Kléber S. sobre a crise

COMO MONTAR UM CDO

1- Um banco qualquer estabelece uma companhia paralela, fora do seu balance sheet para nao comprometer sua alavancagem vis-a-vis seu patrimonio liquido.

2- Essa companhia chamada SIV lanca commercial paper no mercado. Como a liquidez e’ estupidamente alta, os juros pagos por CP sao uma merreca. A contrapartida e’ que esse credito tem que ser renovado entre 1 e 270 dias.

3- A SIV vai entao a companhias mortgage originators – que sao as que emprestam dinheiro diretamente para o mortuario, digo, mutuario – e pergunta: “Voces tem contratos de hipoteca pra vender?”. A mortage originator (Countrywide, por exemplo) diz: “Claro que sim!”. Qual a vantagem? Segurar a hipoteca paga um juro de digamos 7 pct ao ano. Mas nao vem de graca, pois a originadora tem que pagar juros sobre o emprestimo junto ao seu financiador, etc. Entao ela ganha X a partir de um risco. Caso ela venda a hipoteca, ela fica com o dinheiro da taxa administrativa, ou seja, ganha algum a partir de nenhum.

4- A SIV entao poe um montao de hipotecas numa lista que e’ chamada de underlying assets.

5- Isto posto, a SIV elabora um contrato chamado de CDO. Esse contrato estabelece 3 fatias que basicamente trata da distribuicao do rendimento proveniente das hipotecas listadas.

– Fatia Equity: digamos uns 10 do bolo. Essa fatia recebera’ juros de X pct, bem acima da media dos juros pagos pelas hipotecas subjacentes. Mas tem um porem: esta fatia e’ a ultima a receber os proventos. Caso o calote seja do tamanho da fatia – os tais 10 pct – eles nao recebem porra nenhuma.

– Fatia Mezzanine: recebe menos juros que a Equity, mas so’ perde dinheiro se as perdas do pacote de hipoteca for maior que os 10 pct da Equity. Suponhamos que estao fatia englobe 15 dos ativos. Veja o amigo que eles nao tem uma lista com os nomes 15 pct dos mortuarios, digo, mutuarios. A fatia detem 15 pct do total.

– Fatia Senior (AAA): recebe um juro contratual bem menor que as outras, mas so’ perde grana caso as perdas globais do pacote sejam superiores a 25 pct, no exemplo dado.

4- A SIV – que se financiou no curtissimo prazo para receber no longuissimo prazo – vai entao atras de otarios, digo, investidores para vender cotas nas tais fatias.

5- Uma vez que o pacote fatiado e’ vendido, a SIV lucra com as taxas contratuais e comissao, e os otarios, digo, investidores ficam com seu contrato de acordo com a fatia especificada.

COMO LUCRAR COM UM CDO

1- Um hedge fund ou financeira qualquer toma dinheiro de seus cotistas, e estabelecem o patrimonio do fundo.

2- Ai’ eles tomam dinheiro emprestado dos bancos, se alavancando 10 vezes.

3- Suponhamos que o juro pago aos bancos seja 8 pct. O hedge fund entao vai ‘a SIV e compra uma Fatia Equity que rende 12 pct.

4- Viram que maravilha, cambada? Imaginemos que eles botaram 100 milhoes de patrimonio e emprestaram 1 bizinho do banco. Pagam 80 milhoes de juros e recebem 120. Rendimento sobre o patrimonio: 40 PORCENTO AO ANO!

COMO A MERDA DESANDOU

1- Conforme visto na licao anterior dessa escolinha do Professor Imundo, as empresas de originacao de hipotecas passaram a ganhar dinheiro basicamente pela prestacao do servico.

2- Ora, ja’ que ela nao tem mais risco, pois tudo o que ela consegue emprestar aos mutuarios ela repassa com lucro para as SIV, ela nao tem mais a preocupacao de analise de risco.

3- A empresa passa entao a ganhar exclusivamente por volume.

4- Numa dessa, qualquer neguinho que saiba assinar o nome recebe um emprestimo. Porque se ele nao pagar, o “pobrema num e’ meu”.

5- Para que o volume nao caia, no decorrer do tempo se torna necessario abaixar o criterio de concessao de emprestimos para ex-inadimplentes, carinhosamente apelidados de subprime.

6- Como o cara ja’ tem o credito fodido, e a empresa originadora nao exige garantia de qualquer especie, ele topa a parada.

7- Como a prestacao e’ menor que um aluguel por um certo tempo, antes do reset da taxa de juros para valores cheios – nos 3 primeiros anos o neguinho pagaria so’ uma parte dos juros, a tal ARM – o neguinho nao tem nada a perder.

8- Quando a taxa vai para as nuvens, o subi refinancia a quantia que o imovel se valorizou no periodo, e continua a pagar sua prestacao com esse refinanciamento. E’ isso que eu chamo de comer o proprio braco para saciar a fome.

9- Um dia, os precos das moradias ficaram tao altos que os subis comecaram paulatinamente abrir o biquinho. Emprestimos ja’ entravam em default em questao de meses.

10- As fatias Equity foram rapidamente para o vinagre. As outras foram indo pelo mesmo caminho.

11- Com a foreclosure das casas “perdidas” pelos subis, os precos dos imoveis entraram na descendente. Refinanciar e “comer o proprio braco” ja’ nao era mais uma opcao. Com isso a quantidade de foreclosures cresceu aceleradamente.

COMO OS BANCOS SE ENLUZIARAM

1- Com o passar do tempo, as SIVs perceberam que os clientes estavam particularmente interessados nas Fatias Mezzanine. As duas outras comecaram a encalhar.

2- Os bancos ficaram com esses micos em suas SIVs.

3- ‘A medida em que os subis iam para o vinagre, os hedge funds que entraram naquela jogada mencionada no capitulo anterior, tambem comecaram a ir para o vinagre, pois da mesma maneira que a alavancagem jogava seus rendimentos para estratosfericos 40 pct, um pequeno acrescimo na inadimplencia era suficiente para leva-los a falencia.

4- Por consequencia, os CDOs se tornaram toxicos. Ninguem mais queria saber deles porque aquela pergunta crucial de probabilidade condicionada nao podia ser respondida: “Qual a probabilidade de default de A DADO que seu vizinho B entrou em foreclosure?”. Como nao ha’ resposta para este risco, nao ha’ definicao de preco – nem de modelo, muito menos de mercado. Por isso mesmo ninguem compra.

5- Billy the Ben concluiu: “Ahah! Se ninguem compra e’ porque eles sao iliquidos. Entao vou dar liquidez para o auditorio”. Como os cumpadres ja’ sabem, num adiantou porra nenhuma.

6- O que concluiu Kleber S., o neguinho que vos fala? O problema e’ solvencia, pois o volume e velocidade de inadimplencia dos subis – e pouco depois, dos naosubis – nao iria dar folego pra ninguem levar o tranco e se levantar. A tal da marcacao a mercado se assegurou de fazer com que o tempo jogasse contra.

6- O mercado concordou com o Ben da boca pra fora. Botaram pressao ate’ que ele zerou a FFR. Mas concordou com o Kleber S. do bolso pra dentro, uma vez que as acoes dos bancos viraram “coisa de Agilulfo”.

48 thoughts on “Kléber S. sobre a crise

  1. O problema não foi regulação,nenhum Hedge Fund quebrou nessa crise e olhe que ninguém olha eles,diferente dos bancos.

    O problema foi o FED tentar evitar pequenas gripes do passado (dotcom,11 de setembro) isso se transformou em uma Pneumonia.

  2. “nenhum Hedge Fund quebrou nessa crise e olhe que ninguém olha eles,diferente dos bancos.”

    Ivo:

    Não adianta descrever o que acontece na dimensão Z. Só para lembrar, a zero de jogo (ainda em agosto de 2007) a crise foi deflagrada pela quebra de dois… Hedge Funds (é, Hedge Funds) da Bear Stearns.

    Vai falar lá em Londres que nenhum Hedge Fund quebrou…Vão te mandar de volta pra dimensão Z rapidinho…

  3. “Quem quebrou foi uma parcela pequena dos hedge Funds.” versus “”nenhum Hedge Fund quebrou nessa crise”

    É Ivo, com um pouco mais de esforço você sairá da dimensão Z. Continuo recomendando uma visita a Londres e NY para você ver a “pequena parcela” dos HFs que quebraram.

    Quanto ao Brasil, de fato nenhum HF quebrou, mas nenhum banco quebrou também. Por que será?

  4. IVO disse : nenhum Hedge Fund quebrou nessa crise (6 de Março de 2009 18:06)

    IVO disse : Quem quebrou foi uma parcela pequena dos hedge Funds.
    ( 6 de Março de 2009 18:23)

    Será que o IVO não é Ministro da Fazenda? Que diz algo, depois diz algo diferente, querendo dizer que disse a mesma coisa?

    Estou achando que é um pseudônimo do nosso amigo margarina..

    Parabéns ao Kleber S. que ainda bem que perdeu o emprego nos EUA e está com tempo de nos brindar com este posto muito bem feito.

    E isto não é uma ironia.

    abrs

  5. O Renaissance Technology,Bridgewater Associates,Citadel Investment Group não quebraram e estão “vivinho da silva”,os hedge funds pequenos quebraram.

  6. IVO

    Quebrou HF pra dedeu, meu chapa, de todos os tamanhos.

    Uma curiosidade macabra da quebra dos HF do Bear mencionados pelo Tio, foi a comprovacao pratica da Lei das Unintended Consequences.

    Seguinte: Merril Lynch era credora e recebeu CDOs dados como garantia como pagamento. Mucho bem. Dia seguinte dona Merril vai ao mercado e faz uma fire sale do bagulho. Os CDOs nao tinham mercado secundario, assim ninguem sabia ao certo quanto eles valiam em relacao ao valor de face. Merril aprendeu – e demonstrou ao mercado – que eles nao valiam porra nenhuma. Ai’ comecou a onda de remarcacoes e write downs que tragaram o sistema.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  7. “O Renaissance Technology,Bridgewater Associates,Citadel Investment Group não quebraram e estão “vivinho da silva”,os hedge funds pequenos quebraram.”

    Passo a passo vamos chegando lá. Antes nenhum HF tinha quebrado, depois foi um punhado deles, agora estamos em HF pequenos.

    É verdade que, pelos padrões de hoje, quando falamos de trilhões de dólares com certa naturalidade, US$ 50 bi parece pouco, mas eu não diria que o Maddoff era um HF pequeno.

    Na próxima o Ivo vai listar todos os HFs que não quebraram como prova que HFs não quebram. Mais ou menos como listar todas as pessoas vivas como prova que as pessoas não morrem.

  8. Madoff é um caso a parte,ele tinha perdas antes da crise.

    Mais no grosso os Hedge Funds não quebraram como bancos,a indústria não sofreu um grande impacto como bancos.

    O sistema financeiro americano era sóbrio,o problema foi a a política monetária do FED que provocou a bolha,fazendo os bancos comprarem “lixo” achando que era “ouro”.O pior da crise já passou,os bancos não correm mais o risco de quebrar como em outubro de 2008.

  9. Kleber,

    já na redundância, excelente!

    se quando o mortuário refinancia o imóvel com taxas e valores mais altos significa (eu concordo) um comportamento auto-fágico, como definir a decisão dos bancos de aplicar recursos de tesouraria em quotas do que ninguém quer?

    abs,

    PS – Talvez eu não tenha entendido corretamente, mas o plano K, seja com um ou mais bad banks, não se desvia muito da idéia inicial do Paulson, a não ser talvez na forma de adquirir os ativos(?). Que eu me lembre aqueles primeiros 700 bi seriam para a compra desse lixo, mas enterrou-se isso por causa das incertezas sobre qual seria o preço justo para a aquisição.

    Me corrija o equívoco.

  10. Alex inclusive é possível desenvolver um modelo de equilíbrio geral mostrando que bancos nunca devem ser privados por problema de falhas no mercado.

    Quando a crise aperta a viúva é chamada e quem paga os custos é o contribuinte,para evitar isso devemos ter um sistema financeiro estatal para corrigir essas falhas de mercado.

  11. De toda essa situação no mercado financeiro global, se posso dizer que existe algo bom foi a possibilidade de ler esse texto.
    Kleber, esse resumo foi o que li (e olha que não é pouco material) de mais elucidativo e didático até hoje sobre a crise.

    CONGRATULATIONS!

    Abs,
    Fábio

  12. “Nesse ano, juros não têm nenhuma relação com crescimento e, portanto, não têm nenhuma relação com inflação. Só é possível ter relação entre juros e inflação quando se tem crescimento”, disse o diretor do Ipea João Sicsú. “Se a inflação voltar a crescer, pode ser que ela volte à pauta de discussões.”

  13. “8- Quando a taxa vai para as nuvens, o subi refinancia a quantia que o imovel se valorizou no periodo, e continua a pagar sua prestacao com esse refinanciamento. E’ isso que eu chamo de comer o proprio braco para saciar a fome.

    9- Um dia, os precos das moradias ficaram tao altos que os subis comecaram paulatinamente abrir o biquinho. Emprestimos ja’ entravam em default em questao de meses.”

    Muito bom Kleber, só quero esclarecer o seguinte:

    8. Os subi recebem cash pela valorização do imóvel e incluem este refinanciamento no PMT da dívida?

    9. Este seria um ponto de inflexão da curva a partir da qual a estratégia “comer o próprio braço” não pode mais ser aplicada?

    É isso?

    A rigs breaker hug.

    BobFields

  14. BOBFIELDS

    Seu @/?!@#!

    Ve se nao some mais, meu. Ce falou que teve problema com a malaria, ai’ sumiu, a gente ficou preocupado!

    Bob, cumpadre, o negocio e’ o seguinte. Imagine que voce comprou uma casa por 200.000, e paga uma prestacao de 2.000, que e’ o limite de suas possibilidades. Tres anos depois, a taxa de juros iniciais – que sao mais baixas que a taxa de reset – sao resetadas e a prestacao vai pra 3.500. Como voce nao consegue pagar mais do que 2.000, ce ta’ frito, certo?

    Mas agora imagine que seu imovel se valorizou no periodo, e que agora ele valha 250.000. Voce volta pro banco e tira mais 50.000 de emprestimo dando como garantia o valor adicional do imovel. Evidentemente sua divida aumentou mais 50 paus. No entanto voce acabou de arrumar grana pra pagar o aumento de prestacao por mais uns 30 meses, certo? Num ta’ resolvendo seu problema, mas ta’ jogando sua inadimplencia pro futuro.

    So’ que o dia em que o preco comeca a cair, essa fonte de recursos some. E ai’ voce estara’ no caminho inexoravel da foreclosure. Sentiu o mecanismo?

    ARLEQUIM

    Acho que pelo escrito acima ficou claro que o reset da taxa de juros era automatico, embutido no contrato inicial da Adjustable Rate Mortgage.

    No entanto quando o morturio refinancia a equity da valorizacao, ai’ ele o faz ‘a taxa corrente.

    Os bancos compravam porque nao achavam que a coisa era toxica. No inicio ninguem vendia seus CDOs pois eles eram otima fonte de rendimento. Quando o caldo entornou, a coisa virou tao rapidamente que eles viraram mico num estalar de dedos. Exatamente como na tsunami da Indonesia!

    Tem um porenzinho adicional nesta estrumeira toda. Quase todo subi refinanciou o aumento de valor de sua casa, num dos famigerados Home Equity Line. Em geral, numa OUTRA instituicao financeira. Que assumiu entao um “second lien” na propriedade. Quando o imovel vai a foreclosure, o banco do second lien so’ leva algum apos o first lien ser 100pct ressarcido! Como as casas perderam valor e uns 25 pct delas valem menos que o emprestimo original, e sao justamente essas que estao entrando em foreclosure, todos os emprestimos de refi ESTAO SENDO TOTALMENTE PERDIDOS! Do verbo “nao receber porra nenhuma”. Sacou cumpadre? Nao seria isso um tour completo no pedaco da Luzia?

    FABIO

    Valeu a pena ter escrito so’ para ter o privilegio de ler essa sua mensagem. Muito obrigado.

    Um grande abraco a todos

    Kleber S.

  15. MAS E OS CDSs? E A EUROPA?

    Os cumpadres ja’ estao de saco cheio de me ouvir repetindo que o maior problema e’ CDS, e que a situacao na Europa e’ pior que nos US. Passemos portanto ‘a demonstracao da assertiva.

    1- Boom imobiliario nao ocorreu exatamente pelo planeta todo. US, Espanha, Irlanda, UK, arrebentaram. Na Europa Oriental tambem houve, mas o poder aquisitivo e’ baixo. Na Alemanha? Necas. E assim foi a regra em quase toda a velha Europa.

    2- Ahah, dirao voces, eles compraram estrume barakistano, e juntaram um pouco do proprio. Certo. Mas nao e’ so’ isto.

    3- Na falta de mortage, o que os europeus fizeram? Clonaram CDOs americanos via CDSs!!!! Em vez de terem uma CASA como garantia, esses CDOs chamados “sinteticos” nao tem underlying asset nenhum!!!

    4- A enorme maioria dos CDOs na Europa sao “sinteticos”.

    5- Como o mercado de CDSs nao tem qualquer. tipo de controle, ninguem sabe o quanto esta’ agrupado nesse tipo de instrumento!

    6- Parem para respirar e voltem para o item 1.

    7- Sim, voces entenderam tudo corretamente, e este comentario e’ REAL, nao parte de um pesadelo.

    8- Por isso mesmo o Tio Barak tem que manter a AIG viva a qualquer custo, sacaram cumpadres?

    9- Caso a coisa estoure nao ha’ o que segure. Deu pra assimilar ou o choque ainda esta’ muito grande? Praticamente todas as instituicoes financeiras do planeta serao “eliminadas”, diretamente ou por tabela.

    Um abraco de qubrar costela

    Kleber S.

  16. Os efeitos da crise já foram sentidos no Brasil,basta ver os dados da produção industrial,Brasil corre risco de deflação.

    Uma proposta seria o governo usar os 180 bilhões que o Banco Central lucrou com a alta do dólar para aumentar investimento e a oferta de crédito.

  17. “Quase todo subi refinanciou o aumento de valor de sua casa, num dos famigerados Home Equity Line. Em geral, numa OUTRA instituicao financeira.”

    Essa info é inédita para mim, sempre achei que fosse feita pela própria instituição financiadora da hipoteca. Obrigado, mais uma vez.

    abs,

  18. ARLEQUIM

    Esqueci de responder uma de suas duvidas acima, sobre o Plano K. Ele tem uma diferenca fundamental do Plano Paulson.

    No caso dele o Tesouro compra o lichotoxico e pronto. No Plano K o governo administra uma conta marcada a valor de acordo com o que os bancos escolherem – de face ou descontado – mas o banco pagaria as perdas no decorrer dos anos. Caso o banco abra o bico no meio do caminho, ai’ sim a contabilizacao cessaria e o Tesouro arcaria com os lucros ou perdas.

    Abracao

    Kleber S.

    PS: Somente hoje recebi a grande noticia do enliguicamento suino pelo Colo-Colo. Acho que era tanto colo que a porcada resolveu dar uma sentadinha.

  19. “Alex inclusive é possível desenvolver um modelo de equilíbrio geral mostrando que bancos nunca devem ser privados por problema de falhas no mercado.”

    Sim, e eu também posso desenvolver um modelo de equilíbrio geral mostrando que o Avaí será o campeão da Libertadores do ano que vem. Apenas a cacetada de suposições bizarras que vou ter que marretar no modelo serão pouco críveis.

  20. Ah, nada como uma explicação sobre os bancos gananciosos e seus colegas mais gananciosos ainda.

    Caraca, não houve falha de regulação pois não havia e não há regulação possível que de conta destas e das n possíveis variações. Houve e há moral hazard. Não é dificil de ver.

  21. Era para os EUA cortar gastos para reduzir o deficit público.O deficit vai para 10% do PIB esse ano,no longo prazo vai ser danoso.E qual a receita dos Keynesianos? Aumentar gastos públicos ao invés de cortar,EUA deveria ter seu Rating rebaixado.

    Algumas medidas práticas poderiam ser adotadas para evitar o desemprego como o fim do salário mínimo e seguro desemprego,isso poderia amenizar os efeitos da crise por lá.

  22. Muito interessante o artigo do Belluzzo na Folha de hoje. Principalmente quando ele lembra do decantado choque de produtividade na economia americana dos anos 90.

  23. OLHO NO LANCE!

    A diretora-chefe da FDIC pediu 500 bizinhos para o governo. Como o balance sheet da agencia era de uns 60 bi, e depois da quebra de 42 bancos se restringiu a 18, essa injecao sem precedentes de recursos pode muito bem indicar que tem peixe grande pra boiar na praia.
    Quem sabe o C passe desta para melhor…

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  24. “Muito interessante o artigo do Belluzzo na Folha de hoje. Principalmente quando ele lembra do decantado choque de produtividade na economia americana dos anos 90.”

    Patético. O entendimento do presidente porco sobre o que é economia parou ali por volta dos anos 70.

    Ainda bem que ele vai se encarregar de terminar de afundar a porcada (PIG que me perdoe) ao invés de fazê-lo com o país.

  25. Alex EUA daqui a pouco os EUA deixaram de ser a potencia do mundo se continuarem com as políticas Keynesianas.

    O choque de produtividade dos anos 90 se deu basicamente porque EUA permitia imigração de mão de orba qualificada (asiáticos em geral),o governo não investiu um PUTO em pesquisas,quem investiu foi a iniciativa privada.

    Na parte fiscal pelo menos tínhamos um superavit,hoje somos deficitários.

  26. Tio Alex,

    Sobre o artigo do Belluzo, me corrija se minha interpretação está errada:
    – ele começa citando um artigo do Buiter no FT, que critica os modelos DSGE atuais por darem pouca importância ao setor bancário (na realidade, nenhuma, já que assumem mercados completos). Na minha opinião, o Buiter está certo, vão ter que melhorar os modelos.
    – Depois o Beluzzo desce o pau no Lucas e na escola de RBC, que deixa em segundo plano aspectos monetários e atribui o grosso das flutuações da economia a choques reais. (Descer o pau nisso, até eu fazia sozinho. Faz muito tempo que neguinho vem aperfeiçoando esses modelos, partindo do arcabouço original e acrescentando imperfeições de mercado, crédito, etc.)
    – Finalmente, no último parágrafo, ele diz que o crescimento americano entre 95 e 2001, não se deveu a nenhum choque de produtividade, conforme versões “popularescas” do RBC, mas a uma bolha Greenspaniana.

    Que a bolha imobiliária teve origem monetária, há pouco a discutir. Mas falar que não houve crescimento de produtividade devido à revolução de TI é um pouco forte. Para refutar o cara de forma fundamentada,alguém conhece algum artigo sério que tenha testado isso?

    Tem que matar a cobra e mostrar o pau.

    Chucky

  27. PERGUNTAS AOS AMIGOS

    Sera’ que o Sr. Belluzo esta’ conduzindo o suino do Parque pelo mesmo caminho do Plano Cruzado?

    Caso ele seja detonado pelo Sport Recife vamos assitir a Manxaverde lacando boi no pasto? Ou sera’ que vao dar outro “trato” no Luxa?

    Sera’ que a torcida ficou muito pedavida em tomar o gol inaugural de Ronaldao Trambolho?

    Por que sera’ que tem economista que nao aprende porra nenhuma?

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  28. “- Depois o Beluzzo desce o pau no Lucas e na escola de RBC, que deixa em segundo plano aspectos monetários e atribui o grosso das flutuações da economia a choques reais. (Descer o pau nisso, até eu fazia sozinho. Faz muito tempo que neguinho vem aperfeiçoando esses modelos, partindo do arcabouço original e acrescentando imperfeições de mercado, crédito, etc.)”

    Perfeito Chucky. Além disto é uma tremenda ilusão achar que estes modelos de RBC (ou mesmo DGSE) de alguma forma guiam decisões de política monetária (alguns DGSE implicam certas conclusões pra lá de esquisitas). Aliás, se usassem modelos de RBC a política monetária seria bastante diferente, concorda? A começar porque nestes modelos a política monetária não tem efeitos reais.

    Até onde eu conheço, BCs usam o arcabouço novo-keynesiano (IS-Curva de Phillips-Regra de Taylor, com maior ou menor sofisticação), que, diga-se, também não têm uma descrição completa de setor bancário.

  29. Quando eu disse que o artigo do Belluzzo era interessante, não é porque ele trouxe alguma interpretação inovadora da crise ou alguma contribuição teórica relevante (ou mesmo alguma leitura de uma contribuição teórica alheia). O que realmente tem de interessante no arquivo foi recuperar a história do choque de produtividade dos anos 90. Sei que a memória de economista, principalmente de economista ortodoxo, que acha que artigo escrito na década de 80 deve ser estudado na cadeira de HPE, é muito curta. Por isso, achei interessante ele resgatar esse ponto, que no final dos anos 90 e começo dessa década era tido como incontestável e que agora estamos vendo que não era bem assim. E não vi mais ninguém, nem no Brasil nem na gringolândia citando o “choque” de produtividade.
    Em tempo: é óbvio que houve aumento de produtividade nos anos 90, assim como houve em décadas anteriores. Mas nos anos 90, o tal choque parecia uma panacéia, o elixir que nos curaria de todos os males econômicos.

  30. “Esse gol do Ronaldo, que enluziou os porcos,deve ser o gol Dumbo. O gol do elefante voador.”

    O zagueiro marcando o Ronaldo parecia ter mais chumbo nas chuteiras que o Ronaldo tem de banha na cintura. Nunca tinha visto ninguém pular para baixo na cabeçada…

  31. 1931

    A essa altura do campeonato, em 1931, a queda do DJ estava em 55% from the peak. A mesma de hoje…

    Vi o gol do Trambolho hoje no YT. Muito curioso o que o zagueiro (13) fez.

    Todo o apoio ao Sport Recife. Ae, BobFields, tem tarefa ai’ em Angola, ta’ falado?

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  32. Alex,
    o senhor está apostando em queda de 1,5% da SELIC. O senhor considera essa a melhor decisão no momento?
    Ainda trabalha com a possibilidade do repasse cambial?

    Os dados do PIB trimestral, produção industrial, capacidade instalada, etc, parecem mesmo autorizar o corte que o senhor espera.

    Abraços

  33. Alex uma maior regulação do sistema financeiro americano teria um impacto sobre o crescimento dos EUA?

    Querer implementar uma regulação maior pode contrair a oferta de crédito na economia.

  34. PROVA QUE DEUS EXISTE

    Ecuador Reserves Drop 13% on Week to $3.48 Billion (Update1)

    By Stephan Kueffner

    March 9 (Bloomberg) — Ecuador’s foreign reserves fell 13 percent in the week ending March 6 to $3.48 billion, down $520 million from $4 billion on Feb. 27, the central bank said.

    Reserves dropped to their lowest level since July 2007, the bank said in a report on its Web site today. Ecuador’s reserves grew to a high of $6.5 billion in September before plunging 47 percent amid the global financial and economic crisis.

    The collapse of the price of oil, Ecuador’s top export, poses a risk to the economy because the OPEC member has relied on oil sales to provide dollars for importing manufactured goods, President Rafael Correa has said. Oil has fallen almost 70 percent since touching $145.29 last July 3.

    The drain of dollars stemming from Ecuador’s trade deficit is the biggest risk to the country’s continued use of the U.S. currency, Correa has said. The government is taking steps such as import restrictions and higher customs duties to defend the use of the dollar, Correa said today in an interview on Ecuadorean Public Radio.

    Ecuador’s defaulted benchmark 2012 bond lost 0.7 cent on the dollar to trade at 29 cents at 2 p.m. New York time after closing last week at 29.7 cents, according to JPMorgan Chase & Co. Ecuador defaulted on the bond and another maturing in 2030 on Dec. 12.

  35. Kleber,

    sobre o crash de 29, lembre-se que depois da black thursday o DJIA caiu de 452 p para 244 p, exatamente um ponto acima de dezembro de 28, 245p. Ou seja, não precisa ir até 31.

    TS

  36. lex,
    o senhor está apostando em queda de 1,5% da SELIC. O senhor considera essa a melhor decisão no momento?
    Ainda trabalha com a possibilidade do repasse cambial?

    Os dados do PIB trimestral, produção industrial, capacidade instalada, etc, parecem mesmo autorizar o corte que o senhor espera.

    Abraços

  37. Alguém sabe de algum trabalho recente que relacione “Teoria de Jogos” com aspectos dessa crise financeira ? Algum tipo de paradoxo ou dilema ?

  38. ADOLPHO

    Nao me admira que o velho safado e boko-moko discorde. A grande diferenca entre ele e eu e’ que eu nunca criei crise sistemica nenhuma, alem de ser intelectualmente honesto, e’ claro.

    Abracao

    Kleber S.

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