A “put” de Geithner

Desde a publicação do Plano Geithner tenho tentado arrumar um tempo para escrever a respeito, mas a vida anda corrida. Pior: o argumento que eu queria fazer já apareceu em mais de um lugar, em particular no blog do Krugman (http://krugman.blogs.nytimes.com/2009/03/23/geithner-plan-arithmetic/) e, acho que até melhor explicado, nesse blog (https://self-evident.org/?p=502). Trata-se, essencialmente, de oferecer um subsídio disfarçado (talvez nem tanto) à aquisição de ativos “herdados” (não os chamamos mais de “tóxicos”; questão de educação), cuja explicação está em ambos os links acima (e possivelmente em muitos outros).

Ainda assim, para quem não viu, não tem paciência de clicar no link, ou prefere prestigiar o blogueiro, segue minha versão da historinha.

Como se sabe, pelo menos no que diz respeito aos créditos hoje no balanço dos bancos (os chamados “legacy loans”), o grande criação do Plano é a possibilidade de eventuais compradores destes ativos obterem alavancagem garantida pelo Tesouro americano. Isto deve, tudo o mais constante (mais sobre isto à frente), elevar o preço dos legacy loans relativamente ao que seria o “valor justo” (muitas aspas aqui, como, espero, ficará claro).

Imaginem que o Hell Bank tenha hoje no seu ativo um empréstimo que, se pago, valha 200. Caso contrário, o valor de recuperação deste ativo seria 80. Para facilitar nossa vida, vamos presumir que cada estado da natureza (“pagou”; “quebrou”) tenha 50% de chance de ocorrer. Quanto um possível comprador (neutro com relação a risco) estaria disposto a pagar?

A resposta é meio óbvia, mas vamos tomar o caminho mais tortuoso (ajuda a elucidar o problema mais interessante). Se o investidor está disposto a pagar p* por este ativo, a sua estrutura de recompensa é a seguinte:

1) No estado favorável da natureza o investidor ganha (200-p*)

2) No estado da não-favorável da natureza o investidor ganha [a rigor se enluzia em] (80-p*)

O lucro esperado é, portanto, 0,5(200-p*) + 0,5(80-p*). Como vários investidores podem concorrer para comprar este ativo, seu preço de equilíbrio é dado pelo valor de p* que zera o lucro esperado, i..e:

0,5(200-p*)+0,5(80-p*) = 0, ou seja, p* = 140.

Como eu avisei, é um jeito tortuoso de se chegar ao óbvio. Em condições “normais”, portanto, o “valor justo” para este ativo é 140.

No entanto, as condições oferecidas pelo plano não são normais. Para cada $ 1 colocado pelo investidor privado, o Tesouro coloca também $ 1. Melhor: o FDIC pode garantir dívida emitida pelo investidor até um limite de 6x, isto é, para cada $ 2 de capital ($ 1 do setor privado e $ 1 do Tesouro), o fundo que adquire os empréstimos (aqui chamado de Hades Fund) pode tomar $ 12 no mercado, com a garantia do FDIC, i.e., em última análise, do próprio Tesouro americano.

Se o fundo for comprar este ativo pelo “valor justo” (140, como visto), o investidor pinga $10, o Tesouro pinga outros $ 10, e o Hades emite $ 120 de dívida. Assim, a um ativo de 140 corresponde um capital de 20 e uma dívida (non-recourse) de 120.

Agora, com 50% de chance este ativo vale 200. Isto ocorrendo, o ganho vai integralmente para os investidores (privado e Tesouro), isto é, o ativo do fundo vale 200, dos quais, deduzido o valor da dívida (120), sobram 80 para os acionistas. Cada um deles leva 40 para casa (um ganho de 30 por cabeça, deduzido o investimento inicial) e ninguém chama o FDIC, já que a dívida será devidamente quitada.

Só que também há a possibilidade do ativo, no final da história, valer apenas 80. Como na famosa lenda, não tem para todo mundo. Não dá para pagar a dívida (então o FDIC é convocado para cobrir a diferença entre o valor da dívida e dos ativos, isto é, 40) e todo mundo volta para casa devidamente enluziado (cada acionista perde 10).

Como fica o valor esperado neste caso? Com 50% de chance o investidor privado ganha 30 e com 50% de chance perde 10, ou seja, espera ganhar 10. O Tesouro americano, acionista do mesmo jeito, também tem um ganho esperado de 10. Já o FDIC, com 50% de chance não ganha nada (e não perde nada), mas com 50% de chance agasalha 40, ou seja, espera perder 20. Consolidando o Tesouro e o FDIC de um lado e o investidor privado do outro, temos este último com um ganho esperado de 10, devidamente financiado pela perda esperada do Tesouro/FDIC.

Só que, se houver ganho esperado na operação, deve haver gente competindo por ela, isto é disposta a pagar um valor acima do “justo” (isto é do valor que reflete apenas as probabilidades de cada resultado), até o ponto em que o ganho esperado – como no exemplo anterior – vá a zero. Qual será o preço (p+) que os investidores admitem pagar?

A estrutura de recompensas agora é a seguinte:

1) Com 50% de chance os investidores ganham (200-p+)
2) Com 50% de chance os investidores ganham (0-(1/7)p+)

Por que (1/7)? Porque os investidores (privado e Tesouro) só põem 1/7 do valor do ativo, já que os outros 6/7 são dívida garantida pelo FDIC. Assim, o preço que os investidores estão dispostos a pagar é dado por:

0,5(200-p+)-(0,5p+)/7 = 0, ou seja, p+ = 175

Em outras palavras, em equilíbrio, os investidores estariam dispostos a pagar 25% a mais do que o “valor justo”, basicamente porque – graças à alavancagem graciosamente providenciada pelo FDIC – têm suas perdas limitadas a uma fração do ativo total.

Seguindo o mesmo raciocínio acima, se “q” é a probabilidade do estado mais favorável da natureza, “L” é a alavancagem (aqui tomada como a relação dívida/capital) e V é o valor do ativo no estado mais favorável da natureza, o preço que equilibraria os leilões (p+) seria dado por:

p+ = [q(1+L)/(1+qL)]V

Pode-se mostrar que esta expressão é crescente em L (precisa de um raciocínio econômico, na verdade, não só matemático, mas deixo isto com as mentes mais curiosas). Em outras palavras, a alavancagem aumenta o prêmio sobre o “valor justo”. Também se pode mostrar que, pelo menos nos termos do exemplo acima, em que a alavancagem é determinada sobre o valor de mercado (não valor de face) do “legacy loan”, o efeito da alavancagem é tanto maior quanto pior for a qualidade do ativo, i.e., quanto menor for q [noto que, segundo alguma interpretações, a alavancagem no Plano é calculada sobre o valor de face do ativo, não o valor pago, o que deve levar a resultados algo diferentes, mas ainda não fiz estas contas].

Vale dizer, a alavancagem de cortesia deve fazer com que investidores tenham um apetite maior por estes ativos, às custas, é claro, do contribuinte. Isto dito, se há bons motivos para crer que o setor privado tem condições melhores de apreçar os ativos dos bancos (acho que isto é verdade e um ponto positivo do plano), ao mesmo tempo há distorções que podem levar à má formação de preços.

De qualquer forma, está longe de ser claro que o ágio sobre o “valor justo” irá resolver a questão. Dada a qualidade dos ativos bancários, a verdade é que não se sabe se isto será suficiente para cobrir a diferença entre os preços a que estão marcados estes ativos e eventuais preços que apareçam nos leilões. Assim, não sabemos também, se isto será suficiente para cobrir a insuficiência de capital no sistema.

Por fim, a qualidade dos ativos não é uma constante da natureza. Em meio à deterioração da atividade econômica é pouco provável que não haja piora na qualidade dos ativos (na nossa notação, “q” estaria se reduzindo, o que inequivocamente diminui o valor dos ativos).

Resumindo: permaneço cético. Se estiver correto no meu ceticismo veremos ainda o governo americano tendo que voltar ao Congresso para pedir mais dinheiro e, aí sim, adotar uma estratégia distinta, mas tendo perdido muito tempo (além de recursos) numa trilha que pode ser um beco sem saída.

Enfim, tenho certeza que isto não esgota o assunto e espero os comentários (e correções) inteligentes dos suspeitos de sempre.

72 thoughts on “A “put” de Geithner

  1. A década de 70 e 80 não nos ensinou nada?

    Desequilíbrios orçamentários maiores no presente representa um aumento igual ou maior de impostos no futuro dado a taxa de crescimento frente a taxa de juros.

  2. De nada vale esse pacote caso não salve empresas do setor real da economia como GM,FORD.

    É muito melhor salvar empresas do setor real ,e os mutuatários do que salvar bancos.

  3. Alex,

    muito boa a explicação. Apesar de fazer parte da turma que acha que o caminho da nacionalização era melhor e mais barato, acredito que o plano pode funcionar.

    É difícil imaginar que:

    1 – já não fizeram essa conta de qual valor de p resolve o problema dos balanços dos bancos.

    2 – que já não combinaram com a PINCO , Black rock da vida a entrar / apoiar o plano, dado inclusive que isso não é muito difícil já que o risco está com o contribuinte e o retorno é dividido.

    Ou seja acredito que haverá demanda privada e que evidentemente fizeram uma conta de que, exemplo, 80% do valor de face resolve ou pelo menos quase.

    Feito isso, o problema ficará onde sempre esteve: com os contribuintes que terão de rezar pros títulos voltarem.

    viajei no raciocínio ??

    abraços

    Teco

  4. Ou de uma maneira mais geral:

    P+ = q/(1-L+(L/k))

    Onde:
    Q é o ganho no estado de natureza mais favorável(200 no exemplo).
    L é a razão de alavancagem.
    k é a probabilidade do estado de natureza mais favorável.

    Como quando no limite a razão de alavancagem tende a zero, o p+, fica como sendo o próprio ganho no melhor estado de natureza. Mostrando que o preço sobe conforme a alavancagem aumenta.

  5. Pô, anônimo, não inverta o nome das variáveis pq senão complica!

    A partir da função do preço de equilíbrio que você colocou, Alex, eu não consegui chegar nos 140 do exemplo, mas sim em 130… Não sei se o erro é meu ou é seu, mas você poderia explicá-la melhor para nós….

    A partir da função anterior (a que você explicita os números) eu cheguei em algo assim: P+=V/(2-L), o que não bate com o ânonimo acima e também não tem “q”, ou seja, seria como se a probabilidade do “estado mais favorável da natureza” não influenciasse o preço de equilíbrio(?!), pois mudaria o valor do preço justo.

    Por isso notei que quanto menor a probabilidade de sucesso, maior o ágio sobre o valor justo, o que me faz pensar que isso é bom para a economia, pois quanto mais deterioração, com mais força o sistema agiria contra, forçando a recuperação, não?

    Por outro lado a alavancagem influenciaria o preço de equilíbrio que ficaria em aproximadamente 154 se a parcela FDIC ficasse em 98… Como você disse, quanto menor a alavancagem, maior o risco assumido e menor o incentivo para a compra…

    Abraços!

  6. Se eu entendi direito, a million dollar question é quais são as probabilidades de sucesso e fracasso, que o Alex, para simplificar, postulou como meio a meio.

    Quanto a um negócio que o Krugman falou, que eu acho que está certo: isso não é exatamente usar o mercado para resolver o problema, pois, como vimos no post, o preço de equilíbrio é bastante distorcido pelo subsídio.

    O que eu acho que o plano é é uma tentativa de, dado um monte de falhas de mercado que estão (supomos) travando a negociação desses assets, comprar a informação necessária para destravar junto ao mercado privado.

    Não acho completamente implausível que os mesmos agentes que, em condições normais, não têm incentivos para tornar público o que sabem, possam fazê-lo levando um extra. Estamos supondo que há algum erro na estrutura dos incentivos atuais que travou o mercado; o subsídio tenta corrigir esse erro.

    Agora, se o Geithner tiver calculado direitinho o quanto tem que ser esse extra, Nobel pro cara, de economia, da paz, e mais um outro qualquer que ele queira de brinde.

    Ó, se eu estiver errado, aliviem minha barra na competição do jumento de ouro, porque eu não sou economista 🙂

  7. Gabriel,

    uma maneira mais fácil de você chegar ao 140 é simplesmente calcular o valor esperado dessa operação.

    Como você tem 50% de chance de ganhar 200 e 50% de chance de ganhar 80:

    (200*0,5)+(80*0,5)=140

  8. TIO

    Quem e’ competente e’ claro de raciocinio! Magnifico artigo.

    Kleber S.

    PS: Compartilho seu ceticismo quanto ao resultado. Uma das causas e’ se ele der certo. Como ha’ uma fortuna imensa empatada nesses micos, caso os micos virem gorilas, o dinheiro vai sair de alguma outra aplicacao. FTBs, por exemplo. E ai’ pimba nos juros.

  9. “Ou seja acredito que haverá demanda privada e que evidentemente fizeram uma conta de que, exemplo, 80% do valor de face resolve ou pelo menos quase.”

    O problema eh saber se os bancos vao querer vender os ativos. Se voce estah sentado em uma montanha de ativo sem preco, pode ser que vc nao esteja interessado que o mercado determine o preco da montanha de m___ em que voce sentou.

    Pode ser entao que entre em cena o tal do stress test como mecanismo para torcer o braco do Citi, BOFA etc a venderem os ativos.

    “O”

  10. Deveria baixar o rating dos titulos do tesouro americano,eles hoje nao oferecem nenhuma seguranca,EUA nao esta cumprindo com seu papel de zelador pela moeda mais usada no mundo.

    Deficit de 15% do PIB,Bernanke injetando dinheiro no mercado (le se vão 2 trilhão fora os pacotes de resgate ao sistema).

    Teoria economica e clara,isso tudo vai acabar em inflacao.

  11. TO COM O TIO “O”

    Como os ativos nao tem preco, cada banco esta’ “precificando” de acordo com seus proprios criterios. Tem neguniho que desvalorizou apenas em 10% coisa muito semelhante a que outros cortaram 40% do valor. A precificacao a um valor determinado pelo mercado pode acabar matando em vez de curar. Pelo menos alguns mais fracos…

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  12. Nao ha duvida que as chances do plano resolver o prob. sao minimas. Como o Krugman disse em algum lugar, o problema nao sao toxic assets mas toxic banks.

    Mas o plano E inteligente. E uma jogada politica. Politicamente, pra conseguir mais grana do Congresso (ainda se recuperando da histeria dos bonus do AIG), e pra por bancos enormes em receivership, a administracao precisa estabelecer que

    1. tentou todas as outras alternativas

    2. usou uma approach incremental e nao radical ao problema.

    Esse plano ajuda o estabelecimento dos dois.

    PIG, classificado pras semifinais

  13. E bastante interessante tambem a possibilidade que o market nao vai clear nem com o subsidio/put.

    Eu nao entendo os detalhes das regulamentacoes e accounting dos bancos, mas se o market mechanism criado pelo plano avaliar os assets a um preco bem menor do que eles tem na balance sheet, eu fico aqui me perguntando se eles nao teriam que write down os assets (afinal, o argumento pra contabilizar os assets a 100% e falta de liquidez, que o plano tenta resolver).

    Logo ha – teoricamente – um risco do plano criar um problema grave pros bancos se o market nao clear!

    Eu acho que e ai que o governo volta ao Congresso pra nacionalizar os bancos.

    Is this stupid/crazy?

    PIG

  14. Anônimo, desculpe, quis dizer 175. No trecho “o preço que equilibraria os leilões (p+) seria dado por:

    p+ = [q(1+L)/(1+qL)]V” eu chego a 130 e não 175 em relação ao exemplo. A questão dos 140 ficou mais do que clara no artigo.

    Abraços.

  15. Gabriel:

    Vamos lá.

    q(1+L)= 0,5(1+6) = 0,5 * 7 = 3,5
    1+qL = 1 + 0,5 * 6 = 1 + 3 = 4

    q(1+L)/(1+qL) = 3,5/4 = 0,875

    0,875 * 200 = 175

    Ou isso, ou meu Excel não sabe mais aritmética (eu, por ter usado Excel, já não sei mesmo).

    Abs

    Alex

  16. O Ivo disse lá em cima, no primeiro comentário, que desequilíbrios orçamentários no presente significam mais impostos no futuro. Isto é, (eu suponho!) ele acha viável financiar déficits, no longo prazo, com emissão de impostos. No entanto, (eu acho!) no longo prazo, a única maneira de financiar déficits é pela emissão de moeda. O resultado disso parece óbvio: a economia americana passará por um processo inflacionário em algum tempo. Alguma semelhança com a história americana recente?

  17. Como já dizia Vinícius de Morais, “É melhor ser alegre que ser triste”, concordo. Concordo com o Leonardo também, o otimismo tem bastante a ver com essa alegria, com essa felicidade besta e sem motivo… Mas também concordo que é melhor ser REALISTA do que ser DEMAGOGO pois depois, na hora que a realidade bater… Aí sim vai vir uma tristeza tão profunda, tão vazia, tão tristonha, tão tudo, que nem o maior porre do mundo poderá curar… Abraço!

  18. “Ó, se eu estiver errado, aliviem minha barra na competição do jumento de ouro, porque eu não sou economista :)”

    De forma alguma. Boas colocações.

    Abs
    Alex

  19. “E bastante interessante tambem a possibilidade que o market nao vai clear nem com o subsidio/put.’

    Mais para tétrica que interessante, mas a conclusão está correta.

    E se prepare para uma piaba no domingão!

    Abs

    Alex

  20. Alex,

    Eu sei que não é pertinente, mas ao longo desses anos quantos banqueiros negros, pardos, sino, hindus, ruivos, calvos, voce jà trabalhou, conversou ou encontrou no exterior.

    Não vou perguntar sobre a cor dos olhos por que sou tricolor das laranjeiras e não acredito nessas calúnias contra os tricolores, sejam eles cariocas, gauchos ou paulistas.

    Mas me responde,trambiqueiro só tem branco de olho azul ou nosso lider tomou gin demais antes de falar com a imprensa?

  21. Apesar de pra não economistas poder parecer complicado, pra economistas é bastante obvio, desde o começo, o jeito que o plano ia funciona.

    E tbm é mais ou menos evidente a graaande chance de nenhum banco querer vender ativo barato e ter que marcar prejuízo no balanço…

    Pra mim esses 1000 pontos que o Dow ganhou são totalmente injustificados…

  22. Alex,
    me perdoe se estiver errado.
    Mas estava dando uma olhada na estrutura de recompensa que voce escreveu:
    “1) Com 50% de chance os investidores ganham (200-p+)
    2) Com 50% de chance os investidores ganham (0-(1/7)p+)”
    Ate concordo com o segundo ponto, mas no primeiro nao deveriamos ter algo do tipo: (200-p+)/2?
    Ja que o lucro obtido com a operacao seria dividido com o tesouro.
    Ps: Desculpe a falta de acentos mas nao consigo me entender com esse teclado de mac.

    T.

  23. T:

    “Investidores” está no plural porque inclui tanto o investidor privado quanto o UST no seu papel de co-investidor no fundo.

    Isto dito, sim, o investidor privado só leva metade do lucro quando as coisas dão certo.

    Abs

    Alex

  24. Luiz:

    Pelo menos não sobrou para os judeus…

    Sério agora. No mercado financeiro, principalmente o americano, tem de tudo. É ferozmente meritocrático e, desconfio, nestas áreas mais dominadas por matemática, o peso do mérito é ainda maior, o que sugere grande diversidade étnica.

    O problema de ser Zelig (http://www.imdb.com/title/tt0086637/plotsummary ) é que ocasionalmente sai uma besteira deste calibre.

    Abs

    Alex

  25. Deveria ser proibido emitir credito bancario sem lastro,os bancos podem reduzir artificialmente as taxas de juros emitindo notas e cheques além da quantidade de depósitos a vista, possivel graças às reservas fracionárias.

    Grande parte dessa crise foi causada pela emissao de credito bancário lastro.

    A taxa de juros nao e algo que pode ser impunemente manipulada. Ela e um importante preco de mercado, que equilibra poupanca e investimento. Enquanto as pessoas julgarem que uma maca hoje vale mais do que uma daqui a um ano, havera taxa de juros para equacionar as preferencias intertemporais. Os investimentos produtivos dependem sempre de capital acumulado pela poupanca. Acreditar que e possível ter e comer o bolo ao mesmo tempo, que podemos simplesmente forcar a taxa de juros para baixo, aumentando os investimentos sem a contrapartida de mais poupanca real, nao passa de uma perigosa ilusao.

  26. “Deveria ser proibido emitir credito bancario sem lastro,os bancos podem reduzir artificialmente as taxas de juros emitindo notas e cheques além da quantidade de depósitos a vista, possivel graças às reservas fracionárias.”

    Já eu acho que o desenvolvimento capitalista deve ser proibido, mas acho que isto e a proposta do Marcos significam a mesma coisa…

  27. O banco deve atuar como intermediário entre poupador e investidor, cobrando um spread por isso. Depósitos à vista devem ser mantidos NO BANCO, como já foi no passado (ver Banco de Amsterdã). Se vc coloca no cofre do banco uma jóia, o banco não tem o direito de emprestar a SUA jóia. O mesmo deve valer para dinheiro que vc deposita “on demand”.

  28. Luiz Brandão,

    dê uma olhada no blog do Reinaldo Azevedo (link aqui no Mão Visível) hoje (28/03):

    .Vikram Pandit – indiano – CEO Citigroup
    .Frank Raines – afrodescendente – ex-presidente da Fannie Mae
    .Stan O’Neal – afrodescendente – x-presidente do Merrill Lynch

    abs, BobFields

  29. “Deveria ser proibido emitir credito bancario sem lastro,os bancos podem reduzir artificialmente as taxas de juros emitindo notas e cheques além da quantidade de depósitos a vista, possivel graças às reservas fracionárias.”

    Se cada um de nos cuidassemos de nossas proprias hortas, caçassemos antas e pacas para comer e usassemos redes de auto-ajuda para serviços religiosos e outros serviços, nao teriamos necessidade de nos endividarmos e nunca teriamos crises financeiras.

    “O”

  30. “Se vc coloca no cofre do banco uma jóia, o banco não tem o direito de emprestar a SUA jóia. O mesmo deve valer para dinheiro que vc deposita “on demand”.”

    Devemos todos passar a guardar os números de série das notas e obrigar o banco a devolver as originais…

    É possível ser mais cretino que isto?

  31. Antes da criação do FED era assim, essa emissão fiduciária sem lastro de “circulation credit”, enquanto o crédito lastreado pela poupança era chamado de “commodity credit”. Somente o primeiro é inflacionário. O “dinheiro fácil” criado por este mecanismo pressiona as taxas de juros para baixo, criando a falsa sensação de prosperidade. Investimentos que antes não pareceriam rentáveis pela taxa “natural” de juros, agora se tornam atraentes. Recursos são desviados para estes investimentos ruins e indesejados, adicionando mais lenha na fogueira, sustentando assim o clima de euforia. Algumas escolas de pensamento chegaram a defender esta política dos bancos como meio para tornar o crédito gratuito e resolver a “questão social”. A arte da alquimia teria sido descoberta. Mas a inflação não é uma política sustentável.

    Porque no aqui você defendia a política de juros altos,agora elogiava as acoes do “maestro” para injetar liquidez no mercado mantendo taxas de juros artificialmente baixas durante muito tempo? Causando essa crise.

  32. Alex porque no regime de cambio fixo o deficit nas transações correntes tendem a ser maiores do que com cambio flutuante?

    Eu fiz uma regressão das transações correntes de 98 a 99,mostra que com cambio flutuante o deficit tende a ser maior do que com cambio fixo, o deficit em 99 aumentou de 4.30% para 4.60% do PIB.

  33. “Porque no aqui você defendia a política de juros altos,agora elogiava as acoes do “maestro” para injetar liquidez no mercado mantendo taxas de juros artificialmente baixas durante muito tempo? Causando essa crise.”

    Se entendo a pergunta (não sei em que língua ela foi formulada – há palavras em português, mas nenhuma regra conhecida de gramática), a questão é por que eu defenderia juros altos no Brasil e juros baixos nos EUA.

    Bom, em primeiro lugar eu não tenho nenhuma crença a priori sobre o nível da taxa de juros, portanto nenhuma defesa de juro alto (ou baixo). A taxa de juros é um instrumento e a questão é como e porque se usa o instrumento.

    Eu não tenho nenhuma posição sobre usar as teclas graves ou agudas do piano. Porém, se a partitura pede uma nota aguda e o pianista toca uma nota grave eu não vou gostar.

    Se a inflação prospectiva está acima da meta, eu acho que a política monetária deve reagir elevando a taxa de juros. Se abaixo da meta, deve reduzir a taxa de juros (entendeu ou precisa da versão para colorir?).

    No Brasil, na maior parte do tempo estamos lutando para trazer a inflação para baixo em direção à meta. Nos EUA, em particular entre 2001 e 2003 o problema era o oposto. Simples assim.

  34. ‘ Eu fiz uma regressão das transações correntes de 98 a 99,mostra que com cambio flutuante o deficit tende a ser maior do que com cambio fixo, o deficit em 99 aumentou de 4.30% para 4.60% do PIB.”

    gabriel:

    Faça um favor à econometria e a todos nós. NÃO cometa regressões. Você não é capacitado e pode, inclusive, se machucar (ou pior, machucar alguém) no processo.

    Isto dito, a média da conta corrente no período de câmbio fixo foi -3,4% PIB ($ 26 bi/ano); no de câmbio flutuante foi de -1,1% do PIB ($ 6 bi/ano).

  35. Nao existia problema de deflacao aqui nos USA em 2002 e 2003,inflacao estava fora do controle.Voce sabe mais do que eu que a politica monetaria deve focar uma inflacao baixa no longo prazo,nos USA tava alta (atingiu 2,7% em 2006).

    Se o FED visasse o longo prazo ele nao subiria a taxa de juros antes.

    “os EUA, em particular entre 2001 e 2003 o problema era o oposto. Simples assim.”

    Era nao,EUA iria passar por uma correção,mas o FED impediu colocando juros de 1%.

  36. As vezes eu leio o Marcos ou o Gabriel e fico surpreso com a diversidade da experiencia humana.

    Daih me pergunto, nao seria melhor se todos nos tivessemos um pouco mais de tutano?

    Mas concluo: eh gracas a falta de tutano de tantos, que o mundo sorri para mim 🙂

    “O”

  37. “Nao existia problema de deflacao aqui nos USA em 2002 e 2003,inflacao estava fora do controle.”

    Ô… Incríveis 2% em 2002 e 1,1% em 2003. Uma espiral inflacionária descontrolada.

    É “O”. Assim que a gente se destaca,

  38. Mas nao e motivo para manter uma taxa de juros NEGATIVA.Nos anos seguinte a inflacao subiu.

    1% é uma taxa boa de inflação,Mais para os Keynesianos “quanto mais inflação melhor”.

  39. Pronto: resolvi agora disputar o “Jumento de ouro”. Vou usar a brilhante idéia do Marcos de proibir o crédito bancário sobre depósitos e a alastrar: por que não acabar logo com o dinheiro, e adotar a economia de escambo? Afinal, tribos indígenas vivem assim há milênios -bem mais tempo que a experiência holandesa de bancos apenas guardando os depósitos. E desconheço que os Ianomamis tenham enfrentado alguma crise bancária ao longo de sua história!

    Pronto: agora posso concorrer de igual para igual com o Marcos e com o Gabriel pelo Nobel de Economia da dimensão Z!!!

  40. “Mas nao e motivo para manter uma taxa de juros NEGATIVA.Nos anos seguinte a inflacao subiu.”

    Claro que subiu. Se estava abaixo da meta para onde você queria que ela fosse?

    Aliás, completo descontrole também. Imagine só:2,2% em 2004, 2,2% em 2005…

    “Mais para os Keynesianos “quanto mais inflação melhor”.”

    Continuo com dificuldades quanto ao idioma. Não pode ser português…

    Voltando ao assunto, a Comissão Boskin concluiu que o CPI superestima a inflação em algo como 1,1%. Mirar em 1% é conviver com o risco permanente de deflação. Não por acaso, a maioria dos BCs desenvolvidos com metas para a inflação escolhem um número entre 2-2,5%, certamente não “quanto mais alto melhor”. Mas o que é a realidade para os habitantes da dimensão Z?

  41. 2,7 e em 2006,4% em 2007,juros negativos durante muito tempo.

    2% deveria ser a inflacao minima tolerada.

    Quanto ao idioma,meu PC e americano mas quando acesso a internet pelo mozila ele apresenta dicionario em portugues.

  42. “1% é uma taxa boa de inflação,”e “2% deveria ser a inflacao minima tolerada”

    Nada como firmeza de convicções. Admirável (e imagino que na Dimensão Z “mínimo” deve querer dizer “máximo”).

    A notar que em 2006 a taxa (real) dos Fed Funds já era inequivocamente positiva. Entrou no ano a 4,25% e terminou a 5,25% com as expectativas de inflação firmes e fortes ao redor de 2,5%.

  43. Alex o que você acha do trabalho de Joaquim de Toledo, professor da USP (PHD pelo MIT).

    http://74.125.113.104/search?q=cache:V24cpa-leXYJ:www.rep.org.br/pdf/87-9.pdf+Desde+j%C3%A1,+%C3%A9+preciso+apontar+tr%C3%AAs+fal%C3%A1cias+sobre+o+risco-Brasil:+a+primeira,+de+que&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br

    Para ele , os juros não eram altos por causa do risco-Brasil que era alto, mas ao contrário:o risco-Brasil era alto porque os juros são altos-.

  44. Muito agradeceria eu que fosse doutamente comentado o texto abaixo, extraído de http://www.msia.org.br/assuntos-asuntos-estrat-gicos/economia-mundial/740.html

    DINHEIRO NÃO É MERCADORIA
    Atentem os caros leitores para os dois parágrafos seguintes:
    “Nas Colônias, nós emitimos o nosso próprio papel-moeda. Ele é chamado ‘bilhete colonial’. Nós o emitimos na proporção adequada para fazer os bens passarem facilmente dos produtores aos consumidores. Desta maneira, criando nós mesmos o nosso próprio papel-moeda, nós controlamos o seu poder aquisitivo e não temos que pagar juros a ninguém. Os senhores vêem, um governo legítimo tanto pode gastar como colocar dinheiro em circulação, enquanto os bancos podem apenas emprestar quantias significativas das suas notas promissórias bancárias, mas eles não podem dispor nem gastar mais que uma minúscula fração do dinheiro de que as pessoas necessitam. Assim, quando os seus banqueiros aqui na Inglaterra colocam dinheiro em circulação, há sempre uma dívida principal a ser servida e usura a ser paga. O resultado é que vocês sempre têm muito pouco crédito em circulação para dar o pleno emprego aos trabalhadores. Vocês não têm muitos trabalhadores, vocês têm muito pouco dinheiro em circulação e todo o que circula carrega o peso infindável de uma dívida impagável e da usura.”

    “A atividade bancária foi concebida em iniquidade e nasceu em pecado. Os banqueiros possuem a Terra. Tomem-na deles, mas lhes deixem o poder de criar dinheiro e, com um movimento da caneta, eles criarão depósitos suficientes para comprá-la de novo. Porém, tirem-lhes esse poder e todas as grandes fortunas como a minha desaparecerão – e elas deveriam desaparecer, porque este seria um mundo mais feliz e melhor para se viver. Mas, se quiserem continuar escravos de banqueiros e pagando o preço da sua própria escravidão, deixem-nos continuar a criar dinheiro.”

    O primeiro reproduz palavras de Benjamin Franklin, proferidas em 1764 no Parlamento britânico, na condição de representante da colônia da Pensilvânia em Londres. O segundo é parte de um depoimento de sir Josiah Stamp, ex-governador do Banco da Inglaterra e um dos homens mais ricos do Reino Unido, também no Parlamento, em 1927. Ambas valem por toda uma aula de teoria monetária e ajudam a entender a questão crucial que está no cerne da atual crise do sistema financeiro internacional, paralisado por uma monumental massa de instrumentos financeiros de valor fictício muito superior ao dos valores da economia real de todo o mundo: a transformação do dinheiro e do crédito em mercadorias transacionadas predominantemente por intermédio de bancos privados coordenados por bancos centrais “independentes”.

    Tal sistema, cuja origem remonta à fundação do Banco da Inglaterra, no final do século XVII, foi depois transplantado para os EUA, com a criação do Sistema da Reserva Federal em 1913, que deu à banca privada o controle quase absoluto das finanças estadunidenses. A despeito do nome e de ter parte da diretoria indicada pelo Governo Federal, o “Fed” é um consórcio privado e, como tal, responde primariamente aos interesses da alta finança, como se viu na fase final da gestão de Alan “Maestro” Greenspan (1987-2006), com a farra de crédito fácil que originou as sucessivas bolhas especulativas que levaram o sistema financeiro “globalizado” muito além dos seus limites de estabilidade.

    O dilema é de simples enunciado, embora de solução política reconhecidamente complicada: enquanto o dinheiro e o crédito continuarem sendo tratados como mercadorias e transacionados para fins de lucros privados, não apenas será extremamente difícil reverter a presente depressão global, como também atender às necessidades de economias nacionais cada vez mais sofisticadas e interligadas, bem como de populações cujas exigências de bem-estar, oportunidades de desenvolvimento e justiça social são igualmente crescentes.

    Ou seja, uma reforma financeira mundial séria terá que encarar a perspectiva de devolver aos Estados nacionais a prerrogativa soberana de emissão da moeda e do crédito primário necessários para o funcionamento das respectivas economias, relegando o sistema bancário privado a um papel complementar secundário. Embora possa parecer utópica, tal perspectiva vem sendo objeto de atenção e discussões, em especial – et pour cause – nos centros de poder do Hemisfério Norte onde a crise se originou, os EUA e o Reino Unido. Aqui, é preciso não confundir tais argumentos com certas propostas de “nacionalização” temporária do sistema bancário que vêm sendo feitas nos dois países. Trata-se, nada menos, de estabelecer um novo sistema financeiro diretamente controlado pelos Estados nacionais, no qual o dinheiro e o crédito sejam colocados preponderamentemente a serviço dos interesses públicos.

    Essa é a proposta do diretor do Instituto Monetário Americano, Stephen Zarlenga, que há anos se bate por uma reforma monetária nos EUA, baseada em três medidas principais:

    “Primeiro, incorporar o Sistema da Reserva Federal ao Tesouro dos EUA, onde todo dinheiro novo seja criado pelo governo como dinheiro, e não como dívida a juros, e colocado em circulação para promover o bem-estar geral, sendo monitorado de modo a não ser nem inflacionário, nem deflacionário.

    “Segundo, acabar com o privilégio dos bancos de criar dinheiro, encerrando o sistema de reserva fracional de uma maneira suave e elegante. Todo o crédito privado monetizado passado é convertido em dinheiro governamental dos EUA. Os bancos passam a atuar como intermediários, aceitando depósitos de poupança e emprestando-os, o que se pensa que eles fazem hoje.

    “Terceiro, colocar dinheiro novo em circulação para infra-estrutura, inclusive educação e serviços de saúde necessários para uma sociedade crescente, começando com o 1,6 trilhão de dólares que a Sociedade Americana de Engenheiros Civis estima ser necessário para reparar a infra-estrutura nacional; criar bons empregos em toda a nação, revigorando as economias locais e refinanciando os governos em todos os níveis.”

    Zarlenga completa a proposta com um esclarecimento fundamental:

    O falso espectro da inflação é comumente erguido contra tais sugestões de que o nosso governo cumpra a sua responsabilidade de fornecer a oferta de dinheiro da nação. Mas isto é uma reação pedestre – o resultado de décadas, talvez séculos de propaganda contra o governo. Quando se examina realmente os registros monetários, fica claro que o governo tem um histórico superior ao dos bancos privados, ao emitir e controlar o dinheiro. A inflação é evitada porque, no processo, se cria riqueza material real.

    Como se percebe, o problema não reside na falta de propostas, mas na escassez de determinação política para o inevitável confronto com os interesses estabelecidos, que preencheram todo o primeiro escalão do Governo Barack Obama com seus representantes, principalmente na área econômica. Se o rápido agravamento da crise global será suficiente para mudar o cenário e proporcionar condições políticas para uma guinada em Washington e, não menos, em Londres, o futuro imediato dirá.

  45. “Para ele , os juros não eram altos por causa do risco-Brasil que era alto, mas ao contrário:o risco-Brasil era alto porque os juros são altos-.”

    Preciso ver o argumento, mas se for o que eu estou pensando (“(…) when already high interest rates are increased, growth decreases, requiring a higher primary surplus (…) and the likelihood of maintaining the debt in a sustainable path decreases. This means higher risk and hence a higher offshore interest rate (…) [and] a depreciated real exchange rate. (…) [H]ence, the increase in interest rates leads to a higher depreciation, (…) [therefore] inflation does not decline or, worse, it can even increase”) está completamente equivocada e eu mostrei isto aqui:

    http://epge.fgv.br/pt/files/1104.pdf

    Trata-se de uma história sobre equilíbrios múltiplos, mas o equilíbrio a que o Toledo se refere é um equilíbrio instável que não seria atingido mesmo por um BC absolutamente mecânico.

    Os detalhes estão no paper da EPGE (How tough should you be). Comentários (faz tempo que escrevi) são bem-vindos.

  46. Ari:

    É de uma cretinice ímpar. Se um dia implementado nos faria recuar uns três ou quatro séculos.

    Se for para fazer isto eu prefiro a proposta do Galego, de voltar os sistema de trocas diretas (eu sempre achei que me daria bem na Idade do Bronze)

  47. Henrique:

    Era exatamente o que eu pensava. Completamente errado, tanto que continuamos com o mesmo regime monetário e nosso risco-país é uma fração do que era em 2002.

    Não sobreviveu ao duro teste da realidade…

  48. “Voltando ao assunto, a Comissão Boskin concluiu que o CPI superestima a inflação em algo como 1,1%. Mirar em 1% é conviver com o risco permanente de deflação. Não por acaso, a maioria dos BCs desenvolvidos com metas para a inflação escolhem um número entre 2-2,5%, certamente não “quanto mais alto melhor”. Mas o que é a realidade para os habitantes da dimensão Z?”

    Essa comissão falhou,nos EUA w um exemplo disso.O FED teve que elevar o juros porque a meta de inflacao era alta,se elevasse antes poderia evitar a formacao da bolha.

    Segundo inflacao de 1% e bom,primeiro porque eleva o poder de compra das pessoas,segundo que existe paises que tem inflacao mais baixa que os EUA (Hong Kong e Cingapura) eles tem tido nos ultimos anos uma bela taxa de crescimento com inflacao baixa.

    Ate Friedman defendia que inflacao deveria ser a mais baixa possivel.

  49. ZARLENGA-LENGA

    Mas que maravilha de sistema ele criou! Substituir o BC pelo Tesouro! Mas nao e’ assim mesmo em paises em que o BC nao tem autonomia? Lembram como era no Brasil? “…controlar o dinheiro para que ele nao seja nem inflacionario, nem deflacionario”!

    Me lembra aquela historia do Mane’ Garrincha: “Mas e ai’ seu Vicente, o sr. ja’ combinou com o adversario?” Mas nao me faca rir que me doem os dentes!

    BANXICO

    Com um nome desse nao poderia se esperar boa coisa, certo? O Mexico acaba de abrir o biquinho pedindo emprestimo ao FMI. Uns 40 bizinhos. Da’ pra comprar um porrilhao de tacos! Os cumpadres sabem muito bem que tomar tequila de estomago vazio complica. Isso vai acabar estimulando a economia pra baralho.

    Vou mandar ae um Jumento de Kriptonita pro Lenga-Lenga.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  50. SOBRE O “ESTUDO” (ESBURRO?) DO IPEA

    Nao li ainda. Mas se eles estao comparando o Brasil com paises da OCDE, recomendo nem embrulhar peixe com esse estudo pois deve fazer mal para a saude.

    Para comecar, o tipico pais da OCDE tem renda per capita 3-4 vezes maior que o Brasil. Portanto, por serem mais ricos, consomem uma cesta de consumo diferente da nossa, o que faz a comparacao completamente sem sentido.

    Segundo, nao sei qual a qualidade comparativa dos dados (mas conheco a desonestidade intelectual do Porkman, notoriamente conhecido como um “pesquisador” que seleciona fontes de dados conforme lhe convem, tendo sido ridicularizado pelo Francisco Ferreira do Banco Mundial por ter catado dados claramente sem sentido de um estudo da OIT durante sua estadia na PMSP).

    Uma medida bem mais interessante do tamanho do governo eh o tamanho da arrecadacao com relacao ao PIB, e nesse quesito, o Brasil estah em um padrao similar aos paises da OCDE – apesar de ser muito mais pobre que os paises da OCDE, e paises mais pobres em geral arrecadarem menos como proporcao do PIB.

    Comparando-se o Brasil com um grupo de pares em niveis de renda similar, nos temos um Estado inchado.

    “O”

  51. Sobre o funcionalismo, está é uma tese do insigne Csifu (vocês se lembram da historinha de fiscais por metro quadrado).

    Notavelmente ausente do estudo é o custo do funcionalismo. O federal custa 4,7% do PIB (12 meses até Fev09). Estados e municípios (dados de 2007) custavam 9,7% do PIB (hoje deve ser mais, mas não tenho os números – alguém tem algo mais recente?).

    Ou seja: 14,4% do PIB com funcionalismo nos três níveis. A Argentina, este paradigma de política fiscal, gasta em torno de 8% do PIB com funcionalismo. E o Porkman vem a público dizer que o Estado não é inchado…

    Não é nem Dimensão Z; é pura desonestidade.

  52. “Não é nem Dimensão Z; é pura desonestidade.”

    Mas eh isso que tenho dito para quem quiser ouvir. O Porkman eh desonesto. Eh uma especie de Madoff da academia brasileira. Tudo que ele escreve deve ser lido com atencao, pois ele nao tem pudor nenhum para mentir usando numeros.

    “O”

  53. “O Mexico acaba de abrir o biquinho pedindo emprestimo ao FMI. Uns 40 bizinhos. Da’ pra comprar um porrilhao de tacos! Os cumpadres sabem muito bem que tomar tequila de estomago vazio complica. Isso vai acabar estimulando a economia pra baralho.”

    Kleber, eh um pouquinho mais complicado que isso. Detalhes mais tarde.

    “O”

  54. Alex, mas neste caso que você ilustra, o retorno esperado tanto para o investidor quanto para o tesouro é zero. O retorno esperado para o FDIC é de -35 (0,5*150+0,5*-70). O resultado esperado total para o governo (Tesouro+FDIC) é -35.
    O contribuinte está “pagando” 35 para injetar 175 no balanço do banco. Isso não é positivo? Está errado o raciocínio?

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