Eu pretendia escrever sobre a confusão acerca do retorno do licenciamento prévio das importações, mas o governo, pressionado, voltou atrás rapidamente, percebendo os problemas que esta medida poderia causar. Quisera que a inteligência revelada nesse episódio pudesse de alguma forma contaminar nossos redutos protecionistas. Qual o quê?

Superado o incidente, os suspeitos de sempre – ainda reconhecendo que, quem sabe, talvez, a medida original tenha sido um pouco, mas só um pouco, exagerada – não tardaram a perceber a oportunidade para aumentar sua parcela na renda às expensas do resto da sociedade, e têm vindo a público pedir (quando não exigir) maior proteção à indústria. Como de hábito, argumenta-se que a proposta seria de interesse de toda sociedade; do ponto de vista prático, porém, se um dia adotada, traria ganho apenas para setores diretamente protegidos.

Reconhece-se que o período atual é propício a este tipo de idéia. Em meio à forte desaceleração global há a tentação permanente de passar parte dos custos para o exterior e a Grande Depressão ilustra muito bem o processo. Assim, àquela época não foram poucos os países que recorreram a medidas protecionistas (contra, diga-se, a opinião da maior parte dos economistas) para, supostamente, preservar a atividade doméstica à custa das exportações de outros países, ainda mais porque, num mundo de taxas fixas de câmbio, a única forma de ajuste se daria pela deflação doméstica, processo demorado e custoso.

Tais procedimentos, aliás, foram aptamente descritos como a política de “empobrecer seu vizinho” e, mais importante, apontados também como um dos fatores que agravaram a Grande Depressão, motivo pelo qual no pós-guerra foram criadas instituições (originalmente o GATT, agora a OMC) justamente para prevenir este tipo de medida. Concretamente, a adoção simultânea de barreiras protecionistas reduz o volume de comércio internacional sem que nenhum dos países consiga na verdade “exportar” o desemprego, acrescentando a uma situação já complicada todas as perdas de eficiência associadas à não-exploração das vantagens comparativas.

Isto dito, se num mundo de taxas fixas de câmbio o protecionismo já não é a solução ideal, num mundo de taxas flexíveis esta proposta se torna ainda pior. Como vemos no caso brasileiro (e de vários outros países), a deterioração das condições externas (preços de commodities, custo de capital) levou a uma forte depreciação da moeda. E, lembremo-nos, a taxa corrente de câmbio (ao redor de R$ 2,30 por dólar) era vista, há não muito tempo, como a taxa “ideal” por lideranças empresariais e seus economistas de plantão. Não obstante, mesmo depois da maciça desvalorização da moeda, persistem as propostas de limitação às importações.

Ironicamente, se posta em prática, a restrição às importações tenderia a apreciar a taxa de câmbio, não só desfazendo aquilo que a proteção pretendia fazer, mas também prejudicando adicionalmente as exportações, na prática reduzindo ainda mais nosso já diminuto comércio internacional.

Isto dito, num mundo de mudanças tão abruptas chega a ser reconfortante ver a permanência de certas idéias: o câmbio (não importa onde esteja) é sempre insuficiente, a indústria precisa de proteção ininterrupta (para “salvar empregos”, é claro) e, mesmo com a taxa real de juros caindo 300 pontos entre setembro de 2008 e fevereiro de 2009, a solução para tudo é fazer reuniões quinzenais do Copom. Com liderança deste calibre, a indústria vai longe; apenas na direção errada.

(Publicado 18/Fev/2009)

198 thoughts on “Sem norte

  1. Engraçado tb são os bancos pedindo a redução do compulsório com seus lucros extravagantes e com o argumento de que “baixando o compulsório, baixariam o spread”…
    A evidência mostra pequena relação no Brasil entre spread e compulsório…
    Enfim, sempre temos os dois lados e seus interesses.
    Abraços

  2. Alexandre,
    Ótima descrição do que esse cancro chamado Fiesp, entre outras similares, nos causa. Minha única discordancia é que nos últimos 35 anos que acompanho essa turma, eles tem sido bem sucedidos em defender a mamadeira, ou seja, para eles eles acham que estão na direção correta.
    Abraço,
    Lellis

  3. Alex essa medida de licença das importações foi ridicula.O governo tem que prestar atenção nos produtos asiáticos que entram aqui barato demais.

    O governi deve impedir a prática de Dampig,com esse patamar de cambio é pessimo para importar.

    Deveriamos colocar 1dolar= a 1 real.

  4. Alex, muito boa a sua coluna hoje, é impressionante como essas baboseiras não resistem aos fatos. Você tinha que participar desses encontros promovidos pela Abinee, essas reuniões seriam hilárias se as conseqüências não fossem tão trágicas…Valeu, embora não seja economista, sou visitante assíduo do blog, parabéns!!!

    Losovoi

  5. Alex,

    quando se critica os planos de recuperação dos governos(os jornais estão cheios com diversas criticas), está se defendendo outro tipo de intervenção ou está se defendendo que o Estado não faça nada?

    Daí ficam duas questões: (1) que medidas tomadas teriam impacto mais eficiente para minimizar a crise?

    (2) Como exercício mental, o que aconteceria se o governo não tomasse nenhuma medida contra a crise? No curto e no longo prazo, qual seria o custo e o beneficio de não se fazer nada? (empregos, produção, consumo, etc.).

    Fica claro que alguns analistas superestimam o sucesso das medidas ‘anticiclicas’ governamentais. Mas mesmo sendo muio cético, não é possivel que essas ações tenham aglguma capacidade mínima de minimizar a crise no curto prazo? E aqui não estou falando apenas da saúde do sistema econômico, mas também da saúde das pessoas (bem estar no curto prazo).

  6. Alex:
    Off-topic. Tendo já sido alvo de seu simpático atendimento aos comentaristas do blog (livrou-me de ler Stephen Kanitz) tomo a liberdade de solicitar o seguinte: não tenho formação em economia, mas, gosto do assunto. Apreciaria a indicação de algum/uns livro/s, em português, para um iniciante, sobre o assunto. Freakonomics é um bom livro?
    Agradeço a atenção.
    Um abraço.

  7. “Ironicamente, se posta em prática, a restrição às importações tenderia a apreciar a taxa de câmbio,…”

    Mas Alex, não se esqueça que “eles” querem também câmbio controlado, e é claro, depreciado. O governo teria de comprar os dólares das exportações (mas e a demanda externa? Existe?), injetando moeda ou vendendo títulos públicos, aumentando a dívida pública como forma de manter o juro no patamar estabelecido pelo regime de metas, etc. Ou seja, iria mudar tudo e já vimos este filme antes e o final é triste.

    Abç.

    M.

  8. Haha. Essa “parábola do câmbio” é fenomenal. Nunca estamos com a taxa de câmbio de agrado das pessoas. Mas me refiro às mesmas pessoas. Se o câmbio está a 1,80 ou a 3,60 ou a 2,70 (ponto médio), está sempre errado.

    E os caras tem uma visao muito supercial mesmo. O Krugman ganhou Nobel agora e o pessoal acha que foi porque ele é anti-Bush, e não porque seu trabalho foi de demonstrar que o comércio é bom.

    As pessoas apóiam o Krugman da maneira que elas querem, o famoso pior que cego, ou seja, aquele que não quer ver.

    Tudo isso só me faz continuar a crer que tudo aquilo que é economicamente correto parece ser politicamente incorreto.

    KG.

  9. “que cálculo foi esse da taxa real de juros?”

    Swap de 360 dias (-) expectativas de inflação

    “para eles eles acham que estão na direção correta”

    Bom comentário: é isso mesmo, mas não nos esquiva de abrir os olhos desta gente, não?

  10. Anonimo o Brasil deveria colocar o cambio fixo ou regime de bandas cambiais.

    Se tivéssemos com o regime de bandas não teríamos essa perda de empresas com derivativos.

  11. E’ ISSO AE, TIO!

    Pimba na gorduxinha da FIESP. E’ muito gozado ver a “santa alianca” renovando-se a cada downturn em que empresarios e sindicatos se unem para bem do emprego. Os caras nem sequer tem imaginacao para usar um discurso novo. Enquanto isso, ao mesmo tempo em que as montadoras americanas passavam por perdas desesperadoras, levando a situacao onde esta’, os brasileiros amargavam FILAS pra comprar ‘carrocas’. Ha’ 30 anos atras se justificava a protecao porque as nacionais nao teriam condicoes de competir com importacoes por uma serie de fatores, tecnologia incluso. E agora, seu Iscafi, voces melhoraram alguma porra? Parece que nao, ne’? Sera’ que ele nao tem vergonha de voltar pra casa a cada dia e realizar que ele fracassou como lider da industria? Que ainda precisa de protecao do governo pra subsistir?

    A verdade nua e crua e’ que apos a Guerra do Paraguay o Brasil se tornou potencia dominante e inconteste do sub-continente. Uma vez livre da ameaca externa, sua classe dominante voltou-se ferozmente para dentro, dedicando-se a explorar o pais em beneficio propiro e exclusivo.

    O resultado e’ issoquitai’.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  12. O tio iria criticar aquele(s) afoito que sempre abre o jogo pra imprensa antes da hora, mas nem precisou…o apressado come a pasta crua 🙂

    Se cada um luta pelo seu e comprovadamente uma melhora do País significa uma melhora para as industrias em absoluto, os que defendem medidas que nos levarao ao contrário o fazem por burrice? Ou é só cara de pau mesmo?

    Eia terrinha a nossa..

    Apollo Doutrinador

  13. “…E’ muito gozado ver a “santa alianca” renovando-se a cada downturn em que empresarios e sindicatos se unem para bem do emprego.”

    Mas ai entra essa outra safadeza mór, o sistema S e seus impostos e contribuições. O melhor negócio no Brasil é ser sindicalista, seja do trabalhista seja patronal. É muita grana para fazer lobby. Até eleje presidente da República…..

  14. Nada a criticar quanto à posição da FIESP. Estão fazendo o trabalho deles: puxar a sardinha para seu lado sempre que surgir uma oportunidade. O dia em que algum presidente da FIESP disser que o câmbio está OK e que a política monetária está correta, vai ser substituído imediatamente por outro com uma postura mais “desenvolvimentista”. Cabe ao governo moderar o apetite deste pessoal.
    Mas os hermanos já estão dando uma ajuda, ao tentar levantar barreiras contra produtos brasileiros: como é que os nossos empresários vão advogar proteção no mercano interno e querer abertura no resto do mercosul?
    A lição econômica contra o protecionismo já foi aprendida. Só as republiquetas vão flertar com estas medidas, e os resultados já são conhecidos… Sorte que o Brasil está deixando de ser republiqueta (apesar de Sarneys, Lulas e o resto).

    A propósito: já faz um tempo que não ouço mais falar da doença holandesa do Bresser. Será que o regime de câmbio flutuante a curou?

    The Killer Bozo

  15. No modelo Mundell-Fleming (IS-LM-BP), a política comercial SEMPRE é ineficaz em regime de câmbio flutuante puro. O que se pode fazer é POLÍTICA INDUSTRIAL de abertura ou protecionismo, não ampliação ou diminuição da penetração de importações.

  16. “A propósito: já faz um tempo que não ouço mais falar da doença holandesa do Bresser. Será que o regime de câmbio flutuante a curou?”

    Nao estah prestando atencao, entao. Pois Bresser e seus bonecos-de-ventriloquo continuam pregando o evangelho da doenca holandesa.

    “O”

  17. "Apreciaria a indicação de algum/uns livro/s, em português, para um iniciante, sobre o assunto. Freakonomics é um bom livro?'

    Eu não gostei muito (esperava mais). Nesta linha, o Undercover Economist (mencionei o livro aqui http://maovisivel.blogspot.com/2008/03/leituras.html) é mais interessante.

    Mas melhor mesmo é pegar um bom manual de introdução à Economia (o último que vi foi o Krugman&Wells – legalzinho), mas há muitos bons manuais. Em casa olho com mais cuidado. Alguém tem uma sugestão? "O"?

  18. Sugestão de bons livros de economia.

    The Constitution of Liberty (Hayek)
    The Commanding Heights (Yergin)
    Capitalism and Freedom (Friedman)
    America's Great Depression (Rothbard)
    The Mistery of Capital (Soto)
    The Road to Serfdom (Hayek)
    The State (Oppenheimer)
    Capitalism: The Unkown Ideal (Ayn Rand)
    Liberalism (Mises)
    Os Limites da Ação do Estado (Humboldt)
    Falhas de Governo (Tullock)
    A Lei (Bastiat)
    Intervencionismo: Uma Análise Econômica (Mises)
    A Crise Argentina (Rojas)
    O Que é o Liberalismo? (Donald Stweart)
    Entre os Cupins e os Homens (Og Leme)
    Free to Choose (Friedman)
    Free Trade Under Fire (Irwin)
    Em Defesa da Globalização (Wolf)
    Custo e Escolha (Buchanan)
    As Seis Lições (Mises)
    Desestatização do Dinheiro (Haeyk)
    Propriedade e Liberdade (Pipes)
    Escola Austríaca (Soto)
    The Ethics of Redistribution (Jouvenel)
    The Quest for Cosmic Justice (Sowell)
    The Morals of Markets (Acton)
    Understanding the Process of Economic Change (North)
    Frédéric Bastiat (Bastiat)
    O Dinossauro (Meira Penna)
    Economics in One Lesson (Hazlitt)
    A Lógica da Liberdade (Polanyi)
    A Liberdade (Mill)
    O Dilema da Democracia (Seldon)
    A Solução Liberal (Sorman)
    The Firm, The Market and The Law (Coase)
    A Teoria da Exploração do Socialismo-Comunismo (Bowm-Bawerk)
    The Goverment Against the Economy (Reisman)
    Liberty for Latin America (Llosa)
    Democracy: The God That Failed (Hoppe)
    The Discovery of Freedom (R.W.Lane)
    A Sociedade de Confiança (Peyrefitte)
    Competition & Entrepreneurship (Kirzner)
    Princípios de Economia Política (Menger)
    Defending the Undefendable (Block)
    A Suécia Depois do Modelo Sueco (Rojas)
    O Essencial von Mises (Rothbard)
    Anarchy, State, and Utopia (Nozick)

    The Man Versus the State (Spencer)
    Escritos Políticos (Milton)
    A Era da Turbulência (Greenspan)
    Why Globalization Works (Wolf)
    The Anti-capitalistic Mentality (Mises)
    Bureaucracy (Mises)
    The Ultimate Foundation of Economic Science (Mises)
    The Fatal Conceit (Hayek)
    Salvando o Capitalismo dos Capitalistas (Zingales)
    Speaking of Liberty (Rockwell)
    The Ethics of Liberty (Rothbard)
    Individualism and Economic Order (Hayek)
    Omnipotent Government (Mises)
    Money and Freedom (Sennholz)
    Vienna & Chicago: Friends or Foes? (Skousen)
    The Theory of Money and Credit (Mises)
    The Case Against the Fed (Rothbard)
    Human Action (Mises)

    Após a leitura desses livros, alguém continua um cupim (esquerdista coletivista defensor do governo dirigista) apenas por falta de caráter mesmo!.

    Não vá atras do Krugman,Mankiw pois eles são contra o livre mercado.

  19. Alex,

    Não vale acrescentar um elogio pessoal ao Lula? Ele mesmo, que tem o enorme mérito de não deixar os petistas governarem….. Não foi o presidente que deu um basta nesse besteirol dos protecionistas?

  20. Alex se você soubesse um pouco de contabilidade nacional veria que um aumento maior das importações desvalorizaria o cambio,agravando mais ainda a inflação.

    Até setembro as importações estavam crescendo há um ritmo maior que as exportações,um corte maior nas tarifas aumentaria mais ainda as importações e agravaria o deficit em conta corrente.

  21. “Alex se você soubesse um pouco de contabilidade nacional veria que um aumento maior das importações desvalorizaria o cambio,agravando mais ainda a inflação.”

    Gabriel:

    Se você soubesse economia não escreveria esta barbaridade. Se sua mãe tivesse saco, você teria dois pais…

  22. Período…………………………..2007……………….2008

    Balança Comercial…………….20,577…………….11,349

    Exportação………………………73,214……………90,645

    Importações……………………..52,637……………79,296

    E no fim

    Saldo em Tranção corrente….2413…………..- 17,402

    Condizentes com a deteriorização das contas externas segundo esse pensamento. Como seria a regressão linear ?

    É cada uma,não é só contabilidade social é econometria tbm.

  23. CONCEITOS E PRECONCEITOS

    Ha’ um consenso geral no blog sobre certas materias, algumas das quais eu listo abaixo:

    1- Cambio fixo causa mais mal do que bem, muitas vezes conduzindo a desastre.

    2- O padrao-ouro e’ uma verdadeira ancora amarrada ao pe’ da economia.

    3- Desajustes fiscais sao inevitavelmente punidos pelo mercado, e’ so’ uma questao de tempo.

    4- Deficits persistentes em conta-corrente nao sao sustentaveis ad eternum.

    5- Este ajuste e’ geralmente feito por uma desvalorizacao da moeda.

    6- O tal ajuste so’ pode ser feito por um longo e doloroso processo de deflacao caso se use o cambio fixado pelo padrao-ouro.

    Muito bem, otimos conceitos. Onde esta’ o preconceito? Ora, esta’ na crenca de que a Zona do Euro e’ sustentavel a longo prazo com a folia fiscal de seus integrantes. Cumpadres, o que se passa na UE e’ exatamente o que se passou na Grande Depressao, com moedas em cambio fixo atreladas ao padra-ouro. Pior do que isso, as nacoes-membro usam a mesma moeda!!! Cume’ qui a Irlanda (Espanha e Portchugau logo atras na fila) vai sair do mato sem caxorro em que se encontra? A uniao e’ sustentavel, e’?

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  24. Augusto.

    Eu sugeriria ler os manuais de Macroeconomia do Blanchard e de Microeconomia do Varian. Eles mostram os primeiros modelos e a forma de pensar como economista. E creio que seja indispensável algum conhecimento de estatística e econometria (essa segunda me causou traumas, mas é fundamental) para se conhecer o instrumental utilizado.

  25. Muitos dos empresarios brasileiros – e do p[arque nacional – e de segunda categoria por que nao foram expostos a competicao global real.

    Isso e consequencia direta de uma estrutura regulatoria antiquada e deficiente. Tanto a regulamentacao associada ao comercio exterior, mas tambem as entidades regulatorias internas (a ANATEL, por exemplo) sao

    a) resultado de estatutos antiquados
    b) mal estruturadas e mal gerenciadas
    d) Corrompidas intelectualmente e operacionalmente pelo governo de quem nao tem independencia, e pela legislacao que devem regular.

    Assim nos resta o Brasil descrito pelo General Frances….

    PIG

  26. Agora Obama vai salvar os cem teto.

    Poderia Salvar os que compraram Vale e Petro a 80 reais,as empresas que perderam com derivativos cambiais.

    Ta vendo “Tio” essa camisa do SP da azar,quase perde para o Independiente.Camisa do Corinthians da mais sorte.

  27. Alex,

    de modo geral estou de acordo com o tom do post, mas você escorregou quando disse “acrescentando a uma situação já complicada todas as perdas de eficiência associadas à não-exploração das vantagens comparativas” por dois motivos: (i) a idéia de vantagens comparativas estáticas não tem qualquer fundamento teórico legítimo que associe esse padrão de especialização a crescimento econômico; e (ii) a idéia extremamente difundida de que alocação eficiente dos recursos está associada a crescimento econômico não é amparada em qualquer base teórica e nem empírica… pelo contrário, sem retornos excepcionais não há incentivos ao investimento e à inovação, mas para isso é necessário algum poder de mercado: é a conjectura de Coase.

  28. Ai ai, esses bancos públicos não aprendem…

    Lucro do Banco do Brasil sobe 142% no trimestre
    Lucro anual do banco, de R$ 8,8 bilhões, é recorde.
    Expansão de 40% na carteira de crédito impulsionou resultado.

    o índice de lucro sobre patrimônio líquido médio (ROE), importante indicador da rentabilidade de um banco, avançou na comparação anual para 47,4% no quarto trimestre do ano passado ante 22,2% no quarto trimestre do ano anterior. No ano, a taxa evoluiu para 32,5% contra 22,5% em 2007.

    O lucro anual do Banco do Brasil é o maior entre os bancos brasileiros que já divulgaram seus resultados. O lucro líquido anual do Bradesco ficou em R$ 7,62 bilhões, uma queda de quase 5% frente ao ano anterior.

    O lucro do Santander também caiu no período, para R$ 1,581 bilhão. Já a Caixa Econômica Federal teve alta em seus resultados, de 62,3%, para R$ 3,9 bilhões.

    Q coisa

  29. “É cada uma,não é só contabilidade social é econometria tbm.”

    Como dizia um amigo meu, “shit in, shit out”

    Nem os dados você acerta Gabriel (e nao é a primeira vez; deve ser algo na Dimensão Z):

    2007 2008
    Balança 40,0 24,8
    Exportação 160,6 197.9
    Importação 120.6 173.1

  30. “Ai ai, esses bancos públicos não aprendem…

    Lucro do Banco do Brasil sobe 142% no trimestre Lucro anual do banco, de R$ 8,8 bilhões, é recorde. Expansão de 40% na carteira de crédito impulsionou resultado.”

    Agência Estado
    07:22 BB: LUCRO LÍQUIDO CONTÁBIL DO 4º TRIMESTRE DE 2008 É RECORDE

    São Paulo, 19 – O lucro líquido contábil do Banco do Brasil no quarto trimestre de 2008, de R$ 2,944 bilhões, é o maior da história para um período de três meses, superando o recorde anterior de R$ 2,347 bilhões registrado no primeiro trimestre do ano passado. O resultado foi possível graças às mudanças no cálculo de ativos e
    passivos dos fundos de pensão, que geraram um resultado não recorrente de R$ 1,318 bilhão.

    No último dia 23, o BB anunciou que a contabilização de parte dos ganhos atuariais não reconhecidos no plano de aposentadoria somava R$ 5,326 bilhões. A contabilização das perdas chegou a R$ 1,259 bilhão e a dos efeitos fiscais ficou negativa em R$ 1,546 bilhão. Com o reforço no resultado ocasionado por essas
    mudanças, a instituição decidiu fazer ainda uma provisão adicional de R$ 1,7 bilhão para perdas da carteira de crédito.

    Ai, ai, estes bancos públicos não aprendem… Nem certos comentaristas…

  31. “Muito bem, otimos conceitos. Onde esta’ o preconceito? Ora, esta’ na crenca de que a Zona do Euro e’ sustentavel a longo prazo com a folia fiscal de seus integrantes. Cumpadres, o que se passa na UE e’ exatamente o que se passou na Grande Depressao, com moedas em cambio fixo atreladas ao padra-ouro. Pior do que isso, as nacoes-membro usam a mesma moeda!!! Cume’ qui a Irlanda (Espanha e Portchugau logo atras na fila) vai sair do mato sem caxorro em que se encontra? A uniao e’ sustentavel, e’?”

    Excelente pergunta…

  32. Voltando aos livros de economia,

    Creio que um bom livro introdutório de como pensar em economia é o: “Economia sem Truques”, dos professores Carlos Eduardo Gonçalves e Bernardo Guimarães. O já citado “Undercover Economist” do Tim Harford também é uma boa pedida.

    Nota-se que esses são livros de introdução ao modo de funcionamento da cabeça de um economista. Se você quiser uma introdução de teoria econômica, recomendo o livro do Mankiw, o qual utilizei na faculdade. Não conheço o do Krugman, mas muitos dizem que supera o do Mankiw.

    Abs
    Caio Machado

  33. Augusto,

    eu acho o Freakanomcis um livro interessante, melhor que o undercover economist, mas você não vai aprender economia por nenhum deles. Melhor é começar pegando um livro de introdução. Eu acho o Mankiw muito bom.

    Paif,
    Eu acho que cabem elogios ao Lula sim. Pelo menos nesse aspecto.

  34. Lichand,
    idéia de vantagens comparativas estáticas? Você não está seriamente usando argumendo da indústria nascente em pleno século XXI?

    Alex,
    não dá para ler o post e não lembrar do texto do Krugman. Por que ele escreveu aquilo? Por que?

  35. Alex, “O”, Kleber e demais colegas

    Estudo economia na UFPR (heterodoxismo a la Unicamp), e me formo em jul/09. Insatisfeito com o curso.

    Fui aprovado em economia na PUC Rio e penso em mudar para la. Me formaria em dez/10.

    Voces acham que o custo de oportunidade de 1,5 ano a mais de faculdade vale ?
    Ser da UFPR fecha muita porta no mercado financeiro pra trabalhar no Rio/SP?
    Ah, já estudei na LSE (intercambio, 2 materias: Macro avancada e Merc Financeiro).

    Obrigado e Abracos

    FMD

  36. FMD:

    Vale. Mesmo porque nas atuais circunstâncias o custo de oportunidade do mercado de trabalho está muito baixo e a resposta racional me parece ser dedicar um tempo adicional à qualificação.

    Abs

    Alex

  37. Prezados, falo abaixo sobre um guia de estudos para formação de um economista.

    Sugiro, para iniciar, os clássicos:

    1. Quesnay. Tableau Economique
    2. Smith. A Riqueza das Nações
    3. Ricardo. Princípios de Economia Política e Tributação
    4. Marx. O Capital (1, 2 e 3)
    5. Keynes. Teoria Geral

    Feito isso, o estudante pode prosseguir com:

    1. Luxemburgo. Acumulação de Capital
    2. Hilferding. O Capital Financeiro
    3. Oskar Lange. Moderna Economia Política
    4. Sweezy. Teoria do Desenvolvimento Capitalista
    5. Schumpeter. História da Análise Econômica (opcional)

    Em seguida, é permitido ao estudante se aventurar na moderna teoria econômica. Siga para:

    1. Guidorizzi. Um Curso de Cálculo, vol. 1
    2. Boldrini e outros. Álgebra Linear
    3. Chiang. Matemática para Economistas
    4. Varian. Microeconomia
    5. Blanchard. Macroeconomia
    6. Meyer. Probabilidade
    7. Gujarati. Introdução à Econometria

    Em seguida, já é possível subir o nível:

    1. Cysne e Moreira. Curso de Matemática para Economistas
    2. Elon Lima. Curso de Análise Real
    3. Blanchard e Fisher. Lectures
    4. Romer. Advanced Macroeconomics
    5. Simonsen e Cysne. Macroeconomia
    5. Mas-Colell. Microeconomic

    Porém, para aqueles estudantes mais apressados, que querem encontrar atalhos e sair posando de sábio e entendedor de economia em pouco tempo, sugiro, com virmeza, um único livro:

    Chesnais. A Mundialização do Capital

    (Porém, recomendo que se mantenham longe deste livro lamentável)

    Outros livros variados indispensáveis para a formação:

    1. Sweezy e Dobb. Do Feudalismo ao Capitalismo
    2. J.S.Mill. Da Liberdade
    3. Hayek. O Caminho da Servidão
    4. Friedman. Capitalismo e Liberdade
    5. Furtado. Formação Econômica do Brasil
    6. Blinder. Bancos Centrais
    7. Klamer. Conversas com Economistas

    Enfim, são apenas sugestões.

    Abraços, Jonny de Bruce.

  38. FMD

    Eu nao sou economista, voce sabe que sou engenheiro, portanto nao posso opinar sobre qaulidade de ensino nas escolas mencionadas. No entanto, o conceito geral aqui no Barakistao e’:

    1- Nao importa onde voce se forme, o que importa e’ onde voce faz mestrado.

    2- Como corolario, diploma de graduacao por si so’ conta muito pouco. Alias ter mestrados foi realmente importante pra quando eu imigrei pra ca’.

    Por isso ficaria ae a sugestao: termine a graduacao onde voce esta’ o mais rapido possivel, e escolha uma boa escola de verdade para mestrado. O tempo utilizado seria mais ou menos o mesmo.

    Um grande abraco

    Kleber S.

  39. PREGUINHO! PREGUINHO!

    O famigerado UBS (aaah, UBS…) quase mudou de nome esta semana para Uniao de Bandidos Suicos. Mas um acordo ontem salvou os meninos de criminal prosecution pelo IRS (receita federal barakistana). Seguinte: eles mandavam “agentes” com encripted notebooks e o escambau para high profile arts and sports events no Barakistao. Ai’ eles arrumavam clientes ricos que abriam contas em nomes de terceiros ou mesmo entidades fantasmas, burlando desta forma o fisco baraki’.

    A multa ate’ que foi leve, 780 milhoes de dolares, hoje em dia grana pra mendigo. O pobrema e’ que neguinho teve que revelar nomes de clientes. Isso ouricou meio mundo na Europa, cujo fisco tambem anda ‘a caca de tigrao com conta na Suica. Com a perda de protecao a fraudadores, os bancos suicos ficarao extremamente nao-competitivos. Os baixos juros pagos no pais so’ sao aceitaveis pra quem nao paga imposto de renda. Vai dai’ que pode haver uma silenciosa corrida aos bancos. Caso isso aconteca, o meu sonho de abrir o sopao (Bei Marolinha, lembram?) no centro de Zurich estara’ a um passo de se concretizar…

    Suica: P+

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  40. FMD,

    sigo o conselho de Kléber.
    Porém, fique atento, pois se, como vc disse, a formação que te é dada da UFPR é exclusivamente heterodoxa, aquilo que te é ensinado de metodos quantitativos e teoria micro/macro formal devem deixar a desejar.

    Isto significa que vc terá mais dificuldades para entrar em um mestrado que deseja (Puc/GV-Rio).
    Então, não fique satisfeito com o conteúdo que te é passado nas aulas. Estude por conta própria e se prepare bem para a Anpec.

  41. FMD,

    sigo o conselho de Kléber.
    Porém, fique atento, pois se, como vc disse, a formação que te é dada da UFPR é exclusivamente heterodoxa, aquilo que te é ensinado de metodos quantitativos e teoria micro/macro formal devem deixar a desejar.

    Isto significa que vc terá mais dificuldades para entrar em um mestrado que deseja (Puc/GV-Rio).
    Então, não fique satisfeito com o conteúdo que te é passado nas aulas. Estude por conta própria e se prepare bem para a Anpec.

  42. O nível dos economistas brasileiro esta ótimo,se esquecem de Mises,Hayek,Rothbard pois agora a moda é evocar Keynes.

    Um dos poucos que evoca Hayek e Mises é Shikida do Ibmec-MG (excelente economista).

  43. Alex e demais,

    queria pegar carona no comentário do Kleber, acima:

    “Nao importa onde voce se forme, o que importa e’ onde voce faz mestrado”

    Minha pergunta é:

    Vocês arriscam uma lista, um ranking, dentre mestrados abaixo, daquele cujos alunos são mais procurados, para aquele cujos alunos são menos procurados, para trabalhar no mercado financeiro e na iniciativa privada em geral?

    PUC-RIO
    FGV-RIO
    UFRJ
    USP
    FGV-SP
    UNICAMP
    PUC-SP
    UNB
    UNESP
    USP-RP
    UFPR
    ETC SE QUISEREM…

    Agradeço a atenção.
    Roberto

  44. FMD:

    Complementando a dica do Kleber, eu sugeriria o seguinte:
    Se você acha que tem bala na agulha para passar bem na ANPEC e conseguir mestrado na PUC, Fundação ou USP: recomendo que termine o curso na UFPR e use o ano e meio fazendo o mestrado.
    Se não está seguro o suficiente para isso: se transfira para a PUC.

  45. Visto que economista deve ter uma formação similar a de um engenheiro,sugeriria

    Livro de Calculo bom é o apostol,usado no IME/ITA/UNICAMP.

    Cáculo 1 (limite-derivada-integral a 1 variável) ele tem o mesmo conteúdo do livro do Guidorizzi. No Cálculo 2, ele perde em profundidade e extensão para Hubbard-Vector Calculus, Linear Algebra and Differential Forms ou Loomis-Advanced Calculus. No Cálculo 3, o Kreider-Introdução à Análise Linear leva vantagem. No Cálculo 4, é suplantado pelo Hildebrand-Advanced Calculus. Na Álgebra Linear, o Carl Meyer-Matrix Analysis é mais completo. Enfim.

  46. Alex você leu o Artigo do Pokemón hoje no Valor?

    ELE defende a “tese” de que a grande quantidade de estatais permite ao Brasil reagir mais prontamente à crise. E mais! Ele culpa as privatizações na Argentina pela situação pior nesse país. Ele diz:
    “Países que se desfizeram de bancos e empresas públicas, como o caso argentino, convivem hoje com maiores dificuldades para enfrentar afirmativamente a crise.”

  47. Obrigado pela ajuda de todos. Me clarearam bem.

    Acredito que passo sim na Anpec bem. Eu sei que está longe de ser facil, mas me preparando bem eu acho que consigo.
    O que me deixa receoso sao as minhas notas na UFPR. Elas sao ruins, nao por incompentencia, mas por desmotivacao pelo excessivo heterodoxismo.
    Em minha defesa, estudei Macro e Mercado financeiro na LSE, onde o nivel era muito mais alto, e tive notas muito boas.

    Resumindo… Notas na graduacao ruins me impediriam de entrar em um mestrado na PUC/EPGE se eu for bem rankeado na Anpec?

    Abraco a todos e obrigado novamente.

    FMD

  48. FMD,

    Recomendo fortemente que va ao mestrado.

    Quanto a escolha de escolas, se estivesse recrutando para o doutorado ou contratando para meu depto de pesquisa, eu teria um preconceito bem forte contra um mestrando fora do eixo PUC/EPGE, abrindo excecoes entretanto para algum USPeano com carta de recomendacao extraordinaria e mais ninguem.

    Tendo dito isso, se algum infeliz tiver mestrado na Unicamp mas tiver alguma publicacao que mostre que ele/ela provavelmente tinha status de paria em Campinas, poderia entao ve-lo/a com outros olhos.

    “O”

  49. Quanto a recomendacao de livros, eu nao tenho a minima ideia de qual o melhor livro-texto hoje em dia.

    Mas se eu fosse recomendar a um profissional (advogado, engenheiro, dentista etc) livros sobre economia para que eles realmente aprendam algo util, eu ficaria longe dos livros-texto…

    Ao inves, recomendaria bons livros de “pop science”/”non fiction”.

    Por exemplo, para entender o mundo, nao ha livro melhor que o “Guns, Germs and Steel” do Jared Diamond. Para quem for preguicoso, existe um documentario da National Geographic sobre esse livro e minha crianca de 9 anos assistiu e entendeu, portanto deve saber hoje em dia mais economia/historia do que o Pokemon.

    Para entender financas internacionais, crises cambiais, recomendo os livros do Paul Blunstein (jornalista do Washington Post) sobre a crise asiatica e da Argentina: The Chastening; And the money kept rolling in (and out).

    Para entender desenvolvimento economico, por que paises crescem, recomendaria o livro do Bill Easterly: “The elusive quest for growth”

    Todos esses livros escritos para o publico amplo, sem necessidade de treinamento em econometria, calculo etc.

    “O”

  50. FMD

    Faço mestrado em economia na PUC e fiz graduação lá também. Siga o conselho do Kleber, vá direto para o mestrado.

    Se você não tiver uma base boa na graduação recomendo que faça um cursinho preparatório para ANPEC. Há bons cursos no Rio como em SP.

    Aliás, se você passar bem na ANPEC, ninguém na PUC ou na EPGE vai sequer olhar as suas notas da graduação.

  51. Quanto a EPGE, a seleção segue rigorosamente a classificação da Anpec. Na PUC não era exatamente assim. No meu ano fiquei entre os 30 primeiros mas não fui chamado na PUC, mas sei de alunos que ficaram abaixo de mim na classificação e foram aceitos. Não sei se isso mudou. Para ter uma idéia, sugiro pegar a classificação da Anpec do ano passado (por centro) e verificar qual foi a posição do último aceito. Vai te dar uma idéia da colocação que você precisaria atingir para conseguir o seu objetivo.

  52. FMD,

    PUC e EPGE não dão a mínima para a sua nota na graduação. Não é modo de falar: eles não querem nem saber disso. TUDO o que importa é a colocação na ANPEC. Se ficar entre os 10 ou 20 primeiros, considere-se aceito.

    Mas a concorrência deve ser pesada nos próximos anos, já que o mercado de trabalho vai estar fraco. Prepare-se bem!

    Recomendo também se preparar bem em matemática e estatística. Os cursos de verão são pesados, e há casos de alunos que foram jubilados por não mandarem bem nestes cursos (embora os caras não fossem toupeiras).

    Boa sorte.

    Killer Clown from Outer Space

  53. Prezados,

    o ranking, me ajudem a tentar entender isso. Pois não existe apenas puc e gv no pais.
    Gostaria de ter uma ideia de como as demais sao consideradas.

    Grato, Roberto

  54. “O mestrado em economia da Unicamp é igual ao da PUC-RJ,basta vê no Capes.”

    Também sugiro que você veja DIREITO na CAPES. Os caras reduziram a nota da PUC de 6 para 5 por dois motivos:
    – A PUC formou poucos doutores.
    De fato, a PUC sempre deu mais ênfase ao mestrado e só ultimamente começou a ampliar o número de doutorandos. Mas isso não tem relação com a qualidade do curso.

    – A quantidade de publicações da PUC não foi formidável.
    De fato (leia a avaliação da CAPES), os caras da PUC dão preferência para publicação de artigos em periódicos internacionais, de maior impacto, onde é mais difícil publicar. Se você ponderar as publicações por fatores de impacto realistas, a PUC é a segunda no Brasil. Mas os fatores de impacto da CAPES foram construídos para agradar as universidades medianas, tipo: um artigo na Econometrica equivale a uns 2 na RBE.

    Mesmo descontando o bairrismo dos cariocas, PUC-Rio e EPGE estão em outro patamar (a EPGE com a vantagem de ser maior). Junte mais informações além dos relatórios da CAPES. Por exemplo: se você quer trabalhar em bancos, pergunte de que faculdades eles contratam mais. Se você quer um PhD lá fora, descubra quais as faculdades que colocam melhor seus alunos lá. Você vai ver que PUC-Rio e EPGE mandam bem. A USP em SP não fica muito atrás. Já as demais, deixo por sua conta verificar…

    Killer Clown from outer space
    (aka Chucky)

  55. MISSAO CUMPRIDA!

    Durante o rally (farsesco) de fim-de-ano-comeco-de-ano, mais precisamente no dia 2 de janeiro, dia de rally fechando acima dos 9.000 pontos, informamos ‘a cara cambada que a bolsa atingiria new lows ainda neste trimestre. Bateu na trave no comeco da semana, emplacou um golaco hoje. Dow Jones 7466, six-year low.
    Mas nao fiquem tristes, cumpadres. As derivadas estao zerando. Havera’ um bear market rally ainda este ano. Quem sabe ate’ nao muito longe, porque a tchurma do establishment NAO PODE permitir capitulacao.

    TIO “O”

    O Guns, Germs and Steel e’ otimo. Do mesmo autor recomendaria o Collapse, que basicamente trata de como sociedades inteiras foram enluziadas para sempre.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  56. Guns, germs & steel foi um dos melhores livros que já li. Um daqueles que te fazem ver as coisas sob um ótica que jamais havia imaginado.

    Collapse é bom, mas não tão bom (pudera, o nível do GG&S é altíssimo). A taxonomia dos porquês as sociedades se enluziaram (!) é ótima, e os "estudos de caso" ensinam um tanto.

    Alguém leu o The Third Chimpanzee?

  57. IBGE: INFLAÇÃO MEDIDA PELO IPCA-15 EM FEVEREIRO FOI DE 0,63%

    Mais uma vez, redondinho…

    A tentativa de amaciada do presidente ja denunciava que em termos de atividade, os resultados iriam vir pior que a expectativa

    Pressao nos preços e queda da atividade, a situação é consistente por muito tempo? Eis a questão…

    Dout.

  58. Caruso,

    não estou fazendo um argumento, estou refutando um: não há evidência, econométrica ou histórica, de que explorar as chamadas vantagens comparativas estáticas promova crescimento. Ressaltei ‘estáticas’ porque, por definição, vantagens comparativas dinâmicas são capazes de impulsionar crescimento, e embora há evidência histórica bastante volumosa de que países tenham obtido sucesso em explorar essas vantagens, não é nada claro como identificá-las, além do que há pouco trabalho historiográfico/econométrico sério de documentação dos insucessos daqueles que investiram sem sucesso em setores tomados como prioritários (no caso da AL por exemplo é difícil separar confounding factors causadores da estagnação, e a abordagem ideal para estudar o problema é realmente setorial, como é feito para os casos de sucesso).

    Anyway, meu ponto principal é: eficiência estática não tem relação íntima com crescimento econômico; essa associação é algo bastante difícil de desfazer na cabeça dos economistas.

  59. Artigo do Defim Netto:

    “Tenho procurado mostrar que esta é a pior das atitudes, porque se o banqueiro insiste em reduzir os montantes, tenta elevar o custo dos empréstimos ou recusa o crédito a quem produz, ele que era um banco hígido acaba virando um banco podre, porque apodrece a qualidade de seus clientes.”

    Respeitosamente, mas, não seria exatamente o contrário?

    Vou repensar a utilidade das equipes de risco de crédito, estou chegando a conclusão de que elas prejudicam a higidez da instituição..

    Apollo Creed

  60. Pois é, pediam câmbio a R$ 2,30 e agora ele está aí. Mas nada mudou de lá pra cá na sua planilha? Por acaso não estamos numa crise global monumental ? Por acaso as moedas de diversos de nossos concorrentes não se desvalorizaram também entre 30 e 40%? Por acaso a demanda externa é a mesma? Há crédito externo por aí? Como anda a balança comercial?

    Já sei, já sei, vamos subir os juros e conter a poderosa inflação de demanda. Cortar gastos do governo. Vocês planilheiros da turminha da mônica são geniais. Muito criativos. Seus modelos de risco e suas hipóteses neoclássicas são ciência pura, state-of-the-art. Eu fico impressionado com a qualidade das análises heheh…

  61. Acredito que o Delfim exagerou um pouco, mas é possível que essa restrição de crédito tenha mesmo um efeito negativo sobre a própria instituição no longo prazo dado esse cenário de crise. É só pensar que uma piora nas condições de crédito agem negativamente sobre a economia como um todo devido aos efeitos diretos e indiretos numa cadeia de produção. Pegando o caso extremo, a própria base de clientes que hoje o banco considera como seguros, pode ter parte afetada, que se tornaria má pagadora pela intensificação desse efeito. É claro que o Delfim exagera, mas acredito que o raciocínio que ele usou deve ter sido esse. Opiniões? Abraço! Gabriel Gava

  62. Eu li o Guns germs and steel.

    Acho o experimento natural dele uma furada. Acho que ele desconsidera por completo o papel das instituições. Acho que não pode ser usado como modelo de desenvolvimento econônimo. Apesar disso, acho acima de tudo que o livro é brilhante.

  63. Mudando um pouco de assunto:

    teve falcatrua no Concurso do IPEA, chamaram um professor da Unicamp para a prova oral que não ficou entre os 30 primeiros na área de Economia Internacional.

    O nome dele é Marcos Antonio Macedo Cintra.

  64. Anônimo,

    meu ranking de mestrado seria:

    PUC,
    EPGE, (decisão entre EPGE e PUC é algo pessoal, depende da área e do perfil)
    USP
    FGV-SP
    Anpec de novo

    Maurício,

    é verdade que a PUC não segue rigorosamente a anpec. Eles chamam ou 20 primeiros mais alguns que eles selecionam pelo CV. Mas as EPGE faz a mesma coisa. Chamam os 40 primeiros mais alguns. Este ano, por exemplo, entrou na EPGE o cara que tinha sido o 60 da Anpec.

  65. “. Mas nada mudou de lá pra cá na sua planilha? Por acaso não estamos numa crise global monumental ? Por acaso as moedas de diversos de nossos concorrentes não se desvalorizaram também entre 30 e 40%? Por acaso a demanda externa é a mesma? Há crédito externo por aí? Como anda a balança comercial?’

    Então os fundamentos mudaram? Mas se os fundamentos eram melhores antes, por que o câmbio estava “fora de lugar” mesmo?

    A balança? Pior este ano que o ano passado, quando “o câmbio estava fora de lugar”… Mas tudo se resume à taxa de câmbio, não é?

    Realmente uma análise profunda para um problema complexo e multifacetado…

  66. Ooops

    O MAIOR BANCO suíço, o UBS, assinou um acordo com os EUA a fim de reduzir as penas a que estaria sujeito por auxiliar alguns milhares de americanos a fraudar o Imposto de Renda. O texto do acordo divulgado anteontem estabelece que o “UBS reconhece e aceita que, (…) a partir de 2000 e até 2007, o UBS (…) participou de um esquema para fraudar os EUA”.
    São 43 páginas cabeludas. Um dos anexos diz que o “UBS e seus co-conspiradores (…) aumentaram os lucros do UBS por meio da oferta de serviços bancários e de aconselhamento de investimentos não autorizados e não registrados nos EUA”, com o que esconderam do fisco a identidade de clientes que procuravam escapar do pagamento de impostos. O banco, seus executivos, gerentes etc. faziam parte da conspiração. Funcionários do UBS fizeram milhares de viagens para os EUA a fim de propor a gente rica investimentos ilegais e evasão de dinheiro.

  67. Ai ai ai ai

    Esses bancos não aprendem… q coisa

    O lucro líquido do Banco do Brasil, turbinado por ganhos extraordinários, atingiu inéditos R$ 8,803 bilhões em 2008. A cifra representou uma elevação de 74% em relação ao resultado obtido em 2007. Sem os efeitos extraordinários, o resultado do banco ficou em R$ 6,685 bilhões -ainda assim, um montante recorde.
    Com o maior crescimento já registrado desde 2000, a carteira de crédito do BB deu um salto de 39,9% em 12 meses, para encerrar o ano em R$ 224,8 bilhões, sendo fundamental para seu resultado. Para este ano, a previsão do banco é a de que, em meio à esperada desaceleração econômica, o crédito cresça a um ritmo bem menor, em torno de 17%.
    O resultado do BB em 2008 sofreu relevante influência de efeitos extraordinários, tanto positivos quanto negativos.

    Ai ai ai ai

  68. NO BARAKISTAO

    Eu ainda nao vi nenhum cliente, nem de empresas onde amigos trabalham, deixar de pagar nem comprar por causa de falta de credito. Tambem nao conheco nem uma unica pessoa que deixou de comprar algo por causa de corte na sua linha de credito no CC.

    O problema e’ seletividade. Quem esta’ precisando de grana e nao encontra e’ cara subprime e empresas que estao muito mal das pernas – ou alto risco, como LBOs – que se financiam no atacado de bonds e commercial papers. Esses caras nunca deveriam ter se estabelecido como devedores, to start with.

    A politca baraki’ esta’ errada por adiar o enterro desses zumbis. Eles estao apenas tirando pricing power de quem e’ solido. A prorrogacao indefinida dessa agonia vai acabar atingindo as boas empresas tambem. Vejam o caso da GM: seu enterro iria solucionar de vez o problema de super-oferta de veiculos. Mas o governo teima em “salvar empregos”. O cara tem de ser muito burro – ou krugmaniacamente ideologizado – pra acreditar nessa falacia. Hoje pela primeira vez ocupou espaco na midia um sujeito que esta’ botando fogo no mato contra o pograma bobamico de doar dinheiro a quem comprou casa e nao pode pagar. Os apelos sentimentaloides de viuvas que perderam seus maridos no Braz e seus filhos na Praca da Republica nao esta’ colando mais. Porque claramente o pograma nao esta’ dirigido para essas pessoas. Bobama ta’quita’ mucho loco dentro da roupa pra doar dinheiro alheio para parte da populacao. Uma especie de bolsa-foreclosure, ou algo parecido.

    Parece que o Roubini anda lendo o blog…

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Indice Ze’ do Caixao

    Austria- PP+

  69. "Mudando um pouco de assunto:

    teve falcatrua no Concurso do IPEA, chamaram um professor da Unicamp para a prova oral que não ficou entre os 30 primeiros na área de Economia Internacional.

    O nome dele é Marcos Antonio Macedo Cintra."

    O Marcos Cintra é muito bem ligado politicamente, mas nao eh da turma do Pochman. Vale averiguar. O caso estah sendo discutido aqui:

    http://concursos.correioweb.com.br/forum/viewtopic.php?t=77192&postdays=0&postorder=asc&start=240

    Mas pelo menos o Ricardo Amorim, comparsa do Pokemon, ficou de fora. He he he.

  70. Bancos na UE têm US$ 23 trilhões em títulos sob risco de calote
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    da Folha Online

    O sistema bancário da União Europeia (UE) tem 18,2 trilhões de euros (cerca de 23 trilhões) em ativos “podres” (com alto risco de calote) ou que precisam de revisões contábeis, segundo documento que está em preparação pela Comissão Europeia (o órgão executivo da UE) para ser dirigido aos ministros das áreas financeiras dos 27 países do bloco, de acordo com reportagem do diário britânico “The Guardian”.

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u507236.shtml

  71. E não é que o país da jabuticaba está se saindo relativamente bem na crise? Além de jabuticaba temos:

    -compulsório bancário elevado – que nos permite fazer muita política monetária antes de cair em armadilha da liquidez

    -ações preferenciais – que nos permite aportar recursos em bancos, se necessário, sem assumir o controle ou aumentar o endividamento deles (como acontece com as ações preferenciais nos Estados Unidos, que pagam juros)

    -grandes bancos estatais – que podem absorver temporariamente a demanda por crédito não-satisfeita pelo setor privado.

  72. Do Broadcast:

    “São Paulo, 19 – As despesas administrativas do Banco do Brasil cresceram 9,7% no ano passado, totalizando R$ 14,756 bilhões. No quarto trimestre, em relação ao
    mesmo período de 2007, a expansão foi de 13%, somando R$ 4,165 bilhões. A expansão desses gastos foi maior do que o ritmo de crescimento das receitas, que em
    2008 foi de 6,4%, totalizando R$ 10,538 bilhões no ano e no trimestre, R$ 2,677 bilhões, alta de 3,3%.”

    Do Valor:

    “Excluindo os ganhos extraordinários, o lucro líquido recorrente foi de R$ 1,626 bilhões no quarto trimestre, 20,2% a menos do que o do terceiro trimestre.”

    “O resultado do BB em 2008 sofreu relevante influência de efeitos extraordinários, tanto positivos quanto negativos. Por um lado, houve o fundo de pensão Previ, que contribuiu com R$ 5,326 bilhões por meio de ganhos atuariais que foram, pela primeira vez, reconhecidos. Por outro, houve o aumento de R$ 1,594 bilhão na provisão adicional para créditos duvidosos.”

    É mesmo um modelo de eficiência.

    Ai ai ai…

  73. Primeiro foi o Mantega dizendo que os bancos poderiam ganhar mais se cobrassem juros maiores, agora é o Delfim tentando nos convencer de que o melhor para os bancos é fazer o que ele sugere. Quem eles acham que são burros, os bancos ou a população?

  74. “não estou fazendo um argumento, estou refutando um: não há evidência, econométrica ou histórica, de que explorar as chamadas vantagens comparativas estáticas promova crescimento. “

    Nem eh para ter. Vantagens comparativas estaticas determinam o NIVEL do PIB, nao sua taxa de crescimento. Eh o mesmo argumento do Peter Henry sobre liberalizacao de capitais: aumenta o nivel do PIB, nao a taxa de crescimento (de longo prazo).

    Por exemplo, se o Texas resolvesse nao explorar as vantagens comparativas estaticas, entao nao desenvolveria a industria petrolifera. Sem o petroleo, o Texas provavelmente seria um deserto desabitado.

    “O”

  75. K

    Os zumbis morrem essa semana que vem ou em 2 no maximo.

    1. todo mundo sabe que e muito provavel que receivership a la suecia seja inevitavel

    2. Logo um numero maior de vozes influentes levantam a possibilidade, eg, Chris Dodd, Chairman of the Senate Banking Committe

    3. Com o risco de receber no bail out, investidores dump bank shares, equity values caem

    4 desaparece a habilidade dos bancos de manter a aparencia de solvencia, levantar capital (hah!), ou criar um plano viavel de sobrevivencia sem intervencao e sem um hand out que redefina “moral hazard.”

    5. retorne a 1.

    O cerco se fecha. time is up…

    PIG

  76. O estimulo no Brasil.

    Alguem no Brasil esta pensando quais serao as consequencias de medio e longo prazo do pacote de extimulo americano, e o que o Brasil deve fazer pra se beneficiar?

    Aqui vai um exemplo. Entre o estimulo, AB 32 na California e a “energy bill” sendo circulada no Senado ha mais de 1 trilhao de dolares de grana pra investimento na area de energia (conservacao e green sources).

    Mesmo os mais pessimists estao achando que nos proximos 3 anos havera a criacao de um novo setor industrial nos US, novas tecnologias e o comeco de uma transformacao fundamental do setor energetico americano.

    Alguem no Brasil esta pensando no que o pais deve fazer pra se beneficiar disso? Nao tem nenhum impacto na politica industrial e de desenvolvimento do pais?

    PIG

  77. meu ranking de mestrado seria:

    PUC,
    EPGE, (decisão entre EPGE e PUC é algo pessoal, depende da área e do perfil)
    USP
    FGV-SP (Só se for para estudar micro/microeconometria, pois a área macro da FGV é de um atraso impressionante!)

  78. “Por favor, defina “longo prazo”. “

    Longo prazo pode ser qualquer prazo mais longo que a amplitude do ciclo de negocios (business cycle); ou alternativamente, o tempo necessario para a economia ajustar seu estoque de capital a uma nova realidade.

    Em termos praticos, pense em 10 anos.

    “O”

  79. Meu ranking:

    PUC, EPGE

    USP

    Para o quarto lugar, fica dificil, mas eu conheco mais economistas com Ph.D. gringo, fazendo trabalho de qualidade, publicando e empregados em instituicoes de ponta que sairam da UFPE do que da FGV-SP.

    Seria interessante compilar os dados de colocacao nos doutorados estrangeiros dos diferentes programas de mestrado no Brasil. Eu suspeito que no topo da distribuicao (top 10), a PUC-RJ e a EPGE devem responder por mais do que 80% da populacao.

    “O”

  80. THE WAY OUT

    Tecnicamente existe outra saida, PIG. Vamos aos dados.

    – Valor das mortages no pais: 14 trilhoes.

    – Em default: 6 pct, ou seja 840 bizinhos. Perda real apos foreclosure e revenda: maximo 420 bizinhos.

    – Ja’ absorvido em write-downs and offs: 1 trilhao.

    Ve-se portanto que a marcacao a mercado esta’ causando mais estrago do que o prejuizo real. Qual e’ o Plano K?

    Seguinte:

    – Tira-se a podridao dos bancos e passa-se-lha para um fundao do governo, ear-marked como uma conta do banco depositario.

    – Os papeis no fundao teriam o valor que os bancos quisessem, de face ou corrente. Esse valor seria mantido ate’ que houvessem defaults reais no portfolio.

    – No decorrer do tempo, todo mes, o governo passaria o cheque do rendimento liquido ao banco. Se este fosse negativo em funcao de REAL defaults, o banco pagaria ao governo a diferenca.

    Em 20 a 25 anos a coisa estaria resolvida, e por mecanismos de mercado. Nesse tempo, os bancos teriam ampla oportunidade de ganhar o dinheiro necessario para cobrir perdas eventuais.
    Mas acho que este plano ninguem gosta, porque nao proporcionaria assalto em larga escala ao bolso do contribuinte, e os bancos ficariam em situacao de baixa lucratividade por muito tempo. Messias e sub querem ser herois, e Uaustriti quer o meu dinheiro para resolver os seus problemas.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Merril Lynch vendeu 31 bizinhos de licho radiativo por 22 cents on the dollar meses atras. Mesmo que fosse tudo sub-prime, o default ratio dessa galera e’ “apenas” 20 pct. Com todo o meu pessimismo, nao acredito que vai chegar a 78 pct. A menos, e’ claro, que os luminares do governo criem problema novo pra nao resolver problema velho.

  81. A PEDIDOS

    Como um leitor do blog sugeriu:

    -Parabens, Marolinha. Parabens Manteguinha. Parabens, Bacen. Parabens, Copom.

    Voces sao baos pra baralho! O resultado da inflacao do IPCA-15 (ou coisa que o valha) foi de mais de 8 pct anualizados! E o numero de empregos perdidos no mes foi record historico para janeiro!

    ESTAGFLACAO NA CABECA, CUMPADRES! PRIMEIRA NACAO DO G-ISSO-G-AQUILO QUE CONSEGUIU A PROEZA!

    Mas o que e’ que o energumeno Alex Schwartsman, e seu cordao de puxa-sacos pregou nesse tempo todo? Aumento de juros, justamente pra nao cair numa situacao como esta, certo? Situacao onde se criou um problema novo pra nao se resolver um problema velho.

    Perai’, isso nao e’ ideia de energumeno! Entao os energas seriam aqueles a quem dei os parabens? Neste caso retiro a congratulacao.

    Um bando de energumenos com sindrome de D…

    Abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  82. Caro Caruso,

    Quantos ao livro Armas, Germes e Aço, você está enganado quanto ao papel das instituições.

    O barato do livro é justamente mostrar que boa parte da explicação do porque os povos eurasianos avançaram mais rapidamente é dada por fatores geográficos, e não raciais, sociais ou institucionais. Este maior avanço se deveu à evolução mais rápida da agricultura e pecuária nestes locais, favorecidas pelas condições naturais. O adensamento populacional resultante que permitiu o surgimento de sociedades mais complexas que tribos de caçadores-coletores, e o aparecimento das “instituições” de que você fala. A partir daí é que podemos começar a conversar sobre o papel das instituições, mas neste ponto a vantagem eurasiana já estava dada.

    A parte final do livro, onde ele fala sobre “cleptocracia” e coisa parecida, de fato é bobagem que aparece quando ele começa a se meter em assunto que não é sua especialidade. Mas não tira o mérito da primeira parte.

    Aliás, não se deve valorizar demais o cara. Ele apenas divulgou ao grande público conclusões que já tinha tomado corpo entre historiadores.

    Chucky

  83. PIG,

    Quanto a essa nova “economia verde”, acho que o melhor que o Brasil tem a fazer é esperar.

    Essas tecnologias verdes serão mais CARAS do que as sujas e não vão criar um aumento de produtividade e riqueza como foi o caso da revolução de IT. Mas são fundamentais para reduzir as externalidades negativas da emissão de CO2. Elas só vão ser economicamente viáveis se os governos começarem a taxar essa externalidade. (no Brasil, isso já é feito. Nossa gasolina custa o dobro da dos USA, e nossos carros são pequenos, populares e rodam com etanol, viável justamente pelo preço alto da gasolina).

    A economia verde envolve:
    – Aumento de eficiência energética: isso não é nenhuma revolução tecnológica, apenas investimento e avanço gradual. Essa tecnologia, os gringos desenvolvem e a gente importa a baixo custo.
    – fontes verdes alternativas: eólica e solar são caras, com ganhos de escala e curva de aprendizado. A gente já tem bastante hidrelétricas para construir e podemos esperar essa tecnologia ficar mais barata, importando-a com pouco custo.
    – Etanol celulósico: é uma aposta de risco. Não se sabe se a tecnologia será viável. Tem gente investindo nisso no Brasil, mas o volume de pesquisa nos EUA é muito maior. De qualquer forma, se encontrarem uma tecnologia viável, um dos cultivos que apresenta maior rendimento de biomassa por hectare é… a cana-de-açúcar.
    – Carros elétricos: ao invés de ser gerada pela queima de gasolina nos motores, a energia vai ter que ser gerada em alguma central elétrica. Ser for queimando combustíveis fósseis, nada muda.

    Essa economia verde vai ser necessária para evitar que o mundo derreta, mas não vai criar mais riqueza. Aliás, num primeiro momento, vai acabar apenas exportando as atividades poluidoras para países subdesenvolvidos, tipo China e Índia.

    O papel do Brasil vai ser reduzir o desmatamento. Isso tampouco é revolução de produtividade…

    Chucky.

  84. Entre Proer e Proes foram uns bons quatro anos, se não me falha a memória (começou com o Nacional em out ou nov de 95 e foi até os bancos estaduais em 98/99). Houve também a Emgea e a recapitalização de BB e CEF em 2001 (pode ter sido em 2000).

    Mas no Brasil a abordagem foi caso-a-caso, à medida que as condições requeriam. Nos EUA terá que ser uma coisa bem mais rápida.

  85. TIO “O”

    Considerando sua definicao de longo prazo, fico entao com uma duvida sobre vantagens “estaticas”. Se o petroleo do Texas e’ uma delas, considerando que demorou bem mais de 10 anos para a industria petrolifera do Texas atingir estagio maduro, como seria considerada a aceleracao da taxa de crescimento do PIB texano durante os anos de desenvolvimento dessa industria?

    CHUCKY

    A implantacao de tecnologia energetica “verde” (odeio o termo pois me lembra do suino da Avenida Antartica) tem uma justificativa economica forte. E’ a nao-importacao de petroleo. Nao ha’ razao para que quando o nivel de atividade economica voltar ao patamar de 2007 o preco do oleo nao suba para a estratosfera outra vez. Esta revolucao energetica ira’ redesenhar o fluxo de capitais pelo mundo.
    Estrategicamente castraria o pessoalzinho do Oriente Medio. Humanisticamente, caso a era do petroleo se acabe por falta de petroleo, vai haver muuuuiiiito pranto e ranger de dentes. Sociedades inteiras desaparecerao por fome e guerras. Ha’ entao que se investir na materia, quer queiram quer nao queiram. Quem sentar e esperar vai acabar com o traseiro machucado. Evidentemente no medio prazo a consequencia sera’ a CONTINUACAO do processo de tranferencia de poluicao de uma area do globo para outra.

    No entanto, num segundo momento, havera’ a necessidade de ajuste do Terceiro Mundo ‘as novas modalidades de geracao energetica, porque o preco crescente do petroleo eventualmente acabara’ inviabilizando as economias locais. E ai’ quem for pego de calcas curtas vai pra tras da horta ajudar a Luzia entreter o bando de negoes.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  86. kleber Obama poderia investir mais na energia verde,o problema è que ele prega o protecioinsmo.EUA nao e tam competitivo como o Brasil na questao de fontes renovavies.

    Obama poderia fazer parcerias com o Brasil para avancar nas tecnologias verdes.Hugo Penteado lancou um livro sobre economia verde,Alex deve o conhecer.

    Alex se o Objetivo tentar adotar uma medida rapida para localizar os ativos podres dos bancos seria uma nacionalizacao de todo o sistema financeiro por decreto.

    Isso afetaria um pouco a credibilidade dos EUA em relacao ao respeito a propiedade privada.

  87. Me pergunto por que razão a taxa de câmbio do Texas não teria valorizado excessivamente com a exploração de campos de petróleo…

    ahh, já sei, deve ser porque o Texas não tem taxa de câmbio!

  88. “como seria considerada a aceleracao da taxa de crescimento do PIB texano durante os anos de desenvolvimento dessa industria?”

    Exatamente isso que NAO eh crescimento de longo prazo, mas sim “transitional dynamics”.

  89. “ESTAGFLACAO NA CABECA, CUMPADRES! PRIMEIRA NACAO DO G-ISSO-G-AQUILO QUE CONSEGUIU A PROEZA! “

    Acho um pouco pedir demais que o Brasil nao tenha uma recessao em 2009 frente a realidade do choque dos termos de troca. Vamos ter e pronto. Tolice eh achar que podemos escapar.

    Quanto aa inflacao, tb faz parte. Paises com cambio flutuante que sofrem com um choque negativo nos termos de troca passam por isso. Alias eh para isso que o sistema de cambio flutuante serve! Para amortecer os choques reais…

    Agora o que eh evitavel eh ter uma crise fiscal ou nao. Espero que nao fabriquemos uma.

    “O”

  90. Àqueles que colocam EPGE/PUC a frente de USP demonstra desconhecimento e um certo preconceito.

    Convém olhar o relatório da CAPES e a lista de publicações da USP. É possível que, no mínimo, você constate que a USP não está atrás e até na frente dos outros centros, em qualidade de publicação. Em quantidade, a USP está bem na frente, mas é um centro maior.

    Quanto a enviar alunos para o PhD no exterior, o desconhecimento é tão grande que a informação se passa de forma errada. Em parte, certamente é porque a FEA-USP não faz um bom marketing.

    Aqui vai uma lista parcial e incompleta de quantos alunos da USP foram estudar no exterior e o local onde foram aceitos. Se você se interessar procure saber os nomes. A FEA tem um brochura indicando onde os alunos fizeram seu PhD.

    1991 (3): 3 em Illinois.
    1992 (1): 1 University College of London
    1995 (1): 1 Oxford
    1996 (1): 1 UCSD
    1997 (2): 1 Illinois, 1 UCLA
    1998 (2): 1 Chicago, 1 Columbia
    1999 (2): 1 Chicago, 1 Roterdã
    2000 (3): 1 Yale, 2 Illinois
    2001 (12): 1 Princeton, 2 Yale, 1 UCLA, 2 Brown, 1 Maryland, 2 Chicago, 1 Wisconsin, 2 Illinois
    2002 (6): 1 BU, 1 Yale, 1 Princeton, 1 UCLA, 1 UPenn, 1 Illinois
    2003 (1): 1 Minnesota
    2008 (1): 1 London Business School

    Quanto aos alunos que vão fazer mestrado, a USP e a PUC-RJ costumam pegar os alunos mais bem classificados. Isso ocorre porque têm cursos de graduação em Economia, então trata-se de um movimento natural. Em 2008 foi exatamente isso. Seguiu-se a EPGE e a EESP-SP com os alunos mais bem classificados.

    Obs. 1: Não sou vinculado à USP no presente, mas fui desses alunos que foi fazer o doutorado fora.

    Obs. 2: Sobre um livro para aprender economia, acrescentaria “The Armchair Economist” e Macroeconomics do Barro.

  91. “Me pergunto por que razão a taxa de câmbio do Texas não teria valorizado excessivamente com a exploração de campos de petróleo…”

    Economia aberta, pequena, com livre mobilidade de capital e trabalho.

  92. “A FEA tem um brochura indicando onde os alunos fizeram seu PhD.”

    35 alunos em 17 anos… Nao me parece muito impressionante. Sao 2 por ano, e menos que 2 por ano em escola top 10. Para o tamanho do depto, nao eh nada para se orgulhar.

    Alem do mais, nao tem nenhum aluno nas top 2.

  93. HENRIQUE

    O Barakistao tem muitas possibilidades no campo de energia solar (ja’ estao com projetos-piloto no deserto) e eolica. Nao ha’ recurso hidrico suficiente para cana de acucar em larga escala.

    TIO “O”

    Inflacao e’ opcional.

    Abracao

    Kleber S.

  94. “Me pergunto por que razão a taxa de câmbio do Texas não teria valorizado excessivamente com a exploração de campos de petróleo…

    ahh, já sei, deve ser porque o Texas não tem taxa de câmbio!”

    Claro que tem. A taxa nominal de câmbio é fixa com relação ao dólar. Mas a taxa real de câmbio não necessariamente é fixa, pois os preços dos bens não-comercializáveis no Texas não seriam sempre iguais aos preços dos não-comercializáveis de NY.

    Isto dito, como a mobilidade de trabalho é elevada nos EUA, pode-se argumentar que haveria uma tendência à “equalização” dos preços de bens não-comercializáveis. “Equalização”, obviamente não significa preços iguais (há motivos para restuarantes em NY serem mais caros que em Smallville, Kansas), mas uma igualdade ajustada por estas diferenças.

    Aliás, é por este motivo que os EUA podem ser definidos como área monetária ótima (portanto a mesma política monetária poderia ser aplicada a todas as regiões – pelos menos como primeira aproximação) e a Zona do Euro não.

  95. Na PUC, o aluno pega optativas no segundo semestre e começa a trabalhar na dissertação em janeiro/fevereiro do segundo ano (artigo de verão, 2 meses inteiros dedicados à dissertação). A PUC pelo que eu sei valoriza mais o mestrado enquanto a EPGE incentiva os alunos a não fazerem a dissertação de mestrado e
    em 4 anos, eles defendam sua tese de doutorado, sem precisar do título de mestre.

    A EPGE tem uma infra-estrutura melhor e mais professores. O mestrado da EPGE tem muita teoria, a carga horária e bem maior e voce tem menos tempo para trabalhar a dissertação.

    Eu desisti do curso de economia para continuar engenharia mecanica na UFRJ pois tem mais calculo que economia.

    Alex voce conhece algum economista que fez doutorado com voce que veio do Impa?

  96. “é por este motivo que os EUA podem ser definidos como área monetária ótima (portanto a mesma política monetária poderia ser aplicada a todas as regiões – pelos menos como primeira aproximação) e a Zona do Euro não.”

    Errado a ZE tem uma política monetária mais eficiente que a dos EUA ,países da ZE são mais abertos que os EUA,os problemas fiscais dos países são melhores que os do EUA.

  97. “Alex voce conhece algum economista que fez doutorado com voce que veio do Impa?”

    Comigo não. Há economistas que vieram do Impa (o Werlang, o Aluisio Araújo, por exemplo), mas ninguém da minha época era do Impa.

    Agora, até onde sei a EPGE incentiva, sim , teses de mestrado. Trabalhei com três mestres pela EPGE (Fernanda Senna, Andrei Spacov e Maurício Oreng) e os três defenderam tese, tipicamente um paper empírico.

  98. “Errado a ZE tem uma política monetária mais eficiente que a dos EUA”

    Gabriel:

    Sua ignorância só é equiparável à sua arrogância. Marca de uma burrice ímpar.

    Quantos tranalhadores de origem alemã estão empregados no Espanha? Quantos franceses trabalhaam na Itália?

    Agora compare com o número de texanos na Califórnia, ou com o número de não-nativos de NY empregados lá. Entendeu pu precisa da versão em PowerPoint?

  99. Essa discussão em paralelo sobre os centros de pós-graduação está equivocada.

    O que vai determinar o sucesso de um aluno é sua capacidade e os relacionamentos que ele têm e vai fazer na pós. Ser orientando do Araújo garante PhD e emprego, mas não basta querer, tem que mostrar talento e trabalho. Mais ainda, o nível de talento e trabalho que o aluno tem que demonstrar é grande demais para alguém que não tenha a vocação para essa linha de pesquisa.

    Cada centro tem suas linhas de pesquisa e cada uma delas tem seu diferencial. Escolher um centro de pós deveria ser antes de tudo uma escolhe de certas linhas de pesquisa de acordo com as afinidades do aluno com essas linhas de pesquisa e com os pesquisadores nelas envolvidas. Seguir esse caminho aumenta as chances do aluno poder desenvolver ao máximo seu potencial.

    Mas se o aluno quer só ter um bom emprego, não sei se pós-graduação será de grande ajuda.

  100. Mais um economista da USP que fez PhD no MIT e ficou fora da lista: Drausio Giacomelli, hoje no Deutsche Bank, se não me engano.

    O grande problema da FEA/USP é que ela é uma instituição pública e tem que lidar com todas as ineficiências do setor público brasileiro. Nem uma lista dos alunos de mestrado que foram para PhD no exterior eles conseguem manter!

  101. Alex posso ter me expressado mal.A carga horaria na EPGE e maior que a da PUC,o que dificulta um aluno de mestrado na EPGE trabalhar em uma tese.

    Por exemplo na EPGE os alunos de mestrado tem Analise 1 como obrigatoria coisa que na PUC nao tem.

    Na EPGE so faz doutorado fora quem e bom,um aluno medio dificilmente vai.Ja na PUC um aluno medio consegue fazer doutorado fora.

    Na USP da sua turma de mestrado quantos foram fazer doutorado fora?

    “O” a UNB tem um bom corpo docente pode ate brigar com a USP.

    http://www.unb.br/face/eco/professores.htm

    No meu rankinn as melhores escolas sao

    PUC-RJ

    EPGE

    UNB

    IMPA(Microeconomia e economia matematica)

    A USP eu tenho minhas duvidas,meu primo e mestrando la , tem uma tendencia heterodoxa.

  102. ALEX

    Eu desconfiava mesmo que a NYU nao estivesse entre as top 10. E’ que tem neguinho que obtem PhD naquela escola que nao aprende porra nenhuma. E’ o caso de um certo velho safado, biltre, sem-vergonha, cara-de-pau e boko-moko que botou fogo no mato e se mandou, por exemplo.

    Abracao

    Kleber S.

  103. “Parece que ninguem por aqui da’ a minima pra PhD na NYU, certo?

    Não Kleber simplesmente porque porque la tem a escola austríaca,coisa que Alexandre tanto ignora.

    Infelizmente as pessoas falam impropério ignóbeis sobre a EA sem nem antes terem lido um livro de Mises,Hayek,Rothbard.

  104. Ao anônimo de 22/02, às 21h21m.

    Acho q vc não entendeu. Os 35 q vc contou representam uma lista incompleta. O próprio Alexandre nào foi incluído. Alguém lembrou do Zeca Faria e Dráusio Giacomelli. Sim, estão faltando pelo menos mais uma dúzia. Como eu disse, não sou vinculado mais à USP, por isso não posso dizer quem são. Mas, se vc é tão preocupado com isso, talvez seja melhor informar-se mais acuradamente antes de chutar.

    Vc tb menciona q não há top 2, não sei se vc percebe como é ridícula uma crítica como essa… Mesmo q não houvesse nenhuma top 2 ou 10, não seria demérito, pq qq um estaria contente em ser aceito em Columbia, Chicago, Princeton e assim vai. Agora, se vc acha q Chicago não se inclui entre as duas primeiras, só lamento e vc precisa muito atualizar a fonte do seu ranking.

    De qq forma, isso não é tão importante (ser top 2, 10 ou 20) pq o fato é: ser aceito numa das 150 melhores lá fora significa fazer um doutorado melhor do q no Brasil. Sem contar como a menção dos alunos aceitos na USP mostra que sua idéia sobre aquele centro é equivocada e esse era o ponto fundamental a dizer.

    Agora, vc tem q entender um pouco da política dos centros. Até meados da década de 90, a política da USP era muito mais endógena. Isso mudou radicalmente e está-se consolidando nesta década. Os centros onde os alunos da USP estão sendo aceitos vão-se diversificando e até melhorando. Não se preocupe, logo algum aluno será aceito em Harvard e MIT. A questão é q 20 anos de endogenia não se mudam tão rapidamente. Talvez uma conta mais justa fosse ver a média da aceites na atual década.

    Há outros fatores a considerar também para explicar a política de envio de alunos para fora. Os alunos da USP, contrariamente aos da PUC-RJ e EPGE, têm um custo oportunidade muito maior, já que não lhes faltam empregos na iniciativa privada de São Paulo. Muitos deles, na verdade, fazem o mestrado em SP com esse intuito. Existe uma questão burocrática também, em razão da USP ser pública. Assim, quando se pensa que, apesar de pública, a USP ainda consegue enviar alunos para o PhD no exterior, tal se trata de um motivo de júbilo. Finalmente, talvez seja conveniente olhar as novas contratações de lá e pensar sobre o que isso significará nos próximos anos.

    Enfim, eu acho q sob os aspectos mais importantes, USP, EPGE, PUC-RJ e EESP-SP são equiparáveis, talvez uma um pouco melhor q outra num ano, um pouco pior no outro ano. E, sob uma perspectiva mais ampla, todos saem ganhando, alunos e pesquisadores com essa competição mais acirrada.

  105. NYU tem/tinha um doutorado decente, forte em macro keynesiano, tem/tinha o Gali, o Gertler etc Tanto a NYU quanto a Columbia tem o atrativo de poder atrair economistas do NY Fed para dar a sequencia de macro e vice-versa.

    “O”

  106. Pegando carona nas discussões acerca dos melhores programas de pós-graduação em economia do país e no destino tomado por seus ex-alunos, alguém recomenda (ou pode dizer algo sobre) o mestrado em economia da USP-Ribeirão?
    É um programa relativamente novo, mas com boa ênfase em métodos quantitativos.

    Abs;

    Tiago

  107. HENRIQUE

    A escola austriaca me lembra um personagem da Escolinha do Professor Raimundo. Nao me lembro o nome dele, mas o cara era um velho de bone’, que respondia uma sequencia de perguntas de maneira primorosa, ate’ que finalmente vinha com uma besteira monumental. Ai’ entao ele dizia: “Po, justo agora que eu estava indo tao bem!”.
    Li esses caras que voce listou. Muito bons, ate’ comecarem a defender padrao-ouro e moeda privada. Isso e’ asneira quilometrica, cumpadre. E explico por que.

    1- Padrao-ouro: considerando a quantidade relativamente minuscula do metal produzida por milenios de Historia Humana, o mundo para crescer teria que viver em permanente deflacao. Em que pese a “idealidade” da proposta.

    2- Moeda privada: ja’ foi tentado aqui nos US e deu com os burros n’agua. Simplesmente nao funciona.

    Evidente que ha’ outras coisas que sao boas. Como postei em comentario anterior, nao ha’ mais duvida que a Depressao atual teve origem na politica monetaria de Greenzinho, velho safado e boko-moko, conforme prescrito no receituario austriaco. Curiosamente ele se doutorou na NYU. O que confirma minha assertiva em comentario acima de que ele nao aprendeu porra nenhuma. O desenvolvimento desta crise ira’ mostrar se outros postulados austriacos estao corretos.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  108. Porque você papagueio o ano de 2008 inteiro para o Copom subir o juros,quando ele baixa compulsório você não reclama?

    O aumento do compulsório pode impactar mais na inflação que uma redução do juros.

  109. 1) Papaguear (não “papaguiar”) significa repetir o que os outros dizem. Isto eu não faço;
    2) A segunda parte da pergunta também está errada, o que não é surpreendente, vindo de quem vem.

  110. Desculpe uma baixa nos compulsórios pode impactar na inflação porque aumenta a oferta de moeda no mercado.

    Você não reclamou quando o BC baixou compulsório,a redução nos compulsórios esta impactando a inflação agora.

    Uma novidade boa,eu fui aprovado no mestrado de economia da UFPE.

  111. “Desculpe uma baixa nos compulsórios pode impactar na inflação porque aumenta a oferta de moeda no mercado”

    Não, porque há uma meta para a taxa de juros. Nestas condições a oferta monetária é endógena e, como tal, ajusta-se à demanda por moeda.

    Parabéns pelo ingresso. Espero que aprenda.

  112. Alex porque medidas de liquidez não funcionam para evitar crises bancarias?

    Bernanke deixou os juros dos EUA em 2% e não conseguiu evitar a crise bancaria.Me parece que juros podem evitar recessões em momentos de confiança do mercado,quando a bolha estoura,fica difícil dos juros terem um efeito prático.

    Sem desmerecer Bernanke,faltou conhecimento de mercado financeiro para ele.Greenspan no lugar dele seria mais agressivo antes.

  113. IVO

    Remedio para unha encravada nao cura dor de dente.

    Por isso mesmo que o remedio do Billy the Ben, nosso bandidinho, nao fez efeito. O problema nao e’ de liquidez, e’ de solvencia.

    Liquidez ajuda? Ajuda. Ajuda a ganhar tempo. O zumbi ficaria ganhando dinheiro no decorrer do tempo, e eventualmente poderia se tornar solvente. Mas agora tem um porem: mark to market. Isso elimina o fator tempo jogando a favor. Pelo contrario, traz provaveis perdas futuras como seguras perdas presentes. Dai’ a sugestao do Plano K.

    Um abracao

    Kleber S.

    PS: O Billy derrubou as taxas de juros como nunca antes ninguem jamais havia feito. Greenzinho, velho safado e boko-moko so’ jogaria mais gasolina na fogueira. Ele e’ nico. Nicopetente.

  114. Kleber,

    Concordo com o que disse sobre energias “verdes”. O petróleo vai subir de novo daqui uns anos, e quem depende de importações está ferrado.

    Mas eu estava pensando no Brasil no meu comentário. Se o petróleo subir, o pré-sal fica viável, e vai garantir nossa auto-suficiência energética. O pré-sal é a nossa opção de compra de petróleo a uns US$50,00 o barril, sendo conservador.

    Eu ainda acho que essa onda de energias limpas vai mais resolver um problema ambiental do que de escassez de energia. Há carvão barato de sobra no mundo para produzir energia (sobretudo na Índia e na China), mas a um custo ambiental gigantesco. Se o petróleo ficar caro mas todo mundo continuar cagando e andando para o efeito estufa, basta produzir carros elétricos com boa autonomia e gerar a eletricidade à base de carvão.

    Não há nenhum ganho de produtividade à vista nas tecnologias energéticas limpas. O problema de dependência de petróleo é dos gringos. Vamos deixar para eles resolverem. Se conseguirem, a gente pega carona se graça.

    Chucky

  115. Alex você sabe que controles de agregados monetários é a melhor saída para inflação.

    Existe uma forte correlação entre o aumento do M1 e inflação.

  116. Gabriel,

    Quero ver tua regressão. Nesse período a gente teve desvalorização cambial, choque externo de oferta de crédito, efeitos inerciais do crescimento econômico e inflação passados. Será que você controlou tudo isso na sua análise? E a dinâmica temporal? Será que a inflação que você viu não é resultado de pressões de demanda que se acumularam nos meses anteriores? Ou da desvalorização cambial? Será que a liberação do compulsório só atenuou um pouco o efeito do choque externo de crédito?

    Num momento de quebra estrutural e choques extremos, é difícil defender qualquer regressão, ainda mais as mais simples…

    Chucky

  117. Gabriel disse:
    “Alex você sabe que controles de agregados monetários é a melhor saída para inflação.

    Existe uma forte correlação entre o aumento do M1 e inflação.”

    Se não me engano, esse monetarismo simplista já caiu em desuso (pelo menos para controlar INflação, já para DEflação, a gente pode conversar…).

    Paul Volcker tentou usar agregados monetários e desistiu rápido.
    Foi algum dirigente do BC canadense que disse que “…não abandonamos os agregados monetários, foram eles que nos abandonaram…”.

    Atualmente, o instrumento de política monetária é a Selic. A moeda é endógena. A velocidade da moeda é um “parâmetro” instável. Tudo nos livros introdutórios de macro…

    Obs: correlação não é causalidade. Se A está correlacionado com B, ou A causa B, ou B causa A, ou C causa A e B. Ou foi só coincidência.

    Chucky

  118. CHUCKY

    Eu considero a situacao carvao/carro eletrico ou hydrogen fuel cell como parte da matriz energetica “alternativa”. Esta modalidade e’ considerada “verde” pois concentra a poluicao no local da usina, possibilitando o tratamento dos gases efluentes. Embora hajam violentos embates ideologicos a respeito dessa classificacao, o que e’ besides the point para nosso raciocinio, que e’ economico.

    De qualquer maneira, quaisquer que sejam as consideracoes ou nomenclatura, esta saida nao muda o redesenho do fluxo de capitais mundial. Por exemplo, se eu fosse ministro da educacao na Arabia Saudita eu iria tornar a leitura do Collapse mandatoria desde o grammar school. Haveria uma versao para colorir, uma intermediaria e outra avancada. O enluziamento da sociedade saudita vai necessariamente acontecer conforme o mecanismo geral descrito naquele livro. Como outras no OM. No caso do Brasil, uma eventual abundancia de petroleo sera’ evidentemente passageira, e o custo mencionado por voce pode nao refletir a realidade na ponta consumidora. A consideracao anterior vale portanto para o Brasil tambem. E’ claro que existira’ uma defasagem temporal entre os diferentes paises. Os primeiros terao de gastar dinheiro em subsidios. No entanto, como investimento para a sociedade como um todo nao sera’ mau negocio, pois e’ melhor gastar 100 bilhoes de dolares por ano em impostos sustentando esse subsidio do que 700 na bomba de gasolina com petroleo 150 dolares/barril ou mais. Esta e’ a unica coisa boa do prano bobamico. E’ necessario haver vontade politica para o kick-off.

    Um abracao

    Kleber S.

  119. Kleber,

    Continuo concordando com você em tudo. Mas ainda vale meu ponto: tecnologias de energias limpas não vão gerar uma revolução de produtividade. Vão apenas reduzir (com custos) algumas externalidades:
    – mudança climática.
    – dependência estratégica dos EUA de países instáveis/inimigos.

    Se o Canadá tivesse reservas de 300 bilhões de barris com custos de extração sauditas, os gringos não estavam tão preocupados.

    Hoje, o Brasil consome uns 800 milhoes de barris de petroleo por ano. Nossas reservas comprovadas são de 12 bilhoes. Dá para uns 15 anos. Com uns 30 bilhoes do pré-sal, se dobrarmos nosso consumo, ainda assim aguentamos uns 25 anos. Temos ainda o etanol e a energia nuclear. Há potencial de mais de uma Itaipu de vento no RN. Podemos investir em eficiência energética industrial e residencial com as tecnologias existentes. Nossos impostos sobre combustíveis fósseis já são altos. Nossos carros já são econômicos, além de serem bicombustiveis. Os taxis rodam com GNV, mais ecológico que gasolina (emite menos S e C). Não precisamos de óleo para aquecimento residencial no inverno.

    Os gringos vão ter que avançar muito para chegar no estágio de “limpeza” de nossa matriz energética. Não acho que devemos deixar de lado pesquisas sobre energias limpas, pois podem até se tornar uma vantagem comparativa. Mas, definitivamente, temos menos pressa que eles.

    Chucky

  120. Kleber o FED não deveria ter baixado as taxas de juros de 5,25 % para 2%,isso só postergou a crise e dificultou saber quem estava solvente ou insolvente.

    Essa bolha era para estourar em agosto de 2007.Alex no programa do Waack você comentou sobre o teste de Stress,o que você acha dessa idéia do FED subir o juros para 6%,rapidinho ele saberia quem estava solvente ou insolvente.

  121. CHUCKY

    Tambem concordo com voce em tudo, com a possivel ressalva em um ponto. E’ possivel que as energias solares e eolicas gerem um ganho de produtividade de mao de obra pois dispensam labor de plantio (no caso do alcool), extracao/beneficiamento (no caso do carvao) e extracao/refino (no caso do petroleo). Como essas industrias sao de capital intensivo, excecao feita ao etanol, pode ser que esses ganhos nao sejam expressivos em termos macro. Mas se considerarmos o transporte, ai’ a coisa pode melhorar razoavelmente. Imagine quantos caminhoes circulam pelo pais todo fazendo a distribuicao de gasolina. Com carros eletricos esse transporte de varejo seria eliminado. Postos de gasolina nas cidades seriam tambem fechados em grande percentagem, liberando uma expressiva quantidade de mao de obra. A tecnologia ainda nao esta’ la’, mas considerando avancos enormes existentes em todos os campos nos ultimos 30 anos, este outcome e’ previsivel.

    Abracao

    Kleber S.

  122. “o que você acha dessa idéia do FED subir o juros para 6%,rapidinho ele saberia quem estava solvente ou insolvente.”

    Não sobraria um. É uma idéia semelhante a ver quem aguenta um tiro de canhão na cara. Só quem aguentar é que merece sobreviver. Bem inteligente…

  123. “Alex no seu dia-dia de trabalho voce chega a usar econometria?”

    Sim, mas não sou eu quem faço. Geralmente o Cris Souza e a Tatiana Pinehiro cuidam da parte econométrica. Eu, quando muito, tento ficar na modelagem.

  124. Kleber e Chucky,

    O James Hamilton (aquele mesmo do Time Series Analysis) já levantou a possibilidade de haver uma relação íntima entre preço de petroleo alto e desaceleração economica. A ideia é que preços altos de petroleo reduzem a demanda por bens duraveis (principalmente automoveis), o que contribui para a piora do quadro.

    http://www.econbrowser.com/archives/2008/12/the_oil_shock_a.html

    Aliás, a tese do Hamilton sobre mudanças nos preços relativos dos bens e technological frictions é bem interessante:

    “But where I may disagree with some of my colleagues is in their presumption that wage or price rigidities are the core frictions that are responsible for producing the present situation. I have in my research instead stressed technological frictions. For example, when spending on cars abruptly falls, there is a physical, technological challenge with getting the specialized labor and capital formerly employed in manufacturing cars into some alternative activity. In my mind, it is a mistake to pretend that any federal program is capable of immediately re-employing those resources into an alternative, equally productive enterprise. More fundamentally, I have suggested that our present situation is as if someone had quite successfully sabotaged the basic functionality of our financial system.”

    Esse artigo dele vale muito a pena:

    http://econpapers.repec.org/article/ucpjpolec/v_3A96_3Ay_3A1988_3Ai_3A3_3Ap_3A593-617.htm

    Abraço

  125. Seria um jeito barato de saber quem é solvente ou insolvente.

    As vezes me pergunto se acadêmicos deveriam ser presidente de bancos centrais.Mercado financeiro exige rapidez não,as vezes teoria econômica não funciona em momentos de Stress do mercado.

    No final de 2006 quando a crise foi percebida pelo mercado,qual foi sua percepção sobre ela.

  126. IVO

    Billy the Ben (um trocadilho sobre Billy the Kid, o bandido) recebeu esta alcunha carinhosa (dada por mim) justamente por ter abaixado os juros de forma estabanada e desnecessaria. Nao foi para 2 pct, mas para 0.2 pct, o que e’ muito pior. Como nao poderia deixar de ser, nao resolveu porra nenhuma. Ha’ muito tempo que venho esgoelando contra isso aqui no blog.

    Agora, isto posto, o Tio Alex ta’ certo. Subir para 6 pct e’ teste de tiro de canhao na cara (muito gozada a observacao). Nao sobra ninguem vivo, banco ou nao-banco. Para voce ter uma ideia da magnitude do choque de 6 pct numa economia como esta, 6 a 6.5 pct foram os numeros que:

    -explodiram a bolsa em 29

    -arrebentaram com a bolha japonesa em 90

    -liquidaram com a bolha das dotcom em 2000

    ADOLPHO

    Muito obrigado pela dica.

    Abracao

    Kleber S.

  127. Ivo Disse:
    “Kleber o FED não deveria ter baixado as taxas de juros de 5,25 % para 2%,isso só postergou a crise e dificultou saber quem estava solvente ou insolvente.”

    Caceta! Cara, você é o Dick Cheney da economia bancária. Fantástico! O negócio é aplicar a doutrina Bush aos bancos: não vamos esperar que eles quebrem, vamos quebrá-los antes. Você é um falcão econômico!
    Não vou nem perguntar o que você acha da situação da GM e da Chrysler…
    Você tinha que fazer parceria com o Dr. Doom: ele previria a catástrofe, e você a anteciparia…

    Estabilização econômica o cacete! O negócio é amplificar os ciclos econômicos. Only the strong survive.
    Coisa de Macho!

    Chucky

  128. Alex, Chucky, Kleber (em ordem alfabetica),

    Como a gasolina no Brasil hoje está uns 30% mais cara que a americana (que provavelmente seja a que melhor reflete o preço do petroleo no mercado mundial), o preço do etanol no Brasil está mais alto do que “poderia” estar, se a Petrobras baixa-se o preço da gasolina e do diesel em cerca de 30% essa redução de custo não ajudaria a segurar a inflação ou até mesmo a reduzir a mesma para o centro da meta durante o ano de 2009, possivelmente ajudando na redução da Selic e consequentemente fazendo a alegria da “Santa Aliança”, bem como diminuindo a pressão por subsidios no transporte de massa para prefeituras como a de São Paulo.

    Faz sentido? Tirando o fato de que a Petrobras perdeu muito dinheiro segurando os preços no passado, por uma politica de manipulação de preços, essa não seria um política mais correta do ponto de vista macroeconomico nesse momento em que precisamos embalar a economia?

    LB.

  129. “Os alunos da USP, contrariamente aos da PUC-RJ e EPGE, têm um custo oportunidade muito maior, já que não lhes faltam empregos na iniciativa privada de São Paulo. Muitos deles, na verdade, fazem o mestrado em SP com esse intuito.”

    Hum, pegou pesado hein. O pessoal da USP gosta muito de lá e defende a universidade, e eu acho isso invejável (na UnB, por exemplo, ocorre justamente o contrário). Mas às vezes exageram.

    Eu conheço muito paulista que recusou USP e aceitou PUC, mas nao conheço nenhum carioca que rejeitou PUC e aceitou USP. Acho difícil alguém argumentar contra isso…

  130. LB,

    Sei lá, cara. Esse negócio de ficar ajustando preços administrados para controlar a inflação parece coisa de argentino.

    Para mim, a política de preços da gasolina deve ser feita pensando setorialmente, e não para ajudar a política monetária controlar a inflação.

    A tecnologia de extração de petróleo em águas profundas foi subsidiadas por anos pelo consumidor brasileiro, através dos preços altos da gasolina. Hoje, pelo menos, somos auto-suficientes. Eu tô achando agora que eles vão manter os preços altos para financiar o pré-sal, sobretudo nesse momento de crédito curto.

    E derrubar o preço do álcool num momento de queda generalizada dos preços agrícolas vai gerar turbulências adicionais durante a crise. Seria o oposto da política do café nos anos 30.

    Para mim, a decisão sobre o preço da gasolina não deve ser feita com objtivos de controle da inflação. Reduz-se a capacidade de investimento da Petrobrás em troca de uma pequena redução temporária na inflação. Deixe a política monetária para o BC.

    Chucky

  131. Alex você chegou a pagar analise real durante o mestrado/doutorado?

    Aqui na EPGE (quando eu estudava) pra entender o Mas Colell eu tive que fazer um curso de verao de analise real no Impa.

  132. “Para mim, a decisão sobre o preço da gasolina não deve ser feita com objtivos de controle da inflação. Reduz-se a capacidade de investimento da Petrobrás em troca de uma pequena redução temporária na inflação. Deixe a política monetária para o BC.”

    Concordo. Preços domésticos deveriam seguir preços internacionais (afinal de contas, trata-se de bem comercializável). Hoje poderiam cair, assim como deveriam ter subido no ano passado. Não dá para ignorar as mensagens passadas pelo sistema de preços.

    Quanto à inflação, deixe a cargo do BC, senão caímos de volta nas propostas (sic) de política anti-inflacionária comentadas neste post (http://maovisivel.blogspot.com/2008/01/as-ltimas-do-sics.html).

  133. “Alex você chegou a pagar analise real durante o mestrado/doutorado?”

    Eu estudei um tanto por conta própria, no “”Principles of Mathematical Analysis (Walter Rudin) e no “Matemática para economistas” (Eden Gonçalves de Oliveira), mas nunca foi minha praia. Deve ser por isto que fui para Macro.

  134. LB

    Concordo com o Chucky e o Tio. Relembrando o filosofo Juarez Soares: “Uma coisa e’ uma coisa, outra coisa e’ outra coisa”.

    Quando se misturam as coisas, o resultado e’ inevitavelmente mais confusao. Via de regra acaba-se criando um problema novo para nao se resolver um problema velho.

    CHUCKY

    As montadoras de Detroit deveriam receber a “solucao austriaca” sim. Estao como estao exatamente devido ‘a “santa alianca”. Caso esta alianca nao seja quebrada, os contribuintes terao que sustenta-las para sempre, uma vez que perderam dinheiro mesmo nos anos de pico da atividade economica.

    Abracao

    Kleber S.

  135. A EPGE tem que ensinar analise porque la os alunos sao mais fracos. A PUC, como seleciona melhor na ANPEC pode se dar ao luxo de dispensar esse nivelamento.

    Aluno “medio” na PUC? o pior colocado na minha turma foi o 23 na ANPEC. Qualquer um de nos que tivesse ido para a fgv teria sido disparado o melhor da turma. Verdade seja dita: quem tem talento consegue ir para o PhD, independentemente da escola.

  136. Alex o corte nos juros de 5,25 para 2% evitou o pior?

    A única coisa que o FED conseguiu,cortando o juros foi retardar a crise e inflacionar as commodities.

    Bernanke deveria ter mantido as taxas de juros em 5 %,a bolha estouraria antes (que era o correto),as autoridades seriam mais rápidas em resgatar o sistema financeiro.

    A lição que agente tira dessa crise é que o estado não deve tentar evitar os ajustes do mercado.

    A crise atual é uma correção da crise de 2001 que o FED conseguiu evitar com juros artificialmente baixos até 04/05,formando uma bolha no mercado imobiliário com um porém o sistema financeiro mundial foi para o buraco.

  137. Bem, em relação à Escola Austríaca. Eu vejo como um dos problemas a falta de formalismo nas proposições. Por exemplo, eu considero como brilhantes os argumentos de impossibilidade de cálculo econômico, crítica que antecipou, de certa forma, o colapso da URSS, da China maoísta e de outros sistemas de economia planificada.
    O grande problema é que eles usam isso como argumento para que não haja presença alguma do Estado (incluindo Bacen, qualquer agência reguladora, etc..). Não se pode provar que o ótimo é um “canto” simplesmente provando que o outro canto é ruim. Fica exatamente como o Kleber definiu… estavam indo tão bem.
    Nessa linha, a falha na teoria dos ciclos econômicos austríaca não é a parte da expansão monetária gerar projetos ruins (essa foi a pergunta do Prof. Raimundo que a Escola Austríaca matou a pau e deixou o cara perto de tirar o 10).
    O que faz os caras fazerem o Prof. Raimundo mudar de opinião e dar o zero é quando falam que a recessão é boa porque separaria as empresas boas das ruins. Aí vale a metáfora do canhão que o Alex escreveu muito bem.

    PS: quanto à GM, esta já revelou “seu tipo” há muito tempo. No seu caso, compartilho com a idéia do Kleber de “Mises nela”.

  138. Falta um ano para a crise acanar e a economia americana irá crescer 3,5% ano que vem palavra de Billy The Ben,ele mesmo havia dito acho que no meio de 2007 no senado americano que a crise do subprime estava sob controle.

  139. “Alex o corte nos juros de 5,25 para 2% evitou o pior?”

    É um contrafactual meio difícil, mas dá para arriscar alguma coisa.

    Com as taxas de juros em 5.25% a expectativa de deflação seria mais alta, implicando taxa real de juros ainda mais elevada.

    O dólar não teria se enfraquecido na primeira metade do ano passado (com isto, de fato, as commodities teriam subido bem menos).

    A combinação juros mais alto e câmbio mais forte (relativamente ao que realmente ocorreu) teria feito a economia americana sofrer queda ainda maior de atividade. Ao invés de cair próximo a 3,5%, o PIB dos EUA cairia 5% ou mais no último trimestre.

    Quanto à afirmação:

    “Bernanke deveria ter mantido as taxas de juros em 5 %,a bolha estouraria antes (que era o correto),as autoridades seriam mais rápidas em resgatar o sistema financeiro.”

    Bem, as coisas podem ser diferentes na Dimensão Z, mas, talvez você não saiba, a bolha já tinha estourado (aliás, foi por este motivo que as taxas de juros foram cortadas, lembra?).

    Mas o mais bacana de todo argumento ivônico é: “Bernanke deveria ter mantido as taxas de juros em 5 %,a bolha estouraria antes (que era o correto),as autoridades seriam mais rápidas em resgatar o sistema financeiro.” em contraste com “A lição que agente tira dessa crise é que o estado não deve tentar evitar os ajustes do mercado. “

    Quer dizer, “o resgate seria mais rápido, mas “o estado não deve interferir”. Sei não, você não passaria nem na Escola Austríaca do Professor Raimundo.

  140. GALEGO

    Separar empresas boas de empresas ruins tambem nao e’ mau. O problema e’ que os austriacos querem lubrificar a “coisa” com vidro moido. Ai’ nao tem condicao politica que aguente. Nas epocas de boom aqui no Barakistao ha’ muita ressurreicao de empresas anteriormente fechadas, que acabam funcionando com custo marginal. Alem de zumbis como as montadoras. Sera’ muito melhor para os contribuintes que elas ganhem um Mises de Ouro do governo do que dinheiro a fundo perdido. Os austriacos no entanto nao resolvem um problema: as utility companys. Por exemplo, se a geradora de energia for ineficiente, deveriamos simplesmente fecha-la? Claro que nao, pois senao o povo ficaria no escuro, certo? O sistema financeiro e’ a mesma coisa. O problema que vejo na situacao atual e’ a total falta de criterios, o que acarreta a aplicacao de uma serie de medidas descoordenadas. O que o governo deveria fazer e’ conduzir o processo de soft landing tanto quanto possivel, mas em direcao ao cemiterio para quem nao consegue se sustentar. O Bobama quer salvar todo mundo. Isso nao vai dar pe’. Lembra daquela musica que dizia “poe devagar…”? Mas poe!

    JULIANO

    O Billy pisou na bola feio ja’ em dezembro de 2006, quando disse que “The worst of the housing problem is behind us.”

    Dai’ o apelido carinhoso: ele e’ bandido ou somente um moleque? O que quer que ele tenha dito hoje e’ totalmente sem base. Os sinais que tenho visto na “economia real” e’ que a situacao sofreu uma piora acentuada nos ultimos 10 dias.

    Abracao

    Kleber S.

  141. Alex o FED não deve interferir nos ciclos econômicos,ele tentou evitar os efeitos da dotcom,conseguiu mais gerou outra crise pior que quase leva o sistema financeiro para o buraco.

    Bernanke postergou o pior da crise,mais não evitou que o sistema fosse para o buraco.Era para essa quebradeira ter acontecido em 2007 (sou a favor do resgate do sistema financeiro pois não existe laissez faire no sistema financeiro).

    Vamos as políticas genais do FED,cortou demais o juros a inflação americana bateu recorde no primeiro semestre,Bernanke poderia ter agravado a crise se a inflação subisse demais.

    Eu sou contra o estado tentar evitar ajustes econômicos via juros e aumento dos gastos públicos como aconteceu em 01/02.

    Meirelles deve agradecer a Bernanke,se não fosse ele nossa inflação teria ido lá para a casa do chapéu com a desvalorização cambial que teríamos se essa crise se agravasse em 07.

  142. AMIGOS

    Billy the Ben tem sido ate’ agora um homem em quem se pode confiar: TUDO o que ele fala da’ ao contrario. Se ele estiver certo agora, certamente sera’ por engano.

    Tio, o crescimento de exportacao promovido pelo abaixamento estabanado da fed funds rate foi quase que totalmente neutralizado pela inflacao comoditicia. No geral o deficit comercial caiu relativamente pouco. Tambem nao podemos nos esquecer que no ultimo trimestre o dolar ja’ estava revalorizado. Alem disso, ha’ boatos de que o numero de 3.5 negativos sera’ revisado pra baixo. Uma outra coisa que o abaixamento da taxa produziu foi uma alta artificial da bolsa, que serviu para moer ainda mais dinheiro. Toda a grana que entrou na bolsa entre agosto e dezembro de 2007 foi literalmente pulverizada. Evidentemente o vale atual nao tem nada a ver com o pico. Estariamos na mesma situacao sem precisar aniquilar riqueza adicionalmente. E’ o meu ponto de vista termodinamico: as perdas vao ocorrer no matter what. Bobagens extraordinarias somente vao aumentar o tamanho do problema. Qual e’ a situacao agora? A liquidez esta’ empocada, a velocidade de circulacao diminuiu muito depois do passamento do LB. E no fim das contas o dolar revalorizou-se e o boom exportador foi efemero. Isso era previsivel, pois o problema bancario europeu e’ maior que o americano, e nao seria inteligente esperar que o BCE ficasse sentado sem fazer nada enquanto o Billy estava naquela furia toda.

    Como resultado final, estamos onde estamos. A unica coisa que o Billy pode fazer agora e’ discurso, uma vez que ele ja’ abaixou a ffr pra zero. Aah, sim, ele pode comprar FTBs de longa maturacao. Isso vai acabar sendo um desastre de proporcoes biblicas e nao vai resolver o problema de SOLVENCIA da economia em no way, shape or form. O Billy continua com essa fixacao em liquidez. Acho que ele passou muita sede quando era crianca e ficou traumatizado. E’ muito BURRO pensar que os bancos que nao emprestam a grana que tem agora so’ porque parte dos seus ativos esta’ em FTBs, e que basta monetiza-los para que ai’ sim, ocorra o passe de magica que retornara’ a farra crediticia ao mercado. Isso ocorreria caso os bancos nao tivessem moeda para emprestar. Mas acontece que eles tem. O Plano K, este sim, resolve o problema de quem tem solucao.

    Gostei da expressao “Mises nelas”. Poderiamos criar o premio Mises de Ouro para quem tiver que falir. Ou quem sabe usar uma expressao mais sensual, como “o beijo de Mises”.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Ainda a respeito do depoimento do Billy, eu diria que ele e’ tao falso como uma nota de um real e meio. Nos ultimos 10 dias notei uma piora acentuada na ‘economia real’. Nao ha’ a menor condicao de se prever honestamente quando o quadro se revertera’. O principal leading indicator, que e’ o consumer confidence, saiu hoje como o mais baixo da historia.

    PS2: Agora deixa eu ligar na Escolinha, pois o seu Rolando Lero vai falar. E’ isso ai’ mocada, hoje tem discurso do Bobama.

  143. Anonimo o mestrado na EPGE é melhor sim (não querendo desmerecer o da PUC).

    A EPGE tem um nível matemático maior devido ao Simonsen.A EPGE no mestrado foca teoria enquanto na PUC você já pega optativas no segundo semestre e começa a trabalhar sua dissertação em janeiro/fevereiro do segundo ano (artigo de verão, 2 meses inteiros dedicados à dissertação.

    Terça-feira, Dezembro 16, 2008
    Estudando econometria no Brasil
    Respondendo a pergunta do Guilherme (e expandindo um pouco) sobre quais bons lugares para se estudar econometria no Brasil. Não existe uma resposta completa sobre essa pergunta, e depende bastante de qual o objetivo do estudo.
    Se sua origem não é da área de economia, acho que um mestrado em economia é um bom passo inicial. Embora econometria (principalmente a teórica) envolva uma formação matemática sólida, o uso da econometria sem uma boa base econômica pode ser bastante complicado. Se o objetivo é econometria mais aplicada, então essa formação é bastante importante.
    Como muito da econometria interessante atualmente é ligada como modelos estruturais, modelos de tratamento dinâmico, dynamic stochastic general equilibrium, etc, uma boa base de economia pode ser importante. Aí a escolha depende muita da área. Acho que a melhor formação geral em econometria hoje é na EPGE, e na minha opinião contém o melhor track de cursos. A Puc-Rio tem uma grande vantagem, que é além dos grande número de pesquisadores em microeconometria, os cursos do Departamento de Engenharia Elétrica (Grupo de Controle, Estatística e Otimização) que é um grupo de altíssimo nível. Fora estas escolhas clássicas eu lembraria do mestrado em economia aplicada da Ufrgs, que tem uma tradição de econometria aplicada e uma ligação com os pesquisadores em Estatística da Ufrgs, que são um grupo de alto nível em séries temporais, métodos bayesianos e não-paramétricos, e o mestrado da FGV-SP, que agora tem um grupo muito forte em econometria.
    O mestrado/doutorado em estatística é uma excelente idéia para quem já tem uma boa formação em econometria de cursos de economia e pretende se aprimorar em probabilidade e inferência (e acreditem, o gap é enorme). O IME-USP tem um curso excelente em basicamente todas as áreas de estatística. A estatística da Ufrj é uma referência em métodos bayesianos e valores extremos. A estatística da Unicamp tem um grupo excelente em métodos não-paramétricos e séries temporais, e não se pode esquecer do curso da UFPE, que é de altíssimo nível em estatística teórica e computacional.
    O problema da pós-graduação em estatística é que alguns temas quentes de econometria são raramente abordados nestes cursos, como por exemplo Método de Momentos Generalizados e modelos de treatmente effect a la Heckman. Mas outras áreas como Markov Chain Monte Carlo, Métodos Assintóticos ou métodos não-paramétricos são raramente abordados com profundidade em cursos de economia, então se o interesse é nessas áreas não existe muita escolha.
    Um problema é que um mestrado ou doutorado em estatística possui um requisito de matemática bem maior que os cursos em economia, e em geral os alunos de economia vão ter uma enorme ralação pela frente. Minha opinião pessoal é que a escolha vale a pena, mas serão muitos dias de angústia e incerteza pela frente.
    Talvez a receita mais bem sucedida, que normalmente para os alunos que fazem um PhD em econometria é fazer os cursos do mestrado em estatística e realizar o PhD em economia tendo como orientador um econometrista. Se o objetivo é trabalhar com teoria econométrica esse parece ser o caminho menos incerto. Para campos mais específicos de econometria um PhD em estatística seja uma melhor escolha.
    Em todos os casos alguns cursos são bastante indicados – um curso de probabilidade, um curso de medida e integração, alguma formação em métodos computacionais, e tentar correr atrás de uma formação básica em inferência. E um bom curso de cálculo avançado vai ter livrar de muitos problemas, acreditem.

    Departamento de econometria da EPGE tem mais opções que a da PUC,
    Terça-feira, Dezembro 16, 2008
    Estudando econometria no Brasil
    Respondendo a pergunta do Guilherme (e expandindo um pouco) sobre quais bons lugares para se estudar econometria no Brasil. Não existe uma resposta completa sobre essa pergunta, e depende bastante de qual o objetivo do estudo.
    Se sua origem não é da área de economia, acho que um mestrado em economia é um bom passo inicial. Embora econometria (principalmente a teórica) envolva uma formação matemática sólida, o uso da econometria sem uma boa base econômica pode ser bastante complicado. Se o objetivo é econometria mais aplicada, então essa formação é bastante importante.
    Como muito da econometria interessante atualmente é ligada como modelos estruturais, modelos de tratamento dinâmico, dynamic stochastic general equilibrium, etc, uma boa base de economia pode ser importante. Aí a escolha depende muita da área. Acho que a melhor formação geral em econometria hoje é na EPGE, e na minha opinião contém o melhor track de cursos. A Puc-Rio tem uma grande vantagem, que é além dos grande número de pesquisadores em microeconometria, os cursos do Departamento de Engenharia Elétrica (Grupo de Controle, Estatística e Otimização) que é um grupo de altíssimo nível. Fora estas escolhas clássicas eu lembraria do mestrado em economia aplicada da Ufrgs, que tem uma tradição de econometria aplicada e uma ligação com os pesquisadores em Estatística da Ufrgs, que são um grupo de alto nível em séries temporais, métodos bayesianos e não-paramétricos, e o mestrado da FGV-SP, que agora tem um grupo muito forte em econometria.
    O mestrado/doutorado em estatística é uma excelente idéia para quem já tem uma boa formação em econometria de cursos de economia e pretende se aprimorar em probabilidade e inferência (e acreditem, o gap é enorme). O IME-USP tem um curso excelente em basicamente todas as áreas de estatística. A estatística da Ufrj é uma referência em métodos bayesianos e valores extremos. A estatística da Unicamp tem um grupo excelente em métodos não-paramétricos e séries temporais, e não se pode esquecer do curso da UFPE, que é de altíssimo nível em estatística teórica e computacional.
    O problema da pós-graduação em estatística é que alguns temas quentes de econometria são raramente abordados nestes cursos, como por exemplo Método de Momentos Generalizados e modelos de treatmente effect a la Heckman. Mas outras áreas como Markov Chain Monte Carlo, Métodos Assintóticos ou métodos não-paramétricos são raramente abordados com profundidade em cursos de economia, então se o interesse é nessas áreas não existe muita escolha.
    Um problema é que um mestrado ou doutorado em estatística possui um requisito de matemática bem maior que os cursos em economia, e em geral os alunos de economia vão ter uma enorme ralação pela frente. Minha opinião pessoal é que a escolha vale a pena, mas serão muitos dias de angústia e incerteza pela frente.
    Talvez a receita mais bem sucedida, que normalmente para os alunos que fazem um PhD em econometria é fazer os cursos do mestrado em estatística e realizar o PhD em economia tendo como orientador um econometrista. Se o objetivo é trabalhar com teoria econométrica esse parece ser o caminho menos incerto. Para campos mais específicos de econometria um PhD em estatística seja uma melhor escolha.
    Em todos os casos alguns cursos são bastante indicados – um curso de probabilidade, um curso de medida e integração, alguma formação em métodos computacionais, e tentar correr atrás de uma formação básica em inferência. E um bom curso de cálculo avançado vai ter livrar de muitos problemas, acreditem.

    PS – Comentário anônimo postado abaixo, que vale destaque:
    Na EPGE você pode fazer econometria teórica com o Prof. Marcelo Moreira que tem vários artigos em Econometrica, Microeconometria com o Prof. Luiz Renato, Macroeconometria com o Prof. João Victor Issler, Econometria Financiera com o Prof. Marcelo Fernandes, Finanças Empíricas com o Prof. Caio Ibsen, Tópicos em GMM e Econometria Não Paramétrica com o Prof. Renato Flores. Também tem Teoria da Medida e Cálculo Estocásticos com o Prof. Paulo Klinger. Eu acho que assim, é o melhor Departamento de Econometria do Brasil.

    A vantagem da PUC pra mim é a experiencia,a maioria dos professores de lá que trabalharam no BC.Afonso Bevilaqua,Eduardo Loyo,Ilan Goldfajn,Gustavo Franco,ainda são professores (não sei como é o contato dos alunos com eles).

    É raro encontrar pessoas que passaram pela EPGE no BC,principalmente entre os diretores.

    Que eu me lembre foi Sergio Werlang,Gustavo Loyolla.

  144. “cortou demais o juros a inflação americana bateu recorde no primeiro semestre,Bernanke poderia ter agravado a crise se a inflação subisse demais.”

    Na Dimensão Z as coisas podem ter se passado assim. No planeta Terra a inflação americana nos últimos 12 meses foi ZERO (e negativa em 3 dos 4 últimos meses). O núcleo de inflação foi 1.7% nos últimos 12 meses e roda a 0.9% ao ano nos últimos três meses.

    Talvez os habitantes da Dimensão Z desconheçam, mas o problema hoje chama-se DEFLAÇÃO.

  145. Do Valor de hoje, sobre o Citi:

    “A pressão do governo para enxugar a companhia forçou executivos do Citigroup a considerar uma série de planos antes inimagináveis. Eles concordaram em janeiro em vender a corretora Smith Barney para o Morgan Stanley depois de insistir por anos que ela não estava à venda. O Citigroup também se dividiu em duas partes, com o objetivo de vender mais ativos e negócios.

    Agora, executivos do grupo estão lutando com a possibilidade de se desfazer do Banamex, seu lucrativo banco de varejo no México. Depois de uma reunião com Lawrence Summers, o principal assessor econômico do presidente americano Barack Obama, Pandit voou à Cidade do México, tentando acalmar empregados convencidos de que o Citi será forçado a vender o Banamex.”

    Se o Banamex for, acho que a filial brasileira do Citi também vai. A concentração bancária no Brasil vai atingir níveis inéditos…

    Chucky.

  146. Quem sabe se eu escrevesse em hebraico você entendesse.A inflação americana chegou a estar 5% anualizada até julho.

    A deflação chegou depois da quebra do Lehman.5% de inflação anualizada (até julho) é pouco?

  147. Eu esqueci todo hebraico que aprendi. Falta de uso, sabe como é? Deve ocorrer a mesma coisa com seu cérebro…

    Ouviu falar de defasagens? Algo sobre a política monetária operar com intervalos relativamente longos? Ou também os ouvidos não tem sido muito usados?

  148. Sim,aprende.O que salvou a inflação americana de não ter sido maior foi a quebra do Lehman que afundou o mercado de crédito.

    Bernanke estava com uma inflação corrente pressionada até o primeiro semestre de 2008,você mesmo sabe que é arriscado tentar evitar uma crise bancária com juros baixo demais e uma inflação alta é da um tiro no pé.

    Crises bancárias não se resolve com políticas macroeconômicas e sim Micro.

  149. Quem sabe se eu escrevesse em hebraico você entendesse.”

    “Tipico lunatico, alem de estupido, anti-semita.”

    Anonimo eu sou judeu como eu vou ser Anti-semita?

  150. “O que salvou a inflação americana de não ter sido maior foi a quebra do Lehman que afundou o mercado de crédito.”

    Ah, sim, e a economia americana vinha crescendo aceleradamente até o terceiro trimestre do ano, não é mesmo (1.4%, mas talvez não na dimensão Z) , com o emprego em expansão (menos 1 milhão de postos no ano; menos 1,2 milhão em 12 meses; desemprego acima de 6%, mais alto desde mar-94).

    Não resta dúvida: na dimensão Z a economia norte-americana estava supera-aquecida devido à política monetária; só no quadrante alfa da galáxia é que a o desemprego vinha aumentando e o hiato de produto crescendo.

    Imagino que haja várias vantagens de viver na dimensão Z. Aparentemente a realidade lá se ajusta às nossas percepções. Pobres de nós, forçados a viver neste planeta aborrecido.

  151. A economia americana estava vivendo uma estagflação,economia em recessão com inflação alta provocada pela excelente idéia do FED de baixar juros para 2%.

    Você se lembra que a economia americana estava com a inflação recorde até o primeiro semestre ( a mais alta dos últimos 17 ano.

    Faltou pra você conhecimentos de microeconomia para entender essa crise.

  152. “A economia americana estava vivendo uma estagflação,economia em recessão com inflação alta provocada pela excelente idéia do FED de baixar juros para 2%.”

    Hmmm, estagflação, é? Vamos lá. Estagflação ocorre quando, apesar da queda da atividade corrente, a inflação permanece elevada por conta das expectativas acerca da inflação futura (a chamada hipótese aceleracionista).

    Ok. O que estaca acontecendo com as expectativas de inflação nos EUA? A inflação implícita (ver aqui http://maovisivel.blogspot.com/2008/12/quermesse-e-o-galinheiro.html) estava oscilando entre 1,9% no primeiro tri de 2008 a 2,2% no segundo tri (no terceiro tri, antes da quebra da Lehman era 1,7%). Claramente não era uma questão de expectativas descoladas. Era, sim, um problema de defasagem do efeito da atividade sobre a inflação, efeito pra lá de conhecido por qualquer um que se dedique ao tema, mas que na dimensão Z, aparentemente, não tem qualquer relevância.

  153. Eu não tive uma boa base de Macro na UFRJ e ainda tive que correr atrás da matemática,mas eu aprendi alguma coisa de monetária com o Sicsú.

    Você aí mostra o núcleo da inflação,mais o índice cheio indicava uma inflação alta.

    “Era, sim, um problema de defasagem do efeito da atividade sobre a inflação, “

    Atividade em queda e a inflação subindo?Quando o FED cortou demais os juros,inflacionou as commodities pressionando os índices de inflação para cima,causando também a nossa “inflação importada” segundo nossos “Keynesianus di quermese.”

  154. “Eu não tive uma boa base de Macro na UFRJ e ainda tive que correr atrás da matemática,mas eu aprendi alguma coisa de monetária com o Sicsú”

    Bem que se vê…

    “Você aí mostra o núcleo da inflação,mais o índice cheio indicava uma inflação alta.”

    Quem mostrou núcleo de inflação? Eu mostrei as expectativas implícitas na comparação de juros reais e juros nominais.
    Estas expectativas, como as TIPs são indexadas ao CPI, referem-se ao CPI cheio, não ao núcleo, nem ao PCE.

    Minha única menção aos núcleos foi dois comentário acima e, mesmo assim, eu mostrei inflação cheia ABAIXO do núcleo.

    P.S. Não houve inflação importada no Brasil. Houve, sim, excesso de demanda.

  155. Para os Heterodoxos de quermesse foram.

    inflação americana em junho de 2008 foi 0,6%, pressionada principalmente pelos preços de combustíveis e alimentos. Foi a maior que ela tece desde novembro de 07 Com ficando com uma a variação de preços nos últimos doze meses passou de 3,9% para 4,2%.

    Ela ficou próxima da inflação do Brasil até junho.

  156. Alex eu percebo que você não é um grande fã de política industrial,agora o que acontece em casos de países como Venezuela que queiram se industrializar?

    Só existe um jeito,fazendo política industrial,subsidiando setores por existir falhas no mercado.

  157. “Alex eu percebo que você não é um grande fã de política industrial,agora o que acontece em casos de países como Venezuela que queiram se industrializar?”

    De onde voce tirou essa sandice que a Venezuela quer se industrializar? O governo chavista estah em campanha explicita e deliberada para destruir o pouco de industria e agricultura que eles ainda tem.

    “Só existe um jeito,fazendo política industrial,subsidiando setores por existir falhas no mercado.”

    Se a falha de mercado for a percepcao que o governo vai tomar os seus lucros, e se voce reclamar, o seu capital tambem, entao nao tem politica industrial que resolva.

  158. Sou medium por isso digo que o SPORT vai ser campeão da libertadores,HAHA.

    Países como Venezuela,Bolívia se quiserem diversificar sua indústria terão que fazer política industrial.

    Existem falhas de mercado nesses países,se eles quiserem diversificar sua industrias terão que dar algum subsidio para elas senão elas morreriam logo,não trazendo a melhora no bem estar.

  159. Gabriel,

    Minha opinião geral sobre política industrial é: depende do caso. Não sou extremista.

    Dito isto, se você quer conversar sobre política industrial, mencione Japão, EUA (sec XIX), Coréia, China, ou mesmo Brasil. Venezuela?!

    O Chavez não está industrializando o país, muito pelo contrário. A Venezuela é talvez um caso nítido de doença holandesa, associado a um presidente hiperpopulista que usou a grana fácil do petróleo para destruir a iniciativa privada do país.
    O Chile foi mais prudente com o boom de commodities.

    Mas acho que há muito o que aprender com a revolução bolivariana do Chavez. Aqui no Rio, existe uma associação chamada Círculos Bolivarianos Leonel Brizola (http://www.circulosbolivarianosbr.kit.net/). Fica na Lapa, Rua Joaquim Silva, 56, perto de uma cooperativa de catadores de lixo e próxima a uma boca de fumo. Depois de se conscientizar da pobreza dos catadores excluídos, o sujeito pode “fazer a cabeça” e subir para discutir política industrial com gente entendida.

    Chucky

  160. Mas, pra não dizer que não falei de flores…

    Ao contrário das hordas (neo)liberais que vagam por este site, eu acho que o governo americano devia ajudar GM e Chrysler. Essas empresas já vinham fazendo suas cagadas e perdendo competitividade no mercado. Sem a crise, a GM ia acabar se ajustando e a Chrysler ia definhar ou tentar (de novo) se associar com algum outro grupo para se manter viva.

    A crise vai acabar punindo excessivamente essas empresas e destruindo um grande montante de ativos intangíveis de ambas, além do choque adicional na cadeia produtiva e na confiança dos agentes. A crise bancária não é culpa delas.

    O governo americano deveria ajudar as empresas do mesmo jeito que quer ajudar os bancos: ferrando os acionistas através de ações preferenciais. E, se o emprego dos funcionários é tão importante para eles, então que se coloque também o deles na reta: transforme seu fundo de pensão em participação acionária na empresa. Os trabalhadores destas empresas são privilegiados, e, se eles não querem usar suas “economias” para salvar a própria empresa, porque alguém mais deveria? Afinal, se a empresa quebrar, vão ficar sem aposentadoria da mesma forma, além de perderem os empregos. E ainda ficaria mais fácil negociar reduções de salário e jornada, ao se reduzir os conflitos de interesse capital x trabalho.

    Chucky

  161. Bem, eu vejo sobretudo uma questão de timing. Quando se trata de bancos, a desconfiança de que o banco pode quebrar pode levar a um equilíbrio ruim, com corrida bancária e o escambau, arrebentando o sistema. É difícil fazer um “chapter 11” nos bancos.
    Já nas montadoras, a questão é mais simples: que as entreguem a seus credores (aí se pode colocar o fundo de pensão no meio), e eles que vejam a viabilidade do negócio delas. Elas já são zumbis desde antes da crise. E sai mais barato o governo lançar um pacotão de ajuda temporária aos desempregados do que cismar em empurrar o problema com a barriga.

  162. CHUCKY

    O governo NAO gera recursos. Eu me RECUSO a emprestar meu dinheiro para qualquer componente da “santa alianca”. Alias essa e’ uma intervencao inedita de um governo na economia: preservar capacidade ociosa!

    E por falar nisso, a C estava fazendo ajustes antes da crise. A GM nao. Licas, neres, porra nenhuma.

    O maximo que o governo poderia fazer no caso e’ concordata programada, onde o sindicato e os bond holders concordariam com perdas, e o governo financiaria um esquema de debtor-in-possession.

    Abracao

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