privadas. todas sao pagas (in state students have a discount nas estaduais, mas e so isso). todas recebem grants das mesmas agencias, etc

    – Os IITs na India. Publicos.em escala. altissima qualidade.

    – As melhores escolas francesas (Ecole Normale Sup., Ecole Polytechnique, etc). Publicas.

    – As melhores escolas britanicas – Oxbridge, UCL, Imperial College, etc. Privados

    Eu nao acho que o “pobrema” seja se as escolas sao pagas ou nao. publicas ou privadas. Eu acho que o problema e o DNA das Universidades que acaba definindo os standards de qualidade e excelencia, como elas sao organizadas, etc.

    Ha ilhas de excelencia no Brasil, exemplos talvez incluam: alguns departamentos da USP e da Unicamp, alguns departamentos da PUC-RJ, o IMPA, o ITA e o INPE.

    Todas essas ilhas ou foram criadas com um certo DNA (os professores Europeus que vieram durante a criacao da USP no comeco do seculo passado, por exemplo, e o impulso dado pelo CTA e pela aeronautica na formacao do ITA), ou foram transformadas pela confluencia de um numero grande de individuos serios e competentes que modificaram o seu DNA em um momento unico da sua historia.

    Eu nao acho que o Brazil deveria estar debatendo se as Universidades Federais devem ser publicas ou privadas. Essas sao tecnicas pra se conseguir algo. O debate deveria ser sobre os objetivos: como que o Brasil nao tem 20 centros academicos tao bem sucedidos como os IITs, e por que nao tem 3-4 centros academicos de nivel internacional de pesquisa com escala e escopo apropriados, como, por exemplo, o Canada?

    Eu olho pra maioria das Universidades brazucas e vejo que o pais esta ainda muito longe de onde deveria estar. Publico ou privada, pago diretamente pelo estudante ou subsidiado pelo governo, isso me parece que nao e a questao fundamental.

    PIG

  10. “Berkeley não é privada, é estadual.”
    Só complementando que, mesmo sendo estadual, é paga. O que não exclui a possibilidade de que vários alunos recebam bolsa de estudo com base em méritos.
    Aliás, Alex, estou indo pra lá em Julho pro PhD no ARE. Vc chegou a ter contato com alguém de lá?
    Abs e mande um beijo pra Eleni!

  11. Alex,
    é possível dizer que dos 6bi que encolheram o déficit em CC, 5 bi foram devido à menor remessa de dividendos. Na realidade, vários elementos se alteram, mas usando o resultado final e escolhendo um elemento (remessa de dividendos) podemos achar esse número. No entanto, não é verdade que isso represente 90% do ajuste.
    Isso pq se eu usar o racíocinio que o senhor fez, poderia escolher dois setores separadamente que contribuiram para reduzir o déficit (digamos A e B, com 3bi e 5bi respectivamente) e dizer que ele representam 133% da redução do déficit. Um absurdo!
    Correto?
    Mto boas as frutas do Copacabana Palace ne? rs
    ABraços

  12. Alex;
    uma dúvida: no campo do financiamento externo como é o impacto dos investimentos em portfólio. A contrapartida na conta corrente, apesar da crise, também foi positiva?

    MGLI

  13. ótimo post alex

    desde pequeno aprendi, quem planta chuva colhe tempestade…wait and see

    lendo da FSP hoje, me deparo com uma suposta declaração:

    “Ainda não está definido quando e quanto o IR de renda fixa vai baixar. O secretário do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse que o governo vai primeiro esperar o corte da Selic decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na sua próxima reunião, em junho. Conhecida a nova taxa Selic, a Fazenda …”

    o que você acha de declarações de funcionarios do governo que em entrevistas, ‘dão’ o viés para as próximas reuniões do COPOM?

    Se não me falha a memória o ministro já declarou algo parecido há um tempo atrás..isso tem influencia nas expectativas?

    Abs.,

    Doutrinador

    P.S: Klebão, cade você cara? Tá mais sumido que o Rogerio Ceni..

  14. Por este paragrafo:
    “Já examinei aqui o papel central da mudança do perfil da dívida pública. Por conta da acumulação de reservas e da atuação do BC no mercado de derivativos, a dívida deixou de ser majoritariamente denominada em moeda estrangeira; ao contrário, o governo se tornou credor líquido em dólares, de modo que a depreciação da moeda reduziu a dívida pública, aliviando, ao invés de agravar, a situação fiscal.”
    pode-se deduzir que o BC apostou contra o real?

  15. Alex é possível manter a Selic em níveis “civilizados” com a economia brasileira crescendo 4%,contando também com uma política fiscal de aumento de gasto?

  16. Fazendo gancho num comentário de um idiota de apelido RN de uns posts atrás: NÓS PRECISAMOS DE MAIS ESTÍMULO ECONOMICO, E PRECISÁVAMOS DESDE O FINAL DO ANO PASSADO:

    Comentário do RN:

    “Pouco importa na hora de avaliar o impacto da crise dizer que a China e a India provavelmente crescerao mais de 5% esse ano e comparar isso com o Brasil. Sera que nao faz mais sentido ( sei que vc nao ta acostumado com isso )comparar no minimo quanto cada economia vai desacelerar em relacao ao seu crescimento potencial ( ou pra dar menos trabalho em relacao a quanto cada economia vinha crescendo )?Pensa um pouco, eu imagino que seja dificil pra vc mas vale a pena. Vamos la : ( pais , gdp 07, gdp 08 e previsao 09 )fonte – IMF
    (India,9.3,7.3,4.5)
    (China,13,9,6.5)
    (Brasil,5.7,5.1,-1.3)”

    Fazendo a conta de padeiro do jumento, chega-se à seguinte conclusão:

    ìndia: 7,3-4,5= 2,8
    China: 9 – 6,5= 2,5
    Brasil: 5,1 – (-1,3)= 6,5 (!!!)

    FICOU CLARO PORQUE O BANCO CENTRAL DEMOROU PRA AGIR??????????

    Se olharmos para o Pib potencial chegamos a mesmíssima conclusão!

  17. “no campo do financiamento externo como é o impacto dos investimentos em portfólio. A contrapartida na conta corrente, apesar da crise, também foi positiva?”

    A conclusâo é a mesma, mas com consequências também para a conta de capitais.

  18. “pode-se deduzir que o BC apostou contra o real?”

    Não. Pode-se deduzir que o BC fez hedge contra uma mudança das condições externas.

    Há estados da natureza (preços de commodities elevados, liquidez abundante) nos quais o país vai bem e o câmbio aprecia. Há estados da natureza nos quais preços de commodities caem e a liquidez aperta. O país cresce menos e o câmbio se deprecia.

    Uma posição longa em câmbio tem retorno positivo nos estados desfavoráveis e negativa nos estados favoráveis. Sob a hipótese de não gostarmos de variações muito amplas do consumo, este é o tipo de ativo que queremos ter: nos paga quando vamos mal e pagamos quando vamos bem. A semelhança com seguro não é superficial.

  19. “Alex é possível manter a Selic em níveis “civilizados” com a economia brasileira crescendo 4%,contando também com uma política fiscal de aumento de gasto?”

    Depende do que ” civilizado” quer dizer, mas, se sua pergunta´diz respeito à eventual necessidade de juros mais altos que os atuais nestas circunstâncias, a resposta é: provavelmente sim. Vai depender da evolução de outras coisas (onde estará o hiato de produto, por exemplo), mas não creio que a taxa atual seja a taxa neutra. A conferir.

  20. Alex,

    Você acha que a economia brasileira tem chance de se recuperar esse ano?

    Qual a sua aposta? Como foram as exportações e um ciclo de estoques que contribuiram para a queda do pib industrial, as duas influencias negativas parecem já estar se dissipando, não?

  21. Está mais para jmento do que padeiro… Ou você não leu o “O”?

    Li sim, mas o que ele disse não explica porque nós despencamos tanto mais em do que eles. Mas o tal RN dizer que India e China ficaram tão ruins quanto a gente baseado nesses numeros do FMI é mta burrice.

  22. DOUTRINADOR

    Como dizia um amigo russo, “uma mudanca equivale a dois incendios”.

    Mudei de emprego e de estado no final de marco. Da area de NYC para a bucolica Pittsburg. No meio tempo tirei uma semana no Brasil para passar a Pascoa com meus pais. Depois uma business trip a Houston, por uns 10 dias. Hoje e’ o segundo dia em que tive realmente um tempo para botar a correspondencia em dia.

    Na ilusao de fazer as coisas mais faceis, doei toda minha mobilia e eletrodomesticos e adquiri tudo novo. l
    Ledo engano. Passei todas as noites por semanas a fio comprando bagulho, desde que fechei negocio na casa. Fiquei ate’ sem televisao por um tempo, ate’ que a dita-cuja foi entregue e o cable guy veio pra fazer a ligacao. Agora a “festa” acabou! Ja’ nao era sem tempo. Uma coisa eu te garanto: nunca mais compro porra nenhuma de mobilia. Essa ai’ vai durar ate’ o fim dos meus dias.

    Andei dando uma olhada no que aconteceu economicamente no mundo ontem e hoje. Algumas das ‘predicoes’ estao se concretizando, como o bear market rally em Uaustriti, e a situcao europeia estando pior do que a americana. O Brasil, como demonstrado pelo nosso mestre Tio Alex, esta’ bem melhor do que eu esperava. Mas ainda acho que a situacao ai’ dependera’ do timing relacionado ‘a duracao da crise. Quanto mais curta, melhor para o Brasil – em relacao aos outros principalmente. Outra ‘previsao’ que esta’ se verificando e’ que o primeiro trimestre deste ano foi pior do que o ultimo do ano passado. E nao estou vendo melhora alguma neste segundo tri, que ja’ esta’ na metade. Pelo contrario…

    De qualquer maneira, esta’ de parabens o sr. Henricao, o Bao. Que ninguem ai’ tenha duvidas de que nao foi o Medico do Interior, muito menos o Amantegado que orquestrou essas politicas com resultados tao bons como os comentados pelo Alex.

    PIG

    Pensei que voce fosse palmeirense! Alias, por falar em suino, um parabens tardio ao grande Kleber P., que defenestrou o Porcao do campeonato paulista.

    Um abraco de quebrar costela a todos voces!

    Kleber S.

  23. Alex porque você aprecia tanto o trabalho do Krugman?

    O modelo de comércio do Krugman, que é baseado na idéia de concorrência monopolística, está errado, porque o modelo de concorrência monopolística é um lixo. Hayek já refutou o conceito de concorrência imperfeita em 1946. Posso dizer que qualquer artigo publicado que utiliza modelos de concorrência imperfeita depois de 1946 está tão cientificamente quebrado quanto qualquer artigo sobre escolha social que foi publicado depois que arrow demoliu o conceito de preferências coletivas.

  24. TIO ALEX

    Na verdade eu nunca “sai'” do blog. Meu coracao sempre esteve aqui, com voce e a dileta cambada! Mas pelos motivos outlined above, nao pude comunicar com esse grupo de amigos inesqueciveis. Perdi uma parte da minha vida durante esses dias. Mas agora to de volta em electrons e osso, postando as bobagens de sempre. E o glorioso SPFC, como e’ que foi hoje?

    Um grande abraco, muito saudoso.

    Kleber S.

  25. Alex, o que achou do modelo de flexibilização do regime de metas apresentando pelo Michael Woodford no seminário de 10 anos do regime de metas no rio semana passada? Algum comentário?
    Abraços

  26. “ta rolando no espectro uma discussão sobre um suposto fenômeno da poupança chinesa aumentar quando sua taxa de juros cai. Como você explicaria isso?”

    Tiago:

    Não seria a taxa de juros cair quando a poupança aumenta?

    Abs
    Alex

  27. “O modelo de comércio do Krugman, que é baseado na idéia de concorrência monopolística, está errado, porque o modelo de concorrência monopolística é um lixo”

    Epistemologicamente (uau!)a afirmação do ivo equivale a:

    “A proposição A está errada porque não está certa”.

    Zero de lógica e um Jumento de Ouro epistemológico para ele!

    E usar o argumento da autoridade (quem?) neste contexto é de uma tristeza ainda maior.

  28. “Alex, o que achou do modelo de flexibilização do regime de metas apresentando pelo Michael Woodford no seminário de 10 anos do regime de metas no rio semana passada? Algum comentário?”

    Não é flexibilização do regime de metas, mas generalização do modelo novo-keynesiano. Pareceu interessantíssimo, mas ainda preciso ler o paper para ter uma noção mais completa.

    Pelo que entendi as principais conclusões seriam as seguintes:

    (1) Com agentes heterogêneos e, portanto, a possibilidade de intermediação financeira, as respostas de política monetária sob IT e IT flexível são quantitativamente indistinguíveis da regra ótima. Ou seja, as principais conclusões do modelo mais simples no que se refere à gestão de política generalizam para o modelo mais complexo.

    (2) Há duas novas dimensões de política monetária no contexto do modelo generalizado: (a) o tamanho do balanço do BC; e (b) a composição do ativo do BC.

    (a) alterações do tamanho do balanço (tipicamente aumento de base monetária como contrapartida de aquisição de títulos públicos) têm efeito sobre os spreads do juro interbancário relativamente à “policy rate”. Seria o “quantitative easing”, à la BoJ;

    (b) alterações na composição do ativo do BC seriam um instrumento para lidar com spreads de crédito (i.e. da taxa ativa dos bancos relativamente à taxa passiva). Isto seria o “credit easing” adotado pelo Fed. Até onde pude ver , este instrumento seria usado em caso de estresse (definido como aumento “excessivo” do spread de crédito), mas não como instrumento para a estabilização produto/preços (a justificativa para isto deve estar no paper).

    Pena que a Polyana não ouviu… Mas também não ia entender, que diferença faz?

  29. “E o glorioso SPFC, como e’ que foi hoje? “

    Nada glorioso. Se não aprontar uma recuperação como a do ano passado, ficaremos a ver navios (ando mal acostumado).

    Abs

    Alex

  30. Faz tempo que Hayek refutou o conceito de concorrência imperfeita .

    Qualquer artigo publicado que utiliza modelos de concorrência imperfeita depois de 1946 está tão cientificamente quebrado quanto qualquer artigo sobre escolha social que foi publicado depois que arrow demoliu o conceito de preferências coletivas.

  31. “ta rolando no espectro uma discussão sobre um suposto fenômeno da poupança chinesa aumentar quando sua taxa de juros cai. Como você explicaria isso?”

    Isso só é um puzzle para economistas ortodoxos.

    A taxa de juros não é nem nunca foi determinada pela poupança global.

    A taxa de juros é um fenômenos estritamente monetário.

    O Alexandre não possui autoridade para falar sobre o assunto.

    Lucrécio.

  32. “Continuamos, pois, a colher os frutos das políticas “ortodoxas” ao mesmo tempo em que flertamos com seu abandono.”

    Qual política ortodoxa?

    Aquela que coloca inflação de 4,5% como meta? Detalhe que é o Brasil tinha uma das taxas de inflação mais alta da AL perdendo para Venezuela e Argentina.

    Cambio que o Banco Central define o piso? O BCB deveria ter deixado o cambio se valorizar mais,mas o que ele prefere fazer? Comprar dólares para proteger “nossos” exportadores.

    No Brasil a flutuação é suja,o BC não deixa o mercado definir o cambio,(Nova Zelândia respeita o regime de cambio flutuante).

  33. “A taxa de juros é um fenômenos estritamente monetário.”

    He he he… Nem no “Mr Keynes and the classics” é assim…Aliás, Polyana, você está falando de taxa nominal ou real? Já aprendeu a diferença entre elas?

  34. “Detalhe que é o Brasil tinha uma das taxas de inflação mais alta da AL perdendo para Venezuela e Argentina.”

    E Chile, e México, e Peru, e Colômbia, e Uruguai, e Bolívia, e Equador…

    O respeito pelos dados é impressionante. O juliano não acerta uma… (Quanto à concordância entre “taxas” e “alta””, então…)

  35. Fico um tempo sem entrar e quando entro ja tem uma agressao.

    “Fazendo a conta de padeiro do jumento, chega-se à seguinte conclusão:

    ìndia: 7,3-4,5= 2,8
    China: 9 – 6,5= 2,5
    Brasil: 5,1 – (-1,3)= 6,5 (!!!)

    FICOU CLARO PORQUE O BANCO CENTRAL DEMOROU PRA AGIR??????????”

    Primeiro que eu nao fiz essa conta e quem fez conta de jumento e padeiro foi vc.

    ateh esperei uma respostinha besta dessas no dia mas pelo visto vc ficou ateh agora pra fazer essa conta.

    Mostrei justamente uns dois anos pra tras primeiro pra mostrar que cada pais vinha crescendo em momentos diferentes do ciclo, no nosso caso proximo do pico e os dois jah em desaceleracao.

    Mas o ponto que estava sendo discutido era se uma atuacao endogena do banco central ( pelo visto como vcs acreditam que foi feita pela India e China ) nao poderia, se feita no tempo certo, neutralizar o efeito da crise. Minha intencao era apenas mostrar que China e India crescendo em 2009mais de 5% nao era evidencia nenhuma de uma politica monetaria endogena bem feita e etc…que os mesmos tb tiveram fortes desaceleracoes e que esse argumento era forcacao de barra.

    Varios outros fatores podem ser usados para explicar os diferentes impactos da crise em cada pais ( termos de troca, capacidade de fazer politicas anticiclicas etc…) mas nada ficou claro em relacao ao nosso BC ter podido “neutralizar” o efeito da crise agindo endogenamente…

    Estou esperando ateh agora algum argumento de vcs ou devo ser muito burro mesmo pra nao enxergar esse erro todo do BC nao ter feito magica…

    RN

  36. “Mas o tal RN dizer que India e China ficaram tão ruins quanto a gente baseado nesses numeros do FMI é mta burrice.”

    Aonde eu disse isso?
    Quanta desonestidade!

    Eu so disse que mesmo com varios outros motivos para ter uma desaceleracao menor que o Brasil ( de novo: espaco para politica fiscal, termos de troca etc…) as desaceleracoes desses paises tb seriam grandes e nem tao diferentes assim como apenas um numero jogado de mais de 5% nos ICs comparado com crescimento negativo no Brasil poderia parecer.

    Vc realmente eh burro ou eh safado mesmo?

    RN

  37. Marcos disse…
    Alex voce concorda com a proposta de Sergio Werlang,para que o BC monitore precos de ativos afim de evitar bolhas especulativas?

    O “O” comentou aqui sobre uns estudos do hamilton sobre petroleo e recessao.O proprio Mesquita do BC vem falando sobre o assunto.Vc tem um link para o que exatamente o Werlang propos?Ou ele soh comentou que seria interessante levar isso em conta?Digo isso pq me parece um pouco complicado de implementar isso na pratica.

    abs

    RN

  38. Alex eu estou estagiando na parte de comércio exterior da FIESP.O pessoal aqui já esta reclamando do cambio “fora do lugar”.

    Você como economista como avalia leis antidumping?

    Quando um produto “Made in China” entra mais barato aqui,os industriais já acusam isso de concorrência “desleal”.

    você já esteve na Fiesp para negociar alguma redução nas tarifas de importação?

  39. “Aliás, Polyana, você está falando de taxa nominal ou real? Já aprendeu a diferença entre elas?”

    Nãnãninã. Enquanto não explicar a diferença entre taxa real e nominal de juro não vai ser publicado…

  40. Eu não quero ser publicado seu retardado, se vc se desse ao trabalho de ler o post VERIA QUE O EFEITO FISCHER NAO VALE NEM NUNCA VALEU EM LUGAR NENHUM DO MUNDO. O Banco central controla as taxas de juros e elas são um fenômeno puramente monetário.

    QUANTAS VEZES EU TENHO Q FALAR?????

    Lucrécio.

  41. Gente:

    Olha o chilique da Polyana… Parece que a menina não gosta de ser contrariada. Se fazem pergunta que ela não sabe resolver ela chora…

    “QUANTAS VEZES EU TENHO Q FALAR?????”

    Tem que responder às perguntas, mocinha…

  42. Polyana:

    Não adianta xingar, estrilar, jogar os brincos no chão e sapatear. Enquanto você não responder qual é a diferença entre taxa nominal e real de juros seus comentários não serão publicados…

    Mas tente responder você mesmo, tá? Eu ando com o saco meio cheio da pescaria de citações.

    E se acalme mocinha. Chilique é com suas colegas de coletivo…

  43. E:

    “So I’m actually reading Hyman Minsky’s magnum opus, here in Seoul. (…) And I have to say that the Platonic ideal of Minsky is a lot better than the reality.

    (…)

    To be fair, it took me several decades before I learned to appreciate Keynes in the original. Maybe a reread will make me see the depths of Minsky’s insight across the board. Or maybe not.”

    He he he…

  44. “Eu não quero ser publicado seu retardado, se vc se desse ao trabalho de ler o post VERIA QUE O EFEITO FISCHER NAO VALE NEM NUNCA VALEU EM LUGAR NENHUM DO MUNDO. “

    Eu me pergunto se o Lucrecio sabe o que eh Fischer effect.

    Tenho serias duvidas.

    Minha teoria preferida eh que algum picareta (o Cerrano?) no curso de mestrado soltou alguma frase de efeito sobre o efeito Fischer e ele se agarra a essa frase de efeito toda vez que ele eh empurrado a estudar macroeconomia de verdade.

    A voz no oco da cabeca dele diz: “Para que estudar? Lembra-se do que o Cerrano falou: o efeito Fischer nunca valeu em lugar nenhum. Nem no tempo das piramides… Vai tomar cerveja ou escrever algum livro ridiculo sobre sexo e economia que um dia voce ainda pode se tornar ministro…”

    “O”

  45. Alex,
    você disse que passou por USP e FGV. Em qual delas fez seu mestrado? A FGV que diz é a EPGE?
    Além disso, qual escola você recomendaria para quem quer seguir em um PhD nos EUA?
    Abraços

    Felipe

  46. Felipe:

    Foi na graduação. Fiz Economia na USP e Administração na FGV. O mestrado foi na USP (IPE).

    Tenho a impressão que tanto a PUC-RJ quanto a EPGE dão um bom preparo para quem quer fazer o doutorado fora.

    Abs

    Alex

  47. Alex existe falhas de mercado na area de ciencia em tecnologia?

    A maioria das grandes descobertas/invenções teve algum empurrao do estado.

    Internet foi inventada pelo governo norte americano,no Silicon Valley 40 % dos recursos foram do governo… .

  48. “Eu me pergunto se o Lucrecio sabe o que eh Fischer effect. “

    O mais bacana “O” é o desespero da mocinha. Ela ainda não veio com a resposta (nem virá), mas não deixa de tentar comentar…

    A última foi afirmar para um novo-keynesiano (no caso eu) que a política monetária tem efeitos reais… Ela está uns 30 anos atrasada, pelo menos… Ainda acredita que modelos de expectativas racionais não têm lugar para efeitos reais de política monetária.

    Triste, triste…. Mas também, quem mandou não estudar?

  49. Polyana:

    Já disse. Enquanto você não responder qual é a diferença entre taxa real e nominal de juro não adianta vir com citações. Quero uma resposta nas suas palavra, se conseguir (eu duvido e faço pouco).

    Tente não chorar, por favor.

  50. ” Vai tomar cerveja ou escrever algum livro ridiculo sobre sexo e economia que um dia voce ainda pode se tornar ministro…”

    Me pergunto se mais alguem substimou o conceito de custo de oportunidade e viu a entrevista dele de domingo para segunda…talvez o Tio O..

    afirmar que a política fiscal tem tanto meritos quanto a política economica dos ultimos 8 anos é negar a realidade

    Doutrinador

  51. Alex,

    venho por meio dessas mal traçadas linhas, comuniar-lhe que fiz um samba pra você:

    brincadeira. na verdade trago duas questões:

    1. sobre a chamada “controvérsia do capital” (ou, em algumas bandas: como Pietrinho demoliu INTERNAMENTE a teoria neoclássica). O que vc estudou sobre isso no mestrado (acredito que no doutorado não o tenho feito)? Conhece algum bom texto que faça uma exposição clara da controvérsia? Conhece algum bom texto que dê uma resposta ortodoxa ao suposto golpe sraffiano?

    2. sobre um comentário seu que li acima. “Nem no ‘Mr. Keynes and the classics’ é assim”. Como assim? Juro que não entendi! (Se o J.Qsifú escuta vc falando isso, ele vai ficar confuso.) Como então é determinada a taxa de juros no Retardim?

    E outra coisa, nos modelos convencionais, a taxa de juros determinada no plano (i)X(S,I) é a real, já a determinada no plano (i)X(Ms,Md) é a nominal. Correto? E o que mais a teoria convencional diz a partir disso? Qual a relação entre essas taxas no curto e no longo prazo? Em última instância, o que determina a taxa real de longo e porque? etc etc.

    Exigimos didática, amado mestre!

    Olê olê olê olá

    Grato.

    Beijo, me liga, Veblen.

    PS: um amigo meu me contou ontem que tem o seguinte projeto de pesquisa para sua dissertação de mestrado: testar econometricamente a TQM em diferentes países e momentos históricos ao longo do séc XX.
    Segundo me disse, ele acredita que se os testes apresentarem grande aderência, isto será um argumento irrefutável a favor desta teoria e jogará uma pá de cal sobre quase 300 anos de controvérsia monetária desde Hume. Ele me perguntou o que eu achava de sua idéia. Não sou leninista, mas, que fazer?

  52. “Conhece algum bom texto que faça uma exposição clara da controvérsia?”

    Some Cambridge Controversies in the Theory of Capital, se não me engano (vi no curso do Eleutério no mestrado). A tese de mestrado do Zeca Faria (José Carlos Faria) trata do assunto também).

    A resposta neoclássica veio do Frank Hahn (não tenho a referência aqui), mas a essência do argumento é que modelos de equilíbrio geral à Arrow-Debreu não são afetados pela controvérsia porque não agregaam capital.

    Na Wikipedia há a seguinte referência (que não conheço, mas parece interessante):

    Avi J. Cohen, G. C. Harcourt, “Whatever Happened to the Cambridge Capital Theory Controversies?,” Journal of Economic Perspectives, 17(1), Winter 2003, 199–214.

  53. “E outra coisa, nos modelos convencionais, a taxa de juros determinada no plano (i)X(S,I) é a real, já a determinada no plano (i)X(Ms,Md) é a nominal. Correto? E o que mais a teoria convencional diz a partir disso? Qual a relação entre essas taxas no curto e no longo prazo? Em última instância, o que determina a taxa real de longo e porque? etc etc.”

    A resposta toda não cabe aqui, mas no modelo IS-LM os preços são fixos.

  54. A Polyana não consegue responder à pergunta (a diferença entre taxa real e nominal de juros), mas não sai daqui.

    É caso grave de masoquismo… Talvez tenha que chamar o controle de zoonose.

  55. Alex,

    valeu pelas referencias sobre a controvérsia do capital.

    Caso consiga a referência do Hahn,
    me faria um enorme favor postando-a.

    Beijo, me liga, Veblen

  56. Eita Lucrécio, ta ficando cada vez melhor.

    Acho que o Paul escreveu essa pra você.

    ” It´s getting better all the time,

    …I Used to get mad at my scholl…
    … The teacher’s that taught me weren’t cool…
    …You’re holding me down…
    …Filling me up with your rules
    …I’ve got to admit it’s getting better…
    …A little better all the time…”

    Acho que deu pra entender.

    L

  57. Acho que é esta:

    Hahn, Frank H. 1981. “General Equilibrium Theory,” in The Crisis in Economic Theory. D. Bell and I. Kristol, eds. New York: Basic Books, pp. 123–38.

    Mas há outras no artigo de Cohen e Harcourt. Se conseguir, procure a tese do Zeca na USP. Eu não li, mas foi muito elogiada.

  58. Que diabo, o cara é muito bom. Vamos generalizar o argumento.

    “Não há diferença entre A e B, mas o que importa é B.” (subentendido: A importa menos que B).

    Corolário: “X é igual a X, mas o que importa é X, e não X.”.

    Ou não. Enfim, que importa?

  59. A dissertação de mestrado do Marcos Lisboa tb trata da controvérsia do capital. De uma perspectiva diferente, ele mostra que também existem problemas nos modelos neo-ricardianos.
    Abs.

  60. Alex e demais,

    Vocês conhecem o livro Economia Internacional: Teoria e experiencia brasileira (Ed. Campus, 2004), dos professores BAUMANN, Renato, Otaviano CANUTO e Reinaldo GONÇALVES? Se sim, acham que vale a pena comprá-lo?

    Abrs,

    A

  61. Caro Alex,

    Às vezes eu venho para o seu blog e, a despeito de me divertir assistindo a deconstrução de tantos folclóricos heteropensadores, sinto falta de mais conteúdo construtivo. O que você acha de abrir as portas do blog para pesquisadores – desde alunos ambiciosos de graduação até seus professores – exporem seus trabalhos informalmente? Tenho certeza que haveria demanda para isso. Eu gostaria de divulgar minha pesquisa, receber comentários e poderia ser o primeiro voluntário.

    Abraços,

    Irineu de Carvalho Filho

  62. “O que você acha de abrir as portas do blog para pesquisadores – desde alunos ambiciosos de graduação até seus professores – exporem seus trabalhos informalmente? “

    Acho uma tremenda ideia. Como primeiro voluntário, por favor me mande o texto, que eu publico.

    Abs

    Alex

    P.S. Meu e-mail está em algum lugar do blog, mas, para poupar tempo, segue abaixo:

    alexandre.schwartsman@hotmail.com

  63. “Como primeiro voluntário, por favor me mande o texto, que eu publico.”

    Qual o tamanho do texto que seria ideal? Tamanho de uma coluna de jornal?

    Irineu

  64. Alex, até que ponto o panorama das eleições podem alterar o “risco-país” (não apenas o EMBI+) e a taxa de câmbio ?
    Acredita que o efeito “José Serra” pode ser significativo e contribuir para uma piora no cenário ?

    abs.

  65. Should Central Banks respond to Movements in Asset Prices? – Ben Bernanke 2001

    dica de leitura para quem andou acompanhando as discussoes e propostas nas ultimas semanas..

    abs.,

    Doutrinador

  66. "Should Central Banks respond to Movements in Asset Prices? – Ben Bernanke 2001"

    É um belo texto mesmo, não muito complicado.

    Outra referência, mas bem mais complicada é o Interest & Prices do Woodford, no qual ele argumenta que a política monetária deve ter como meta uma cesta de preços que não se ajustam instantaneamente, i.e., preços de bens, não ativos.

  67. Polyana:

    não adianta insistir. Você só terá comentários publicados depois de explicar a diferença entre taxas reais e nominais de juros.

    Também não adianta deixar de assinar, viu mocinha.

  68. Caro Alex,

    Gostaria de propor um tema que acho importante neste momento: a possível bolha dos títulos americanos.

    Você acredita que este será um fator “pós-crise” que irá gerar uma crise futura ? Visto que, como muitos falam, a China não irá conseguir bancar essa “farra” de emissões de títulos do tesouro ?

    Att,

    LUCAS MORENO

  69. “Deixa o Lucrécio. Você está torturando ele tannto que logo vão estar chamando a Sociedade Proterota dos Animais.”

    É mais um caso para o controle de zoonoses…

    Sério, se o cara quer c…r regra, tem ao menos saber do que está falando. E o silêncio (incapacidade) da Polyana é revelador da extensão da ignorância da mocinha. Fora, é claro, da compulsão obsessiva de vir aqui no blog… Vai ver ninguém lê o blog dele…

  70. “Não deixem de ler esse “speech” do Mishkin ,é na mesma linha, bem simplesinho e didático e mais recente e atualizado:”

    Excelente sugestão. 100% de concordância com o Mishkin a este respeito.

  71. Muito bom o texto do Mishkin. E a questão continua aberta: como identificar uma bolha? Se não sabemos identificar, por que diabos tentar fazer alguma coisa? É como investir na aspirina sem ter o termômetro.

    Ele toca no ponto: o BC não tem vantagem informacional sobre o mercado. Se for prá furar tudo que parece bolha, danou-se.

    O único jeito de lidar com bolha é, até agora, ex-ante: regulação. Ou seja, o problema é identificar falhas de mercado. Quem identificar as falhas de mercado que levaram ao crash atual leva o Nobel…

    (Aliás, o Tirole dá um curso chamado “Regulation, monetary policy and subprimes”. De repente ele já sabe…)

    Caso contrário, só resta entender bolhas como macro sem condição de transversalidade, e aí parece mais complicado.

    abs

  72. Pedro:

    A questão da identificação é fundamental, mas chamo a atenção para um ponto importante do argumento do Mishkin: nem todas as bolhas têm o mesmo tipo de consequência.

    Bolhas que afetam a estabilidade financeira (concretamente: que podem levar à expansão exagerada do crédito) são mais problemáticas que bolhas que se formam sem afetar fundamental a saúde do sistema financeiro. Na visão dele, o “bolha pontocom é menos perniciosa que a bolha do subprime (e eu acho que ele está correto a este respeito).

    Se isto for verdade, o regulador/supervisor do sistema financeiro pode ter alguma vantagem informacional (há elementos de verdade nisto, mas não estou 100% convencido) sobre os bancos/setor privado. Em particular ele conhece (ou deveria conhecer – aqui entra boa parte do meu ceticismo acerca da vantagem informacional) os balanços de todas as instituições financeiras, coisa que o setor privado não conhece.

    Em tese, portanto, poderia tomar medidas para limitar fatores que veja como danosos à saúde do sistema financeiro.

    Meu principal reparo é que informação assimétrica é o nome do jogo aqui. E aí, 100% de concordância: quem identificar esta falha de mercado e bolar uma condição de “incentive compatibility” ganha o Nobel (ou uma bela grana como consultor e bancos centrais).

    Abs

    Alex

  73. Também gostei da análise do Mishkin sobre as consequências de bolhas distintas. Mas não entendi xongas da vantagem informacional da autoridade monetária.

    Me parece que a avaliação do tipo da bolha é especialmente relevante ex-post: agora que furou, a gente sabe que era bolha, e é válido afrouxar a política de forma particularmente agressiva. Isso é tão mais relevante quanto mais ‘grave’ for a bolha (ao comprometer o sistema financeiro, por exemplo – mas uma boa ‘tipologia das bolhas’ seria uma pesquisa interessante).

    Até aí, tudo bem. Mas o trabalho ex-ante, a escolha de uma estrutura regulatória… continuo confuso. Há informação assimétrica: ok (provavelmente é a falha de mercado mais relevante nesse caso). O BC tem alguma vantagem informacional sobre o mercado: ok, aceitemos como hipótese de trabalho.

    Mas o que o BC sabe e o mercado não sabe sobre a saúde do sistema financeiro (e como o mercado tentaria inferir isso a partir de decisões de política monetária)?

    Como o BC usaria essa informação adicional EX-ANTE? Ex-post, faz mais sentido… mas do ponto de vista regulatório…

    (Um comentário pedante: eu enxergo isso como um modelo principal-agente em que a informação privada está do lado do principal. Há um resultado bem geral dizendo que o principal não ganha nada tendo informação privada. Não sei se se aplica, mas sugere algum ceticismo. Assim sendo, a única coisa que o BC poderia fazer com sua informação privada é repassá-la ao mercado tão cedo quanto possível)

    Enfim, acho que falta colocar o problema na ponta do lápis. Não conheço artigos que apresentem algum caminho… qualquer sugestão seria benvinda.

    Alex, como alguém que já trabalhou do lado da autoridade monetária, talvez você possa dar alguma ideia…

    abs

  74. Pois é Pedro. Meu ceticismo é que parte da assimetria vem do setor privado (o banco conhece seu negócio melhor que o regulador). Eu continuo achando que regulação é o instrumento para se lidar com este tipo de problema, mas não tenho grandes ilusões sobre a capacidade do regulador de impedir completamente uma instituição de tomar mais risco que o regulador gostaria.

    Não é minha praia, mas eu bem que gostara de ver a pesquisa avançando par aí. Aliás, dado o problema de hoje, acho que irá.

    Abs

  75. Continua errado Polyana… Taxa real de juros não é a taxa nominal corrigida pela inflação. Para quem se diz “dinâmico” falta definir o tempo. Que pobreza.

  76. Ok então sabichão!
    A taxa real é aquela equilibra intertemporalmente o balanço de pagamentos.

    To liberado para fazer você apanhar?

    Lucrécio

  77. “A taxa real é aquela equilibra intertemporalmente o balanço de pagamentos.”

    (Depois que parar de rir eu respondo)

    Não, mocinha. Para alguém que cita tanto, você sabe muito pouco. Estou falando de tempo (você nao é keynesiano?)

  78. “Vc já tem tema pra coluna da semana? Que tal uma resposta ao artigo do Bresser de hj?”

    Tenho sim, mas, independente disto, há certas barreiras que eu não vou ultrapassar (a menos que provocado).

  79. Alex a solução mágica para resolver a crise bancaria não era o estado despejar TRILHÕES de USD com dinheiro do contribuinte para salvar os bancos?

    Ao invés dos bancos quebrarem,quem vai quebrar vai ser o estado.A divida/pib americana vai para 80% nos próximos anos,podendo perder o AAA.

    Isso mostra a “incompetência” das autoridades de gerenciarem a crise bancaria.

    Brasil teve crise bancária e não teve nenhum problema fiscal grave.Suécia e Filandia tiveram crises bancaria e não tiveram uma explosão da divida pública como o Japão.

    A lição que a gente tira dessa crise é que a destruição criativa é importante para o setor financeiro.

  80. Olá Alex,

    Tenho uma dúvida com uma questão relacionada com a Equivalência Ricardiana (ER). Se vc tiver tempo e saco, ficaria muito grato se pudesse expor a sua opinião. Vou lá:
    Se o Governo aumenta o gasto público(suponhamos que permanentemente)numa economia de consumidores ricardianos e o sobe os impostos na mesma cantidade, a renda aumenta, não é? Eu poderia representar a situação num modelo IS-LM do mesmo jeito que se a ER não tivesse validade. A produção aumentaria porque o multiplicador do orçamento equilibrado é positivo.
    Agora, se ao invés de financiar o aumento do gasto público (permanentemente) com impostos presentes, o financio com deficit e os consumidores são ricardianos, aí a curva IS permanece no mesmo lugar que antes do incremento do G. Não tem efeito nenhum sobre o consumo.
    Tá correta a análise ou estou errado?.

    Muitíssimo obrigado.

    Abrs,

    Abc

  81. Vocês que estão falando sobre bolhas e sobre como identificar bolhas, dêem uma olhada nisso:

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u56714.shtml

    Coisa velha para chuchu. Desde aquela época já era claro que havia uma bolha. Quando se fala em imóveis, de duas uma: ou alguém terá que morar nele (comprando ou alugando) ou então vira uma brincadeira tipo “batata-quante”, alguém no final da brincadeira vai ficar com o mico na mão. A evidência de que se tratava de uma “batata-quente” era o descompasso entre o preço dos imóveis e os aluguéis, que já existia mesmo antes da queda nos juros no início da década, e que só se aprofundou desde então.

  82. “Vocês que estão falando sobre bolhas e sobre como identificar bolhas, dêem uma olhada nisso:”

    Concordo que a relação preço-aluguel pode ajudar, mas, mesmo assim, o artigo é de 2002 e os preços subiram até 2006 e, hoje, o que se espera em termos de queda de preços de imóveis (pode estar errado) ainda os deixaria acima da média de 2002 (ou não muito abaixo).

    Se isto estiver correto (e enfatizo o “se”), os preços de 2002estariam corretos e não haveria bolha na ocasião.

  83. “A taxa real é aquela equilibra intertemporalmente o balanço de pagamentos.”

    (Depois que parar de rir eu respondo)

    Eu não parei de rir até agora… Lamntável

  84. Em comparação aos EUA não.Nossa divida/PIB não foi para 80%.Diferente de Japão que foi para 100%,Inglaterra que irá para a casa dos 100%,EUA para 80%.

    Deveria deixar quebrar os bancos insolventes e fortalecer os solventes (salvando apenas os depositantes).

  85. A razão preço/aluguel pode sugerir alguma pista, mas é muito difícil usar na prática.

    Se estiver alta, quem garante que o aluguel não vai subir? Olhando só prá essa razão, não há como dizer se o ajuste vai vir do numerador ou do denominador (pensem em Manhatan…), nem se o ajuste será suave ou não. Se é que haverá ajuste. Em geral, olhar para o preço do ativo (e razões interessantes) dá pouca informação sobre a possibilidade de bolha.

    abs

  86. Que tal lançar o concurso “Definições esdrúxulas para a taxa de juros real”?

    Sei que a competição é dura, mas vou tentar:

    Taxa real de juros é aquela que iguala a taxa de crescimento do PIB ao quadrado da taxa de inflação.

  87. Acho que a Polyana e o Lucrécio, que tanto nos fazem rir, são na verdade codinomes utilizados pelo gênio da nove de julho para se manifestar neste espaço dedicado ao bom senso em Economia…Basta ler qualquer texto do Bresser para notar que ele não entendeu até hoje a diferença entre câmbio real e câmbio nominal(com 70 anos de idade nas costas…); sem falar em outros absurdos, como a defesa apaixonada de Evo Morales em sua coluna da FSP. Num post anterior do Alex, algum companheiro de blog pediu que ele debatesse com “heterodoxos sérios” e elencou o prof. Bresser como membro do grupo em questão….Sinceramente, acho que discussão seria de maior nível se o Alex tivesse como interlocutores o Alex Escobar (SPORTV) ou o Paulo Vinícius Coelho (ESPN)…Eles devem entender mais de Economia do que o Bresser com certeza…. Aliás, dentre os conceitos que caracterizam um economista heterodoxo, muito bem colocados pelo “O” , deve constar o quesito “acha que o Bresser é um bom economista”…

    abs

    São Marcos
    (fechou o gol ontem…)

  88. Numa pequena vila e estância na costa sul da França chove e nada de
    especial acontece.
    Dá pra sentir a crise.
    Todo mundo tem dívidas, uns devem aos outros.
    Um dia, um rico turista russo chega a um pequeno hotel local. Pede um
    quarto e coloca uma nota de 100 EUR sobre o balcão, pede uma chave de quarto
    e sobe ao 3º andar para inspecionar o quarto que lhe indicaram, na
    condição de desistir se não lhe agradar.
    O dono do hotel pega a nota de 100 EUR e corre ao fornecedor de carne a quem
    deve 100 EUR, este pega o dinheiro e corre ao fornecedor de leitões para
    pagar 100 EUR que devia há algum tempo, este por sua vez corre ao criador de
    gado que lhe vendera a carne e este por sua vez corre a entregar os 100 EUR
    a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito. Esta recebe os 100 EUR e
    corre ao hotel a quem devia 100 EUR pela utilização casual de quartos para
    atender clientes.
    Neste momento, o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que
    o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos
    100 EUR.
    Recebe o dinheiro e sai.
    Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido.

    Contudo, todos liquidaram as suas dívidas e este elementos da pequena vila
    costeira encaram o futuro com muito mais otimismo!

    O Governo Americano conseguiu fazer isso com os titulos do subprime?

    Parabéns pelo Blog, ajuda muito os leigos e os pseudo-economista mostrando o caminho para se aprofundar em diversas questões.

  89. “Taxa real de juros é aquela que iguala a taxa de crescimento do PIB ao quadrado da taxa de inflação.”

    Se eu publicasse os chiliques da Polyana vocês ririam muito mais. Imagine só: ela disse que sou careca…

  90. “Se eu publicasse os chiliques da Polyana vocês ririam muito mais. Imagine só: ela disse que sou careca…”

    Serio?@! Mas voce ja sabia disso, nao?

    “O”

  91. Prezados,

    Achei interessante o artigo do professor Bresser-Pereira: Por que não limitar a entrada de capitais no Brasil? O que na verdade é uma alternativa as de operações de swap cambial executada atualmente pelo BC.

    Marcos-DF

  92. Carequinha, vamos lá, de uma vez por todas:
    Taxa real de juros ex-ante = taxa nominal de juros 12 meses (swap pré) / (1+ taxa de inflação esperada para 12 meses)

    Lucrécio

  93. “Carequinha, vamos lá, de uma vez por todas:
    Taxa real de juros ex-ante = taxa nominal de juros 12 meses (swap pré) / (1+ taxa de inflação esperada para 12 meses)”

    Ué. Achei que o efeito-Fisher não valia?

    Xeque-mate…

  94. Pedro disse…

    “A razão preço/aluguel pode sugerir alguma pista, mas é muito difícil usar na prática.

    Se estiver alta, quem garante que o aluguel não vai subir? Olhando só prá essa razão, não há como dizer se o ajuste vai vir do numerador ou do denominador (pensem em Manhatan…), nem se o ajuste será suave ou não. Se é que haverá ajuste. Em geral, olhar para o preço do ativo (e razões interessantes) dá pouca informação sobre a possibilidade de bolha.”

    Acho que você não leu o post direito. Preços e aluguéis vinham se descolando há muito tempo e, ao contrário do que você lançou como hipótese, o hiato só aumentou nos últimos anos. Como eu disse no post, um imóvel só serve para suas coisas: gerar renda (morar nele ou alugá-lo) ou para obter ganho de capital. Se o número de imóveis existentes começa a crescer de forma muito mais rápida do que a população, parece-me bastante óbvio que o que está predominando é o segundo caso. E se isso for mesmo verdade, o jogo de batata quente uma hora acaba….

  95. THX, imóveis são como um ativo qualquer. Como você disse, a valorização pode vir do ‘ganho de capital’ ou da ‘renda realmente gerada’ (seja lá o que for isso – aluguel, no caso de imóveis). Meu ponto é que mudanças na razão dessas duas coisas podem se dar por fundamentos.

    Se a produção de minério de ferro começar a aumentar de forma muito mais rápida que a população, o que está acontecendo? Pura especulação, porque a população mundial não vai conseguir consumir tanto ferro e alguma hora a bolha vai estourar? Ou o consumo de minério de ferro per capita vai aumentar? Precisamos de mais informação para tentar responder.

    Como o Alexandre lembrou: a batata não tava tão quente em 2002, porque os preços continuaram subindo por quatro anos, e mesmo com toda a crise não devem ficar abaixo do observado quando o Ronaldo e o Rivaldo ganharam a Copa. E tinha gente anunciando que a batata tava fervendo inapelavelmente.

    O problema é simples: olhando prá relação preço/aluguel, não dá prá medir a temperatura da batata, muito menos dizer se passou do ponto.

    abs

  96. Ed,

    sugiro que você nunca subestime a quermesse. É capaz de, num xeque-mate, eles alegarem que o objetivo no Xadrez é dar xeque-mate na Rainha, ou no Bispo…

  97. Alex esse negocio de Banco Central controlar preços de ativos não funciona muito.

    Banco Central tem que ter meta de inflação.Uma boa regulação evita que bolhas cause conseqüências mais graves a economia como um todo.

    Espanha teve bolha imobiliária,a bolha estourou e o sistema financeiro continuo em pé,diferente dos EUA.

  98. “Banco Central tem que ter meta de inflação.Uma boa regulação evita que bolhas cause conseqüências mais graves a economia como um todo.

    Espanha teve bolha imobiliária,a bolha estourou e o sistema financeiro continuo em pé,diferente dos EUA.’

    Eu acho mesmo que é por aí.

  99. “É capaz de, num xeque-mate, eles alegarem que o objetivo no Xadrez é dar xeque-mate na Rainha, ou no Bispo…”

    Ou que a equação de Fisher vale num sentido, mas não no outro…

  100. CARA CAMBADA

    Eu nao sei qual seria a melhor maneira para se determinar de maneira quantitativa se uma variacao acentuda no preco de um ativo consiste em bolha ou nao. Mas eu sei o seguinte, baseado em observacoes de Sua Excelencia, o Fato: as bolhas da dotcom e a imobiliaria, qualquer semi-retardado com olhos abertos e honestidade intelectual poderia ter notado.

    Particularmente, no caso de imoveis, eu acho que a relacao preco/aluguel – a longo prazo – e’ muito otima! Porque a uma certa altura dos acontecimentos, como o aluguel nao pode subir acima da subida do poder aquisitivo da populacao, o continuo aumento dos precos dos ativos imobiliarios SO’ acontece por causa do principio do “greater fool”, o que, por definicao E’ um sintoma inequivoco de bolha. Em que pese o fato de que otarios are in NO short supply, nao e’ esperavel que os alugueis entrem em plateau, mas os precos nao. Isso equivale a dizer que no limite, os investidores aceitarao rendimento zero no seu investimento.

    Abram o olho, hein, cumpadres. Anunciamos aqui NO DIA ANTERIOR ao run-up atual da bolsa que haveria um bear market rally, que seria da ordem de uns 50%. Ta’ quase la’. Mas nao se iludam nao, amigos. A situacao continua a se deteriorar. Os estoques de bens intermediarios ainda esta’ pra la’ de alto, e o orders intake continua indo para baixo. Conforme tambem anunciamos, o primeiro tri foi pior do que o quarto do ano anterior. O segundo sera’ pior do que o primeiro para uma sem-numero de industrias.

    Por isso olho no lance e cuidado com a midia.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Achei muito interessante o ocorrido na semana passada, em que botaram a classificacao de credito do UK por uma lapinha, mas mesmo assim a libra subiu.

  101. “Espanha teve bolha imobiliária,a bolha estourou e o sistema financeiro continuo em pé,diferente dos EUA.”

    Espanha nao eh um bom exemplo porque eles nao tem politica monetaria (sao parte do Euro), portanto o Banco de Espana nao tem muito mais para fazer alem de regular os bancos. O exemplo mais relevante eh o Canada. Esses tem metas de inflacao, sao completamente atrelados a economia americana, e ainda assim, nao tiveram problemas maiores com os bancos.

    “O”

  102. Sintoma de bolha ou sintoma de chineses comprando títulos do tesouro americano? Ou ambos? Ou nenhum? De onde vai vir o ajuste e em que momento? Será suave ou brusco? Vá saber.

    Alguém viu o post do Mankiw mencionando que o Fed tem que botar os juros em -5%, se quiser manter o histórico (paper simples da economic letters)? Sinistro.

    Aposto que o efeito Fisher só vale para taxas nominais negativas.

    abs

  103. “Tenho uma dúvida com uma questão relacionada com a Equivalência Ricardiana (ER). Se vc tiver tempo e saco, ficaria muito grato se pudesse expor a sua opinião. Vou lá:

    Se o Governo aumenta o gasto público (suponhamos que permanentemente) numa economia de consumidores ricardianos e o sobe os impostos na mesma cantidade, a renda aumenta, não é? Eu poderia representar a situação num modelo IS-LM do mesmo jeito que se a ER não tivesse validade. A produção aumentaria porque o multiplicador do orçamento equilibrado é positivo.

    Agora, se ao invés de financiar o aumento do gasto público (permanentemente) com impostos presentes, o financio com deficit e os consumidores são ricardianos, aí a curva IS permanece no mesmo lugar que antes do incremento do G. Não tem efeito nenhum sobre o consumo.

    Tá correta a análise ou estou errado?”

    Vamos por partes. Numa economia de consumidores ricardianos, havendo um aumento de gastos (permanente ou não), tanto faz se este aumento é financiado por impostos ou endividamento (porque, sob as hipóteses da ER, um aumento do endividamento implicará um aumento futuro de impostos cujo valor presente tem que ser igual ao valor presente do aumento de gastos). Ou seja, não há reação diferente da economia caso o aumento de gastos seja financiado por aumento de impostos ou aumento do endividamento.

    Quanto ao impacto sobre a demanda, ele depende da natureza do aumento do gasto. Se permanente, o aumento de gasto é totalmente compensado por uma redução do consumo de igual valor. Vale dizer, aumentos permanentes de gasto público numa economia ricardiana não teriam qualquer impacto sobre a demanda.

    Se temporário (digamos, só no período corrente), o impacto sobre a demanda CORRENTE é positiva (pela diferença entre o aumento do gasto público e a redução – menor – do consumo para financiar o aumento de impostos), enquanto o impacto sobre a demanda FUTURA é negativa (desaparece o efeito do gasto público e permanece a redução do consumo privado).

    Já o efeito sobre a produção e renda depende da hipótese sobre preços. Num modelo de preços flexíveis, mesmo no caso de um aumento temporário de gasto, cujo efeito sobre a demanda corrente é positivo, não há aumento de produto/renda (porque sob preços flexíveis a economia já opera no produto potencial), mas um aumento de juro que, em equilíbrio, deprime o gasto privado, ou seja, ocorre crowding-out.

    Já numa economia de preços rígidos (keynesiana) um aumento temporário do gasto público eleva produção e renda.

  104. Alex,

    Com livro de macroeconomia quis dizer um que seja muito bom, tipo Romer, Blanchard- Fischer ou Obstfeld-Rogoff. É claro que vc não é um livro qualquer.

    Abrs,

    ABC

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