Vale por mil palavras

Normalmente, nos artigos para a Folha, a imagem me custa uns 500 caracteres. Neste caso não fazem falta. A mensagem não poderia ser mais clara. (OK, a imagem em si não está clara, mas, clicando nela o gráfico aparece em mais detalhes)

P.S. Fui alertado que faltava a fonte dos dados (falha minha). São do projeto “Doing Business” do Banco Mundial. Segue abaixo o link para os dados de pagamento de impostos. Quem se interessar pode achar dados sobre vários outros assuntos, em geral não muito lisonjeiros para o Brasil. Divirtam-se.

http://www.doingbusiness.org/ExploreTopics/PayingTaxes/

http://www.doingbusiness.org/

29 thoughts on “Vale por mil palavras

  1. Agradeço por você insistir nesse ponto. Quanto mais simples, mais claro, melhor. Para mim é bem óbvio. Por um lado sou professor, vivo do $ do contribuinte, entendo por que é importante que as pessoas paguem seus impostos em dia, não tenho simpatia por argumentos ideológicos contra todos os impostos. Por outro sou professor de engenharia – enxergo sempre as dificuldades que meus alunos e ex-alunos têm em cirar negócios novos por causa dos enormes impostos. Continue insistindo e explicando!. Talvez mais gente entenda.

  2. Alex eu discordo a carga tributaria Brasileira não é tão alta assim.Hoje ela se aproxima de 35% do PIB.

    Se você comparar com países da Europa Brasil tem uma carga tributaria parecida.Segundo carga tributaria alta não é empecilho para crescimento.O dinheiro é injetado na economia seja pelo governo ou empresas.

    O governo devolveu esse dinheiro para a população por meio de programas como o PAC,empréstimos via bancos como BB,CEF,BNDES.

  3. Em pouco mais de três horas de postagem já temos o Jumento de Ouro do dia.

    “Alex eu discordo a carga tributaria Brasileira não é tão alta assim.Hoje ela se aproxima de 35% do PIB.”

    Já comento a carga tributária, mas aqui não estamos falando de carga, e sim do custo real de pagar impostos (recursos usados para a atividade de pagar impostos, isto é, pessoas para preparar, arquivar, pagar, seguir a legislação, etc). E não é caso de discordar ou concordar: este são os números; se não os acha corretos, apresente as falhas e uma estimativa melhor.

    “Se você comparar com países da Europa Brasil tem uma carga tributaria parecida”

    O Brasil tem renda per capita próxima a USD 7 mil; a Europa a US$ 40 mil. Você acha razoável que a carga tributária seja parecida.

    Isto dito, mesmo que fosse o caso, não te causa nenhuma estranheza a empresa brasileira precisar de 2600 horas/ano e a empresa nos países da OCDE gastar apenas 211 horas/ano?

    “O governo devolveu esse dinheiro para a população por meio de programas como o PAC,empréstimos via bancos como BB,CEF,BNDES.”

    Neste caso, já que a carga é semelhante à européia, eu quero serviços de nível europeu.

    E pára de falar asneira. O dinheiro que BB e CEF emprestam não vem de impostos. Só o do BNDES, mas este só vai para quem é amigo do rei.

  4. A carga tributária é sem dúvida alta ( mesmo sendo percentualmente próxima de países da Europa ), mas é gasta de forma bem menos eficiente, o que aumenta a sensação de injustiça. Porém, obstáculo maior para o crescimento do país, sem dúvidas, é manter juros tão elevados, ainda mais neste momento, o que alguns por aqui defendem, sem ao menos ficar corado de vergonha ou por falta de visão.

  5. o problema em questão não é a carga tributária: é o desperdício de recursos utilizados para pagar impostos.

    Mas, já que tocou no assunto, devo admitir que pela proporção da carga tributária semelhante à de países europeus, esperava que os serviços estatais/infra-estrutura fossem excelentes como costuma ser na Europa.

  6. “Porém, obstáculo maior para o crescimento do país, sem dúvidas, é manter juros tão elevados, ainda mais neste momento, o que alguns por aqui defendem, sem ao menos ficar corado de vergonha ou por falta de visão.”

    Alguém, apesar do nome, não sabe em que país vive. A demanda doméstica que responde à taxa de juros (consumo e investimento) cresceu a bagatela de 9% nos 4 trimestres até set-08 (consumo 6,7% e investimento modestos 17%). Aliás, em nenhum momento desde 2004cresceu menos do que 4,3% (a taxa média de expansão foi de 6,4% de 2004 para cá).

    À luz disto afirmar que juro é obstáculo ao crescimento é ignorar os dados.

    Parabéns: o Jumento de Prata é seu.

  7. Alex, mas como esse post inspirou a jumentada! Nunca vi coisa igual! Mas nem se voce distribuisse alfafa gratis iria atrair tanto jumento junto!

    Um abracao

    Kleber S.

  8. CARA CAMBADA

    Em meio ‘a jumencia geral que pintou por aqui, um autentico revival do Febeapa’, tenho boas noticias para os anti-americanus. Este pais esta’ desmilinguindo.

    Antigamente, quero dizer antes de Greenzinho, velho safado, assumir o posto de Fedelho-em-xefe, o pais funcionava assim, o’:

    – Poupava para crescer.

    – Acoes valiam pelos seus dividendos.
    – Boa noticia fazia o mercado subir, ma’ noticia, descer.

    – Neguinho pra obter financiamento imobiliario tinha que dar 20 pct de entrada.

    Muito desgracadamente essa etica evaporou. O que virou moda desde entao e’:

    – Se endividar para consumir.

    – Acoes valem o que os trouxas pagam em funcao do hoopla da midia “especializada”.

    – O mercado nao tem mais correlacao nenhuma com a realidade dos fatos.

    – O WaMu “comprovou” a renda de um negron, cantor Mariachi, anexando uma foto sua vestido a carater no formulario de solicitacao de emprestimo.

    O mais gozado porem nao foi isso. Algum mortgage originator emprestou dinheiro prum imigra clandestino mexicano, que ganhando 14 paus por ano, comprou uma casa de 700! Grutaquicaiu, num e’ mesmo cumpadres?

    Hoje o mercado subiu uns 2 pct. Muito comico. As noticias do dia:

    – Precos de casas em outubro cairam 18 pct, record absoluto desde que o indice Case-Shiller comecou a ser levantado.

    Ah, diriam os greenzistas, isso e’ lagging indicator.
    Pois bem: o indice de confianca do consumidor caiu para 38, o valor mais baixo dos ultimos 40 anos. Este e’ leading indicator.

    Mas a noticia que o mercado realmente gostou, que segundo os analistas puxou o rally (farsesco), foi de que o governo resolveu parir mais algum (5 bizinhos) para a GMAC. Meus amigos e comparsas, essa graninha da’ pra financiar somente uns 200 mil carros. Tomaticamente o que e’ que a GMAC anunciou? Que abaixou seu lending standard de 700 para 620 pontos, o que significa subprime. Isso equivale a voce, generosamente comovido pelo pedido de esmola de um mendigo na Praca da Se’, sacar uma nota de 50 do bolso, entregar ao individuo, e ve-lo sair correndo em direcao ao traficante de plantao para comprar um baseado!

    O Fed quer que a festa continue! Mas perai’ cumpadres, o que causou essa bananeira toda num foi justamente dar credito a quem nao podia pagar? Alguem ai’ pode me explicar como quem ficou inadimplente no boom vai virar bom pagador no bust? Com desemprego a dar com pau?

    Mais um segredinho pra voces: aqui reducao de jornada e’ automatica. Se eu nao tenho trabalho para a tigrada para os 5 dias da semana, o lay-off para qualquer dia e’ automatico. Nao tem negociacao. A renda dos empregados e’ imediatamente reduzida, mas as estatisticas de ganho por hora e desemprego nao sao afetadas! Esta’ havendo uma enorme reducao de ganhos de trabalhadores de todo o pais por fatos como este. Gorgetas em cassinos e restaurantes tambem miaram, big time. Mas tambem nao sao registradas em lugar nenhum. Exceto pelo imposto de renda, que vair cair enormemente em 2009. E ai’ veremos nossos amigos keynesianus do Bobama chorando na curva.

    Um abraco de quebrar costela, do sempre teu

    Kleber S.

  9. Alex.

    É inegável que a carga tributária no Brasil é alta e que a qualidade dos serviços oferecidos pelo governo deixa a desejar. No entanto eu tenho sérias restriçoes sobre a metodologia empregada neste tipo de comparação. A diferença entre Brasil e os outros países no gráfico é tão grande que me leva a desconfiar que não se está comparando apples with apples.

    Eu trabalho fora do Brasil em uma empresa multinacional de médio porte com investimentos em mineração no Brasil e em vários outros países emergentes. Posso te garantir que os custos tributários e trabalhistas nunca foram empencilho para se investir no Brasil. Aliás devido a estabilidade política e jurídica o Brasil é ceteris paribus destino preferencial de investimento de qualquer empresa séria de mineraçào no mundo.

    Aproveito a ocasiao para desejar a vc e todos os blogueiros um 2009 com muita saúde, paz e prosperidade.

    Sds,
    Ed

  10. E POR FALAR EM FEBEAPA’:

    “Lula e’ o unico economista que presta no Brasil, porque ele fala a verdade”!

    Delfim Neto

    BARBARIDADE, SENHORES!

    Depois de passar a fase estupefaciente, recuperei os sentidos e vi que, pragmaticamente, so’ haveriam duas opcoes validas:

    1- Pegar o bone’ e se mandar.

    2- Eleger o Alex para o Jumento de Ouro. Voces ouviram o que o DN disse, ainda que indiretamente: ele nao presta pra nada, mesmo. Ficou ai’ perdendo tempo se encacetando em faculdade-isso-doutorado-aquilo. O Marolinha nao precisou de nada disso, nao, viu Alex! Voce, por ser muito burro, e’ que precisou esse tipo de treinamento todo! E falhou rotundamente, pois de qualquer maneira acabou se tornando um “imprestavel”.

    Bom, como eu ja’ realizei a primeira opcao ha’ muitos anos atras, so’ me resta a segunda: Jumento de Ouro pro Alex.

    Um abraco de quebrar costela

    Kleber S.

  11. Poderia se pensar em fazer um ajuste fiscal no Brasil aumentando impostos para aumentar o superavit,isso reduziria a divida/pib e facilitaria a queda dos juros.

    Aumentando os impostos em 3% para aumentar o primário em 7%,daria no futuro para reduzirmos a carga tributaria (além da Selic).

  12. “Aumentando os impostos em 3% para aumentar o primário em 7%,daria no futuro para reduzirmos a carga tributaria (além da Selic).”

    Hã, já tentamos isto e, como prêmio, ganhamos a carga tributária mais elevada (e mais complexa) dos países com nossa renda per capita.

    Que tal cortar gastos?

  13. “No entanto eu tenho sérias restriçoes sobre a metodologia empregada neste tipo de comparação. A diferença entre Brasil e os outros países no gráfico é tão grande que me leva a desconfiar que não se está comparando apples with apples.”

    Ed:

    De fato é mesmo complicado, mas sugiro uma espiada no site onde a metodologia é exposta. Possivelmente há problemas (sempre há), mas, ainda assim, é uma trabalho bem-feito. Na verdade, é só imaginar o quanto dá trabalho lidar com 27 legislações de ICMS.

    No lado anedotal, um amigo, quando era diretor financeiro de uma multinacional, teve que explicar para a matriz porque tinha 8 pessoas envolvidas em pagamento de impostos, quando a matriz (e outras subsidiárias) tinha uma pessoa dando conta do recado. Dado que ele ainda ficou alguns anos na empresa e saiu por vontade própria, imagino que a matriz ficou satisfeita com a explicação.

    Abs

    Alex

  14. Permita-me Alexandre, um comentário off topic. Em entrivista, no Estadão, com o Delfim Neto:

    Repórter:
    – É quando o sr. diz que economia não é ciência.

    Delfim Neto:
    -É claro que economia não é ciência. É um bom conhecimento empírico que deve ajudar a administração. Porque o homem tem um defeito enorme: ele pensa. Se o átomo pensasse, a física seria bem mais complicada.

    Parece o discurso do Luiz Gonzaga Belluzo. Quem diria, 25 anos depois, o Delfin belluzou ou o Belluzo delfinou. A seta aponta de quem para quem?

  15. “Que tal cortar gastos”?

    Como se fosse fácil demitir parasitas públicos,cortar gastos já contratados com funcionalismo.

    Minha proposta seria um imposto estilo a CPMF aonde servisse para catalizar o fundo soberano.

    Esse fundo ficaria a cargo do tesouro/BC para complementar o superavit,isso ajudaria na queda dos juros e na relação divida pib,depois de 3 anos esse imposto acabaria,isso pode ser feito com uma MP.

  16. Alex, que legal o Brasil em tão boas companhias no gráfico um. No dois, somos os melhores do mundo. Professor, em alguma coisa temos que ser o número um rsrsrsr. Brincadeiras à parte, mais uma postagem crítica, porém real. Espero que em 2009 você continue com seus ótimos textos, pois o ano promete. Para você e família um fantático 2009. Abraço, João Melo,direto da selva;

  17. O artigo sobre a Latvia acima argumenta que o programa do FMI deveria incluir algum ajuste no cambio, e que a estrategia de segurar a paridade pode levar a uma repeticao da tragedia da Argentina.

    “O”

  18. Parece que para entender este tipo de coisa a pessoa tem de ter visto o grande Portinari de perto..

    Ou só pode ver o Portinari quem já entendeu? Não sei..o que sei é da proximidade das quermesses e das Fazendas

    Feliz 2009

    Doutrinador

  19. “Como se fosse fácil demitir parasitas públicos,cortar gastos já contratados com funcionalismo.”

    É por este raciocínio que nosso gasto público vem subindo de forma quase ininterrupta até alcançar (pelas minhas contas) algo como 32% do PIB, orr baixo, este ano. Sempre é difícil, sempre não dá, blá, blá, blá. E ano depois de ano é mais um recorde de gastos.

  20. “O”:

    Eu tinha lido (muito por cima, é verdade) e vou olhar com mais cuidado agora. Do que me lembro, acho o argumento muito bom (a deflação aumenta o valor real da dívida da mesma forma que uma desvalorização nominal, pois ambas levam a uma desvalorização real da moeda).

    Abs e bom ano.

    Alex

  21. Klebao,

    jah que voce falou do livro do Reinaldo Azevedo (otimo, recomendo!), gostaria de compartilhar minhas compras literarias de Natal:

    . Exposing the Real Che and the useful fools that idolize him (Humberto Fontova)

    . Young Stalin (Simon Sebag Montefiore), excelente

    . livro do Michael Reid sobre a America Latina

    “O”

  22. Deve ser ignorancia minha, mas nao entendo o valor unitario deste grafico – ‘hours-year to pay taxes’.

    – 2500 horas por ano = Brasil
    – Uma semana de trabalho tem 8×5=40 horas (seja trabalhador, empresa, o Brasil como um todo)
    – 2500 / 40 = 62.5 semanas
    – Um ano tem 52 semanas.

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