Ilusão monetária

Os 17 leitores já devem ter percebido minhas obsessões. Uma delas é a implicância com a “análise” econômica que desrespeita os dados. Não são poucos os que formulam uma hipótese sem se dar ao trabalho de verificar se os sinais da realidade exterior correspondem minimamente ao que se passa na mente torturada do analista. Exemplos abundam, da “desindustrialização precoce” à prevenção da crise pela manutenção de saldos positivos em conta corrente, todos devidamente desmentidos pelos fatos.

Em face deste histórico não é possível alegar surpresa quando heterodoxos tecem loas ao modelo macroeconômico argentino, supostamente uma alternativa “chinesa” à estratégia brasileira. Tal política se caracterizaria pela manutenção da taxa real de câmbio num nível “competitivo”, política que conseguiria, clama-se, superar a restrição de poupança doméstica. Não é também surpreendente notar que, mais uma vez, a distância entre hipótese e realidade tenha que ser medida em parsecs.

De fato, a política do BCRA tem sido, há muito, manter a taxa de câmbio num patamar aproximadamente constante, corrigindo-a periodicamente. Tomando arbitrariamente como base a taxa média de câmbio de 2003 (a escolha do período é irrelevante), observa-se no gráfico uma quase fixação do câmbio desde aquele momento. Comparado ao segundo trimestre de 2003, quando a moeda se estabilizou após o descontrole de 2002, o câmbio desvalorizou-se 8%, refletindo precisamente o regime monetário-cambial adotado pelo país.

No entanto, a inflação não desapareceu. O deflator do PIB (disponível até o terceiro trimestre de 2008) mostra a inflação na casa de dois dígitos desde meados de 2005 e em torno de 20% ao ano nos últimos quatro trimestres. Ajustando-se a taxa de câmbio à diferença entre a inflação argentina e americana vê-se que a aparente estabilidade da taxa de câmbio nominal oculta forte valorização real da moeda, da ordem de 22%, entre o segundo trimestre de 2003 e o terceiro trimestre de 2008.

Consistente com a apreciação cambial, a demanda doméstica cresce 1,7% ao ano à frente do PIB desde o final de 2003 (ambos medidos a preços constantes, dado que não é possível usar os dados a preços correntes sem esbarrar em problemas sérios no caso de países com inflação elevada). Assim, ao início de 2003 a demanda doméstica correspondia a pouco mais de 91% do PIB, enquanto no terceiro trimestre do ano passado já superava o PIB em 0,7%. O investimento aumentou (de 12% para 23% do PIB no período), tendo, porém, como contrapartida a queda de 8% do PIB do saldo em conta corrente, o resto financiado pela queda do consumo do governo (esta sim, a lição que poderíamos aprender).

A evidência, portanto, refuta as teses sobre competitividade cambial e aumento da poupança. A “análise” repousa sobre dados que simplesmente desconsideram os efeitos da inflação sobre a competitividade externa e contas nacionais. Fingir que a inflação não existe é cômodo, mas resulta em ilusões que não resistem a um pouco de rigor no tratamento dos números.

(Publicado 4/Fev/2009)
P.S. No gráfico original a legenda estava trocada. Agradeço ao Gabriel Gava que não apenas percebeu o problema, como ainda mandou uma versão correta.

97 thoughts on “Ilusão monetária

  1. Legal seus comentários. Porém gostaria de saber porque vc foge ao assunto do crédito que segundo escritos anteriores seria uma situação passageira; por último, pq não trata de assuntos que podem ter impacto significativo sobre a demanda, como a queda da indústria e elevação das demissões?

  2. ” pq não trata de assuntos que podem ter impacto significativo sobre a demanda, como a queda da indústria e elevação das demissões?”

    Hããã… Porque eu não quero. Quero falar do assunto sobre o qual escrevi, senão não escreveria a respeito, ué?

  3. Eu perdi um pouco de tempo lendo o texto do Tomás Málaga que um anônimo do post anterior indicou. Alguém justifique isso, por favor: “When analysts say that the trade surplus will decline they are ignoring the fundamental problem brought by the lack of credit. The trade surplus will have to be larger because the world has changed, because nobody will finance our imports and therefore we have to generate a larger amount of foreign currency as a result of our exports.” ?!?!?!?! Viagem, não?Abraços!

  4. “Oi Alex. O gráfico está invertido, não? O nominal é o real e vice-versa?”

    Está sim, Gabriel, obrigado. O pior é que o pessoal da Folha tomou o cuidado de me mandar o gráfico antes e me passou batido. De qualquer forma, acho que os leitores vão perceber (espero…).

    Abs

    Alex

  5. “Os 17 leitores já devem ter percebido minhas obsessões. Uma delas é a implicância com a “análise” econômica que desrespeita os dados”

    Percebi sim, Alex.
    Vc so abre exceção pra sua preciosa analise de que a alta do dolar no atual cenário será o responsável por inflação e que virá mais pela frente

  6. “Vc so abre exceção pra sua preciosa analise de que a alta do dolar no atual cenário será o responsável por inflação e que virá mais pela frente.”

    Exceção alguma: ela foi construída com base em dados e na experiência histórica de repasse. Se não acontecer, eu vou escrever “ao contrário do que acreditava, etc, etc”; por outro lado, se acontecer eu bem que queria ver você aqui pedindo perdão… Mas isto eu duvido e faço pouco, afinal ninguém escreve sem se identificar por acaso, não é mesmo?

  7. “Não era para a Argentina ter deixado o cambio flutuar,ela quebrou graças a flutuação.Ela estaria melhor com cambio fixo (98,99).”

    Temos um caso grave de autismo econômico. Não vou nem comentar.

  8. Alex a Argentina teve que decretar moratória porque não conseguia pagar a dívida de tão alta que estava devido a valorização do dólar.

    Com a desvalorização a divida deles foi para 140% do PIB,por isso que fui contra a desvalorização.

  9. “Alex a Argentina teve que decretar moratória porque não conseguia pagar a dívida de tão alta que estava devido a valorização do dólar.”

    Gabriel:

    Você já procurou um médico?

  10. Tio Alex, não manda o Gabriel para um médico, não.

    É capaz dele ir para lá gripado e bater de frente com o médico, dizendo que a gripe é causada pela febre.

  11. A DESVALORIZACAO ARGENTINA

    Gabriel, vou te explicar o que aconteceu. Esses ignaros do blog, tipo Tio Alex, nao sabem de nada!

    Havia por ocasiao do final da decada de 90 um misterioso fisico e quimico argentino, cujo codinome na CIA era Dr. Gutierrez. Este cidadao, liderando um minusculo grupo de pesquisas encravado nos Andes – bota minusculo nisso: o grupo se resumia a sua amazia, Mara, e sua cadela, Dona – conseguiu criar um processo que transformava pedra em ouro.

    Tao logo obteve os primeiros resultados positivos, o ex-arbolito transformado em genio foi enviado para a Siria pelo ex-presidente Mennem, que alem de ter afinidades locais, foi quem financiou o projeto. O plano era tornar o peso a moeda universal, desbancando o dolar. Com isso Israel nao poderia mais ser financiado pelos americanos, e os palestrinos, digo, palestinos tomariam conta do pedaco com uma invasao comandada por Abu ben El Gazaga-Beluzo, e sua milicia de esfarrapados.

    Para nao chamar atencao, Dr. Gutierrez tomou um aviao para a Franca, seguindo posteriormente para Russia e Kazakistao. Uma vez no Kazakistao, o plano era seguir para Dushanbee, onde ele pegaria carona na antiga rota das caravanas para Damasco. Aproveitando a costumeira confusao gerada pelo jogo entre as selecoes do Kazakistao e do vizinho Uzbekistao, quando tumultos fronteiricos rotineiramente causam centenas de mortos, Dr. Gutierrez e seu guia turcomeno se infiltrariam em territorio uzbeke.

    Dr. Gutierrez chegou no Kazakistao em dia de mau tempo. Chuvas torrenciais impediam o cruzamento da fronteira rumo ao seu objetivo. Numa dessas noites de espera angustiante, ele em visita a seu amigo Borat, comeu carneiro ensopado, o que lhe rendeu uma violenta de uma gonorreia. Como tudo na terra kazak e’ feito ‘a base de potassio, desnecessario dizer que o antibiotico de la’ nao adianta porra nenhuma.

    Dr. Gutierrez passou a ter delirios alucinantes em funcao da coceira infernal. Um belo dia ele sumiu, desapareceu , escafedeu-se, nunca mais foi visto outra vez.

    O final da historia e’ motivo de muita controversia. Uns acreditam que Borat era agente do Mossad, e acabou dando cabo dele. Outros acham que ele negociou sua formula secreta com a CIA em troca de antibioticos, atualmente vivendo anonimamente em Montana. Ha’ ainda uma minoria que jura que ele usou o antigo metodo uzbeke – amputacao – e hoje faz o miche na Republica do Libano.

    Mas o que e’ fato incontroverso e’ que a Argentina, na esperanca de ter tudo garantido por um renovado padrao-ouro, ja’ havia impresso “por conta” uma quantidade enooooooorme de moeda. Ai’ nao teve taxa de cambio que segurasse, e o peso sofreu desvalorizacao cavallar.

    Um abraco de quebrar costela, diretamente de Langley, VA, do sempre teu

    Kleber S. D

  12. Alex a dívida da Argentina era TODA dolarizada,a desvalorização do dólar de 1 para 4 aumentou a dívida da Argentina.

    Qual sua solução para esses casos? A outra saída seria fazer uma reestruturação.

  13. “Alex a dívida da Argentina era TODA dolarizada,a desvalorização do dólar de 1 para 4 aumentou a dívida da Argentina.”

    E você contou isto para as autoridades locais antes da desvalorização, ou preferiu guardar segredo e fazer uns trocados vendendo Argentina a descoberto?

  14. dado anedotico contra os queresmeiros.

    nao me lembro qual jornal fez a pesquisa mas os argentinos acham o Lula e a economia brasileira modelos a serem seguidos.

    Faca uma pesquisa com brasileiros e veja se alguem daqui gostaria de ter os Kichners e a economia argentina como modelo… So quermessero quer seguir esse modelo…

    abracos

  15. Você tem bom senso de humor.Olha a Argentina não teve problemas com seu currency board em 98 já o Brasil teve.

    A vantagem de cambio fixo é que ele mantém os preços estáveis,salários reais são mais elevados.

    As taxas de juros que o Brasil manteve com cambio flutuante foram as mesmas da crise asiática,o regime de bandas cambiais deu certo não sei porque tiraram.

    Brasil quebrou 3 vezes com cambio flutuante.

  16. ALEX

    Roswell- a formula magica na verdade foi encontrada la’. O argentino nao passava de um impostor.

    Assassinato do Kennedy- Gutierrez tinha ligacao por parte de pai, que era cubano.

    -Triangulo das Bermudas- nao tem nada a ver, Alex. Ae ce ta’ forcando a barra.

    Abracao

    Kleber S.

  17. BARBARIDADE, SENHORES!

    O Gabrie’ ta’ cum alguma coisa! Nunca vi tanta jumencia junta! Gabi, cumpadre, ce ta’ sem eira-nem-beira, meu. Alias, uma curiosidade: quem e’ que le o blog pra voce?

    Falando em leitura, sera’ que os assessores do Marolinha leram os jornais de hoje para sua excelencia? Sera’ que tiveram o culhao de contar pra ele que a industria caiu 12.4 pct em dezembro e 19.8 pct no trimestre? Po, cambada, se isso e’ “marolinha” a hora que a tsunami chegar ae e’ que o Brasil estara’ f_dido de uma vez, nao e’ mesmo?

    Enquanto isso, aqui no Barakistao, vemos uma nova mania democrata. No passado era sexual. Agora virou fiscal. Neguinho num paga imposto e quer virar ministro, galera! Vai ver que e’ por isso que os dems sao fanaticos para aumentar impostos: ja’ que eles nao pagam, alguem tem de pagar dobrado, certo? Mas para o Krug ta’ tudo bem. Ta’ tudo justificado no modelo da banda social fiscal invertida. Ou vice-versa.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  18. “A média da Selic em 98 foi de 21% contra 40% em 99 (com uma inflação mais alta).”

    É pior do que eu pensava. Mesmo que fôssemos comparar só um ano de cada regime meus dados (média das taxas diárias) mostram:

    1998: 29,4%
    1999: 26,1%

    Mas é ainda pior. Na página citada temos:

    1998: 28,9%
    1999: 27,5%

    (a diferença – pequena – pode ser devida a estarmos usando a média das médias mensais)
    Não é so autismo. É aritmética também!

  19. Isso aqui é muito engraçado:

    Do you read Paul Krugman’s blog?

    Just when he writes nasty individual comments that people forward.

    Oh, well he wrote a series of posts saying he thought the World War II spending evidence was not good, for a variety of reasons, but I guess…

    He said elsewhere that it was good and that it was what got us out of the depression. He just says whatever is convenient for his political argument. He doesn’t behave like an economist. And the guy has never done any work in Keynesian macroeconomics, which I actually did. He has never even done any work on that. His work is in trade stuff. He did excellent work, but it has nothing to do with what he’s writing about.

    Entrevista com Robert Barro.

  20. Gabriel:

    Não insiste, pô. Que conta mensal? Tá maluco? Não basta ser analfabeto?

    Quanto ao “argumento” “com cambio fixo viajar para Europa era mais barato hoje só rico vai”, deve ser provavelmente a frase mais cretina proferida no mundo hoje.

  21. Esse Robert Barro é um palhaço. Não há contradição alguma no argumento do Krugman. O que ele disse é que a Segunda Guerra Mundial tirou os EUA e o Mundo da depressão, porque empregou os recursos ociosos e, ao mesmo tempo, o multiplicador dos gastos do Governo não foi muito elevado – e nem podia ser porque a participação do Governo no PIB nesse período foi enorme.
    Esses economistas novo-clássicos estão dando um show de autismo nesse crise.

  22. Alex sugestão para post futuro.

    O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, defendeu ontem uma suspensão seletiva da licença automática para importação de produtos mais sensíveis à indústria nacional. Itens que são produzidos localmente, mas sujeitos à concorrência predatória de importados – principalmente chineses -, dependeriam de aprovação prévia das licenças para entrar no País. Na semana passada, o Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior baixou uma circular suspendendo a licença automática para um grande número de itens da pauta de importações brasileira, mas teve de recuar diante da reação ruidosa de setores da indústria.

    “A intenção pode ter sido boa, mas da maneira como a circular foi feita acabou causando uma grande confusão, porque incluiu tudo que é posição fiscal de matérias-primas, insumos, componentes e equipamentos que o Brasil precisa importar e não necessitam de burocracia nenhuma”, disse Skaf em entrevista ao Estado. “Se a intenção foi boa, porém mal colocada, é culpa do ministério, que não discutiu a medida com o setor produtivo.”

    A proposta defendida por Skaf agora seria diferente. Ele argumenta que a a seleção mais apurada desses setores defenderia os empregos no País. “Nossa preocupação maior hoje é a questão do emprego e, logicamente, para haver preservação do emprego, tem que haver preservação da empresa, porque sem empresa não há emprego.” A medida faz parte de um pacote de sugestões de combate a crise formulada pela entidade nas áreas tributária, fiscal, financeira e trabalhista, que vai ser encaminhada aos governo federal e do Estado de São Paulo.

    Segundo o presidente da Fiesp, a balança comercial Brasil-China de produtos manufaturados (diferença entre as exportações e as importações) deverá apresentar um saldo negativo ao País de quase US$ 25 bilhões. No ano passado, o déficit foi de US$ 19 bilhões. Boa parte das exportações chinesas estariam sendo deslocadas para cá, “a preços de banana”, em razão da queda na demanda de grandes mercados como o americano e o europeu, que entraram em recessão sob os efeitos da crise financeira mundial.

    http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090204/not_imp317828,0.php

  23. Olá Alex,

    Hoje saiu um artigo do Oreiro rebatendo a perspectiva ortodoxa.

    Esta não seria uma boa oportunidade para mais um post dos “n” erros?

    abs.

  24. “RIO DE JANEIRO – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,48 por cento em janeiro, ante alta de..”

    Na mosca…modelinho tá redondo hein?! Parabéns..

    Doutrinador

  25. Alex, sei que você o considera o filho do Patife, mas ontem na coluna do Luiz Sérgio Guimarães, ele indaga: “Por que tanta modorrência no mercado de câmbio brasileiro num momento em que outros segmentos se exasperam com a desidiosa tranquilidade exibida pelo governo Obama nesse seu primeiro mês de governo?”. Já rodei modelos que captaram o efeito da volatilidade cambial na economia brasileira e o sinal é bastante negativo. Quer dizer, se essa “modorrência” se revelar longa, tende a afetar positivamente a economia real, não? Mais adiante, na mesma coluna, ele continua: “Um dos maiores especialistas em mercados de derivativos cambiais do país, o diretor da NGO Câmbio Sidnei Nehme, mantém a clara percepção de que o capital estrangeiro não está hoje confortável na posição ´comprada` em dólar. Para o corretor, só não zeram tais posições e realizam o lucro porque, se tão-somente ´insinuarem` esse movimento, a taxa da moeda americana sofrerá forte e rápida queda, consumindo desta forma parte dos lucros até então acumulados nas suas posições. ´O corner em que se encontram é o de reverter já e perder, ou esperar, o que pode representar opção pior ainda`, diz o economista.”. Ou seja, não podemos nos dar o direito de comemorar essa estabilidade ainda. Você concorda ou acredita que a volatilidade NÃO voltará a ficar elevada novamente em 2009? Abraço!

  26. Fábio.

    Dica de leitura, para entender esse “engajamento” do Paulo Skaf:

    “Saving Capitalism from Capitalists”, de Rajan e Zingales, da “business” de Chicago.

  27. “Exceção alguma: ela foi construída com base em dados e na experiência histórica de repasse. Se não acontecer, eu vou escrever “ao contrário do que acreditava, etc, etc”; por outro lado, se acontecer eu bem que queria ver você aqui pedindo perdão… Mas isto eu duvido e faço pouco, afinal ninguém escreve sem se identificar por acaso, não é mesmo?”

    Alexandre,
    Vc acha que apenas vc, e quem tem as mesmas ideias que vc, faz previsoes baseada em dados, experiencias historicas e teoria?
    O problema é olhar para apenas uma variavel, como vc ta fazendo, e decretar que aquilo não presta ou nao se deve fazer.
    É como se criticasse o BC brasileiro por ter a taxa de juros real mais alta do mundo pq ele estaria indo no mesmo caminho da Islandia.
    Mas é claro, há milhões de fatores a serem considerados.

    Ah, e mesmo se futuramente nao houver inflaçao vc não será um “quermesseiro” pq errou numa previsao, ou pq defende juros altos no atual momento; sendo que isto fez, junto a outros fatores, a ISlandia quebrar

  28. Pra quem quer ler a entrevista do Barro:

    http://business.theatlantic.com/2009/02/an_interview_with_robert_barro.php

    O mais interessante da entrevista eh a solucao “you cut tax rates, and therefore give people incentives to do things like work and produce more and pay more — maybe, depending on what kind of taxes….the tax-rate effect, inducing people to do things like work and produce more and invest more, is a whole separate effect, and that could easily be much bigger than the multiplier thing, than the income thing.”

    E para quem disse que os neo-classicos estao dando um show de autismo: e os keynesianos, estao dando o que?

    Falar que o Barro eh palhaco eh brincadeira, por mais que talvez suas solucoes nao funcionem, economia eh assim, na pratica a teoria as vezes eh outra. Voce vai tambem chamar o Friedman de palhaco por ter empurrado o modelo de meta de crescimento do agregado monetario?

    henning

  29. DIRETAMENTE DO BARAKISTAO

    O senado parece que entrou num acordo sobre o Prano B. 780 bizinhos. A bolsa gostou, subiu mesmo com o desemprego record de janeiro. O Prano e’ um mistao, tem de tudo, mas principalmente keynesianismo a dar com pau. Bobama em seus discursos esta’ que parece que leu livro do dito-cujo logo antes de subir ao podium. Vamos ver no que vai dar. Particularmente acho que vai ser um traque, que vai ter como maior consequencia a subida dos juros de longo prazo. Que alias ja’ esta’ em andamento: um ponto percentual desde seu bottom ha’ poucas semanas atras. O Fed vai acabar sendo o financiador com a mao do gato, ou seja, tudo pode se passar como monetizaco liquida. O problema disso tudo e’ que em se tendo sucesso, ninguem segura a inflacao.

    Por falar em inflacao, a advertencia do Tio Alex parece estar funcionando muito bem por ai’, nao e’ cumpadres? Com deficit comercial de quebra. Mas Skafao tem a solucao: protecionismo de segunda mao.

    Enquanto isso o Bacen virou fonte de financiamento em moeda estrangeira! Cruz credo! Algum dos primos tem ideia de quanto das reservas ja’ foram empenhadas no financiamento ‘a exportacao? Agora teremos mais uns 30 bizinhos para financiar dividas de quem nao consegue rolagem? Mas eu quero entender uma coisa: digamos que a empresa A deva 1 bizinho ao BofA, por exemplo. Ela so’ consegue rolar metade. A outra metade vem do Bacen, via Itau. A empresa devera’ 500 mi para o banco estrangeiro e 500 para o Itau, que devera’ 500 mi para o Bacen. Mas so’ que a empresa nao esta’ tendo a receita de exportacao nem perto do que tinha antes. Como ela vai fazer para pagar a divida dolarizada? Caso ela se torne inadimplente em dolares, quem vai dancar na jogada? Algo me diz que sera’ o Bacen. Sera’ que estou errado? E ae, o Bacen vai abaixar a taxa de juros novamente, assim o consumo continua? Mas isso nao vai aumentar o deficit comercial? Ah, ja’ sei, o cambio flutua para cima e ai’ o saldo volta a se equilibrar. Mas isso nao faz com que dividas em dolar fiquem mais dificeis de pagar, aumentando a inadimplencia? Ta bom, entao o BC intervem no mercado para segurar o cambio. Ue’ entao voltamos ‘a estaca zero, ne galera?

    Estamos portanto criando um problema novo pra nao resolver um problema velho.

    Analisemos agora essa probosta desumana e idiota que “alguns” andam propondo por ai: subir a taxa de juros. Bom, subir a taxa de juros segura o consumo, o que melhora a balanca comercial. De quebra segura a inflacao. Tambem tende a segurar o cambio. Mas nao e’ o benedito? Mas e as empresas endividadas em dolar? Pobrema do credor. Quem nao tem nao paga. Ou entao refinancia. Tenho a estranha sensacao de que essa proposta e’ melhor, viu cumpadres. Sera’ que o meu palpite esta’ errado?

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  30. “Hããã… Porque eu não quero. Quero falar do assunto sobre o qual escrevi, senão não escreveria a respeito, ué?”

    foi otima!

    e kleber, espero que veja, Alex desculpe a conversa paralela, enquanto no barackistão tem fraudador querendo ser ministro aqui tem fraudador do fisco querendo ser (prmanecer) corregedor. Não está tão longe não.

  31. E para quem disse que os neo-classicos estao dando um show de autismo: e os keynesianos, estao dando o que?

    Falar que o Barro eh palhaco eh brincadeira, por mais que talvez suas solucoes nao funcionem, economia eh assim, na pratica a teoria as vezes eh outra. Voce vai tambem chamar o Friedman de palhaco por ter empurrado o modelo de meta de crescimento do agregado monetario?

    Até o Martin Feldstein, o cara vivo que mais conhece de finanças públicas no mundo, anda dizendo que cortar impostos, no sentido tradicional que os americanos normalmente adotam (sobre renda e riqueza), não vai funcionar.

    Sobre o autismo: os novo-clássicos insistem em dizer, mesmo agora, que a melhor política é abaixar a taxa de juros, como se ela já não estivesse em zero. O pior cego é aquele que não quer ver (por razões puramente ideológicas).

  32. Kleber Obama vai lançar daqui a pouco um novo pacote nos EUA para salvar o sistema financeiro,deve ser mais um trilhãozinho pros bancos.

    Não Basta Bernanke e suas injeções de dinheiros,daqui a pouco os EUA vai virar a URSS.

    Deveria tirar Bernanke do BC e colocar Ron Paul.

  33. Alex,

    sugiro que inclua a ferramente de enquete no seu blog, e faça uma enquete semanal. Vai deixá-lo ainda mais interessante e vai isolá-lo de uma vez no topo da lista de melhores blogs de economia séria do Brasil.

    Abraço, LL

  34. Volto a avisar: não copiem textos imensos e coloquem como comentário. Eu não vou publicar.

    Não há problemas com citações curtas, mas mandar um tijolo de x mil caracteres é receita para ter o comentário recusado.

  35. “os novo-clássicos insistem em dizer, mesmo agora, que a melhor política é abaixar a taxa de juros, como se ela já não estivesse em zero”

    Acho difícil, já que para este pessoal a moeda é neutra mesmo no curto prazo. Um novo-clássico diria que a queda do produto/emprego resulta de um ciclo real, fruto da decisão voluntária de reduzir a oferta de trabalho e, portanto, a produção.

  36. “Eu fiz uma regressão que mostra que o cambio fixo se adapta as mudanças de preços relativos na economia diferente do cambio flutuante.”

    Não me diga! Você concluiu que o câmbio fixo não flutua e que o flutuante não é fixo…

  37. O BACEN E A VIUVA PORCINA

    Achei muito interessante a decisao do Bacen de financiar dividas em moeda estrangeira de empresas que nao estao conseguindo refinancia-las. Gostaria muitissimo de saber para que este dinheiro esta’ sendo usado. Capital de giro? Importacao? Investimento? Especulacao? Por que diabos o refinanciamento nao pode ser feito em reais?

    Ora, cumpadres, quando o Bacen emprestar essa grana para os apaniguados, dividas com o exterior serao saldadas. Havera’ portanto transferencia “fisica” de moeda forte para fora. O Bacen ficara’ com um “contas a receber” em dolares, credor indireto de uma empresa brasileira qualquer. Qualquer nao, desculpe; deveria ter dito apaniguada. Mas como ele tera’ um credito em dolares, ele continuara’ a contabilizar a grana como “reserva”? Eu acho que sim.

    E a Porcina? Bom, ela era aquela que foi sem nunca ter sido. As “reservas emprestadas” serao sem o serem mais. Talvez pelo criterio de reservas em banda diagonal contabil invertida, isso seja plenamente justificavel. Principalmente pra toda a galera do “me engana que eu gosto”. Mas caso haja um recrudescimento da “situacao”, e reservas sejam necessarias pra continuar a farra consumista que aniquilou o balanco de pagamentos, o carvaozinho num vai ta’ disponivel nao, viu cumpadres.

    Outro assunto interessante. Quando elegeram o amigo do Krug presidente do Barakistao, verifiquei que uma enorme parcela da populacao brasileira vibrou como se fosse final de copadomundo. Avisei aos navegantes que isso nao seria assim tao bao, pois o homi e’ meio protecionista, ta’ na veia do seu partido. Hoje ve-se que o Brasil sera’ barrado no baile do Prano B, num e’ mesmo, mocada? Do mesmo modo que barraram o Marolinha na cerimonia de posse. Ve-se ai’ o poder da midia. Convenceram o pais inteiro de que josta e’ bom. Agora que se lambuzem (po, to meio vingativo hoje).

    Mas o messias e’ o homi que vai mudar a etica na politica americana, certo cumpadres? Sera’ que e’ por isso que 3 de seus caodidatos a ministro tiveram que retirar suas nominacoes pra nao tomarem pau no senado? Alem de ter um que bateu na trave e chorou pra entrar? Ministro aqui so’ tem uma duzia, viu galera, nao sao centoetantos como na patria-mae. Tres para fora e um na trave tem alta significancia.

    Ron Paul pro Fed? Nunca pensei no assunto. So’ posso garantir que ele seria pelo menos tao eficaz quanto o Billy, porque eficacia zero e’ zero, e nao da’ pra piorar.

    Por falar em Fed, alguem ai’ sabe por onde anda Greenzinho, velho safado e boko-moko? Ele anda mais sumido que o tio “O”.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  38. Veja bem a vantagem do cambio fixo é que ele permite um crescimento mais robusto com uma inflação controlada.

    Países como Hong Kong e Cingapura tem cambio fixo e uma inflação mais baixa além de um crescimento mais alto que o Brasil.O regime de bandas cambiais era melhor que o regime de cambio flutuante.

    O que justifica esses países crescerem mais que o Brasil é justamente o cambio fixo que permite um juros mais baixos,salários reais mais altos e inflação mais baixa.

    Não sei se você se lembra quantas vezes o Brasil quebrou com cambio flutuante? 99,2001,2002.

    Cambio fixo cria um ambiente melhor para negócios pois empresas podem investir mais….. .

  39. Uma pergunta de macroeconomia a quem possa me responder:
    a)No texto Macroeconomia do Blanchard, supoe-se que o equilibrio no mercado de trabalho é F(u*,z)=1/(1+µ), sendo u* a taxa de desemprego de equilibrio, z uma variável residual que recolhe caraterísticas estruturáis da economia, como o processo de barganha coletivo, subsidios de desemprego, custos de dimissao, etc…, e µ a margem que as empresas fixam. A este equilibrio chega-se porque P=Pe (nível de preço efetivo e nível de preço esperado). Vocês sabem, o modelo Ecuaçao de Salarios-Ecuaçao de Preços.
    Quando ele representa o modelo OA-DA, a curva de oferta passa pelo ponto no qual o P=Pe, sendo u=u*. Mas o texto salienta que, ao longo da curva de OA o mercado de trabalho encontra-se em equilibrio. É claro que apenas u=u* se P=Pe. O Blanchard obtem a curva OA supondo que P não é igual a Pe – P=Pe(1+ µ)F(1-Y/L,z) – . Não entendo bem intuitivamente por quê o mercado de trabalho está em equilibro ao longo da curva OA se o preço efetivo não coincide com o preço esperado.
    Muito obrigado antecipadamente e, Alex, desculpa pelo espaço ocupado.

  40. Uma pergunta curtinha a mais (sorry Alex!)
    Alguém sabe como afecta uma variaçao da velocidade de circulaçao do dinheiro no modelo IS-LM?
    Brigadao!

  41. Kléber:

    Pelo que entendi o BC não empresta para as empresas (por lei o BC só trata com instituições financeiras).

    O empréstimo será para o banco que fará a intermediação com a empresa, ie, o risco de crédito da empresa é do banco e (por consequência) o risco de crédito do banco é do BC.

    Como o empréstimo do BC para o banco (do banco para a empresa vá saber) é de, no máximo, um ano, sim, contarão nas reservas (conceito liquidez internacional), mas não aparecerão no conceito caixa.

    O problema, em geral, não é falta de reais (na verdade, por um lado é, exploro à frente). Se a empresa conseguir financiamento no Brasil ainda terá que fazer o câmbio. Na estrutura proposta o banco toma a linha do BC fora e repassa à empresa fora (pulo aqui a entrada/saída que, por força da 4131 tem que acontecer). A empresa paga a dívida original e passa a dever ao banco. Em um ano o banco tem que repagar o BC.

    Isto ajuda a refinanciar a dívida externa, mas também diminui a pressão sobre financiamento em reais, onde a capacidade do BC “earmark” o crédito é menor, como se pode ver pelo efeito (baixo) da liberação do compulsório sobre o crédito.

    Não acho má idéia do ponto de vista de reduzir o risco do BC, mas tenho dúvidas se haverá apetite de empresas/bancos.

    Abs
    Alex

  42. “Alguém sabe como afecta uma variaçao da velocidade de circulaçao do dinheiro no modelo IS-LM?”

    Uma redução da velocidade de circulação da moeda (aumento da demanda por moeda) desloca a curva LM para cima. No modelo com preços fixos isto implica queda do produto e juro real mais elevado.

    A outra pergunta dá muito trabalho, mas tem a ver com a própria derivação da oferta agregada no modelo. Só lembre que cada nível de preços da OA mapeia (dado o salário nominal) num dado salário real a que o mercado de trabalho se equilibra.

  43. Alex o modelo de crescimento que o Brasil adota melhora o bem estar?

    Mesmo nesses últimos anos de crescimento da economia,não vê as pessoas terem acesso a bens duráveis modernos.

    Exemplo: No Chile um corolla custa 8k (em USD) no Brasil custa 26k um novo.A classe média no Brasil não pode ter produtos melhores,só aqueles que “mamam” nas tetas do BNDES podem ter.

  44. ALEX

    Obrigado pela resposta. A informacao de que o BC emprestaria para um banco eu tinha, o que eu nao sabia era como – e se – a grana contaria como “reserva” em algum conceito obliquo, o que voce esclareceu completamente.

    Agora suponhamos que em um ano a situacao piore. O BC nao vai ter como receber o troco em dolar. E ae, quanto tempo o BC ficaria fazendo roll-over fingindo que esta’ tudo bem?

    Voce esta’ certo sobre o efeito de “earmarking” e tudo o mais. Eu nao discordo da operacao em si tecnicamente falando. Eu discordo brutalmente de BCs por ai’, a comecar pelo Fed, de extrapolarem seu mandato via um farrapo legislativo qualquer.
    Alias, por falar nisso, e’ errado colocar o Bacen no mesmo pe’ do Fed. Porque se tudo der certo, as medidas implementadas no Brasil, em geral, nao serao “vitimas de seu proprio sucesso”. No Barakistao sim. O dia em que desentupir essa pia vai alagar o quarteirao.
    Outra coisa que tem me revoltado muito e’ a demagogia universalmente aceita sobre essa falacia de salvar empresas para salvar empregos. O emprego NAO depende das empresas. Depende do nivel de consumo. Entao se tivermos 4 montadoras em vez de 5, ninguem vai ficar desempregado por causa disso caso os consumidores voltem a comprar 16 milhoes de veiculos por ano. Os acionistas da falecida, estes sim, serao “enluziados”. Sao portanto justamente esses que o Bacen vai “salvar”, colocando suas reservas em risco. Risco, veja bem, que o mercado internacional NAO quer assumir, dai’ o repayment. Mas pro NOSSO Bacen, utilizar as NOSSAS reservas, exatamente para cobrir a parte “ruim” do emprestimo, eu veementemente discordo.

    Agora ta’ na hora de ir pra Sierra. Ontem nevou o dia todo, agora ta’ sol e o espetaculo visual deve estar qualquer coisa. Nos tempos de Berkeley voce vinha esquiar por aqui pelo Tahoe?

    Um grande abraco

    Kleber S.

  45. Pois é Kléber. Acho que o risco de rolagem pode matar a proposta antes dela voar. Não sei se as empresas querem grana por um ano; e muito menos se o sbancos topam correr o risco da rolagem (além do crédito).

    Quanto a Tahoe eu fui só no verão. Não sei esquiar e agora, joelho operado, é que não vou aprender. Mas me arrependo.

    Abs

    Alex

  46. Alex,

    Muito obrigado por esclarecer as minhas dúvidas de macro “blanchardiana” e desculpe pelos erros em português. Idioma difícil o de vocês…

    É um verdadeiro luxo ter alguém com uma formaçao econômica tao importante disposto a tirar dúvidas de pobres mortais que nem eu.

    Abraçao,

    A.

  47. Alex,

    gostaria de saber mais detalhes sobre aquele artigo sobre a TENDENCIA DECRESCENTE DA TAXA DE LUCRO (ou sobre o PROBLEMA DA TRANSFORMAÇÃO, não me lembro) que vc escreveu há algumas décadas atrás. Abc, Sérgio.

  48. Na minha opinião esses empréstimos deveriam ser feitos via BNDES pois ele cobraria juros mais baixos além de que o risco de calote do BNDES é menor que os dos bancos em geral.

    A vantagem do BNDES é que ele toparia um risco de rolagem maior.

  49. Sérgio:

    Uau!

    Acho que era (faz teeemmpooo) sobre a formação de preços em David Ricardo (acabava no problema da transformação, mas o artigo não ia até lá).

    Nunca foi publicado. Gongou numa revista de HPE (History of Political Economy? Agora não lembro).

    Um parecerista detonou o artigo; outro disse que um estudo de dinâmica que fiz no apêndice poderia (talvez, com boa vontade, e mais trabalho) virar algo publicável, coisa que jamais saberei porque não tenho sequer uma cópia do ensaio. Na época estava no doutorado, mas já tratando de assuntos da tese e não quis me desviar.

    Acho que há uma cópia física na USP.

    Do que me lembro, não era tão ruim. Em retrospecto, porém, acredito que o principal problema era que não inovava muito. Ajudava a entender o diabo do capítulo 1 dos “Princípios”, que sempre me passou batido até tentar formalizar um pouco a discussão.

    Abs

    Alex

  50. “Na minha opinião esses empréstimos deveriam ser feitos via BNDES pois ele cobraria juros mais baixos além de que o risco de calote do BNDES é menor que os dos bancos em geral.”

    Ô bestalhão: e de onde o BNDES vai tirar os dólares?

  51. O banco central faria esses leilões via BNDES Você mesmo destacou que os bancos privados não querem correr risco, joga para o BNDES.

    Os bancos privados cobrariam taxas maiores que o BNDES.O Banco Central esta fazendo esse leilão de dólares para evitar uma maior corrida por dólares pressionando o cambio.

  52. “Acho que o risco de rolagem pode matar a proposta antes dela voar. Não sei se as empresas querem grana por um ano; e muito menos se o sbancos topam correr o risco da rolagem (além do crédito).”

    Serah que essa operacao nao eh contrapartida do swap que o Fed arrumou para o Bacen? Se for, seria uma transferencia de risco dos bancos estrangeiros (americanos?) para o Fed, o que faz sentido se o objetivo desse mele todo for melhorar o balance shit dos bancos americanos.

    “O”

  53. E A UCRANIA SIFU

    Neste fim de semana a Ucrania enviou cartinha com apelo patetico pra US, UE, Japao, Russia, etc, para arrumar algum, desesperadamente. O FMI deu somente uma tranche de 4.5 bi do total de 16.5 aprovados. E’ que a Ucrania nao conseguiu – nem tentou – cumprir a meta fiscal suicida receitada pelo Fundo.

    Ze do Caixao ja’ esta’ se ecarregando do feretro.

    Rating da Ucrania: PPPP.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  54. "O Blanchard obtem a curva OA supondo que P não é igual a Pe – P=Pe(1+ µ)F(1-Y/L,z) – . Não entendo bem intuitivamente por quê o mercado de trabalho está em equilibro ao longo da curva OA se o preço efetivo não coincide com o preço esperado."
    Anônimo, 8 de Fevereiro de 2009 10:20.

    Se vc pretar mais atenção nas fórmulas verá que em equilíbro,
    (1+ µ)F(1-Y/L,z)=1 => P=Pe

  55. pode se preparar para o aumento de convites para entrevistas e afins no segundo semestre, Alex

    o FOCUS com a expectativa p o IPCA dessa semana ja demonstraram o que deve ser a nossa inflação este ano

    espero que lembrem quem dizia o que quando o bixo pegar de vez..

  56. o FOCUS com a expectativa p o IPCA dessa semana ja demonstraram o que deve ser a nossa inflação este ano

    só porque subiu 0,1 p.p.? Eita exagero. Além disso, as expectativas para os próximos meses não subiram.

  57. “Você deve estar torcendo a favor do IPCA,afinal se o IPCA sobe o banco central eleva o juros e os banco lucram mais.”

    Você sabe se estou dado ou tomado em pré? Se estou dado ou tomado em IPCA?

    Não sabe? Então não fala merda, otário…

  58. Os Neoliberais sempre torceram para dar errado o Brasil.O Banco Central aumenta o juros para pagar bolsa banqueiro.

    Os juros altos são uma das causas do aumento da pobreza no Brasil,basta ler trabalhos sociais sérios(coisa que é difícil economistas lerem).

  59. “Não sei se você se lembra quantas vezes o Brasil quebrou com cambio flutuante? 99,2001,2002.”

    Nunca vi algo tao cretino como essa afirmacao.

    Em 1999, brasil “quebro” exatamente por ter o cambio fixo sem condicoes de mante-lo.

    2001, pelo que lembre teve o apagao, estouro da bolha da internet mas nada assim demais que possa ser atribuido ao cambio.

    2002 foi o temor ao Lula.

    Agora, me fala uma coisa, acha que se o brasil tivesse cambio fixo, o regime nao teria caido em 2002? Com certeza teria sido pior.

    “Países como Hong Kong e Cingapura tem cambio fixo e uma inflação mais baixa além de um crescimento mais alto que o Brasil.O regime de bandas cambiais era melhor que o regime de cambio flutuante.”

    Comparar HK e cingapura eh brincadeira. Compare pelo com China que faz mais sentido:
    China cresce mais e os precos aumentam mais rapidamente que o BR, so que por ter muitas vantagens como alta entrada de dolares devida a demanda externa pelo pais e o uso de controle de capitais, o cambio desvalorizado consegue ser sustentado.

    Henning

  60. Alex, gostaria de saber umas coisas:

    * Do ponto de vista de um banco de varejo, na realidade com taxa de juros basica mais baixa e supondo que o spread bancario continue constante eh possivel se lucrar mais ja que o custo de captacao diminui, a demanda por emprestimos aumenta, so o investimento do capital ocioso recebera juros menores no interbancario. Seria correto essa analise?

    * Vc que ja trabalhou no BaCen no COPOM, qual seria o grau de analise quantitativa na reuniao e/ou no ambiente de trabalho? Eu leio alguns working papers do BC e geralmente sao muito bons e com um grau de complexidade no nivel de otimos centros de pesquisa. Tais trabalhos sao “incorporados” no mecanismo de decisao da reuniao ou pelos menos sao “digeridos” entre as reunioes pelos diretores e outros funcionarios. Assisti uma palestra do Luiz Figueiredo e pelo que transmitiu, senti que o processo eh muito mais atraves de informacao crua do que via modelos(como regra de taylor etc..).

    * So mais uma pergunta caso ainda tenha saco de responde-la! Estava lendo um artigo do G.Franco sobre o problema das LFTs(Embora acho que seria pos-fixados em geral) no Brasil. (http://www.econ.puc-rio.br/gfranco/LFTs_final_revista.PDF) Como eu nunca trabalhei com pos-fixados(alias, so no brasil ha pos-fixados ou eh impressao?), nao entendo muito bem suas caracteristicas mais idiosincraticas e acho que seja por isso que nao entendo muito bem o problema. Pelo que entendi do argumento do Franco, eh que o posfixado elimina praticamente o risco de juros(duration pequena) e cria uma demanda excessiva por LFTs em detrimento do financiamento privado, gerando o tal crowding out do titulo.

    Abracos,

    Henning

  61. MIKOFFS? MIKOOOOFFS?

    Mas olhem so’ que noticia interessante. A agencia Nikkei publicou agora ha’ pouco no Japao, que uma associacao de bancos regionais na Russia pediu renegociacao da divida externa com bancos europeus. Dizem as mas linguas que a divida externa privada dos russos supera o valor das reservas em moeda conversivel. Essas mesmas linguas dizem que HSBC e Deutsche ja’ estao em conversacoes. Aliado ao passamento da Ucrania e ‘a desvalorizacao da moeda do Kazakistao (aah, Kazakistao…), a situacao da antiga URSS parece estar tomando um rumo ruim. Mucho ruim. Isso fez com que o euro despencasse 1.5 pct no mercado asiatico ate’ o momento (21:43 PST).

    Pelo sim, pelo nao, Zezinho embarca amanha bem cedo para Moscou. Nao deu nem pra esquentar lugar em Kiev.

    Guentar a barra dos “paises-joia” pequenininhos ate’ que ta’ dando. Mas se o ursao der sinal de fraqueza, a nossa antiga previsao de desgraca europeia em funcao da exposicao de seus bancos ‘a Cortina de Ferro podera’ se materializar.

    Hoje saiu a lista dos amestradores dos miquinhos da LyondellBasell: UBS, Citi, ML, GS…sem novidades, certo cumpadres? Tao falando ai’ de preju na casa de 8 bizinhos.

    Mas num tem pobrema, mocada. Amanha sai o Prano do messias, ou pelo menos o do sub, e ae a bolsa dispara. Ou nao, como diria Caetano.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

    PS: Vejo crescentes debates na midia brasileira sobre a sucessao do nossoguia. Eu sugeriria o antigo boxeador Maguila, aquele que tinha quexo de vrido. Ele e’ do povao, tem a mesma intimidade com a lingua que o Marolinha, nao le porra nenhuma, etc, etc. Pode ate’ lancar uma reforma ortografica, como por exemplo a eliminacao do inexplicavel “ce cedilha” com som de “s”, ou ate’ mesmo complicar um pouco a situacao, criando um “me medilha”, com som de “n”. Alem disso ele nao entende um catso de economia. Melhor, impossivel.

  62. “Os juros altos são uma das causas do aumento da pobreza no Brasil,basta ler trabalhos sociais sérios(coisa que é difícil economistas lerem).”

    Trabalhos sociais sérios? Isto me cheira a oxímoro…

  63. “* Do ponto de vista de um banco de varejo, na realidade com taxa de juros basica mais baixa e supondo que o spread bancario continue constante eh possivel se lucrar mais ja que o custo de captacao diminui, a demanda por emprestimos aumenta”

    Sim, mas o principal é o descasamento que bancos exploram: tomam pós e dão pré. Imagine o que juro em alta faz com esta posição.

    “Vc que ja trabalhou no BaCen no COPOM, qual seria o grau de analise quantitativa na reuniao e/ou no ambiente de trabalho?”

    Pela minah experiência é elevado, mas não trabalhei com o Luiz Fernando.

    Sobre o pré-pós. Não, hoje a parte pós da dívida é menor que a parte pré/indexada à inflação, embora ainda seja grande. De fato a LFT tem duração de 1 dia, de modo que todo risco de taxa de juros fica com o emissor do papel (Tesouro).

    Quanto a esta estrutura “crowd-out” o crédito privado, francamente não me parece o caso. Bastaria que o setor privado tomasse pós. De qualquer forma, a parcela pós da dívida vem caindo consistentemente nos últimos anos.

  64. E já veio gente aqui repetir o chavão de “bolsa banqueiro”.
    Pela “lógica” dessa gente, quando a Coca Cola aumenta o preço do refrigerante, as lanchonetes lucram mais, pois ele fica mais caro também no balcão.

    PS: Kleber, o Lula é muito melhor que 99% do seu partido, justamente por não ter estudado o besteirol que os outros estudaram. Daí ele ter deixado o Henrique Meirelles trabalhar, contra quase toda a quermesse. Por isso, enquanto as opções forem Dilma, Serra, Ciro Gomes e a namorada do Luiz Estevão, eu endosso a candidatura do Maguila.

  65. Alex, se me permite uma sugestão de post:

    Explicar para os malucos de plantão como funciona um banco. Acho que tem muita gente que ia ficar chocada.

  66. Ops, antes que a quermesse venha dizer que entrei em contradição com o Alex.
    O Alex mostrou uma forma de lucro nos bancos em relação a uma variação de alta da SELIC, devido ao passivo em pré e ativo em pós nos bancos.
    Mas só para lembrar a quermesse: ele mostrou algo em relação à variação da SELIC, e não em relação ao nível da SELIC. Os bancos podem ter ganhos temporários com a alta de juros, como mostrado pelo Alex, mas, no longo prazo, vale o que o Henning havia postado antes, ou seja: quanto menores os juros, menor o custo de captação, e maior o lucro dos bancos. O argumento do “bolsa banqueiro” continua tão verdadeiro quanto uma nota de R$ 3,00.

    Os bancos podem ganhar com uma alta nos juros. Mas, quanto menor a taxa básica, maiores os lucros. Exemplificando: os bancos lucram mais com taxa básica de 10% do que se ela fosse de 20%. Mas, se o COPOM resolve subir em 1pp, os bancos que tenham depósitos pré terão um ganho temporário, seja ela indo de 10 para 11%, seja ela indo de 20 para 21%. Ou seja, esse lucro temporário não tem a ver com o nível das taxas de juros, mas simplesmente com o fato de existir uma política monetária…

  67. Alex, que blogs de economistas vc costuma ler com frequência e aconselha?

    E aproveitando, pq aqui no Brasil algúem é capaz de ser presidente de um clube de futebol e, ao mesmo tempo, continuar sendo respeitado por muitos como economista sério? O que se passa nos trópicos?

    abc, LL

  68. Sobre as LFTs: o maior problema delas é que, ao fazer política monetária, o Bacen também faz política fiscal, pois as LFTs são reajustadas diariamente pela taxa de juros de curto prazo (Selic).

  69. Para os analfabetos que ainda não leram o comentário do dia 7/Fev (15:11).

    Volto a avisar: não copiem textos imensos e coloquem como comentário. Eu não vou publicar.

    Não há problemas com citações curtas, mas mandar um tijolo de x mil caracteres é receita para ter o comentário recusado.

  70. “E aproveitando, pq aqui no Brasil algúem é capaz de ser presidente de um clube de futebol e, ao mesmo tempo, continuar sendo respeitado por muitos como economista sério? O que se passa nos trópicos?”

    Nunca ouvi falar de nenhum caso parecido com isso que voce esta descrevendo.

    “O”

    P.S.: Quanto aos tropicos, somos uma terra abundante em sol, agua fresca e idiotas.

  71. Brasil tem pagado um preço muito alto com essas políticas de desenvolvimento.

    FMI quase quebrou o Brasil imponto muitas obrigações para liberarem os empréstimos,além de que seus juros eram alto.Você sempre torceu para o Brasil quebrar,um exemplo é defender acordo com o FMI,nossa política monetária “suicida”.

  72. “FMI quase quebrou o Brasil imponto muitas obrigações para liberarem os empréstimos,além de que seus juros eram alto.Você sempre torceu para o Brasil quebrar,um exemplo é defender acordo com o FMI,nossa política monetária “suicida”.”

    Você precisa mudar de alimentação. A falta de fósforo no seu capim já está visível.

  73. “E aproveitando, pq aqui no Brasil algúem é capaz de ser presidente de um clube de futebol e, ao mesmo tempo, continuar sendo respeitado por muitos como economista sério?”

    LL,

    O Xavier Sala-i-Martín foi cartola do Barcelona e foi apontando como Presidente interino por um mês.

    http://www.columbia.edu/~xs23/home.html

    Curioso mesmo é como no Brasil existem tantos economistas que há muito tempo, ou mesmo nunca, escreveram nada de novo e relevante.

  74. TIO “O”

    Idiotas abundam por todo o mundo. Aqui no Barakistao tambem nao estao em short supply algum.

    ALEX

    Voce conhece alguem especializado em biotecnologia? Esse comentario seu logo acima me deu uma ideia: capim geneticamente modificado. Ja’ sacou a aplicacao, certo? Poderiamos produzir em varios “sabores”. Em convencao de quermesseiro iria vender como agua…
    A gente tambem poderia botar um link no blog, vender como “fast food”! Ja’ pensou, o Csifu no conforto de seu escritorio, recebendo seu saquinho com a porcao exata para o almoco. A gente vamos ficar ricos, Tio. Muito ricos.

    O SUB-MESSIAS

    Ele nao agradou muito hoje, nao, viram cumpadres. Falou mas num disse porra nehuma. Ae neguinho ficou puto e a bolsa caiu. O bipartidarismo do Bobama tambem andou levando xumbinho. De todos os congressistas republicanos ele recebeu apenas 3 votos. O Prano B todo mundo ja’ acha que vai dar em alguma entre nada e pouco. Havia uma esperanca que o sub viria com alguma coisa mais decisiva. O plano do sub veio mais como um framework. Agora vao correr atras do prejuizo. O problema do sub e’ que seu plano ataca o problema de liquidez. Como ja’ estamos cansados de gritar aqui, o buraco e’ de solvencia. Meu palpite e’ que vao ficar fazendo bobagem ate’ que nao sobre outra solucao que nao nacionalizar. Que acho que deveria ser feito ASAP. O valor do sistema bancario barakistano hoje em dia e’ de cerca de 400 bilhoes de dolares. O acionista portanto ja’ foi pra tras da horta. Portanto esta’-se fazendo um esforco impossivel para se salvar os bond-holders. Enquanto isso os bancos nao estao cumprindo sua funcao de intermediacao financeira. Solucao: pimba na gorduxinha dos bond-holders, nacionaliza-se o sistema, o governo toma o prejuizo que tiver que tomar, saneia os bancos e revende com o lucro que puder ter. As acoes bancarias estao tao desvalorizadas, que chamar capital ja’ nao e’ mais opcao, excecao talvez a JPM e WF. Esse negocio de tentar desesperadamente salvar zumbis so’ vai ser dinheiro posto fora atendendo interesses particulares.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  75. Alex o que você achou do pacote do Obama? Não foi Keynesiano demais?

    Para estimular os empréstimos a consumidores e empresas, o Tesouro e a Reserva Federal (Fed) estão a criar uma nova linha de crédito de até um bilião de dólares. O objectivo é fazer descer os juros dos empréstimos para os clientes responsáveis e dinamizar o mercado de crédito.

    (FED injetou 1 trilhão de dólares no mercado e a crise só piora) Crise é de solvência não de liquidez.

    3. “Activos tóxicos”

    Para voltar a pôr o sistema financeiro a funcionar, o Tesouro e a Fed também vão criar um Fundo de Investimento Público-Privado que irá disponibilizar capital a investidores privados para comprarem “activos tóxicos” dos bancos.

    Isto permitirá às instituições financeiras limpar os seus balanços contabilísticos, ao mesmo tempo que possibilita aos investidores privados definir preços para activos que anteriormente não valiam nada.

    (Medida correta)

    4. Mercado imobiliário

    Para conter a crise do sector imobiliário e permitir que as pessoas mantenham as suas casas, o Tesouro, em conjunto com a Fed, vai criar uma bolsa de 50 mil milhões de dólares. Esta quantia será usada para descer as prestações mensais pagas pelos norte-americanos. Fed e Tesouro também vão definir novas regras para os empréstimos.

    (A crise não era no setor financeiro? Pra que diabos ajudar o setor imobiliário? O Objetivo principal é salvar o sistema financeiro não ajudar setor x ou y.

    Esse pacote será um fisco com um detalhe a mais daqui a alguns anos veremos o dólar sendo vendido como papel higiênico.

    PS porque você não publicou meu comentário com o artigo do Taylor? Os leitores do Blog poderiam ler.

    ABS Ivo.

  76. REGISTRO HISTORICO

    Hoje eu estava revendo alguns artigos sobre a causa da Grande Depressao. Cada um achava uma coisa. Talvez porque na epoca nao houvesse essa febre por informacao economico-financeira, ou mais provavelmente porque nao havia tantos meios de comunicacao em massa. Mas na Depressao atual – que ainda tera’ de ser batizada de Little ou Greater – foi possivel determinar com precisao o que se passou. Entao vejamos a calamidade se desenrolando passo a passo.

    1- Greenzinho, velho safado e boko-moko, inundou a praca com dinheiro barato. So’ pra encher o saco do Tio Alex, neste ponto os austriacos estavam certos. A raiz da Grande – na opiniao deles – tambem foi a raiz da Nova – na opiniao geral atual.

    2- Isso gerou uma grande inflacao de ativos, alem de um descolamento enorme entre a renda financeira e a renda do trabalho.

    3- Este descompasso fez com que parcelas crescentes da populacao recorressem ao credito para suas aquisicoes, seja de moradias, seja de bens duraveis, ou mesmo de consumo.

    4- Ai’ entrou em jogo o Segundo Postulado de Kleber S.: O gap crescente entre a renda financeira e a renda do trabalho leva a crise sistemica. Neguinho passou ‘a inadimplencia.

    5- ‘A medida em que a inadimplencia crescia, instituicoes financeiras comecaram a ter sua solvencia em jogo. Primeiramente se classificou o problema como de liquidez. Very short-sighted. Mais recentemente se admitiu que o caso e’ mesmo de insolvencia latente. Ou nao tao latente, como demonstram as recentes injecoes de capital no Citi e no BofA, alem do passamento de Lehman, Bear, WaMu, Wachovia, so’ pra ficar nos principais.

    6- O contagio foi global, e o desemprego se instalou – e se acelerou – globalmente.

    7- De 29 a 32 bolsa caiu 80 pct. Ate’ agora o DJ caiu uns 45 pct de seu pico. Quase na medida exata, se considerarmos que “estamos em 1931”, em relacao ao pico de outubro (sempre outubro!) de 2007.

    Mas nao e’ mesmo do baralho, cumpadres? A semelhanca seria mera coincidencia? Eu acho que nao.

    Onde estao as diferencas?

    1- O Fed em 29 contraiu a base monetaria. Agora Billy the Ben inundou o mercado com tanto dinheiro que fez o velho boko-moko corar de vergonha! So’ que ainda nao adiantou porra nenhuma.

    2- Na depressao anterior o governo subiu impostos. Agora o governo esta’ doando dinheiro pra populacao. O que tambem por enquanto nao fez nem fu nem fa.

    3- A administracao Hoover seguiu a filosofia austriaca: deixa cumequita’ pra ver cumequifica. O governo Bobama entrou com keynesianismo de gillete na chuteira.

    Ate’ agora os austriacos estao ganhando: acertaram na causa. Sera’ que Keynesinho Kermessianus vai virar esse jogo?
    Caso o modelo Termodinamico esteja correto, NAO.

    O desfecho vai ser emocionante…

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  77. Kléber,

    Não sei se voce viu, mas publicaram uma tradução de um artigo do Martin Wolf hoje na Folha que segue a mesma linha de raciocínio demonstrada por voce, ou seja, o problema bancário principal não é liquidez e sim insolvência e o governo do Messias pode meter os pés pelas mãos se não enxergar isso logo.
    Minha pergunta: há muita gente ai nos EUA que tem essa visão ou são alguns poucos “iluminados”?
    Pergunto isso porque caso haja um consenso sobre o problema e o governo insiste em fingir que não sabe de nada, é o típico caso de “cutucar a onça com vara curta”, não é?

    Abs;

    Tiago

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